1. A Revolução Republicana e a Queda da Monarquia



Documentos relacionados
História B Aula 21. Os Agitados Anos da

O REGIME REPUBLICANO EM PORTUGAL PARLAMENTARISMO

PORTUGAL: DO FINAL DO SÉCULO XIX A 1910

FUNDACIÓN MAPFRE VOLUME 3_ 1890/1930 A crise do liberalismo

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS AGUALVA MIRA SINTRA

Génese e implantação do fascismo. e do nazismo

REVOLUÇÃO FRANCESA

Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico História e Geografia de Portugal 2º Ciclo Ano Lectivo 2007/2008

Getúlio Vargas e a Era Vargas

1º - Foi um movimento liderado pela BURGUESIA contra o regime absolutista. 2º - Abriu espaço para o avanço do CAPITALISMO.

Revolução de Fatores: Crise de Movimento Tenentista. Resultado das eleições.

REVOLUÇÃO FRANCESA MCC

CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO

Período pré-colonial

Dia da implantação da República (5 de Outubro de 1910) Até 1910, Portugal encontrava-se governado por reis, tendo sido nesta data que mudou a sua

CONHECER ESTADO ÓRGÃOS DE PODER

Gabarito oficial preliminar: História

PLANO DE ESTUDOS - HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL 6º ANO

REVOLUÇÃO FRANCESA - Marco Histórico: Fim da Idade Moderna. Símbolo: Queda da Bastilha (1789). Lema: Liberdade, Fraternidade, Igualdade.

CRISE E RUPTURA NA REPÚBLICA VELHA. Os últimos anos da República Velha

Prova bimestral. história. 1 o Bimestre 5 o ano. 1. Leia o texto a seguir e responda

O IMPÉRIO DO BRASIL: PRIMEIRO REINADO Professor Eric Assis Colégio Pedro II

HISTÓRIA DO LEGISLATIVO

Movimentos de Pré- Independência e Vinda da Família Real. História C Aula 08 Prof. Thiago

Europa no Século XIX FRANÇA RESTAURAÇÃO DA DINASTIA BOURBON LUÍS XVIII CARLOS X LUÍS FELIPE ( )

país. Ele quer educação, saúde e lazer. Surge então o sindicato cidadão que pensa o trabalhador como um ser integrado à sociedade.

INFORMAÇÃO -PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA DO ENSINO BÁSICO- 3º CEB

Unidade II Poder, Estudo e Instituições Aula 10

Escravismo Antigo. Baseado na liberdade que se tem. Dois grupos sociais: Desenvolvimento intelectual, artístico, militar e político

Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal de Odivelas

Mas, um golpe de Estado militar instaurou a forma republicana presidencialista, em 15 de novembro de 1889.

Planejamento. Ensino fundamental I 5 o ano. história Unidade 1. Ético Sistema de Ensino Planejamento Ensino fundamental I

Na ditadura não a respeito à divisão dos poderes (executivo, legislativo e judiciário). O ditador costuma exercer os três poderes.

"Aqui Também é Portugal"

BREVE HISTÓRIA DO PAPEL MOEDA

Senhor Ministro da Defesa Nacional, Professor Azeredo Lopes, Senhora Vice-Presidente da Assembleia da República, Dra.

1. Portugal no século XIV tempo de crise

TEMA I A EUROPA E O MUNDO NO LIMIAR DO SÉC. XX

CONSTITUIÇÃO DE 1891

A CONSTRUÇÃO DO MODELO SOVIÉTICO E O SEU IMPACTO NO MUNDO

Prova Escrita de História e Geografia de Portugal

Exma. Senhora Presidente da Assembleia Municipal, Exmas. Senhoras e Senhores Deputados Municipais,

Ciências Humanas. História e Geografia Professor: Renato Pellizzari e Claudio Hansen 08/10/2014. Material de apoio para Aula ao Vivo

CRISE DO PRIMEIRO REINADO RECONHECIMENTO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA - MATERIAL COMPLEMENTAR OITAVO ANO ENSINO FUNDAMENTAL II PROF. ROSE LIMA

QUARTA CONSTITUIÇÃO (A CONSTITUIÇÃO DO ESTADO NOVO)

HISTORIA DE PORTUGAL

IDADE CONTEMPORÂNEA (a partir de 1789)

Nome: nº. Recuperação Final de História Profª Patrícia

INTEIRATIVIDADE FINAL CONTEÚDO E HABILIDADES DINÂMICA LOCAL INTERATIVA. Conteúdo: A Revolução Francesa

Estratégia Europeia para o Emprego Promover a melhoria do emprego na Europa

A REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917

PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

O Mundo industrializado no século XIX

Participação de Portugal na 1.ª Guerra Mundial. Pressupostos. Portugal tinha obrigações no âmbito da Aliança Inglesa (Luso-Britânica)

O que são Direitos Humanos?

A vinda da família real e o governo joanino no Brasil

P L A N I F I C A Ç Ã 0 3 º C I C L O

ln\ ! ' I. i Actualidade A/462363

Reconhecimento: Resolução nº CEE /85 - D.O. 04/05/85 Ent. Mantenedora: Centro Evangélico de Recuperação Social de Paulo Afonso

UNIDADE 4 A CRISE DO GUERRA MUNDIAL. CAPITALISMO E A SEGUNDA. Uma manhã de destruição e morte.

Separação entre Estado e Igreja (20 de Abril de 1911) Cota CMPV/0015 Diários do Governo

LUÍS REIS TORGAL. SUB Hamburg A/ ESTADO NOVO. Ensaios de História Política e Cultural [ 2. IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Brasil Império. Sétima Série Professora Carina História

Intervenção do Partido Socialista. AMO de Senhor Presidente da Assembleia Municipal, Senhoras e Senhores Deputados Municipais,

Lista de exercícios Sociologia- 1 ano- 1 trimestre

TESTE DE AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL

Administração de Macau pelas suas Gentes e Alto Grau de Autonomia

PROJECTO DE LEI N.º 307/VIII DEFINE E REGULA AS HONRAS DO PANTEÃO NACIONAL

PERÍODO MILITAR (1964/1985) PROF. SORMANY ALVES

REVOLUÇÃO FRANCESA Aulas 19 e 20 Pág. 15 P R O F ª C L E I D I V A I N E D A S. R E Z E N D E D I S C. H I S T Ó R I A / 8 º A N O

Roma. Profª. Maria Auxiliadora

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 55 O CONGRESSO DE VIENA E A SANTA ALIANÇA

«FRANCISCO VIEIRA MACHADO»

Direito Humano à Alimentação Adequada: um tema fora de pauta no Parlamento?

PROJETO DE LEI N.º 1018/XII/4.ª PROTEGE OS DESEMPREGADOS DE LONGA DURAÇÃO, FACILITA O ACESSO AO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO

NAPOLEÃO BONAPARTE. Pode-se dividir seu governo em três partes: Consulado ( ) Império ( ) Governo dos Cem Dias (1815)

ONDAS REVOLUCIONÁRIAS LIBERAIS EUROPA NO SÉCULO XIX

ÍNDICE. B. Marcello Caetano e Imprensa: relações de proximidade

FORMAÇÃO PARA CONSELHEIROS DE DIREITOS.

Total aulas previstas

Autores: Fatima Proença, ACEP / Luís Vaz Martins, LGDH. Lisboa, 17 de Setembro de 2015

REVOLUÇÃO FRANCESA. Por: Rodrigo A. Gaspar

C.P.L.P. Fundado em 17 de Julho de 1996; Comunidade dos países de língua portuguesa;

O Sindicato de trabalhadores rurais de Ubatã e sua contribuição para a defesa dos interesses da classe trabalhadora rural

História. baseado nos Padrões Curriculares do Estado de São Paulo

Revoluções Liberais do Século XIX

American Way Of Life

A FIGURA DO ESTADO. 1. Generalidades

COLÉGIO VICENTINO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio Rua Rui Barbosa, 1324, Toledo PR Fone:

Sugestões de avaliação. História 8 o ano Unidade 4

PRESIDENTE DA REPÚBLICA

INTEIRATIVIDADE FINAL CONTEÚDO E HABILIDADES DINÂMICA LOCAL INTERATIVA. Conteúdo: Independência dos Estados Unidos

Projeto de Lei n.º 897/XII 4ª

ACORDO DE COOPERAÇÃO ENTRE OS ESTADOS MEMBROS DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA SOBRE O COMBATE AO HIV/SIDA

Política, Democracia e Cidadania

PROFESSOR: JORGE AUGUSTO MATÉRIA: HISTÓRIA 6º ANO

Generated by Foxit PDF Creator Foxit Software For evaluation only. Profª. Maria Auxiliadora 3º Ano

1º ano. A reconquista ibérica e as grandes navegações Capítulo 10: Item 2 A revolução comercial Capítulo 12: Item 3 O Novo Mundo Capítulo 10: Item 2

EUROPA NO SÉCULO XIX.

Transcrição:

1. A Revolução Republicana e a Queda da Monarquia As principais razões que levaram à Revolução Republicana e queda da monarquia foram: Apesar do desenvolvimento industrial verificado na 2ª metade do século XIX, grande parte da população portuguesa continuava a trabalhar na agricultura; Os maiores centros fabris localizavam-se nas regiões de Lisboa e do Porto; O país tinha muitas dívidas; Grande agitação e falta de liberdade; Descontentamento social. Estas razões levaram a que em 1876 se formasse o Partido Republicano Português, que propunha a substituição da Monarquia pela República. Este partido tinha como principais apoiantes Teófilo Braga, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro, e defendia o regime republicano como garantia de liberdade e democracia e culpava a monarquia pela crise em que o país vivia. Em 1886, outro acontecimento viria a contribuir para que aumentasse o descontentamento do povo português o Mapa cor-de-rosa-, mapa que pretendia unir os territórios entre Angola e Moçambique (Figura 1). A Inglaterra opôs-se ao mapa, uma vez que o Mapa Cor-de-rosa interferia com o seu projecto de unir as cidades do Cairo e do Cabo (Colosso de Rhodes), e por isso enviou um ultimato a Portugal (1890), em que exigia que os portugueses abandonassem esses territórios, caso contrário declararia guerra a Portugal. O rei D. Carlos aceitou a exigência dos ingleses, deixando o país numa situação humilhante, o que provocou muito desagrado entre os portugueses. Figura 1 Mapa cor-de-rosa. [Fonte: Adaptado de Maurício, A., 2011]. 1

No dia 31 de Janeiro de 1891 ocorre a 1ª revolta armada contra a monarquia, no Porto, tentativa que foi falhada, uma vez que as forças policiais leais ao regime agiram rapidamente. Após esta tentativa de acabar com o regime o rei D. Carlos mandou dissolver o parlamento e pôs no poder João Franco que passou a governar de forma ditatorial (1906). No dia 1 de Fevereiro de 1908 ocorre, em Lisboa, o regicídio atentado que levou à morte do rei D. Carlos I e do príncipe herdeiro D. Luís Filipe. Sobe ao trono D. Manuel II que viria a ser o último rei em Portugal, governando entre 1908 e 1910. Este demitiu João Franco e restabeleceu as instituições democráticas, porém não conseguiu recuperar o apoio do povo português. No dia 5 de Outubro de 1910 ocorre a Implantação da República em Portugal, a partir da varanda do edifício da Câmara Municipal de Lisboa. Cria-se um governo provisório, presidido pelo Dr. Teófilo Braga. Este governo toma várias medidas como: Adoção de uma nova bandeira; O hino nacional passa a ser A Portuguesa ; Substituição do real pelo escudo. Figura 2 Novos símbolos da República o hino nacional e a bandeira. Em 1911, o governo provisório organizou eleições para formar a Assembleia Constituinte, que organizou a nova constituição - Constituição de 1911, sendo Manuel de Arriaga eleito pelo povo como o 1º Presidente da República. A Constituição Republicana tomou várias medidas como: 2

História e Geografia 6º ano Revolução Republicana e Queda da Monarquia Separação dos poderes legislativo (parlamento ou congresso da república), executivo (Presidente da República e governo), judicial (tribunais); Liberdade de expressão; Igualdade perante a lei; Igualdade entre filhos legítimos e ilegítimos. Reformas no Ensino: Criação do ensino infantil para crianças dos 4 aos 7 anos; Obrigatoriedade e ensino gratuito para crianças entre os 7 e os 10 anos; Criação de Institutos Superiores de Ensino Técnico; Criação das Universidades de Lisboa e Porto e reforma da Universidade de Coimbra; Criação de jardins-escola. No trabalho: Direito à greve; Direito a 8 horas de trabalho diário e a um dia de descanso semanal; Criação de um seguro obrigatório para a doença, velhice e acidentes de trabalho. Mas as políticas liberais fracassaram, muito em parte devido aos seguintes fatores: Descontentamento da igreja; Desacordos e rivalidades dentro do Partido Republicano e que levaram a que este se fragmentasse, formando-se novos partidos políticos; Entrada na 1ª Grande Guerra Mundial em 1916, em que Portugal entrou como aliado da Inglaterra. Nem o facto de Portugal ter saído vitorioso deste conflito fez com que o descontentamento do povo português diminuísse, uma vez que a entrada neste conflito trouxe consequências como: Desvalorização da moeda como consequência do aumento do preço dos bens essenciais; Aumento da dívida externa; Despesas superiores às receitas; Aumento de greves e de revoltas. 3

Estes fatores levaram a uma instabilidade governativa entre 1910 e 1926. No dia 28 de Maio de 1926, uma ação militar chefiada pelo General Gomes da Costa põe fim à 1ª República, mas a instabilidade política manteve-se até 1928, altura em que o general Óscar Carmona é eleito Presidente da República e chama António de Oliveira Salazar para ministro das Finanças (Figura 3). Estava aberto o caminho para o. Figura 3 António de Oliveira Salazar. [Fonte: Adaptado de Santos, M., 2013]. Enquanto ministro das Finanças, António de Oliveira Salazar consegue eliminar o défice financeiro, através de uma política de austeridade (aumento de impostos e redução das despesas), e por isso foi nomeado como Presidente do Conselho de Ministros, cargo que desempenhou de 1932 até 1968, passando a governar de uma forma ditatorial - Salazarismo. 2. Os anos da ditadura 2.1. O Entre 1926 e 1933 vigorou em Portugal uma ditadura militar. Em 1933 foi promulgada uma nova Constituição, que Salazar não respeitou, concentrando em si todos os poderes - começava assim o. O é o nome dado a um regime político autoritário e corporativista que vigorou em Portugal entre 1933 e 1974, quando foi derrubado pela revolução do 25 de Abril. Este regime foi um regime totalitário, na medida em que o governador/líder detinha 4

em si todos os poderes, decretava leis e tomava decisões políticas e económicas de acordo com a sua vontade. Recorria a uma polícia política repressiva e controlava o sistema educacional. As liberdades individuais como a liberdade de expressão, de imprensa, o direito à greve, foram restringidas. Salazar como Presidente do Conselho tinha mais poder que o Presidente da República. O tinha como principais características (Figura 4): Corporativismo Totalitarismo Nacionalismo Culto da personalidade Imperialismo Autoritarismo Ideologia oficial Militarismo Colonialismo Figura 4 Características do. [Fonte: Adaptado de Almeida, J., 2009]. Militarismo Salazar criou organizações fascistas que tinham como objetivo defender o regime salazarista e combater o comunismo. Uma dessas organizações comunistas criada foi a Legião Portuguesa. Nacionalismo outra organização criada durante o regime do foi a Mocidade Portuguesa, organização juvenil que procurava desenvolver a devoção à pátria, o respeito pela ordem, o culto do chefe e o espírito militar. Era obrigatória para todos os jovens os 11 aos 14 anos. Censura outra caraterística do era a censura à imprensa, instaurada em 1926. Era aplicada a todos os meios de comunicação como o teatro, a rádio, a televisão e o cinema, com o objetivo de evitar qualquer tipo de crítica ao Estado novo. Era apelidada de Lápis Azul. Polícia política a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (P.I.D.E.), assim chamada a partir de 1945, foi criada em 1933, e recorria a tortura física e psicológica. Enviou vários presos políticos para prisões (como a de Peniche) e campos de deportação 5

(como o do Tarrafal em Cabo Verde), fazendo assim várias vítimas mortais e milhares de prisioneiros. Corporativismo durante o criaram-se sindicatos nacionais para funcionários e patrões, como as Casas do Povo, Uniões Rurais de patrões e trabalhadores, e as Casas dos Pescadores, Associações de Gentes do Mar e seus empresários. Estes sindicatos tinham como objetivo melhorar as condições de vida. Colonialismo durante o Portugal possuía ainda as colonias de Angola, Moçambique e de Guiné-Bissau. Estas colónias eram um local de escoamento de produtos excedentes e eram ricas em matérias-primas. Em 1930 foi implementado o Acto Colonial, que reforçava a defesa do império e a defesa da nação; Existia somente um partido político designado de União Nacional. 2.2. O e as obras públicas Entre 1939 e 1945 ocorreu a 2ª Guerra Mundial em que Portugal não participou. Esta neutralidade permitiu a Portugal aumentar as exportações para os países em guerra, o que aumentou as reservas em ouro do Banco de Portugal. Parte das receitas obtidas foram aplicadas na construção de obras públicas, como: pontes (exemplo: ponte sobre o Tejo, mais tarde chamada de ponte de 25 de Abril); estradas; aeroportos, barragens hidroeléctricas (exemplo: barragem de Castelo de Bode); grandes edifícios públicos como tribunais, estações de correio; hospitais como o hospital de Santa Maria; escolas primárias, liceus, universidade; intensificou-se a industrialização do País; desenvolvimento do turismo. 3. A Guerra Colonial A Guerra Colonial ou Guerra do Ultramar (1961-1974) é uma designação dada ao período de confrontos entre as Forças Armadas Portuguesas e as antigas colónias ultramarinas de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, que levou à independência destas 6

em 1974. Figura 5 A Guerra Colonial 4. O 25 de Abril e a Construção da Democracia Os acontecimentos que ocorreram na madrugada de 24 de Abril são designados por Revolução dos Cravos, uma vez que o golpe de Estado que derrubou o governo ditatorial foi feito sem o derramamento de sangue, ou seja, sem o recurso a armas (Figura 6). O golpe militar que conduziu ao 25 de Abril foi efectuado por um grupo de militares que se intitulava de Movimento de Forças Armadas (MFA). As principais motivações deste grupo de militares eram: A oposição ao regime ditatorial; O desejo de liberdade; O descontentamento devido ao desgaste provocado pela Guerra Colonial, que tornou as condições de vida dos portugueses ainda piores. Assim, na madrugada do dia 24 de Abril de 1974, uma canção emitida pela Rádio Renascença (a emissora da liberdade ), serviu de aviso de que a revolução iria ter início. Derrubado o governo, era necessário tomar medidas, que foram: O fim da polícia política (PIDE); Libertação de todos os presos políticos; Fim da censura; Demissão do Presidente da República e do Primeiro-Ministro Marcelo Caetano (que substituiu António Salazar em 1968); Direito ao voto todos os indivíduos com idade superior a 18 anos podiam votar - as primeiras eleições livres decorreram em 25 de Abril de 1975; 7

História e Geografia 6º ano Revolução Republicana e Queda da Monarquia Reconhecimento da Independência das Colónias Portuguesas de Angola, Guiné- Bissau e Moçambique (descolonização). Figura 6 A Revolução dos Cravos. A assembleia formada pelos primeiros deputados, eleitos após o 25 de Abril, elaborou a Constituição de 1976. Esta apresentava como direitos e deveres: Direito ao voto; Direito ao trabalho; Liberdade sindical; Liberdade de expressão e de informação. 8

Referências Bibliográficas http://www.slideshare.net/almauric/1republica-6870056 http://www.slideshare.net/maria-santos/a-queda-da-monarquia-17081041 http://www.slideshare.net/abaj/escola-se http://www.slideshare.net/jorgediapositivos/salazar-e-o-estado-novo-1324330 http://www.prof2000.pt/users/maria_soa/obras%20salazar.htm 9