Desenvolvimento do Bastão-do-Imperador (Etlingera elatior) submetido a diferentes níveis de radiação solar

Documentos relacionados
BIOCARVÃO COMO COMPLEMENTO NO SUBSTRATO PARA A PRODUÇÃO DE MUDAS DE TOMATE CEREJA

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM JUAZEIRO-BA

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

RESPOSTA FOTOSSINTÉTICA DE PLANTAS DE MILHO SAFRINHA EM DIFERENTES ESTÁDIOS E HORÁRIOS DE AVALIAÇÃO

COMPETIÇÃO DE PLANTAS DANINHAS E ADUBAÇÃO NITROGENADA NO CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis)

CRESCIMENTO VEGETAL E DE PRODUÇÃO DE MELANCIA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

Cultivo de bastão-do-imperador sob diferentes espaçamentos em clima subtropical

PRODUTIVIDADE DAS CULTIVARES PERNAMBUCANA, BRS PARAGUAÇU E BRS NORDESTINA EM SENHOR DO BONFIM-BA

DESENVOLVIMENTO DA CANA-DE-AÇUCAR (Saccharum spp.) SOBRE DIFERENTES NÍVEIS DE TRÁFEGO CONTROLADO

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE HÍBRIDOS DE MILHO SAFRINHA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA EM AQUIDAUANA, MS.

CRESCIMENTO DE DIFERENTES CULTIVARES DE SOJA SUBMETIDAS A ÉPOCAS DE SEMEADURAS DISTINTAS NO SEMIÁRIDO PIAUIENSE

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

QUALIDADE DA FIBRA DO ALGODÃO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO SILICATADA

Desempenho Operacional de Máquinas Agrícolas na Implantação da Cultura do Sorgo Forrageiro

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de alface

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

RESPOSTA DE HÍBRIDOS DE MILHO AO NITROGÊNIO EM COBERTURA

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

Caracterização agronômica e estimativas de parâmetros genético de Helicônias (Heliconia spp.)

AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) EM CRUZ DAS ALMAS, BAHIA

Gessi Ceccon, Giovani Rossi, Marianne Sales Abrão, (3) (4) Rodrigo Neuhaus e Oscar Pereira Colman

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

Rendimento e caraterísticas agronômicas de soja em sistemas de produção com integração lavoura-pecuária e diferentes manejos de solo

Enraizamento de estacas de mini-ixora (Ixora coccinea Compacta) sob diferentes substratos e reguladores de enraizamento

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO EM SOLO COM MULCHING DE DIFERENTES CORES E LARGURAS

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

l«x Seminário Nacional

GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE FEIJÃO-CAUPI EM FUNÇÃO DA COLORAÇÃO DO TEGUMENTO

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Campus Muzambinho. Muzambinho/MG -

QUALIDADE DA FIBRA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PLANTIO DA SEMENTE DE ALGODÃO LINTADA, DESLINTADA E DESLINTADA E TRATADA *

14 AVALIAÇÃO DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES NA

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA CULTIVADOS NO SEMI-ÁRIDO BAIANO

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE SEMEADURA NA CULTURA DO FEIJÃO

DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DE ÁGUA DE SOLO PELO MÉTODO DA FRIGIDEIRA EM UM LATOSSOLO VERMELHO ESCURO

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

DENSIDADE DE SEMEADURA E DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO TRIGO DE SEQUEIRO CULTIVADO EM PLANALTINA-DF

CULTIVO DE MANJERICAO VERDE EM FIBRA DE COCO FERTIIRRIGADO EM SOLUÇÃO NUTRITIVA

Priscilla Nátaly de Lima Silva 1, Edílson Costa 2

COMPORTAMENTO DE LINHAGENS DE MAMONA (Ricinus communis L.), EM BAIXA ALTITUDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 1

CRIOCONSERVAÇÃO DE SEMENTES DE ALGODÃO COLORIDO. RESUMO

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de tomate

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MINI ALFACE CRESPA QUANTO À COBERTURA DO SOLO E ESPAÇAMENTO, EM TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA

Temperatura do solo no cultivo de alface no verão sob diferentes telas de sombreamento e manejos do solo (1).

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SALINA NA CULTURA DA RÚCULA EM CULTIVO ORGÂNICO INTRODUÇÃO

Melhoramento genético do antúrio no Ceará Anthurium breeding in the state of Ceará

CALAGEM, GESSAGEM E MANEJO DA ADUBAÇÃO EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

Produtividade, Estrutura e Morfogênese do Panicum maximum cv. Mombaça Produzidos em Sistemas Silvipastoris com diferentes densidades de plantas nativa

Avaliação da Severidade da Ferrugem Asiática em Diferentes Arranjos da População de Plantas de Soja

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE LARANJA SANGUÍNEA

Uso de fertilizante na semente do trigo

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

Tamanho e época de colheita na qualidade de sementes de feijão.

Índice de clorofila em variedades de cana-de-açúcar tardia, sob condições irrigadas e de sequeiro

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

EFEITO DO SOMBREAMENTO E APLICACÃO DE BIOFERTILIZANTE BOVINO EM PLANTAS DE BETERRABA

QUALIDADE DE SEMENTES DE ALGODOEIRO, CULTIVARES BRS VERDE E CNPA 7H, ARMAZENADAS EM CÂMARA SECA

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE GIRASSOL EM SAFRINHA DE 2005 NO CERRADO NO PLANALTO CENTRAL

DOSES DE FERTILIZANTES PARA O ABACAXIZEIRO PÉROLA NA MESORREGIÃO DO SUL BAIANO

DESEMPENHO DE VARIEDADES DE MANDIOCA DE MESA NO NÚCLEO RURAL JARDIM-DF

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

ÉPOCAS DE SEMEADURA X CULTIVARES DE SOJA NOS CARACTERES ÁREA FOLIAR, NÚMERO DE NÓS E NÚMERO DE TRIFÓLIOS

BIOMETRIA DE PLANTAS DE TOMATE CEREJA CULTIVADAS SOB DIFERENTES ADUBAÇÕES ORGÂNICAS, EM AMBIENTES COM E SEM BARREIRA VIVA

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA RADICULAR DO MAMOEIRO SUNRISE SOLO IRRIGADO POR MICROASPERSÃO

PRODUÇÃO DE MILHO VERDE NA SAFRA E NA SAFRINHA EM SETE LAGOAS MG

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA NO PERÍODO OUTONO-INVERNO EM ITAOCARA, RJ*


CRESCIMENTO DA MELANCIA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS NOS CARACTERES COMPRIMENTO DA PLANTA E DIÂMETRO DO CAULE

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA II: CRESCIMENTO VEGETATIVO

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E VIGOR DE SEMENTES EM PROGÊNIES DE CAMUCAMUZEIRO ESTABELECIDAS NO BAG DA EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL

ÍNDICE DE ESPIGAS DE DOIS HÍBRIDOS DE MILHO EM QUATRO POPULAÇÕES DE PLANTAS E TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA NA SAFRINHA

EFEITO DA COBERTURA E SUBSTRATO NA EMERGÊNCIA DE CAMU-CAMU E CRESCIMENTO DE PORTA-ENXERTOS

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE CAFEEIRO RESISTENTE A FERRUGEM SOB USO DE IRRIGAÇÃO EM MUZAMBINHO-MG

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

ÉPOCAS DE SEMEADURA DE MILHO SAFRINHA SOLTEIRO E CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

EFEITO DO DIÂMETRO DE SEMENTE NA GERMINAÇÃO E NO DESENVOLVIMENTO DE PLÂNTULAS DE AVEIA BRANCA

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

Avaliação da performance agronômica do híbrido de milho BRS 1001 no RS

Meristema apical como ferramenta de manejo da pastagem para pastos de capim tanzânia (Panicum maximum cv. Tanzânia) 1

Arthur Pereira da Silva 1, Edílson Costa 2

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

EFEITO DA COMBINAÇÃO DE ESPAÇAMENTO X POPULAÇÃO DE PLANTA X NÍVEL DE ADUBAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO E RENDIMENTO DO ALGODOEIRO

Transcrição:

Desenvolvimento do Bastão-do-Imperador (Etlingera elatior) submetido a diferentes níveis de radiação solar Francisco de Assis do Nascimento Leão () ; Janiele Guedes Cardoso (2) ; Nayane da Silva Souza () ; Juciley Lima de Souza () ; Izadora de Cassia Mesquita da Cunha () ; Heráclito Eugênio Oliveira da Conceição (3) () Estudantes de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus de Capitão Poço, Rodovia PA 24, km 0, Estrada do Pau Amarelo s/n, CEP 68650-000, Capitão Poço, PA. E-mail: assis.leao@outlook.com. (2) Estudante de Ciências Biologicas da Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus de Capitão Poço, Rodovia PA 24, km 0, Estrada do Pau Amarelo s/n, CEP 68650-000, Capitão Poço, PA. (3) Professor Doutor da Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus de Capitão Poço, Rodovia PA 24, km 0, Estrada do Pau Amarelo s/n, CEP 68650-000, Capitão Poço, PA. E-mail: heraclito.eugenio@ufra.edu.br. RESUMO: O cultivo de flores e plantas tropicais vem se destacando no cenário do mercado nacional, onde por sua vez a espécie Etlingera elatior vem se destacando. Um fator fundamental para o desenvolvimento das plantas e a produção de flores, é a radiação solar caracterizada por sua qualidade, duração e intensidade. Com base nisso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar e definir a influência do sombreamento induzido no cultivo dessas espécies. O experimento foi conduzido na base física da Universidade Federal Rural da Amazônia Campus Capitão Poço-PA. O delineamento experimental usado foi em blocos ao acaso, em parcelas subdivididas, com quatro tratamentos principais (Tratamento (T) = 0% de redução solar incidente (RSI), tratamento 2 (T2) = 70% de RSI, tratamento 3 (T3) = 50% de RSI e tratamento 4 (T4) = 30% de RSI) e quatro tratamentos secundários (Agosto/206, Novembro/206, Fevereiro/207 e Maio/207), com cinco repetições. Foram avaliados: altura da planta; número de folhas; número de perfilhos; área foliar; área foliar total; número de inflorescências por touceira; comprimento da haste floral e comprimento das brácteas. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias, comparadas pelo teste de Tukey a 5% por meio do programa estatístico Assistat 7.7. O bastão do imperador, cv. Porcelana, não apresentou bons índices de crescimento e produção de flores quando cultivados a céu aberto. A redução parcial da radiação solar com o nível de 70 % favorece o crescimento e desenvolvimento da planta, assim como a produção e qualidade das flores. Termos de indexação: tropicais, sombreamento, induzido. INTRODUÇÃO O cultivo de flores e plantas tropicais vem se destacando no cenário do mercado nacional, onde a atividade é uma grande responsável pela geração de emprego e renda para os mais diversos produtores. Dentre as espécies tropicais, Etlingera elatior, da família Zingiberaceae, popularmente conhecida como bastão-doimperador, se destaca pelo formato exótico das inflorescências, cores atrativas e grande durabilidade póscolheita (Loges et al., 2008). A espécie Etlingera elatior tem sido cultivada como flor de corte e também explorada no paisagismo. Apresenta inflorescências cônicas, formadas em hastes diretamente do solo, que podem atingir até 2m de altura (Terao et al.,2005).

Um fator fundamental para o desenvolvimento das plantas e a produção de flores é a radiação solar caracterizada por sua qualidade, duração e intensidade. Em geral os diferentes graus de luminosidade causam mudanças morfológicas e fisiológicas na planta, e o grau de adaptação é ditado por características genéticas da planta em interação com o seu meio ambiente (Scalon et al., 202). Apesar das plantas tropicais serem rústicas, muitos aspectos dos seus cultivos devem ser considerados para que seja possível a obtenção de flores de qualidade (Nascimento, 203). Em um trabalho realizado por Meleiro (2003), este contatou que a Alpinia purpurata, Zingiber spectabile e Tapeinochilos ananassae não são espécies para serem cultivadas em extremos de luminosidade ou de sombreamento, onde o mesmo demonstrou que uma redução parcial de luminosidade favorece o desenvolvimento das espécies. Nesse contexto, para se ter sucesso na produção dessas espécies, é necessário se conhecer as exigências destas plantas, assim como as condições climáticas nas quais estão inseridas. Com base nisso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar e definir a influência do sombreamento induzido por telas de polietileno pretas ( sombrites ), no crescimento e desenvolvimento de plantas do bastão-do-imperador (Etlingera elatior R. M.,) cultivar Porcelana, dos 69 aos 78 meses de idade. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na base física da UFRA campus Capitão Poço, localizado nas coordenadas geográficas: 0º44 47 Sul e 47º03 57 Oeste, a 73 m de altitude. O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Amarelo, textura média (SANTOS et. Al., 203). O clima da região apresenta temperatura média anual de 26,2 ºC, precipitação pluviométrica anual 2.40 mm, umidade relativa média do ar 83% e 2.342,8 h de insolação anual. (PACHECO; BASTOS, 200). Mudas de bastão-do-imperador, cv. Porcelana foram obtidas pelo processo de divisão de touceiras e transplantadas para o local definitivo utilizando o espaçamento de 2,5 m x 2,0 m, em novembro de 200. Durante a realização do experimento foram realizadas as seguintes práticas culturais: controle de plantas daninhas por meio de capina manual e de roçagem, poda de limpeza para retirada de perfilhos e de inflorescências senescentes com auxílio de tesoura de poda, adubação com 4 L de esterco de curral curtido/touceira e 00g NPK (9-28-20)/touceira e irrigação manual, três vezes por semana, com cerca de 0 L de água por touceira, em cada irrigação, durante o período de setembro a dezembro de 206. O delineamento experimental usado foi em blocos ao acaso, em parcelas subdivididas, com quatro tratamentos principais (Tratamento (T) = 0% de redução solar incidente (RSI), tratamento 2 (T2) = 70% de RSI, tratamento 3 (T3) = 50% de RSI e tratamento 4 (T4) = 30% de RSI) e quatro tratamentos secundários (Agosto/206, Novembro/206, Fevereiro/207 e Maio/207), com cinco repetições. Foram avaliados a: altura da planta (AP em cm); número de folhas (NF); número de perfilhos (NPERF); área foliar (AF m 2 /planta); área foliar total (AFT m 2 /touceira); número de inflorescências por touceira (NINF); comprimento da haste floral (CHF) e comprimento das brácteas (CB cm). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias, comparadas pelo teste de Tukey a 5% por meio do programa estatístico Assistat 7.7 beta (Silva; Azevedo, 207). RESULTADOS E DISCUSSÃO As médias de altura da planta (AP) do bastão-do-imperador, cv. Porcelana, em função de níveis de sombreamento (NS) e de épocas de avaliação (EA) estão apresentadas na Tabela. Houve efeito significativo (p<0,05) da interação NS x EA. A AP aumenta, dentro de cada tratamento de NS, a partir de Novembro/206, enquanto que, entre NS em cada EA, a AP não é influenciada, com exceção do NS (50%) na EA de Agosto/206. 2

Tabela Altura da planta (cm planta - ) do bastão do imperador cultivar Porcelana submetido à diferentes épocas de avaliação, em função dos níveis de sombreamento. Capitão Poço, Pará, 207. Épocas de avaliação sombreamento (%) Agosto/206 Novembro/206 Fevereiro/207 Maio/207 0 3,90 ab 28,00 aa 233,00 aa 223,0 aa 30 20,00 ab 244,80 aa 220,80 aa 236,0 aa 50 86,3 bb 222,0 aa 236,85 aa 224,25 aa 70 33,30 ab 238,40 aa 244,30 aa 240,70 aa DMS Coluna 3,80 3,80 3,80 3,80 DMS Linha 2 32,74 32,74 32,74 32,74 e 2 = Médias seguidas de mesma letra, minúscula ou maiúscula, respectivamente, em cada coluna ou linha, não diferem entre si, ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. De acordo com os dados demonstrados na tabela 2, onde se encontram os resultados das médias das variáveis (NFP), (NPERF) e (AFT), podemos perceber que em NFT os níveis de sombreamento 70 e 50% obtiveram um melhor resultado, quando comparado com os demais tratamentos; já na variável NPERF não houve efeito significativo em nenhum dos tratamentos, e em AFT novamente os tratamentos 70 e 50% apresentaram um melhor resultado em relação aos demais. Com base nisso, podemos inferir que tanto o tratamento de 70 quanto o tratamento de 50% de nível de sombreamento proporcionaram um microclima mais favorável para o desenvolvimento do bastão do imperador, cv. Porcelana, indo assim de encontro com o trabalho de MELEIRO (2003). O maior número de folhas observado nos tratamentos 70 e 50% podem ser explicados como uma adaptação para otimizar a fotossíntese das plantas (Oliveira et al., 20). Tabela 2 Número de folhas do perfilho (NFP), número de perfilhos por touceira (NPERF) e área foliar total (AFT, m 2 touceira - ) do bastão do imperador cultivar Porcelana submetido à diferentes níveis de sombreamento. Capitão Poço, Pará, 207. Variáveis respostas sombreamento (%) NFP NPERF AFT (m 2 touceira - ) 0 6,05 ab 25,80 a 9,54 b 30 5,00 b 25,75 a 9,62 b 50 7,0 ab 22,30 a 2,62 ab 70 9,00 a 26,35 a 5,06 a DMS 2,96 6,84 3,90 Medias seguidas de letras iguais, na mesma coluna, não diferem entre si, ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. Os dados apresentados na tabela 3 referem-se a área foliar (m 2 planta - ) do bastão do imperador, onde podemos verificar que o nível de sombreamento 70% apresentou estatisticamente um melhor resultado no mês de agosto/206 quando comparado com os demais tratamentos; no mês de novembro/206 não houve diferença entre os tratamentos, e nos meses de fevereiro/207 e maio/207 houve uma redução nos níveis de sombreamento de 30 e 0%, respectivamente. Nos níveis de RSI (Redução Solar Incidente) de 50 e 70%, se obtiveram um maior resultado, onde isso pode ser explicado pelo fato de nessas áreas mais sombreadas, as plantas procurarem se adaptar para otimizar a fotossíntese (Oliveira et al., 20). 3

Tabela 3 Área Foliar (m 2 planta-) do bastão do imperador cultivar Porcelana submetido à diferentes épocas de avaliação, em função dos níveis de sombreamento. Capitão Poço, Pará, 207. Épocas de avaliação sombreamento (%) Agosto/206 Novembro/206 Fevereiro/207 Maio/207 0 0.038 bc 0,0240 aab 0.0296 aba 0.0202 bbc 30 0.022 bb 0,0242 aa 0.0258 ba 0.0272 aa 50 0.032 bb 0,0278 aa 0.0344 aa 0.034 aa 70 0.0232 ab 0,0284 aab 0.0334 aa 0.0322 aa DMS Coluna 0,0067 0,0067 0.0067 0.0067 DMS Linha 2 0,0070 0,0070 0,0070 0,0070 e 2 = Médias seguidas de mesma letra, minúscula ou maiúscula, respectivamente, em cada coluna ou linha, não diferem entre si, ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. Os dados apresentados na tabela 4 expressam que NFP foi reduzida em agosto/206, o NPERF e a AFT foram reduzidas em agosto e maio/207, respectivamente. NPERF no mês de maio/207 sofreu uma redução de aproximadamente 37,% quando comparado com o mês que apresentou seu valor limite; já a AFT sofreu uma redução de 38,0% no seu valor, quando comparado com a época de avaliação ao qual a mesma alcançou seu maior índice. Essa redução de NPERF e AFT no mês de maio/207 pode ser explicado pelo fato de que durante esse período, houve-se a necessidade de se fazer podas dos perfilhos, e como consequência as plantas que foram submetidas as avaliações não foram sempre as mesmas; e pelo fato de a variável NPERF está diretamente ligada com o resultado da variável AFT, e a mesma sofrer uma redução por causa das podas que foram efetuadas nos tratamentos, os resultados tanto da NPERF diminuiu, como o da AFT, pois o resultado desta ultima é dependente da variável NPERF. Tabela 4 Número de folhas do perfilho (NFP), número de perfilhos por touceira (NPERF) e área foliar total (AFT, m 2 touceira - ) do bastão do imperador cultivar Porcelana submetido à diferentes épocas de avaliação. Capitão Poço, Pará, 207. Variáveis respostas Épocas de avaliação NFP NPERF AFT (m 2 touceira - ) Agosto/206,8 b 8,60 b 3,80 c Novembro/206 8,98 a 32,35 a 5,68 a Fevereiro/207 8,80 a 28,90 a 6,89 a Maio/207 8,20 a 20,35 b 0,47 b DMS 2,96 6,97 4,73 Medias seguidas de letras iguais, na mesma coluna, não diferem entre si, ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. A tabela 5 demonstra os valores das médias dos números de inflorescência (NINF), comprimento da haste floral (CHF) e comprimento da bráctea (CB) do bastão do imperador, cv. Porcelana. Com base nos resultados, podemos perceber que os meses em que a variável NINF foi significativa, os níveis de sombreamento 70 e 50% sempre apareciam entre os melhores resultados; na variável CHF os resultados se repetiram, assim também como na variável CB. 4

Tabela 5 Médias dos números de inflorescência (NINF), comprimento da haste floral (CHF) e comprimento da bráctea (CB), do número de inflorescência do bastão do imperador (Etlingera elatior R.M,) cultivar Porcelana, submetidos a diferentes níveis de sombreamento, referente aos meses de agosto de 206 a maio de 207. Sombreamento(%) Ago/6 Set/6 Out/6 Nov/6 Dez/6 Jan/7 Fev/7 Mar/7 Abr/7 Mai/7 NINF 0 0,00 a 0,00 a 0,00 b 0,00 b 0,00 c 0,00 b 0,00 a 0,00 a 0,00 a 0,00 a 30 0,40 a,80 a 2,20 ab 3,60 b 3,40 bc 2,60 ab 0,60 a 0,40 a 0,40 a,20 a 50 2,40 a 2,80 a 5,00 a 8,20 ab 8,40 a 4,60 a 2,20 a 0,60 a 0,80 a 2,80 a 70,60 a 2,40 a 5,40 a 2,20 a 6,20 ab 2,00 ab 0,60 a 0,80 a 0,80 a 2,60 a DMS 2,8 3,57 3,50 8,26 4,3 2,78 2,65,48,25 3,09 CHF (cm) 0 0,00 b 0,00 a 0,00 b 0,00 b 0,00 c 0,00 b 0,00 a 0,00 a 0,00 a 0,00 b 30 4,90 b 25,73 a 37,26 a 35,8 a 3,40 bc 2,60 b 0,60 a 0,40 a 6,28 a 33,79 a 50 28,3 ab 25,28 a 33,57 a 36,8 a 8,40 a 4,60 a 2,20 a 0,60 a 2,80 a 36,54 a 70 47,37 a 35,85 a 47,48 a 39,95 a 6,20 ab 2,00 ab 0,60 a 0,80 a 9,08 a 27,86 ab DMS 36,57 38,79 25,49,30 4,3 2,78 2,65,48 27,62 28,30 CB (cm) 0 0,00 b 0,00 a 0,00 b 0,00 b 0,00 b 0,00 b 0,00 b 0,00 a 0,00 a 0,00 b 30,35 b 5,03 a 6,88 a 7,24 a 8,59 a 6,69 a 5,76 ab 4,02 a 3,78 a 9,22 a 50 5,93 ab 5,84 a 8,96 a 7,74 a 9,23 a 7,62 a 8,22 a 7,20 a 4,80 a 0,4 a 70 8,2 a 5,95 a 9,20 a 7,37 a 9,96 a 6,97 a 4,78 ab 3,29 a 5,30 a 7,30 a DMS 6,34 7,06 3,74,39 2,42,27 7,35 0,75 8,63 6,67 e 2 = Médias seguidas de mesma letra, minúscula ou maiúscula, respectivamente, em cada coluna ou linha, não diferem entre si, ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. CONCLUSÕES O bastão do imperador, cv. Porcelana, não apresentou bons índices de crescimento e produção de flores quando cultivados a céu aberto. A redução parcial da radiação solar com o nível de 50 e 70 % favorece o crescimento e desenvolvimento da planta, assim como a produção e qualidade das flores. Nesse contexto, podemos definir que a espécie se denvolve melhor quando submetida a níveis de sombreamento apartir de 50%. 5

REFERÊNCIAS BARGUIL, B.M. et al. Escala diagramática para avaliação da severidade da antracnose em bastão-do imperador. Ciência Rural, v.38, p.807-80, 2008. Disponível em: <http:// dx.doi.org/0.590/s003-84782008000300034>. Acesso em: 2 dez. 200. doi: 0.590/S003-84782008000300034. Franklin, K. A.; Whitelam, G. C. Phytochomes and shadeavoidace responses in plants. Annals of Botany, v.96, n.2, p69 75, 2005. http://dx.doi.org/0.093/aob/mcil65 LAMAS, A. M. Floricultura tropical: técnicas de cultivo. Recife: SEBRAE, 2002. 88p. LOGES, V.; Costa, A. S.; Guimarães, W. N. R.; Teixeira, M. C. F. Potencial de mercado de bastão-do imperador e sorvetão. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental, v.4, n., p.5-22, 2008. <http://dx.doi.org/0.4295/rbho. v4i.225>. MELEIRO, Márcio. Desenvolvimento de zingiberales ornamentais em diferentes condições de luminosidade / Marcio Meleiro. - Campinas, 2003. 7 p. NASCIMENTO, A. M. P. do. Adaptação e desenvolvimento de bastão-do-imperador em Lavras-MG. Lavras: UFLA, 203. 67p. OLIVEIRA, F. A.; Carrilho, M. J. S. O.; Medeiros, J. F.; Maracajá, P. B.; Oliveira, M. K. T. Desempenho de cultivares de alface submetidas a diferentes níveis de salinidade da água de irrigação. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.5, n.8, p.77 777, 20. PACHECO, NA; BASTOS, T.X. Caracterização climática do município de Capitão Poço-PA. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 200. 7p. (Embrapa Amazônia Oriental. Documentos, 79). SCALON, S. P. Q.; SCALON FILHP, H.; MASETTO, T. S. Aspectos de germinação e desenvolvimento inicial de plântulas de aroeira. Cerne, Lavras, v.8, n.4, p.533-539, 202. SILVA, F. de A. S. e.; AZEVEDO, C. A. V. de. The Assistat Software Version 7.7 and its use in the analysis of experimental data. Afr. J. Agric. Res, v., n.39, p.3733-3740, 207. TERAO, D. et al. Flores tropicais. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2005. 225p. 6