o MODELO DE WEIBULL, PARA DISTRIBUIÇOES DE VELOCIDADE DO VENTO,



Documentos relacionados
Dayan Diniz de Carvalho Graduando Dept Meteorologia/UFRJ e Bolsista do LNCC/CNPq ddc@lncc.br

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O POTENCIAL EÓLICO DE NATAL-RN E UBERLÂNDIA-MG

PRÓ-TRANSPORTE - MOBILIDADE URBANA - PAC COPA CT /10

Avaliação do potencial eólico em três localidades cearenses

CLASSIFICAÇÃO E INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA EM VASSOURAS - RJ

de Piracicaba-SP: uma abordagem comparativa por meio de modelos probabilísticos

CORRELAÇÃO ENTRE DADOS DE VENTO GERADOS NO PROJETO REANALYSIS DO NCEP/NCAR E OBSERVADOS EM REGIÕES DO ESTADO DO CEARÁ.

DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DE APOSENTADORIA - FORMAÇÃO DE CAPITAL E ESGOTAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES

ANÁLISE DA CORRELAÇÃO TEMPORAL DA VELOCIDADE DO VENTO

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A PRECIPITAÇÃO REGISTRADA NOS PLUVIÔMETROS VILLE DE PARIS E MODELO DNAEE. Alice Silva de Castilho 1

PRÓ-TRANSPORTE - MOBILIDADE URBANA - PAC COPA CT /10

ESTIMATIVA DOS PARÂMETROS "C" E "K" DO MODELO DE WEIBULL E DA DIREÇÃO DOS VENTOS PARA CAMPO GRANDE E DOURADOS / MS, BRASIL.

Mamão Hawai uma análise de preços e comercialização no Estado do Ceará.

'LVWULEXLomR(VWDWtVWLFDGRV9DORUHV([WUHPRVGH5DGLDomR6RODU *OREDOGR(VWDGRGR56

DISTRIBUIÇÃO DOS VALORES MÉDIOS ANUAIS DA RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL, PARA A CIDADE DE PELOTAS/RS

MERCOFRIO 2000 CONGRESSO DE AR CONDICIONADO, REFRIGERAÇÃO, AQUECIMENTO E VENTILAÇÃO DO MERCOSUL

VARIAÇÃO ESTACIONAL DE PREÇOS DA MAMONA NO PARANÁ INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 10 BALANÇO HÍDRICO SEGUNDO THORNTHWAITE E MATHER, 1955

BLOQUEIOS OCORRIDOS PRÓXIMOS À AMÉRICA DO SUL E SEUS EFEITOS NO LITORAL DE SANTA CATARINA

Figura 18. Distâncias das estações em relação ao Inmet e Mapa hipsmétrico

DISTRIBUIÇÃO HORÁRIA DA IRRADIÂNCIA SOLAR DIRETA, MÉDIA MENSAL, SOBRE UMA SUPERFÍCIE HORIZONTAL, EM VIÇOSA, MG 1 M. J. H. DE SOUZA 2, A. R.

CLASSIFICAÇÃO E INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA EM ITAPERUNA - RJ

VARIAÇÃO DIÁRIA DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA EM BELÉM-PA EM UM ANO DE EL NIÑO(1997) Dimitrie Nechet (1); Vanda Maria Sales de Andrade

VARIAÇÃO DA AMPLITUDE TÉRMICA EM ÁREAS DE CLIMA TROPICAL DE ALTITUDE, ESTUDO DO CASO DE ESPIRITO SANTO DO PINHAL, SP E SÃO PAULO, SP

VARIAÇÃO TEMPORAL DAS ONDAS DE CALOR NA CIDADE DE PELOTAS-RS

Alturas mensais de precipitação (mm)

FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA DO NÚMERO DE DIAS COM CHUVA PARA A REGIÃO DE MARINGÁ

DELEGACIA REGIONAL TRIBUTÁRIA DE

IV SISTEMATIZAÇÃO DE DADOS PLUVIOMÉTRICOS PARA A REGIÃO DO MUNICÍPIO DE JOINVILLE/SC

p-1 q-1 v - a Γ(p + q) Γ(p)Γ(q) v - a f(v) = 1 1- b - a b - a (b - a)

: montante de energia elétrica vendida no mês m na série i em MWmed;

A normalidade em função do arredondamento e baixa discriminação dos dados.

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

COMPORTAMENTO DOS ÍNDICES DO ESTADO TRÓFICO DE CARLSON (IET) E MODIFICADO (IET M ) NO RESERVATÓRIO DA UHE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES, TOCANTINS BRASIL.

COMPARAÇÃO ENTRE MEDIDAS DE VELOCIDADE DO VENTO EM RIO GRANDE, RS, DE 2001 A 2006

ESTIMATIVA DA RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL PARA O MUNICÍPIO DE CAROLINA-MA

Amilcar Guerreiro Diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais Empresa de Pesquisa Energética - EPE

CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA DA ZONA LESTE DE SÃO PAULO, UM EXEMPLO DE INTERAÇÃO ENTRE A EACH-USP E O BAIRRO JARDIM KERALUX

TABELA PRÁTICA PARA CÁLCULO DOS JUROS DE MORA ICMS ANEXA AO COMUNICADO DA-46/12

GDOC INTERESSADO CPF/CNPJ PLACA

Análise da Freqüência das Velocidades do Vento em Rio Grande, RS

EQUAÇÃO DE CHUVAS INTENSAS PARA O MUNICÍPIO DE JOAÇABA/SC

USO DO SOFTWARE WINDOGRAPHER PARA ESTIMATIVAS DA VELOCIDADE DO VENTO EM ALTITUDE NUMA REGIÃO DO LITORAL CEARENSE

PESQUISA DO MERCADO IMOBILIÁRIO EM BELO HORIZONTE: ALUGUÉIS

DATA DIA DIAS DO FRAÇÃO DATA DATA HORA DA INÍCIO DO ANO JULIANA SIDERAL T.U. SEMANA DO ANO TRÓPICO

Treinamento para o Guia de M&V 1.2. Apostila. Parte 1 Revisão de M&V. 1.2 Terminologia da M&V

6 Construção de Cenários

Energia Elétrica: Previsão da Carga dos Sistemas Interligados 2 a Revisão Quadrimestral de 2004

Caracterização da Variabilidade do Vento no Aeroporto Internacional de Fortaleza, Ceará. Parte 2: Análise da Velocidade

CARACTERIZAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO MUNICÍPIO DE MARECHAL DEODORO AL, NO PERÍODO DE 1978 A 2005.

Análise da distribuição da velocidade dos ventos em Piracicaba/SP

INFLUÊNCIA DE FASES EXTREMAS DA OSCILAÇÃO SUL SOBRE A INTENSIDADE E FREQUÊNCIA DAS CHUVAS NO SUL DO BRASIL

COMPARAÇÃO DOS ELEMENTOS CLIMÁTICOS OBSERVADOS NAS ESTAÇÕES DOS AEROPORTOS DE GUARULHOS, CONGONHAS, CAMPINAS E SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

CARACTERIZAÇÃO DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NA REGIÃO SUL NA CIDADE DE GOIÂNIA GOIÁS

VARIAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NA BACIA DO RIO SOROCABA-SP

PREVISÃO CLIMÁTICA TRIMESTRAL

Data Moeda Valor Vista Descrição Taxa US$ 07-Jul-00 Real 0,5816 Sem frete - PIS/COFINS (3,65%) NPR 1,81 14-Jul-00 Real 0,5938 Sem frete - PIS/COFINS

ESTUDO DO TEMPO DE DETENÇÃO HIDRÁULICO (TDH) EM REATORES UASB E SUA RELAÇÃO COM A EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO DE DBO

Prof. Reinaldo Castro Souza (PhD) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

ANALISE DA DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA DA PRECIPITAÇÃO MENSAL E ANUAL PARA A CIDADE DE IGUATU-CE 1

Boletim Climatológico Mensal Fevereiro de 2010

GERÊNCIA EDUCACIONAL DE FORMAÇÃO GERAL E SERVIÇOS CURSO TÉCNICO DE METEOROLOGIA ESTUDO ESTATISTICO DA BRISA ILHA DE SANTA CATARINA

DATA WAREHOUSE PARA ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS ERROS DETECTADOS NO SISTEMA DE ASSIMILAÇÃO DE DADOS DO CPTEC/INPE

COMUNICADO SDG Nº 02/2013

Vetores Aleatórios, correlação e conjuntas

TABELA PRÁTICA PARA CÁLCULO DOS JUROS DE MORA ICMS ANEXA AO COMUNICADO DA-87/12

CLIMA da REGIÃO de GOIÂNIA

SINAIS DE LA NIÑA NA PRECIPITAÇÃO DA AMAZÔNIA. Alice M. Grimm (1); Paulo Zaratini; José Marengo

VARIABILIDADE DO VENTO NA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO DURANTE A OCORRÊNCIA DA ZCAS

COMENTÁRIOS. Em maio, o emprego na indústria recuou 0,5% frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, oitavo resultado negativo

2 Caracterização climática da região Amazônica 2.1. Caracterização da chuva em climas tropicais e equatoriais

PESQUISA ADEMI DO MERCADO IMOBILIÁRIO

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1 - OPERACOES DE CREDITO (milhões de R$) Ano I Nov/13. Fonte: ESTBAN, Banco Central do Brasil

- Gestão Financeira 1 -

PESQUISA DO MERCADO IMOBILIÁRIO EM BELO HORIZONTE: ALUGUÉIS

Atlas do Potencial Eólico do Estado do Paraná

Figura 1 Localização da bacia do rio São Francisco. Fonte:< Acessado em 01/02/2009.

Utilizando-se as relações entre as funções básicas é possível obter as demais funções de sobrevivência.

DESEMPENHO DA HOTELARIA DE SALVADOR

EFEITO DAS VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS NA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA DO SUBMÉDIO DO VALE SÃO FRANCISCO

Comparação entre dados de precipitação obtidos por satélites e por pluviômetros no Vale do Paraíba

COMPARAÇÃO DOS TESTES DE ADERÊNCIA À NORMALIDADE KOLMOGOROV- SMIRNOV, ANDERSON-DARLING, CRAMER VON MISES E SHAPIRO-WILK POR SIMULAÇÃO

Boletim climatológico mensal novembro 2011

BOLETIM CLIMATOLÓGICO ANUAL DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DO IAG/USP

Alegre-ES, CEP.: , Caixa Postal 16,

Tabela 01 Mundo Soja Área, produção e produtividade Safra 2009/10 a 2013/14

AJUSTE DE SEIS DISTRIBUIÇÕES DENSIDADE DE PROBABILIDADE A SÉRIES HISTÓRICAS DE TEMPERATURA MÉDIA MENSAL, EM MOSSORÓ/RN.

MARÇO/2011 Ano XII - Nº 135

UTILIZANDO O HISTOGRAMA COMO UMA FERRAMENTA ESTATÍSTICA DE ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE ÁGUA TRATADA DE GOIÂNIA

Variação Estacional de Preços de Cebola nos CEASAs de Minas Gerais

Modelagem do total de passageiros transportados no aeroporto internacional de Belém: Um estudo preliminar

ESTIMATIVA DA RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL EM SERRA NEGRA DO NORTE/RN

Nº 011 Novembro/ Nº de usinas

Capítulo 02. Balanço Hídrico pelo método de Thornthwaite-Mather, 1955

ASPECTOS METEOROLÓGICOS ASSOCIADOS A EVENTOS EXTREMOS DE CHEIAS NO RIO ACRE RESUMO

Safra 2016/2017. Safra 2015/2016

Transcrição:

593 o MODELO DE WEIBULL, PARA DISTRIBUIÇOES DE VELOCIDADE DO VENTO, NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Elza Correia Sucharov (1) Margarete O. Domingues (2) Ana Lucia M. da Silva (1) (1) Departamento de Meteorologia/UFRJ (2) Universidade Estadual Paulista R E S U M O Os parâmetros de escala e de forma da distribuição de Weibull foram determinados para 10 locais do Estado do Rio de Janeiro, a partir das 3 observações diárias do vento, usando-se o método do minimos quadrados. Os resultados mostraram que o modelo de Weibull descreve adequadamente as distribuições observadas da velocidade do vento nos locais estudados. INTRODUÇÃO do vento e O conhecimento da distribuição de frequência da velocidade necessário para o desenvolvimento de sistemas de conversão de energia eólica em energia elétrica ou mecânica além da sua utilização em projetos de estruturas na engenharia civil. Nos recentes anos vários pesquisadores têm trabalhado no sentido de desenvolver um modêlo estatistico adequado para descrever a distribuição de frequência da velocidade do vento.' O modelo estatistico que melhor representa a distribuição da velocidade do vento, segundo as vantagens citadas em Hennessey (1977) e confirmadas nos trabalhos de Justus et alo (1978), Takle e Brown (1978), Conradsen et alo (1984), Exell (1985), Gupta (1986), entre outros, e o modelo de Weibull. Com base na metodologia apresentada nestes trabalhos, utilizou-se a distribuição de Weibull-2 parâmetros para estudar o comportamento da distribuição da velocidade do vento em 10 Estado do Rio de Janeiro. locais do MATERIAL Os dados utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo Banco de Dados Globais da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil e pelo Instituto Nacional de Meteorologia. Consistem de dados diários de velocidade do vento nos horários 00, 12 e 18 UTC, medidos a urna altura de 10 metros. As estacões utilizadas estão listadas na Tabela 1.

594 Tabela 1 - Localização das estações e período de observação Estação Latitude (sul) Longitude (oeste) Altitude (m) Período (anos) Cabo Frio 22 52 42 01 3,0 1964/80 Ilha Rasa 23 04 43 09 7,5 1958/85 Ponta da Armação 22 53 43 08 2,0 1963/85 são Pedro d'a1deia 22 49 42 06 11,0 1976/85 Angra dos Reis 23 01 44 19 2,0 1984/88 Campos 21 45 41 20 11,0 1984/88 Aterro do Flamengo 22 55 43 10 5,0 1976/85 Itaperuna 21 13 41 53 124,0 1984/88 Resende 22 28 44 27 440,0 1984/88 Vassouras 23 24 43 40 437,0 1984/88 METODOLOGIA vento é A distribuição de weibull-2 parâmetros para a expressa pela função densidade de probabilidade p(v) dv = (k/c) (V/c)k-1 exp [_(V/c)k ] dv velocidade do sendo a função de probabilidade acumulada dada por Vi p(v'::vi) =1 p(v) o dv = 1 - exp[-(vi/c)k] onde c e o fator de escala em unidades de velocidade do vento e k é o fator de forma, admensional. Os parâmetros c e k, conforme discutido em Justus et ai. (1978), podem ser determinados a partir da transformação da eq.(2) na forma linear In(-ln(l-P)) = k In C k In V, que pode ser representada pela reta Y = a + b X, onde Y = In(-ln(l-P)), X = In V, a = - k In c e b = k. Assim, a determinação dos parâmetros c e k fica condicionada ao cálculo dos coeficientes a e b da reta. Esses podem ser obtidos pelo método dos mínimos quadrados aplicado ao conjunto de dados X =ln V i e Y = In (-In (l-p i )) obtidos dos valores Vi e Pi que, por sua vez, sao determinados a partir das séries observadas da velocidade do vento distribuídas em n intervalos de classes com suas respectivas frequências. O grau de aderência das séries observadas ao modelo de Weibull é verificado pelo erro residual, Justus et ai. (1976), calculado por E2 = E [Pobs (V'::Vi) - Pcal(V':: Vi)]2 i

595 RESULTADOS A Tabela 2 apresenta os valores mensais dos parâmetros k (forma), c (escala), e o erro residual, calculados com base nas distribuições de frequência da velocidade do vento observadas nas estações e períodos citados na Tabela 1 e segundo a metodologia descrita. Tabela 2 - Parâmetros c(m/s) e k da distribuição de Weibull e Erro residual, E(%) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano c 1.1 1.0 0.7 0.8 0.3 0.5 0.5 0.7 1.0 1.0 1.3 1.2 0.8 1 k 1.2 1.1 1.0 1.0 0.7 0.8 0.8 1.0 1.1 1.1 1.3 1.2 1.0 E 6.0 4.2 5.1 1.6 1.1 3.9 3.0 3.4 6.7 4.9 5.2 4.7 4.2 c 3.6 3.5 3.4 3.2 3.2 3.2 3.3 3.4 3.5 3.2 3.7 3.6 3.4 2 k 1.6 1.6 1.7 1.6 1.8 1.9 1.9 1.8 1.7 1.7 1.7 1.7 1.8 E 11. O 13.0 10.0 6.8 5.8 3.9 3.3 5.9 8.2 9.5 8.5 9.8 6.3 c 5.1 5.3 4.9 4.2 4.4 4.6 4.9 5.7 6.1 5.5 5.4 5.2 5.1 3 k 1.7 2.2 1.9 1.5 1.9 1.5 1.6 1.6 2.0 2.0 2.0 1.6 1.8 E 4.4 7.6 6.9 5.4 3.8 5.9 6.7 6.9 9.5 6.2 6.9 4.9 6.3 c 2.6 2.6 4 k 1.9 1.7 E 2.7 7.8 2.1 2.2 1.9 1.8 1.9 1.7 1.8 1.6 1.5 1.5 4.5 4.8 4.2 2.1 6.4 2.3 2.7 2.8 1.8 1.9 2.0 5.2 5.0 4.0 2.8 1.9 3.9 2.6 2.3 1.9 1.8 2.3 4.6 c 4.2 4.3 5 k 1.4 1.3 E 2.0 2.0 4.2 4.6 4.7 4.8 5.1 1.4 1.4 1.4 1.4 1.5 2.1 1.0 2.1 0.7 0.6 5.5 5.8 5.6 5.0 1.5 1.6 1.6 1.5 1.3 5.9 4.2 6.2 4.8 4.9 1.4 1.4 6.2 2.6 c 1.1 1.0 1.2 1.0 1.4 1.0 1.1 1.4 1.9 1.6 1.2 1.2 6 k 1.0 1.0 1.3 1.1 1.0 1.3 1.0 1.1 1.1 1.3 1.1 1.0 1.1 E 0.7 3.1 5.6 2.1 5.0 2.1 6.7 6.7 9.5 7.6 2.8 4.4 c 3.2 3.1 7 k 1.3 1.3 E 3.0 4.1 2.9 2.6 2.4 2.9 2.4 1.2 1.2 1.3 1.4 1.2 2.8 1.3 0.6 2.2 2.2 2.5 3.2 3.4 3.4 1.2 1.4 1.5 1.4 3.5 2.0 4.8 1.5 3.3 2.9 1.3 1.3 1.9 2.5 c 1.2 1.2 8 k 1.1 1.1 E 2.6 2.4 1.3 1.0 1.1 0.8 1.1 1.0 0.8 3.3 2.5 5.9 1.2 1.0 2.4 1.2 1.5 1.0 1.2 4.2 5.9 1.7 1.3 7.0 1.8 1.2 5.3 1.4 1.0 1.4 1.1 3.6 c 5.0 6.1 9 k 1.8 2.0 E 6.6 10.7 5.1 4.3 4.6 4.6 5.2 1.8 1.5 1.6 1.7 1.8 7.2 6.3 6.5 6.2 6.0 5.8 5.9 6.4 5.6 1.7 1.8 2.0 1.9 7.1 7.7 7.4 6.0 5.3 5.3 1.8 1.8 7.6 7.1 c 1.3 10 k 1.0 E 12.6 1'.1 9.7 0.8 0.8 6.0 7.0 4.5 0.7 1.3 1.6 1.1 2.0 1.6 1.4 1.3 0.8 1.0 1.1 1.1 1.1 1.1 1.0 1.0 5.8 11.8 13.2 17.8 16.5 14.9 14.9 11.2 (1) Angra dos Reis; (2) Aterro do Flamnengo; (3) Cabo Frio (4) Campo~, ) Ilha Rasa; (6) Itaperuna; (7) Ponta da Armação (8) Resende; (9) são Pedro da Aldeia; (10) Vassouras

596 Deve-se observar que essas estatísticas sao baseadas em apenas 3 observações diárias e, portanto, podem nao estar contabilizando calmarias, rajadas e velocidades mais altas que sao passíveis de ocorrer entre esses horários de observação. Entretanto, LaIas et alo (1983), analisando dados de vento da Grécia, nao encontraram diferenças significantes entre as estatísticas anuais da energia do vento ao usarem 3, 8 ou 24 observações diárias. Da análise da Tabela 2, verifica-se que para a maior parte das estações, k varia entre 1 e 2 ocorrendo, entretanto, valores inferiores a 1 em Angra dos Reis, Resende e Vassouras, nos meses de outono e inverno quando a frequência de ventos fracos e alta. Verifica-se, ainda, que existe pouca variação sazonal no parâmetro k, com valores ligeiramente menores para os meses de inverno em algumas estações. Justus et alo (1976) observam que o valor de k e inversamente relacionado a variância da velocidade do vento em torno da velocidade média, o que implica em baixas variâncias se k é alto e vice-versa. Valores de k semelhantes a estes foram encontrados por Justus et ai. (1976), (I.l~ k~2,6), para os E.D.A., por Gupta et ai. (1986), (1.5~k~3.7), para diversas localidades da índia, por Lalas et ai. (1983), (0.86~k~I.5), para a Grécia e por Exell (1985), (1.0~k~1.9), para a Tailândia. De acõrdo com os valores do parâmetro de forma, segue que a forma da distribuição de Weibull para o grupo de estações com 1<k<2 e assimétrica com assimetria à direita enquanto as demais com k<l tem a forma de uma função decrescente. O parâmetro c varia no intervalo O. 3 ~ c":: 6.3 m/s, com valores mínimos no inverno. Esses resultados estão na mesma faixa dos valores encontrados nos trabalhos citados no parágrafo anterior. Dos valores encontrados para c pode-se separar as estações analisadas em três grupos: (I) Ilha Rasa, Cabo Frio e são Pedro d'aldeia: 4,2 < C < 6,3 (11) Ponta da Armação e Aterro do Flamengo: 2,4 < C < 3,7 (111) Angra, Campos, Itaperuna, Resende e Vassouras: 0,3 < C < 2,8 O primeiro grupo, com os maiores fatores de escala, e o que apresenta as velocidades de vento mais altas. Por outro lado, as estações do grupo 111 têm uma probabilidade alta de ocorrência de vento fracos em praticamente todos os meses do ano. Considerando os valores de c e k, médios anuais, para os três grupos tem-se que a probabilidade média de ocorrencia de valores maiores que 3,5 m/s é de 60 % no grupo I, de 31 % no grupo 11 e de 8% no grupo 111.

597 A aderência do modelo de Weibull aos dados de velocidade do vento para os locais estudados foi verificada através do cálculo do erro residual, Tabela 2. Observa-se que as probabilidades observadas e as calculadas pela distribuição de Weibull diferem em menos de 10%, com exceçao das estações de Vassouras e Aterro do Flamengo em que o erro superou esse valor em alguns meses. Por outro lado, deve-se mencionar que esses resultados sao fortemente influenciados pelos desvios entre as probabilidades calculadas e observadas no intervalo de velocidade entre 5.0 e 10.0 m/s. CONCLUSÃO O método dos mínimos quadradros aplicado à distribuição de frequência da velocidade do vento, é uma boa opção para o cálculo dos parâmetros da distribuição de Weibull. A distribuição de Weibull com os parâmetros c e k estimados, representaram, satisfatoriamente, as frequências mensais da velocidade do vento nos locais estudados. BIBLIOGRAFIA Conradsen,K; Nielsen, L.B.; Prahm,L.P. Review of Weibull statiscics for estimation of wind speed distributions. Journal of Climate and Applied Meteor. ~(8), 1173-1183, ~984. Exell, R,H,B. The Wind Energy Potential of Thailand. Solar Energy, l2.(1),3-13, 1985. Gupta, B.K. Weibull parameters for annual and monthly wind speed distributions for five locations in India. Solar Energy, 12(6), 469-471, 1986. Hennessey, J.P. Some aspects of wind power statistics. Journa1 Applied Meteorology, ~(2), 119-128, 1977. Justus, C.G.; Hargraves, W.R.; Ali Yacin. Nationwide assessment of of potential output from wind powered generators. Journal Applied Meteorology,l2(7), 673-678, 1976 Justus, C.G.; Hargraves, W.R., Mikail, A. Graber, D. Methods for estimating wind speed frequency distributions. Journal Appllied Meteorology, 12(3) 350-353, 1978. LaIas, D.P.; Tselpidaki, H; Theoharatos, G. An analysis of wind power p0~ontial in Greece. Solar Energy, 30(6), 497-505, 1983. Takle, E.S.; DLUwn, J.M. Note on the use of Weibull statistics to characterize wind speed data. J.Appl.Meteor., Vol.17, pp. 556-559, 1978.