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Transcrição:

Rev. bras. Ent. 23(4) : 257-261. OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XVII. (OPIL!ONES, GONYLEPT!DXE) 28.XII.1979 /y \!, Helia E. M. soares1 Benedicto A. M. soaresi ABSTRACT The male of Iguassuoides lucidus (Soares, 1944) and Paraluederwaldtia caramaschii, sp. n., (Opiliones, Gonyleptidae, Pachylinae), from Brazil me described. Nesta nota descrevemos duas espécies de opiliões do Brasil, uma do Estado de Sâo Paulo, cujo macho era até o momento desconhecido: Iguassuoides lucidus (Soares, 1944) e a outra, nova: Paraluederwaldtia caramaschii, sp. n., do Estado do Amazonas. Iguassuoides lucidus (Soares) (Fig. 1-6) Iguassua luckia Soares, 1944: 196, 199, fig. 3. 7 5 ', Iguassuoides lucidus, Soares & Soares, 1954: 268. Descrição do 6. Comprimento: do corpo 4,50 mm, da borda anterior do cefalotórax à borda posterior da área V 4,00 mm. Cefaiotórax: largura 2,20 mm, comprimento 1,55 mm. Largura do abdômen 3,75 mm. Face dorsal. Borda anterior do cefalotózax lisa, com grande elevação mediana. CÔmoro ocular inerme, com al,ms grânulos. Cefalotórax apenas com voucos grânulos esparsos atrás do cômoro ocular. h ea I dividids. Areas I, 11, IV e V inemes, I, I1 eivcom fila transversal irregular de minúsculos grânulos. &ea 111 um pouco elevada na porção mediana, w m um par de baixos tubérculos mais ou menos ovalares e com fila irregular de minúsculos grânulos. Área V com fila de grânulos pouco maiores que as outras áreas. Areas laterais com duas curtas filas de grânulos, os da fila marginal maiores que os da fila interna. Tergitos livres I - I11 inermes, I e I1 com fila de grânulo: (I1 provido adiarite aindd com raros grâiiulos), 111 com duas, os da fila do tergito I1 e os da fila posterior do tergito I11 pontiagudos. Os grânulos das áreas do escudo desprovidos de pêlos, os dos tergitos com pêlos curtíssirnos. Face ventral. Estemitos livres com uma fila de grânulos pilíferos. Área estigmatica com minúsculos grânulos irregularmente dispostos. Opérculo genital arredondado, com grânulos pilíferos, e com elevação apical. Ancas I - I11 com minúsculos grânulos pilíferos, I com fila mediana de grânulos maiores, setíferos; i1 unidas às I11 por curta fila de grossos grânulos no terço apical e 111 unidas às IV por fila transversal de grossos grânulos. Quelíceras. Normais; segmentos I e I1 coin alguns grinulos dorsais, I1 com abundantes cerdas na base dos dedos. I. Instituto Básico de Biologia Médica e Agrícola (IBBMA), Departameiito de Zcologia, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), Campus iie Botucatu, São Paulo.

258 Rev. bras. Ent. Palpos. Trocanteres com pequena elevação dorsal provida de um ou dcis grânulos, com tubérculo mediano ventral munido de longa cerda; fêmures com três grânulos pilíferos inferiores e com espinho apical interno; tíbias e tarsos com 4-3 espinhos inferiores. Pernas. Fêmures I e 111 levemente curvos, I1 sub-retos, com filas de grânulos pilíferos, os grânulos dos outros artículos das pernas I - 111 minúsculos; metatarsos I - 111 com filas de pêlos. Pernas IV longas: ancas com grânulos pilíferos, os grânulos dorsais maiores que os ventrais, com curta e espessa apófise apical externa, oblíqua, com uma constricção antes do ápice, que é largo, deprimido, cordiforme, (lembrando a cabeça irregular de um prego), com robusta apófise apical interna, levemente dirigida para fora; trocanteres tão longos quão largos, com pequeno tubérculo mediano,lateralexterno, com espesso espinho rombo, dorsaiapical, com largo espinho submediano, lateral-interno, com pequeno tubérculo apical interno, com poucos grânulos dorsais e com grânulos pilíferos ventrais; fêmures longos, sub-retos, com espessa apófise cônica dorsal, sub-basilar, com 4-5 pequenos espinhos laterais internos da porção mediana para o ápice, com grânulos laterais externos na porção apical (pouco maiores que os outros grânulos) e com filas de grânulos de pêlos curtos; patelas alongadas, patelas e tíbias com filas de grânulos pilíferos, as ti'bias levemente curvas, mais dilatadas no terço distal, onde há grânulos ventrais pontiagudos e dois pequenos espinhos ventrais no ápice. Artículos tarsais: 5-7-6-6; distitarsos I e I1 de 3 artículos; basitarsos I com os dois primeiros artículos distais, mas não intumescidos. Medidas em mm Pernas Trocanter Fêmur Patela Tíbia Metatarso Tarso Total I 0,50 2,OO 0,75 1,49 2,20 1,30 8,24 I1 0,60 3,OO 1,00 2,35 3,OO 2,65 12,60 111 0,60 2,80 1,00 1,75 2,40 1,50 10,OS IV 0,75 5,25 2,OO 4,50 4,65 1,85 19,OO Palpo 0,50 1,00 0,75 1,00-0,90 4,15 Quelícera: segmento I 1,OO; segmento I1 1,25 (dedos não incluídos) Genitália. Pênis como se vê na fig. 6. Colorido geral fulvoqueimado irregularmente manchado de escuro no cefalotórax e escudo dorsal. Tergitos livres com faixa transversal quase negra. Quelíceras e palpos reticulados de escuro. Pernas manchadas de escuro, exceto os tarsos I, 111 e IV, que são amarelos. Grânulos do escudo dorsai, tubérculos da área 111, apófises apicais externas das ancas IV e dorsais dos fêmures IV castanhos e brilhantes. Macho, no 707, na coleção H. Soares. Procedência, Brasil. São Paulo: Botucatu, RubiB Júnior, Campus da Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho", 910 mm altitude (sob tronco podre, na mata), Ulisses Cararnaschi col., 19.X. 1978. Apenas a fêmea de I. lucidus era conhecida, do Estado de São Paulc: Amparo &' Paraluederwaldtia cararnaschii, sp. n. (Fig. 7-14) Holótipo o". Comprimento: da borda anterior do cefalotórax à borda posterior da área V,

Vol. 23(4), 1979 Iguassuoides lucidus (Soares, 1944) 6: 1, corpo e anca, trocanter e fêmur IV esquerdo, vista dorsal, 2, apófise apical externa da anca IV, trocanter IV e apófise dorsal do fêmur IV, esquerdos, vista lateral externa; 3, tarso I esquerdo; 4, palpo esquerdo; 5, segmento I1 da chelícera esquerda; 6, pênis, vista dorsal-lateral. Paraluederwaldtia cararnaschii. sp. n., holótipo B : 7, corpo, vista dorsal; 8, cômoro ocular, vista lateral; 9, quelícera esquerda; 10, palpo direito; 11, tarso I esquerdo; 12, apófises da anca e trocanter IV esquerdo, vista lateral externa; 13, opérculo genital, vista dorsal; 14, opérculo genital, vista lateral.

Rev. bras. Ent. 5,25 mm; da borda anterior do cefalotórax à borda posterior do opérculo anal 6,50 mm. Cefalot5ra.x: largura 2,50 mm; comprimento 1,75 mm. Largura do abdômen, 5,50 mm. Face dorsal. Borda anterior do cefalotórax inerme e lisa. Cefalotórax com raros e minúsculos grânulos de cada lado do &moro ocular, atrás do qual há dois grânulos maiores afastados entre si. Cômoro ocular mais próximo da borda anterior de cefalotórax que do sulco I, oval-transverso, de altura média, com um par de altos espinhos e com poucos grânulos. Áreas I e I V divididas. Areas I, 11, IV e V inermes, I e I1 com duas filas de grânulos, a fila anterior mais cu,rta, I com dois grânulos medianos um pouco maiores que os demais, I V e V com uma fila de grânulos. Area I11 com um par de altos espinhos de base mamilar, divergentes, e com duas filas de grânulos, a anterior mais curta. Areas laterais com duas filas de grânulos, a porção mais dilatada com grossos tubérculos. Todos os grânulos do escudo prcjvido de pêlos muito curtos. Tergitos livres I - 111 e opérculo anal inermes, os tergitos com uma fila de grânulos, os dos tergitos I1 e I11 maiores que os dos tergitos I; opérculo mal com os grânulos iguais aos dos tergitos I1 e I11 e densamente distribuídos. Face ventral. Esternitos livres com fila de pequenos grânulos pilíferos. hea estigmática irregularmente granulosa. Opérculo genital arredondado, com grânulos pilíferos. Ancas I - I11 com abundantes grânulos piiíferos, I1 unidas às I11 e estas às I V por curta fila de grossos grânulos. Quelíceras pequenas e normais; segmento I com fila de tubérculos na borda basilar; segmento I1 com pêlos mais ou meno longos distribuídos ein toda a face dorsal, e com pequeno agrupamento de pêlos na base do dedo imóvel. Paipos curtos e robustos. Trocanteres com dois grânulos piiíferos dorsais e dois ventrais (OS dorsais, um adiante do outro, os ventrais, um ao lado do outro); fêmures com espinho apical interno, com t6s grossos tubérculos pilíferos ventrais em fila longitudinal; patelas com dois minúsculos grânulos piiíferos internos e dois externos; ti'bias com 3-3 e tarsos com 2-3 espirios inferiores. Pernas I - 111. Fêmures I retos, I1 sub-retos, I11 levemente curvos, todos com um par de espinhos dorsais zpicais. Fêmures, patelas e tíbias com filas de pêlos. Tarsos I com os três primeiros artículos basilares mais espessos que os três artículos distais. Pernas IV: ancas sem espinho apical interno, com grossos grânulos piiíferos, os ventrais, menores, com apófise apical externa, oblíqua, bífida, de ramo superior pontiagudo e inferior rombo, a borda posterior dessa apófise é um tanto irregular e com pequena saliência pontiaguda mediana; trocanteres mais longos que largos, ventralmente granulosos, com duas robustas apófises, uma lateral externa, sub-bailar, oblíqua, pontiaguda, e outra dorso-lateral-externa, apical, curva para dentro, com dois pequenos tubérculos laterais internos, um basilar e outro, apical e com pequerio tubérculo apical, lateral externo; fêmures levemente curvos, com fila lateral externa de espinhos de vários tamanhos (os dois subapicais maiores), com três espinhcs (dois fortes e um menor) ínfero-internos e um espinho dorsal no terço epical, com dois espinhos dorsais apicais, e com filas de grânulos pilíferos; patelas granulosas, com robusto espinho apical, írfero-externo; tíbias com fila lateral interna de espinhos, com dupla fila ventral de espinhos no terço apical e com filas de grânulos pilíferos; metatarsos com filas de grânulos piiíferos obsoletos. ' Artículos tarsais: 6-86-6; distitarsos I e I1 de 3 artículos.

Vol. 23(4), 1979 26 1 Medidas em mm Pernas Trocanter Fêmur Patela Tíbia Metatarso Tarso Total I 0,65 1,80 1,OO l,49 2,49 1,49 8,92 I1 0,75 4,OO 1,50 2,20 4,OO 3,20 15,65 III 1,O0 3,OO 1,35 2,25 3,lO 1,99 12,69 IV 1,49 3,15 1,65 2,50 5,25 2,OO 16,04 Palpo 0,50 1,lO 0,60 0,60-0,50 3,30 Quelicera: segmento I 1,OO; segmento I1 1,25 (dedos não incluídos). Colorido geral castanhoenegrecido. Quelíceras quase negras, palpo castanhos, pernas castanhoenegrecidas. Grânulos do escudo dorsal (castanhos, brilhantes em pequeninas manchas circulares castanho-avermelhadas). Espinhos dos fêmures e das patelas IV de ápices fulvo-oliváceos. Espinhos do cômoro ocular e área I11 castanhos. Tarsos fulvoenegrecidos. Holótipo S, no 703, na coleçáo H. Soares. Localidade-tipo: Brasil. Amazonas, Reserva Campina do Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas (INPA), km 44 da Rodovia Manaus-Caracaraí, Ulisses Caramaschii col., VII-1977. O nome específico é dedicado a Ulisses Caramaschi. O gênero Paraluederwaldtia Mello-Leitão (1927: 15) foi descrito com base numa única fêmea, Paraluederwaldtia bituberculata (Mello-Leitão) (1922: 329), espécie para a qual Soares & Soares (1954:269) designaram como neótipos duas fêmeas procedentes de Itatiaia, determinadas pelo autor da espécie e depositadas no Museu Nacional, Rio de Janeiro. Essas duas fêmeas, infelizmente, não foram mais achadas nesse Museu, onde Soares (1954: 381) as havia encontrado. Nesta situação torna-se extremamente difícil qualquer comentário a respeito da espécie-tipo do gênero em apreço. Decidimos seguir a redescrição de Mello- Leitão (1932: 163), acompanhada do respectivo fotótipo (fg. 86). De qualquer maneira, não temos elementos para não co!ocar a espécie descrita em Paraluederwaldtia, já que ela so difere da espécie-tipo, no que diz respeito a caracteres genéricos, por ter 6, em vez de 5 artículos nos tarsos I. Por outro lado, apesar de dispormos de apenas um macho, não resta a menor dúvida de que se trata de espécies completamente diferentes, por ser a espécie de Mello-Leitão lisa em todas as áreas do escudo donsal e a nossa com duas filas de grânulos nas áreas I - I11 e com uma fila nas áreas IV e V. Temos presentemente em mãos os Gonyleptidae do Museu Nacional e esperamos ainda encontrar os neótipos acima referidos, quando, então, retomaremos ao assunto. Mello-Leitão, C. F. de, 1922. Some new Brazilian Gonyleptidae. Ann. Mag. Nat. flist. (9) 9: 329-348. Mello-Leitão, C. F. de, 1927. Gênero novo de Gonileptídeos (nota prévia). Bol. Mus. Nac., Rio de Janeiro, 3(2): 13-22. Mello-Leitão, C. F. de, 1932. Opiliões do Brasil. Rev. Mus. Paul. 17(2): 1-505. Soares, B. A. M., 1944. Alguns Opiliões da Coleção "Otto Schubart". Papdis Avulsos Dep. Zool., São Paulo, 6(17): 193-202,4 fig. Soares, B. A. M., 1945. Opiliões da coleção do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Arq. Zool. Est. São Paulo 4 (9): 34 1-394. Soares, B. A. M. & Soares, H. E. M., 1954. Monografia dos gêneros de Opiliões neotrópicos. 111. Ibidern 8(9': 225-302.