AULA 05 LITERATURA COLONIAL (2): ARCADISMO



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AULA 05 LITERATURA COLONIAL (2): ARCADISMO SÉCULO 18: SÉCULO DAS LUZES Na Europa No Velho Mundo, a partir da segunda metade do século 18, começa a surgir o Iluminismo, uma corrente do pensamento que preconizava a razão e a ciência como bases para a explicação do universo e de tudo nele contido. Logo, a razão se sobrepõe à religiosidade e a tudo que se mostre obscuro. Tal mudança de mentalidade atingirá também as artes. O Barroco, arte tão ligada a valores religiosos e tão apoiada na imaginação e nos sentidos, passa a ser criticado por muitos artistas e estudiosos. Surgem, então, novas concepções artísticas, apoiadas em pressupostos mais racionais e mais sóbrios. E no Brasil? Por aqui, a descoberta de ouro nas Minas Gerais promove o desenvolvimento acelerado da região, transformando Vila Rica (atual Ouro Preto) no centro econômico, político e cultural da colônia. É na cidade de Vila Rica (e adjacências) que os jovens intelectuais, regressando das universidades europeias, embebidos de ideias iluministas e, portanto, mais liberais, vão iniciar um movimento (frustrado) contra a exploração de nossas riquezas pela Metrópole. Esse movimento denominou-se Inconfidência Mineira. Vila Rica (MG), séc.18: aqui se desenvolve o Arcadismo no Brasil. Esses jovens, porém, obtiveram êxito com a revolução estética da qual foram protagonistas. Fundaram em nossas letras o Arcadismo, estética bastante influenciada pelos pressupostos iluministas e totalmente baseada na tradição clássica. A busca da clareza e da simplicidade, o ideal de um encontro harmonioso e equilibrado com a natureza, a valorização dos afetos comuns das pessoas, a busca de formas definidas a serem imitadas foram as tônicas do Arcadismo. O homem natural, esclarecido, em equilíbrio é a imagem do Arcadismo. No Brasil, misturando as paisagens clássicas com elementos nacionais, o Arcadismo tem início com a publicação de Obras (também chamada Obras poéticas), de Cláudio Manuel da Costa, em 1768, estendendo-se até o início do século 19, quando nossas artes passam por um período de transição, até o surgimento do Romantismo, em 1836. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Racionalismo Predomina, no Arcadismo, uma maior objetividade nos textos, além de uma visão racional e analista do mundo. O lirismo é controlado pela razão, pois um fluxo desenfreado de emoção, segundo os árcades, poderia comprometer a arte poética. Há emoção, mas com moderação; há em certos poemas um derramamento de subjetividade, mas com comedimento; fantasia e imaginação são elementos deixados em segundo plano. Simplicidade formal, em relação aos modelos barrocos Quanto ao aspecto formal, observam-se os seguintes traços marcantes na poesia árcade: Preferência pela métrica mais curta; Preferência pelos versos brancos; Linguagem marcada pela simplicidade, mas também pela correção e sobriedade; Uso de formas fixas como o soneto, a écloga (poema pastoril) e as liras. As convenções clássicas: daí o nome Neoclassicismo Os autores árcades espelhavam-se no estilo e nos princípios dos escritores clássicos, quer voltando à antiguidade greco-romana, quer imitando os autores do Renascimento considerados como modelos de equilíbrio, harmonia, correção, perfeição e sobriedade. O poeta-referência? O romano Horácio (65 a.c. 8 a.c.), um dos maiores poetas da cultura romana, e também filósofo. Em sua obra Arte poética e em outros textos, Horácio formalizou os princípios fundamentais do bem escrever, consagrados como indispensáveis à literatura de feições clássicas. 1

O Arcadismo rende um tributo à cultura greco-romana. As principias convenções clássicas seguidas eram as seguintes: Inutilia truncat O que é inútil, corte. Para combater o excessivo verbalismo barroco e sua linguagem confusa e rebuscada, o Arcadismo propõe uma arte mais natural, numa linguagem e estilo mais simples (quando se comparado ao Barroco). Clareza e ordem direta se sobrepõem ao rebuscamento e às inversões barrocas. Carpe diem Colha o dia. Os árcades, assim como os barrocos, tinham a consciência sobre a brevidade da vida e das coisas deste mundo. Logo, não há tempo para desperdícios ou irracionalidades; se a vida é fugaz, o homem tem de vivê-la intensamente e da melhor forma possível, valorizando o tempo presente. Fugere urbem et locus amoenus quarere Fugir da cidade e procurar um lugar ameno, agradável Para os árcades, a vida no meio urbano era incapaz de proporcionar ao homem a harmonia plena consigo mesmo e com a natureza. Qual a solução? A fuga da cidade, em busca de um local mais ameno, simples e agradável: o campo. Os arcadistas defendiam o bucolismo, ou seja, um estilo de vida em que personagens apaixonados e de espírito elevado passam a viver no ambiente tranquilo do campo, apropriado a um saudável isolamento e às expansões líricas. Há a valorização da natureza e até certa idealização da paisagem. Aurea mediocritas equilíbrio de ouro. Dentro da cosmovisão árcade, o segredo da vida está no comedimento, no equilíbrio, no bem senso. Logo, a estética árcade apregoa a vida simples, de posse não do luxo, mas sim do essencial para se viver bem. Uso de pseudônimos: fingimento poético De acordo com a mitologia grega, a Arcádia era o uma região da Grécia que, segundo a mitologia, era habitada pelo deus Pã e por pastores, todos em plena harmonia. Para melhor incorporarem essa atmosfera pastoril, dando maior verossimilhança aos ambientes retratados, os poetas árcades que não eram pastores, frise-se bem assumem uma identidade poética de pastores, adotando pseudônimos extraídos da mitologia greco-romana. Assim, temos uma espécie de paradoxo árcade: poetas intelectuais e sofisticados, entusiastas da civilização, criadores de eus líricos pastores, tão ligados à simplicidade e perfeição da natureza. Pré-Romantismo Em vários autores e obras, notam-se manifestações sentimentais que os aproximam do Romantismo. Essas manifestações se referem principalmente ao nativismo (certo prenúncio do indianismo), à valorização da natureza e a certo nacionalismo latente. O apelo à natureza, tornando-a confidente e testemunha dos pesares amorosos do poeta, está presente no Arcadismo, com predomínio da racionalidade, e também no Romantismo, quando a emotividade vai ser mais forte. PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS Cláudio Manuel da Costa (Glauceste Satúrnio) Biografia mínima e aspectos centrais da obra Nascido em Minas Gerais, Cláudio Manuel da Costa estudou na Direito em Portugal, onde publicou seus primeiros poemas. De volta ao Brasil, passou a viver em Vila Rica, onde ocupou diversos cargos de importância na administração colonial. Em 1789, ocorre a Inconfidência Mineira, e Cláudio é acusado de ser um dos mentores deste movimento anti-colonialista. Acaba sendo preso e, dias depois, é encontrado morto em sua cela, em 4 de julho de 1789; para alguns mais crédulos, suicídio; para outros, fora assassinado. Fundador do Neoclassicismo no Brasil, com a publicação de seu livro Obras (1768), Cláudio Manuel escreve poemas ainda muito próximos ao ideário Barroco: percebemos em seus versos o culto aos contrastes e certo rebuscamento, características rejeitadas pelos árcades. Especializou-se em escrever sonetos nítida influência recebida de seu mestre Camões, sendo considerado um dos melhores poetas em língua portuguesa a desenvolver essa modalidade poética. 2

Mas é na temática que vai surgir, de fato, o árcade Cláudio Manuel da Costa: contemplou o amor, criando um eu lírico pastor, que vive numa paisagem campestre uma espécie de refúgio para as dores do mundo e tenta sensibilizar sua pastora amada, normalmente chamada de Nise. Às vezes, Cláudio canta o desencontro amoroso e o sofrimento provocado por ele. Além dos poemas líricos, Cláudio ainda escreveu o poema épico Vila Rica, no qual aborda fatos históricos da colonização mineira. Tomás Antônio Gonzaga Biografia mínima Nascido em Portugal, lá também completou seus estudos de Direito, partindo para o Brasil para exercer em Vila Rica o cargo de Ouvidor. Ficou noivo de Maria Doroteia, com quem pretendia casar-se em 1789. Entretanto, naquele ano, ocorreu a Inconfidência Mineira, e Gonzaga, acusado de envolvimento na conspiração contra a metrópole, acabou sendo preso e exilado em Moçambique, onde veio a morrer. Deixou-nos duas obras representativas: Cartas chilenas (sátira) Escrita anônima sob a forma de cartas, cujo emissor seria Critilo e o receptor, Doroteu (prováveis pseudônimos para Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, respectivamente), relata os mandos e desmandos de um certo Fanfarrão Minésio, um suposto governador chileno. Entretanto, Chile, Fanfarrão Minésio são recursos para driblar a censura da época, pois tal governante chileno era, na realidade, Luís da Cunha Menezes, governador da Província de Minas Gerais. A obra traz uma série de críticas a tudo aquilo que acontecia na cidade de Vila Rica; uma espécie de grito contra os desmandos, a desordem, a corrupção que se abatiam sobre a colônia. O livro é composto de vários poemas satíricos, escritos em versos decassílabos brancos (sem rimas), com uma acentuada e viva descrição dos costumes. Marília de Dirceu (lírico-amorosa) Obra-prima do Arcadismo brasileiro, na qual se percebem fortes traços autobiográficos: Dirceu, o eu poético que se dirige a sua amada Marília, tem muito do próprio Tomás, e Marília, da noiva Maria Doroteia. O livro é dividido em três partes: PRIMEIRA Gonzaga, transmudado em Dirceu, escreve seus versos em liberdade. Logo, são inúmeras as liras que retratam o presente feliz e um futuro de realização total, ao lado da amada, mesmo quando a velhice chegar, estando Marília ainda jovem. SEGUNDA Escrita na prisão, antes de seguir exilado para Moçambique. Os poemas exprimem a solidão de Dirceu (Tomás), saudoso de Marília (Maria Doroteia). Nesta parte, encontramos a melhor poesia de Tomás Antônio Gonzaga, pois as convenções árcades, embora ainda presentes, não sustentam todo um equilíbrio próprio do Neoclassicismo. O tom confessional, o sentimentalismo e o pessimismo (em alguns momentos) são traços considerados como préromânticos. TERCEIRA Muitos autores colocam em dúvida alguns versos desta parte. Além disso, não há nada de tão diferente em relação aos poemas apresentados na Primeira e na Segunda Partes. Basílio da Gama Termindo Sipílio O Uraguai, sua obra-prima, é a mais importante epopeia do Arcadismo. Escrito em 1769, este poema lírico-narrativo aborda os acontecimentos da Guerra das Missões ocorridos logo após o Tratado de Madri (1750). A tomada das Missões por uma expedição lusoespanhola é narrada em versos brancos que se estendem longamente por 5 cantos. Seguidor do Iluminismo pombalino, Basílio da Gama, nesta obra, tece louvores a Pombal, destaca o heroísmo indígena e coloca os jesuítas como os vilões da história, inimigos do grande ministro e enganadores dos índios. Santa Rita Durão Escreveu Caramuru em 1781, obra épica de inspiração religiosa que segue o modelo camoniano. Como a lenda de Caramuru, náufrago recolhido pelos índios que passa a viver com eles e a catequizá-los, tem pouco assunto, o autor preenche os doze cantos com a História do Brasil desde o descobrimento até o século XVIII. Enquanto O Uraguai focaliza o presente histórico, Caramuru mostra o passado jesuítico e colonial que se opõe ao século das luzes e por isso é considerado mais nativista que o primeiro. Dentro de um esquema camoniano modificado pela presença do maravilhoso cristão em lugar da mitologia pagã, Caramuru rende tributo à tradição colonial e barroca. 3

TESTES Texto para a questão 01: Torno a ver-vos, ó montes; o destino Aqui me torna a pôr nestes outeiros, Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte, rico e fino. Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros Atrás de seu cansado desatino. Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, Aqui descanse a louca fantasia, E o que até agora se tornava em pranto Se converta em afetos de alegria. Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9 01. (ENEM) Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção: a) Os montes e outeiros, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje rico e fino. b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia. c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional. d) A relação de vantagem da choupana sobre a Cidade, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole. e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria. 02. (UERS) Em relação ao Arcadismo, é incorreto afirmar que a) teve em Gonçalves Dias o seu principal representante. b) a temática amorosa é expressa, também, através da simplicidade da vida pastoril. c) enfatiza o bucolismo e a mitologia, revigorando a estética clássica. d) o herói árcade, na maioria das vezes, personifica o pastor de ovelhas; simples, natural e dedicado ao trabalho. e) O Uraguai e Caramuru são poemas que antecipam, de alguma forma, a temática indianista dos românticos. 03. (UERS) Assinale a alternativa incorreta em relação ao Arcadismo: a) O Arcadismo no Brasil inicia-se oficialmente com a publicação de Obras poéticas, de Tomás Antônio Gonzaga, em 1768. b) Na poesia lírica de Cláudio Manuel da Costa, destaca-se a desilusão amorosa. O autor lamentase por não ser correspondido por Nise, a sua musa inspiradora. c) Tomás Antônio Gonzaga assumiu o pseudônimo de Dirceu e tem como tema central de sua obra lírica o amor por Marília. d) A obra de Basílio da Gama ganha destaque com O Uraguai, e o tema é a luta dos portugueses e espanhóis contra os índios e os jesuítas, que não queriam aceitar as decisões do Tratado de Madri. e) Frei Santa Sita Durão é autor de Caramuru, poema de pretensões épicas que narra as aventuras do náufrago Diogo Álvares Correia. 04. (UFV MG) O carpe diem é um dos temas recorrentes na poesia do Arcadismo que também pode aparecer na poesia de outros estilos de época. Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela que não apresenta um exemplo desse tema: a) Tristes lembranças! e que em vão componho A memória da vossa sombra escura! Que néscio em vós a ponderar me ponho! COSTA, Cláudio Manuel da. Poemas escolhidos 4

b) Ah! não, minha Marília, Aproveite-se o tempo, antes que faça O estrago de roubar ao corpo as forças, E ao semblante a graça! GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu c) Gozai, gozai da flor da formosura, Antes que o frio da madura idade Tronco deixe despido, o que é verdura. MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos d) Amanhã! o que vale, se hoje existes! Folga e ri de prazer e de amor; Hoje o dia nos cabe e nos toca, De amanhã Deus somente é Senhor! DIAS, Gonçalves. Poesia e prosa completas 05. (UCS RS) Leia o fragmento da Lira 42, de Tomás Antônio Gonzaga: Num sítio ameno, cheio de rosas, de brancos lírios, murtas viçosas, Dos seus amores na companhia, Dirceu passava alegre o dia. GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu e cartas chilenas. 2. ed. São Paulo: Ática, 1998. p. 66 Assinale a alternativa incorreta em relação ao poema: a) Apresenta um cenário em que a vida no campo é idealizada, sendo descrita como sinônimo de tranquilidade e harmonia. b) Resgata um tema clássico, o locus amoenus, que se traduz como a caracterização de um lugar ameno, onde os amantes se encontram para desfrutar dos prazeres da natureza. c) O poeta adota uma forma simples de escrever, sem rebuscamentos linguísticos, conforme um dos ideais do projeto literário do Arcadismo. d) Expressa o conflito vivido pelo eu poético, ao evidenciar a oposição entre a vida no campo e a vida na cidade. e) Os adjetivos utilizados no poema contribuem para caracterizar a natureza como um espaço agradável e acolhedor. 06. (ESPCEX SP) Texto: Ah! Não, minha Marília, Aproveite-se o tempo, antes que faça O estrago de roubar ao corpo as forças, E ao semblante a graça! Os versos acima refletem bem o espírito do Arcadismo. Trata-se de: a) locus amoenus b) inutilia truncat c) fugere urbem d) carpe diem e) aurea mediocritas 07. (UFV MG) Considere as afirmativas abaixo, referentes ao Arcadismo brasileiro: I. A natureza adquire um sentido de simplicidade, verdade e harmonia, impondo-se como modelo para a realização do ser humano. II. A vinculação ao mundo natural se dá através de uma poesia de caráter pastoril. III. Defende-se a imitação da simplicidade dos autores clássicos, que produziram suas obras na Antiguidade greco-romana e no Barroco. IV. Há uma forte ligação com a Inconfidência Mineira, pelo fato de poetas como Cláudio Manuel da Costa e Tomás António Gonzaga terem se envolvido na rebelião contra a metrópole. V. Os poetas enfatizam a subjetividade, pois estavam convencidos de que deviam expressar em seus textos sentimentos intensos, passionais e impulsivos. Está correto o que se afirma em: a) I e III, apenas; b) I, III, IV e V, apenas; c) II e V, apenas; d) I, II e IV, apenas; e) I, II, III, IV e V; 08. (UNIFOR CE) No período colonial, verificaramse os seguintes fenômenos de nossa vida literária: a) constituição de um exigente público leitor e surgimento das primeiras editoras nacionais. b) manifestação de sentimentos nacionalistas e consolidação do romance de temática urbana. c) surgimento dos nossos primeiros grandes críticos literários e consolidação de um público de leitores. d) reflexos de princípios estéticos do Barroco e do Arcadismo europeus e manifestação de sentimentos nativistas. e) surgimento dos primeiros manifestos românticos e exploração de temas indianistas. 5

09. (UCS RS) Leia os fragmentos que seguem: LIRA I Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. (...) Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história, Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória. MATOS, Gregório de. A Jesus Cristo Nosso Senhor. In: CEREJA, Roberto William; MAGALHÃES, Tereza Cochar. Literatura brasileira: ensino médio. 3. ed. São Paulo: Atual, 2005. p. 135 Sobre os períodos literários a que pertencem esses dois trechos, é possível afirmar que I. O poema de Gregório de Matos refere-se ao período Barroco, que tinha como uma de suas principais características o conflito espiritual, dividindo o homem entre o pecado e o perdão. II. Tomás Antônio Gonzaga constrói sua Lira I bem ao gosto árcade, procurando a simplicidade dos versos, descrevendo a natureza amorfoseada, pintando um ingênuo e idílico quadro. III. O sujeito lírico, no poema de Gregório de Matos, argumenta em favor de sua absolvição, num jogo de ideias, utilizando uma parábola como exemplo. Esse procedimento, chamado Conceptismo, era muito comum no Barroco. Das afirmativas acima, pode-se dizer que a) apenas I e III estão corretas. b) apenas II e III estão corretas. c) apenas a II está correta. d) I, II e III estão corretas. e) apenas I e II estão corretas. 10. (UNIFOR CE) Está corretamente caracterizada a seguinte oposição entre os estilos da poesia arcádica e da poesia barroca: a) no Arcadismo, a natureza é apresentada de forma dramática e passional; no barroco, a representação dos cenários tende à simplicidade e à harmonia dos traços. b) no Barroco, a forma dos poemas é sempre fixa, segundo modelos clássicos; no arcadismo, predominam as estrofes e os versos irregulares. c) no Barroco, a sintaxe e as figuras de linguagem são mais intrincadas que no Arcadismo, cujos versos procuram uma maior clareza. d) ao contrário dos poetas arcádicos, os poetas barrocos não tratam de questões históricas ou temas sociais, limitando-se à expressão lírica dos sentimentos. e) ao contrário dos poetas barrocos, os poetas arcádicos não dão ênfase à expressão dos sentimentos amorosos. 11. (UFRN) Considere o fragmento textual que segue, retirado de O Ateneu: Com a facilidade da sua elocução, fez o Doutor Cláudio a crítica geral da literatura brasileira: a galhofa de Gregório de Matos e Antônio José, a epopeia de Durão, o idílio da escola mineira, a unção de Souza Caldas e S. Carlos, a influência de Magalhães, os ensaios do romance nacional, a glória de Gonçalves Dias e José de Alencar. POMPEIA, Raul. O Ateneu. Fortaleza: ABC, 2006. p. 88 Os dois trechos que aparecem sublinhados nesse fragmento fazem referência, respectivamente, a) ao apelo satírico na poesia de Gregório de Matos e ao tratamento da temática amorosa no Arcadismo. b) ao caráter indecoroso dos poemas de Gregório de Matos e à valorização do cotidiano no Arcadismo. c) ao conteúdo religioso dos poemas de Gregório de Matos e ao sensualismo característico do Arcadismo. d) ao desprezo dos críticos pela poesia de Gregório de Matos e à ausência de temas políticos no Arcadismo. 12. (UEM PR) Leia o poema e assinale o que for correto: Pastores, que levais ao monte o gado, Vede lá como andais por essa serra; Que para dar contágio a toda terra, Basta ver-se o meu rosto magoado: 6

Eu ando (vós me vedes) tão pesado; E a pastora infiel, que me faz guerra, É a mesma, que em seu semblante encerra A causa de um martírio tão cansado. Se a quereis conhecer, vinde comigo, Vereis a formosura, que eu adoro; Mas não; tanto não sou vosso inimigo: Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro; Que se seguir quiserdes, o que eu sigo, Chorareis, ó pastores, o que eu choro. COSTA, Cláudio Manuel. Poemas escolhidos 01) O poema apresenta uma estruturação labiríntica, como demonstra a presença sistemática do enjambement ou encavalgamento. O enjambement mostra uma sequência de sintaxe e de sentido que se encerra em cada verso, tornando-o semanticamente autônomo. Essa forma de organização dos versos se deve ao desespero emocional do eu lírico, provocado pela perda da amada. 02) O eu lírico se utiliza do diálogo cerrado com os pastores para revelar seu estado interior, que é de mágoa e martírio. Ele conclama os pastores para que, contemplando a paisagem ( monte, gado, serra, terra ), chorem, com ele, a perda de sua amada. 04) A terra é o lugar onde o eu lírico se encontra no momento em que expressa o temor de que seu estado emocional se estenda à natureza ( Que para dar contágio a toda a terra,/ Basta ver o meu rosto magoado ). A forte religiosidade dos escritores árcades explica, no poema transcrito, a exaltação da natureza, pois, segundo a visão bíblica, a terra é sagrada porque deu origem ao homem. 08) Trata-se de um soneto, tipo de composição poética com quatro estrofes, sendo as primeiras com quatro versos e as duas últimas com três versos. É composto por versos decassílabos com rimas ABBA, nas duas primeiras estrofes, e CDC e DCD, nas duas últimas. Na poesia, a metrificação, o ritmo, as rimas, entre outros recursos, buscam realçar a musicalidade poética. 16) A pastora que faz guerra, ou seja, que causa o tormento emocional ao eu lírico, representa o ideal de mulher na estética árcade. Trata-se de uma mulher individualizada, emocionalmente forte, independente e autossuficiente em suas atitudes. Nos poemas do autor, é comum a aproximação entre a pastora e as guerreiras amazonas, mulheres que, segundo as lendas, povoavam as matas brasileiras. A recuperação de figuras lendárias colabora para a exaltação do passado nacional, o que promove a consolidação de uma literatura tematicamente brasileira, intenção da estética árcade. 13. (UEM PR/inverno 2014) Leia o poema abaixo e assinale o que for correto sobre ele e sobre seu autor, Tomás Antônio Gonzaga: LIRA XVIII Não vês aquele velho respeitável, Que, à muleta encostado, Apenas mal se move e mal se arrasta? Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo, O tempo arrebatado, Que o mesmo bronze gasta! Enrugaram-se as faces e perderam Seus olhos a viveza; Voltou-se o seu cabelo em branca neve; Já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo, Não tem uma beleza Das belezas que teve. Assim também serei, minha Marília, Daqui a poucos anos, Que o ímpio tempo para todos corre: Os dentes cairão e os meus cabelos. Ah! sentirei os danos, Que evita só quem morre. Mas sempre passarei uma velhice Muito menos penosa. Não trarei a muleta carregada, Descansarei o já vergado corpo Na tua mão piedosa, Na tua mão nevada. As frias tardes, em que negra nuvem Os chuveiros não lance, Irei contigo ao prado florescente: Aqui me buscarás um sítio ameno, Onde os membros descanse, E ao branco sol me aquente. Apenas me sentar, então movendo Os olhos por aquela Vistosa parte, que ficar fronteira, Apontando direi: Ali falamos, Ali, ó minha bela, Te vi a vez primeira. 7

Verterão os meus olhos duas fontes, Nascidas de alegria; Farão teus olhos ternos outro tanto; Então darei, Marília, frios beijos Na mão formosa e pia, Que me limpar o pranto. Assim irá, Marília, docemente Meu corpo suportando Do tempo desumano a dura guerra. Contente morrerei, por ser Marília Quem, sentida, chorando, Meus baços olhos cerra. GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu. São Paulo: Martin Claret, 2009. p. 56-57 01) A temática da passagem do tempo, que perpassa a lira reproduzida, aproxima-se de um dos aspectos mais representativos do Arcadismo: o carpe diem, ou seja, a necessidade de se aproveitar o momento em função de sua fugacidade. 02) O locus amoenus, lugar de tranquilidade no qual os amantes podem celebrar seu amor, encontra-se representado em passagens como Irei contigo ao prado florescente. Além disso, a maneira como o elemento natural surge no poema aponta para outro tema representativo do Arcadismo: o fugere urbem, destacando a preferência pela fuga do ambiente urbano em privilégio da vida no campo. 04) A linguagem utilizada no poema é marcada pela simplicidade, seja em termos de estrutura formal, seja em termos de organização de ideias. Desse modo, a Lira XVIII, em consonância com os preceitos do movimento árcade, afasta-se dos jogos e das tensões de forma e raciocínio presentes na escola literária precedente, o Barroco. 08) Ao optar apenas por redondilhas maiores na composição de seus versos na Lira XVIII, Gonzaga buscava métricas e ritmos tipicamente brasileiros em sua obra, o que se alinhava com as propostas de afirmação nacional da Inconfidência Mineira, movimento do qual Gonzaga não participou, mas que apoiava filosoficamente. 16) Gonzaga, apesar de representante da escola árcade, é conhecido também como poeta préromântico, sobretudo devido à ênfase ao elemento amoroso. Na Lira XVIII, a presença da morte na última estrofe é um exemplo da morte de amor que será tão produtiva na segunda geração romântica brasileira. 14. (UFV MG) Ao evidenciar as tendências do Arcadismo brasileiro, Antônio Cândido conclui: A poesia pastoral, como tema, talvez esteja vinculada ao desenvolvimento da cultura urbana, que, opondo as linhas artificiais da cidade à paisagem natural, transforma o campo num bem perdido, que encarna facilmente os sentimentos de frustração. CANDIDO, Antônio. Formação da literatura brasileira. São Paulo: Martins, 1959. p.54 A partir de uma reflexão sobre a afirmativa transcrita acima, fale sobre as manifestações da Natureza na poesia árcade: GABARITO 01. b 02. a COMENTÁRIO: Gonçalves Dias é um dos maiores nomes da poesia romântica brasileira. Será estudado na aula 07, dedicada à poesia romântica brasileira. 03. a 04. a 05. d 06. d 07. d COMENTÁRIO: Item IV tal ligação se restringe, entretanto, à vida dos autores, não se mostrando de modo mais ostensivo na literatura produzida por eles. 08. d 09. d 10. c 11. a 12. 08 (08) 13. 07 (01,02,04) 14. Os árcades tinham por ideal unir a literatura, o homem e a natureza em uma poesia pastoril. A natureza - centrada nos campos, prados - é que permitiria ao homem elevar seus sentimentos de amor e libertar-se dos valores corrompidos pelo progresso. Os árcades propunham uma vida simples, bucólica, longe da cidade. 8