O Caminho da Inovação Biofarmacêutica

Documentos relacionados
Porto Alegre/RS

QUÍMICA MEDICINAL. Em temos etimológicos pode considerar-se um ramo da farmacologia (de pharmakon + logos = estudo dos fármacos).

Sara Carrasqueiro Helena Vieira. Engenharia Biomédica. Um agregador de competências aplicadas na Saúde

O preço e valor do medicamento em contexto

OBJETIVOS AULA 10 DESENVOLVIMENTO DESCOBERTA. ¾ Otimização de Moléculas Bioativas. ¾ Integração com o processo de HTS

ALIANÇA PORTUGUESA PARA A PRESERVAÇÃO DO ANTIBIÓTICO (APAPA)

Curso Técnico em Zootecnia

OBJETIVOS. Processo na Indústria Farmacêutica Mercado Farmacêutico Pesquisa & Desenvolvimento Papel do Genérico

industrial poderá ser a solução para os problemas de nutrição animal, nomeadamente na aquacultura, lembra a docente da

Remédio Anticâncer: Conhecendo mais sobre a Fosfoetanolamina

Fases da pe squi qu s i a c a lín í i n c i a na i a i dú dú tr t ia far f mac êut u i t c i a

Antivirais. Profa Dra Mônica Santos de Freitas Sunday, December 2, 12

A Farmácia no Sistema de Saúde

RDC 315/05 ANÁLISES E PROCESSOS x LOCAL DE PRODUÇÃO

A POTENCIALIDADE E AS APLICAÇÕES DOS BIOFÁRMACOS

A atuação profissional do graduado em Biotecnologia.

- PARTILHA de EXPERIÊNCIAS - A Propriedade Intelectual em

Formulário de acesso a dados do Registo Nacional de Doentes Reumáticos da SPR

Pressão arterial alta

Pesquisa clínica como meio de inovação dos medicamentos

DESENVOLVIMENTO. P&D de medicamentos. P&D de medicamentos. farmacêutico. IBM1031 Bioestatística e Ensaios Clínicos. Prof. Edson Zangiacomi Martinez 1

Versão Pública DECISÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA CCENT. 62/2006 LONZA / CAMBREX I INTRODUÇÃO

MICF (5º ANO) 1º SEMESTRE

esclarecimento sobre reacções adversas INFARMED, I.P.

Origem dos Fármacos Desde os tempos antigos, os povos do mundo tinham uma ampla coleção de produtos naturais para fins medicinais;

REGULAMENTAÇÃO DE PRODUTOS BIOTECNOLÓGICOS & SUAS IMPLICAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO E A COMPETITIVIDADE DO SETOR PRODUTIVO

Disciplinas Comuns. Caetano de St António Tomé Pires Garcia da Orta Dep. Matemática da UC FEV JANEIRO

Perspectiva dos ensaios clínicos

FEVEREIRO JANEIRO. Disciplinas Comuns

PESQUISA CLÍNICA: IMPORTÂNCIA E ENTRAVES

FARMACOTÉCNICA. Glauce Desmarais

LIBBS NO CONTEXTO DA. 2º EniFarmed nov. 2008

Corte: 1 de 2 Maior estudo genético revela resistências da tuberculose

Debater o uso da fosfoetanolamina sintética para o tratamento do câncer

Portugueses testam vacina contra a malária

Fármaco 25/10/2015. Estudo da interação de drogas com. organismos vivos Propriedades dos medicamentos e seus efeitos nos seres vivos

Fármaco 05/03/2017. Estudo da interação de drogas com. Propriedades dos medicamentos e seus efeitos nos seres vivos.

FÁRMACO TECNOLOGIAS PARA A SAÚDE OBJETIVOS.

IntroduçãoàPesquisaClínica. Prof. Dr Roberto Hegg

Estudo de Caso: Processo de Produção e Novo Composto para Anemia Falciforme

Conferência Executiva Programas Nacionais e Estaduais de Fomento à Inovação em Saúde

Panorama dos Serviços de Testes Pré-clínicos no Brasil. Luciana Capanema Setembro/09

Planejamento e Síntese Molecular Prof a Marina G R Pitta

Inovação de medicamentos no Brasil. desenvolvimento

Métodos Quantitativos em Biotecnologia

NACIONAL DO MEDICAMENTO E PRODUTOS DE SAÚDE I.P. MINISTÉRIO DA SAÚDE

QUEM SOMOS EQUIPA. Aurora Simón (Diretora Técnica) Ana Paula Mendes (Farmacêutica) Fernanda Silva (Secretariado)

POR QUE A FARMA JÚNIOR?

Inovação no Complexo Industrial da Saúde

FÁRMACO. Fármacos X Drogas. Caráter ilícito. Substância química com efeito psicotrópico que pode levar o usuário à dependência física e/ou psíquica.

Gestão Farmacêutica & Farmacoeconomia

ACFB/ANF INSTITUCIONAL. Rio de Janeiro/São Paulo, 20 de março de 2019 Lauro D. Moretto

Aplicação de metodologias quantitativas para avaliação da relação benefício/risco: caso de estudo com rosiglitazona e pioglitazona

Utilidade da discussão

Planejamento e Seleção de Substâncias Bioativas Candidatas ao Tratamento da Leishmaniose Cutânea

BASE JURÍDICA OBJETIVOS RESULTADOS E EVOLUÇÃO ATUAL

DIFERENCIAÇÃO CENTRO DE PESQUISA CLÍNICA X

BIOSSIMILARES. Desafios de Produção e Regulatórios. Dario Pinto Miranda. Gerente de Biológicos e Biotecnologia

Farmacogenética e Farmacogenómica

Informação Empresarial

CURSO DE FARMÁCIA-BIOQUÍMICA CÓDIGOS DAS DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS - INTEGRAL Núcleo Comum. Anatomia Biofísica

Compromisso com as Pessoas: Mais e Melhor Vida

Despacho n.º /2000, de 10 de Agosto (DR, 2.ª Série, n.º 198, de 28 de Agosto de 2000) (Revogado pelo Despacho n.º B/2001, de 31 de Maio)

Farmácia Clínica Farmácia Clínica

Fique bem informado sobre os genéricos da Mepha

MESTRADO INTEGRADO EM BIOENGENHARIA. TRONCO COMUM 1º Ano

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS

Novas descobertas, vários ensaios clínicos em

1. O QUE É A ENGENHARIA GENÉTICA?

Diagnóstico Laboratorial A Indústria O seu Valor para a Saúde Antónia Nascimento

Entrevista com Fiavit. Manuel Valério. Sócio-Gerente. (Têxtil Fabrica de Hilos)

3ª Edição da Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo abre Candidaturas no dia 1 de fevereiro

PESQUISA CLÍNICA (PESQUISA EM SERES HUMANOS) CNS/Res 196/1996

No Brasil, de qual biossimilar necessitamos? Visão da indústria de pesquisa. Solange Nappo

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Evolução da Pesquisa Clínica no Brasil

Disponibilidade de soluções para a Protecção Fitossanitária ANIPLA - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

FITOTERAPIA NA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

BIOLOGIA SINTÉTICA: APLICAÇÕES NA INDUSTRIA FARMACÊUTICA. Acad. Marco Antonio Stephano

Genética. Aula 02 Profº Ricardo Dalla Zanna

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO GRADUAÇÃO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO CENTRO DE INFORMÁTICA

ANÚNCIO PARA ATRIBUIÇÃO DE BOLSAS DE INVESTIGAÇÃO (Ref.ª TPCR-2-00X)

Acesso à inovação: Política coerente ou maratona de obstáculos?

Química Nuclear e Radiofarmácia

Imunologia Aplicada. Sorologia

Estudo desenvolvido pela CLIMA DE INOVAÇÃO

Projecto ICATE. Curriculum vitae resumido dos membros da equipa

Instrução Normativa CTNBio nº 9, de

1 Graduação em Arquitetura 141. Urbanismo 1 Graduação em Arquitetura

RESUMOS ELABORADOS PELOS ALUNOS DO. Tema Paleontologia

CURSO: FARMÁCIA-BIOQUÍMICA PERÍODO INTEGRAL HORÁRIO DE AULAS

(Comunicações) COMUNICAÇÕES ORIUNDAS DAS INSTITUIÇÕES E DOS ÓRGÃOS DA UNIÃO EUROPEIA COMISSÃO

Alterações à parte Prioridade 1: Ciências da vida, genómica e biotecnologia para a saúde da Decisão C(2003)1952 da Comissão, de 27 de Junho de 2003

Compromisso com as Pessoas: Mais e Melhor Vida

AS REGRAS DO PROTOCOLO

Mini Curso 2: LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA Izabel Vianna Villela, PhD Miriana da Silva Machado, PhD

Métodos de Química Computacional

DGAV Direção Geral de Alimentação e Veterinária. SEMINÁRIO APICULTURA Estratégia Europeia para a Sanidade Apícola

Transcrição:

O Caminho da Inovação Biofarmacêutica

Inovação Biofarmacêutica 1. Biotecnologia e biotecnologia farmacêutica 2. Investimento em I&D 3. O processo de I&D 4. O impacto da biotecnologia 5. Casos de sucesso 6. O futuro

1. Biotecnologia e Biotecnologia Farmacêutica

Biotecnologia Definição Bio + Tecnologia Bio: uso de processos biológicos Tecnologia: resolver problemas ou fazer produtos úteis Nova Biotecnologia: uso de processos celulares ou biomoleculares para resolver problemas ou desenvolver produtos úteis

Biotecnologia Definição Processos celulares ou biomoleculares para fazer produtos capazes de diagnosticar, prevenir ou tratar doenças em humanos.

Biotecnologia Farmacêutica Aplicações Diagnóstico: identificação de compostos associados a certas doenças; diagnósticos genéticos. Prevenção: vacinas (virais e bacterianas); vacinas de DNA. Terapia: proteínas e anticorpos; terapia celular e terapia génica.

Biotecnologia Farmacêutica Palavra chave Inovação

Biotecnologia Farmacêutica Inovação na última década

Biotecnologia Farmacêutica Criação de valor

2. Investimento em Investigação e Desenvolvimento

Investimento em I&D Evolução A Indústria Farmacêutica investe 5 vezes mais em I&D do que a média das restantes indústrias.

Investimento em I&D Evolução O Investimento em I&D realizado pela Indústria Farmacêutica mais do que triplicou nos últimos 20 anos.

Investimento em I&D Evolução do n.º de aprovações

3. O processo de Investigação e Desenvolvimento

O processo de I&D Fases Descoberta Ensaios clínicos Ensaios préclínicos Comercialização

O processo de I&D Fases Descoberta Ensaios clínicos Ensaios préclínicos Comercializaçã o Os investigadores identificam um alvo para o novo medicamento, como uma molécula que se pensa estar envolvida numa determinada doença. Numa segunda fase são avaliados milhares de compostos (produzidos por síntese química ou biotecnológica, ou avaliados em computador), identificando se, assim, centenas de candidatos. Embora a maior parte destes compostos nunca venha a ser aprovado para uso em doentes, cada um deles será avaliado e comparado com as terapias existentes, sendo ainda considerados outros factores como a produção em larga escala, entre outros.

O processo de I&D Fases Descoberta Ensaios clínicos Ensaios préclínicos Comercializaçã o Os candidatos identificados na fase de descoberta são testados extensivamente por um período de 1 a 3 anos em laboratório e em modelos animais, por forma a avaliar a sua segurança e actividade biológica contra a doença. Para além disto, têm que ser estabelecidos vários tipos de testes e ensaios: Testes químicos para avaliar a pureza e estabilidade; Testes de produção para determinar os processos que terão que estar envolvidos na produção em grande escala; Testes farmacêuticos e farmacológicos (incluindo toxicidade) para determinar a dosagem, embalagem e formulação (p.ex. comprimido, injectável, etc.).

O processo de I&D Fases Descoberta Ensaios clínicos Ensaios préclínicos Comercializaçã o Antes de ser permitido testar o fármaco em humanos, as autoridades regulamentares (EMA,FDA)revêmtodaainformaçãorelativaaomesmo,deformaaassegurara protecção dos doentes, de riscos pouco razoáveis durante os ensaios. A informação a fornecer a estas entidades deverá incluir resultados de toxicologia, ensaios em modelos animais, processo de produção e os planos para os ensaios clínicos nos doentes.

O processo de I&D Fases dos Ensaios Clínicos Os ensaios clínicos dividem se normalmente em três fases, que podem demorar entre 2 e 10 anos e visam determinar a segurança e eficácia do fármaco Fase I Testa se a segurança, a possível dosagem e avalia se o mecanismo de acção. (20 a 100 voluntários saudáveis) Fase II Testa se a eficácia do fármaco comparativamente a placebo, continua se a avaliar a segurança, procuram se efeitos secundários e determina se a dosagem e via de administração. (100 a 500 voluntários com a doença que se pretende tratar) Fase III O fármaco é testado em grande escala para determinar a eficácia e identificar efeitos secundários. (1000 a 5000 doentes)

O processo de I&D Fases Descoberta Ensaios clínicos Ensaios préclínicos Comercialização Aprovação para comercialização (EMA, FDA) As entidades regulamentares revêm os resultados dos ensaios clínicos e a documentação submetida pela empresa, decidindo após avaliação se os dados justificam ou não a aprovação do novo fármaco para uso humano.

O processo de I&D Do laboratório ao Doente Ciclo de descoberta de novos produtos muito extenso (pelo menos 10 anos) Elevado custo: 2,6 mil milhões USD Maior fatia dos custo de I&D refere se aos ensaios clínicos < 12% dos produtos que realizam ensaios clínicos de Fase I chegam de facto ao mercado

O processo de I&D Sucesso comercial Valor actual das vendas totais dos produtos introduzidos no mercado entre 1991 e 2009 Apenas 2 em cada 10 medicamentos aprovados geram receitas que excedem a média dos custos do seu desenvolvimento

4. O impacto da Biotecnologia

Impacto da Biotecnologia Descoberta de novos produtos

Impacto da Biotecnologia Produtos aprovados

Impacto da Biotecnologia Produtos em desenvolvimento Mais de 900 produtos biológicos em desenvolvimento em 2013

5. Casos de sucesso

Indústria Farmacêutica Casos de Sucesso

Indústria Farmacêutica Casos de Sucesso

Indústria Farmacêutica Casos de Sucesso

6. O Futuro

Indústria Farmacêutica O Futuro Medicina personalizada

Indústria Farmacêutica O Futuro Novas estratégias terapêuticas

Indústria Farmacêutica Factos Apenas 12% dos produtos que entram em ensaios clínicos chega ao mercado. Os custos de lançamento de um novo fármaco têm vindo a aumentar significativamente nas últimas décadas, de 138 milhões de dólares nos anos 70, até aos mais de 2,5 mil milhões de dólares actualmente. Dos fármacos aprovados, apenas 2 em 10 recuperam o investimento realizado em I&D. Em 2014 as empresas investiram cerca de 51 mil milhões de dólares em I&D biofarmacêutico. Actualmente existem mais de 300 produtos biotecnológicos em ensaios clínicos. A indústria farmacêutica é a mais I&D intensiva, sendo que, em média, alocam 21% das vendas na descoberta de novos fármacos, percentagem que se encontra muito acima de qualquer outro sector da economia.

APIFARMA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA Rua Pêro da Covilhã, 22 1400 297 Lisboa Portugal T. 213 005 080 E. board@apifarma.pt I. www.apifarma.pt