PALAVRAS CHAVES: Sistema S, gerenciamento, contratos, licitações, Sistema de Registro de Preço, eficiência e economicidade.



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Transcrição:

DO SESC 1252/2012. SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇO A LUZ DO REGULAMENTO POLIANA FERNANDES SOBRINHO 1 RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo, evidenciar o instituto do Sistema de Registro de Preço aos olhos do Regulamento do Sistema S, com fito de se verificar a eficiência da referida ferramenta nas contratações das referidas Entidades, considerando algumas peculiaridades incorporadas pelos princípios da eficiência e economicidade, o planejamento e a organização, através de um instrumento desburocratizado que possibilita uma melhor logística por parte dos gestores. Traçaremos uma linha de raciocínio, passando pela visão do processo licitatório e por consequência o Sistema de Registro de Preço, que será tratado de forma individual, conforme artigo 33 do Regulamento 1252/2012. PALAVRAS CHAVES: Sistema S, gerenciamento, contratos, licitações, Sistema de Registro de Preço, eficiência e economicidade. 1 SOBRINHO, Poliana Fernandes. Acadêmica Pós Graduação Direito e Gestão das Entidades Sociais Autônomas. 1

INTRODUÇÃO Serviços sociais autônomos são Entidades instituídas por lei, atuam em conjunto com Estado, tem personalidade de direito privado, não integram a Administração publica direta e indireta e não têm fins lucrativos. que: Em razão da atuação destas Entidades, entende o Tribunal de Contas A fiscalização a ser exercida sobre esses entes deve se ater mais à efetividade na concretização de seus objetivos e metas do que à observância dos estritos procedimentos da Lei nº 8.666/93, sendo permitida a elaboração de regulamentos internos de licitações e contratos com procedimentos simplificados e adequados às especificidades daquelas entidades, obviamente respeitados os princípios constitucionais e legais aplicáveis à despesa pública. 2 Portanto, sua atuação e consequente função social vêm justificar suas compras e contratações por meio de licitação. Utilizando-se de táticas de planejamento e previsão de gastos, no intuito de aperfeiçoar sua atuação nas praticas dos procedimentos licitatórios. Com a alteração em seu regulamento de contratos e licitação corrido em 6 de junho de 2012, onde se buscou estabelecer melhores condições de atuação em suas contratação, sendo nas compras e serviços. Acrescendo um capitulo no referido regulamento sobre Registro de Preço, dando maior sustentação nas atuações gerenciais de seus agentes. Buscaremos demonstrar que o referido sistema propôs uma melhor adequação de atuação fase aos princípios da economicidade e da eficiência, verificaremos as tantas possibilidades apresentadas e propostas pelo Sistema em comento, um modelo desburocratizado na forma de contratação, tentaremos demonstrar o que é de fato o Sistema de Registro de Preço, como se procede às contratações através do referido sistema, se é de fato eficiente e menos invasivo ao erário da entidade. 2 TCU. Acórdão 139/1999 - Primeira Câmara. Min. Rel. Marcos Vilaça. 2

Verificaremos as perspectiva de utilização do Sistema de Registro de Preço nas modalidades de licitação, sua operacionalização nos processos de contratação, em face de legislação especifica das entidades do Sistema S, bem como as recorrentes recomendações do Tribunal de Contas da União, no sentido de dar-se preferência a este Sistema de contratação. As relações estabelecidas pela entidade com o ente particular confronta diretamente a eficiência das atividades gerenciais, em função do rigorismo formal no sistema de contratação, através dos procedimentos licitatórios, em muitos casos se torna inviável e são mais dispendiosas ao erário. Diante dos fatos tentaremos demonstrar quais vantagens o Sistema de Registro de Preço pode propiciar a atuação dos agentes, descaracterizando a inviabilidade de contratação dos particulares para com as entidades. Encorajando e motivando a participação destes nos procedimentos licitatórios, que busca suprir suas necessidades de contratação. Sendo, portanto, um aliado na gestão eficiente e igualmente econômica aos cofres das entidades. 2. LICITAÇÃO NO SISTEMA S seguintes termos: Impossível iniciar este trabalho, sem antes conceituar licitação, nos A Administração Pública quando pretendem adquirir, alienar, locar bens, contratar a execução de obras ou serviços de engenharia, necessitam adotar um procedimento minucioso legalmente vinculado. A este processo dá-se o nome de licitação. 3 Na mesma perspectiva, entende o Tribunal de Contas da União: 11. Obviamente que isso não implica descuidar de regras basiladoras da ação institucional, embora as entidades do Sistema S sejam dotadas de personalidade jurídica de direito privado, são entres que prestam serviço de interesse público ou social, beneficiadas com recursos oriundos de contribuições parafiscais pelas quais hão de prestar contas à sociedade. 4 3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2004. p. 205. 4 ROCHA, Ministro Relator Lincoln Magalhães da. Julgado Tribunal de Contas da União. Acordão 7/2002 Plenario. 3

Por sua vez, Gasparini assim a define: A licitação pode ser conceituada como o procedimento administrativo através do qual a pessoa a isso juridicamente obrigada seleciona, em razão de critérios objetivos previamente estabelecidos, de interessados que tenham atendido à sua convocação, a proposta mais vantajosa para o contrato ou ato de seu interesse. 5 Procedimento que antecede à contratação, visando obter a proposta mais vantajosa de forma a assegurar igualdade entre os participantes interessados, através de condições pré-estabelecidas em instrumento convocatório, como se vê: Art. 2º A licitação destina-se a selecionar a proposta mais vantajosa para o SESC e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos, inadmitindo-se critérios que frustrem seu caráter competitivo. 6 Em busca dos fins estabelecidos pelo processo licitatório, através de observância as normas e preceitos que motivam as interpretações das demais regras jurídicas, a fim de sanar alguma lacuna e ainda trazer a consonância aos atos praticados pelos entes administrados. Segundo José A. da Silva: São preceitos que tutelam situações subjetivas de vantagem ou de vínculo, ou seja, reconhecem, por um lado, a pessoas ou entidades a faculdade de realizar certos interesses por ato próprio ou exigindo ação ou abstenção de outrem, e, por outro lado, vinculam pessoas ou entidades à obrigação de submeter-se às exigências de realizar uma prestação, ação ou abstenção em favor de outrem. 7 Em uma analise ampla o outro, considerar-se, como sendo precedentes as normas, segundo ainda J. Afonso da Silva, que completa: "ordenações que se irradiam e imantam os sistemas de normas." 8 5 GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. 6 RESOLUÇÃO SESC n.º 1.252/2012, de 06/06/2012. Regulamento de licitações e contratos do sistema S. publicada no Diário Oficial da União, em 27 de julho de 2012. 7 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 9 ed. São Paulo:Malheiros, 1994. 8 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 9 ed. São Paulo:Malheiros, 1994, p. 84 e 85. 4

Vale salientar, que todos os princípios relacionados explicito e tacitamente no artigo 2º da resolução do Sesc citado acima, deveram ser norteadores de todos os procedimentos exercitados por seus agentes, sendo estes, responsáveis por propiciar harmonia na aplicação dos princípios, visto que estes se relacionam e se comunicam de forma a um depender do outro, ou seja, um é consequência um do outro. E por fim, expõe Julieta Mendes: Princípios são preceitos informativos, os fundamentos que integram um determinado sistema, de forma que as regras editadas devem estar respaldadas nesses princípios, sob pena de afronta ao ordenamento jurídico. 9 O procedimento licitatório, será estabelecido pela maneira ou modo que se provir, sendo pra tanto adotado a modalidade 10 que se consagre com objetivo pretendido. Seja pelo valor estimado 11 para contratação, seja pelas características do objeto pretendido, como se vê no Capitulo III do Regulamento, que trata das modalidades, limites e tipos, no artigo 5º e incisos, vejamos: Art. 5º São modalidades de licitação: I - CONCORRÊNCIA - modalidade de licitação na qual será admitida a participação de qualquer interessado que, na fase inicial de habilitação, comprove possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no instrumento convocatório para a execução de seu objeto; II - CONVITE - modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, escolhidos e convidados em número mínimo de 5 (cinco), com antecedência mínima de 2 (dois) dias úteis, cujo instrumento convocatório será afixado em local apropriado, com a finalidade de possibilitar a participação de outros interessados; 9 VERESCHINI, Julieta Mendes Lopes. Licitações e Contratos no Sistema S. 2. ed. Curitiba:Editora JML, 2008, p.347. 10 forma ou característica que será realizada a licitação. 11 Artigo 6º do Regulamento do Sesc: Art. 6 São limites para as dispensas e para as modalidades de licitação; I para obras e serviços de engenharia: A) DISPENSA até R$ 79.000,00 (setenta e nove mil reais); B) CONVITE até R$ 1.179,000,00 ( um milhão, cento e setenta e nove mil reais); C) CONCORRÊNCIA acima de R$ 1.179,000,00 ( um milhão, cento e setenta e nove mil reais). II para compras e demais serviços: A) DISPENSA até R$ 44.000,00 (quarenta e quatro mil reais); B) CONVITE até R$ 395.000,00 (trezentos e noventa e cinco mil reais); C) CONCORRÊNCIA acima de R$ 395.000,00 (trezentos e noventa e cinco mil reais). III para as alienações de bens, sempre precedidas de avaliação: A) DISPENSA até R$ 44.000,00 (quarenta e quatro mil reais); B) LEILÃO OU CONCORRÊNCIA, dispensável nessa a fase de habilitação - acima de R$ R$ 44.000,00 (quarenta e quatro mil reais). 5

III - CONCURSO - modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores; IV - LEILÃO - modalidade de licitação entre quaisquer interessados, para a venda de bens, a quem oferecer maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação; V - PREGÃO modalidade de licitação entre quaisquer interessados para aquisição de bens e serviços, qualquer que seja o valor estimado da contratação, realizada em sessão pública, podendo ser presencial, com propostas impressas e lances verbais, ou no ambiente Internet, com propostas e lances eletrônicos, vedada a sua utilização para contratação de obras e serviços de engenharia. Conforme determina o artigo 5º, cada modalidade possui sua peculiaridade, ficando, portanto, o gestor, comprometido a adotar a modalidade mais acertada para cada contratação, observando sempre o valor previsto, a complexidade de cada objeto, a possibilidades de outras contratações do gênero, a fim de evitar a figura do fracionamento irregular, podendo sugerir, possível interesse em burlar o sistema licitatório. Uma gestão planejada e estruturada, evita direcionamentos inadequados aos procedimentos licitatórios, visando sempre a busca pela execução amparada nos princípios da: isonomia, publicidade, eficiência e economicidade, produzindo um certame competitivo, sem restrições, transparente, eficiente e a mais econômico para o erário da entidade. Concluiremos o raciocínio, sobre licitação no Sistema S, com as sabias palavras do professor Diógenes Gasparini: A licitação não é sempre igual, obedecendo em razão de certas exigências a regimes jurídicos diversos que consubstanciam as suas espécies ou modalidade. As modalidades são as várias espécies de licitação conforme os respectivos regimes jurídicos. 12 3. SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇO, nos moldes da Resolução 1252/2012 Procedimento precedido de concorrência ou pregão, empregado com objetivo de registrar preço de bem ou serviço, com necessidades de aquisições constantes, para fornecimento, conforme necessidade, pelo vencedor da licitação que o antecedeu. Acerca do assunto, Celso Antônio Bandeira de Mello nos diz que: 12 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 10. ed. São Paulo: Saraiva: 2005, p. 495. 6

O "registro de preços" é um procedimento que a Administração pode adotar perante compras rotineiras de bens padronizados ou mesmo na obtenção de serviços. Nesse caso, como presume que irá adquirir os bens ou recorrer a estes serviços não uma, mas múltiplas vezes, abre um certame licitatório em que o vencedor, isto é, o que ofereceu a cotação mais baixa, terá seu preços "registrados". Quando a promotora do certame necessitar destes bens ou serviços irá obtê-los, sucessivas vezes se for o caso, pelo preço cotado e registrado. 13 Diógenes Gasparini anota: O registro de preços é válido pelo tempo máximo de um ano, conforme referido no edital. Isso significa que os proponentes dos preços registrados são obrigados, durante esse tempo, a fornecer os bens e a prestar os serviços cujos preços foram registrados pelos valores arquivados, sempre que a Administração Pública os solicitar. 14 Por fim, o conceito dado por Jorge Ulisses Jacoby Fernandes: Sistema de Registro de Preços é um procedimento especial de licitação que se efetiva por meio de uma concorrência ou pregão sui generis, selecionando a proposta mais vantajosa, com observância do princípio da isonomia, para eventual e futura contratação pela Administração. 15 Com encargo de conciliar as necessidades das entidades, com as exigências de licitar, o Sistema de Registro de Preço vem propor uma flexibilidade processual, onde, o dever licitar, não inibe a pratica otimizada na operacionalização dos atos. O SRP 16 se ampara nos princípios da padronização, em que a entidade busca a unificação das contratações, um modelo singular, através da realização de procedimentos administrativos de padronização, por meio de justificativas, laudos e estudos técnicos, deixando as contratações de ser simplesmente realizadas e passando a ser pensado, planejado e definido um padrão que esteja conforme interesse da Entidade e finalidade do SRP, procurando a obtenção da organização e de planejamento, a fim de obter um avanço na logística de contratação das Entidades. A cerca do artigo 7º do Regulamento, que trata do princípio do parcelamento, onde se visa tornar a competição menos onerosa e mais vantajosa, é mister destacar o entendimento de Jorge Ulisses Jacoby, que diz: 13 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros Editores, 2005. 14 GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 10 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. 15 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de Registro de Preços e Pregão Presencial e Eletrônico, 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Fórum. 2006. 16 SRP Sistema de Registro de Preço. 7

O reduzido valor do objeto a ser contratado colocaria em conflito o princípio da licitação e o da economicidade, ensejando um gasto superior à vantagem direta aferível pela Administração, decidindo o legislador, à vista do interesse público, pela prevalência do segundo. 17 Como se vê o entendimento é de que a administração deve dar uma atenção especial ao princípio da economicidade que nada mais é do que, buscar o menor preço e a melhor condição de contratação pela Entidade, convém destacar entendimento do TCU acerca desta matéria: O Sistema de Registro de Preço (SRP) permite redução de custos operacionais e otimização dos processos de contratação de bens e serviços pela Administração. 18 Sendo, portanto, uma ferramenta de grande valia na gestão dos interesses da entidade, em se tratando de contratação de bens e serviços. Dispondo de condições de atendimento as necessidades hipotéticas e de difícil mensuração. De uma forma mais ágil, desburocratizada e consequentemente menos custos operacionais. Com procedimento de Registro de Preço, a Entidade estará respeitando os princípios licitatórios e garantindo com mais intensidade a aplicabilidade dos princípios da economicidade 19 de forma a poupar os gastos operacionais e buscando satisfazer as necessidades das entidades com maior eficiência 20. ser utilizado: Conforme artigo 33 do Regulamento, o referido procedimento poderá 17 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Contratação direta sem licitação. 4 ed. Brasília: Brasília Jurídica, 1999, p. 223. 18 Licitações e Contratos: orientações básicas. 3. ed. rev. atual. e ampl. Brasília: TCU, Secretaria de Controle Interno, 2006, p. 100. 19 Dr. Lucas Rocha Furtado, Ministério Público do TCU. D.O.U de 9/12/96, p. 26.242 O Controle da Economicidade significa, portanto, controle da eficiência e na execução orçamentária consubstanciada na minimização dos custos e gastos públicos. 20 [...] aquele que impõe à Administração pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitar-se desperdícios e garantir-se uma maior rentabilidade social. MORAES, Alexandre de, Direito Constitucional. São Paulo: Editora Atlas, 2001, p.306. 8

Art. 33. O Registro de Preço, sempre precedido de concorrência ou de pregão, poderá ser utilizado nas seguintes hipóteses: I quando for mais conveniente que a aquisição demande entrega ou fornecimento parcelado; II quando, pelas características do bem ou do serviço, houver necessidade de aquisição frequente; III quando não for possível estabelecer, previamente, o quantitativo exato para o atendimento das necessidades. 21 O inciso I, faz a previsão da contratação parcelada, sendo mais oportuna e conveniente para entidade, será determinada a forma de entrega parcelada. A referida oportunidade e conveniência se dá em função da necessidade do objeto licitado pela entidade. Já o inciso II, trata dos objetos de características peculiares, aquelas de consumo rápido e periódico, ou ainda de utilização única. Por fim, o inciso III, são os produtos de difícil mensuração, aqueles que se torna improvável uma prévia identificação, Marçal Justen Filho, demonstra de forma uniforme de quando se deve utilizar o Sistema de Registro de Preço: a impossibilidade de identificar, de antemão, o quantitativo que satisfará a necessidade administrativa. 22 Usaremos como fundamento para apontar comentários sobre o artigo 33 do Regulamento, o entendimento do professor Celso Antônio de Mello: O Registro de Preço é um procedimento que a Administração pode adotar perante compras rotineiras de bens padronizados ou mesmo na obtenção de serviços. Nesse caso, como presume que irá adquirir os bens ou recorrer a estes serviços não uma, mas múltiplas vezes, abre um certame licitatório em que vencedor, isto é, o que ofereceu a cotação mais baixa, terá seus preços registrados. Quando a promotora do certame necessitar destes bens ou serviços irá obtê-los, sucessiva vezes se for o caso, pelo preço cotado e registrado. 23 Por sua vez o professor Diógenes Gasparini, diz: 21 RESOLUÇÃO SESC n.º 1.252/2012, de 06/06/2012. Regulamento de licitações e contratos do sistema S. publicada no Diário Oficial da União, em 27 de julho de 2012. 22 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 11 ed. São Paulo: Dialética, 2005. 23 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso Direito Administrativo. 15 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2005. 9

O registro de preço é valido pelo tempo máximo de um ano, conforme referido no edital. Isso significa que os proponentes dos preços registrados são obrigados, durante esse tempo, a fornecer os bens e a prestar os serviços cujos preços foram registrados pelos valores arquivados, sempre que a Administração Pública os solicitar. 24 A insaciável busca pela otimização e clareza, sem deixar de amparar a estrutura formal de contratação, através de procedimentos auto executáveis 25, com intuito único e exclusivo de aprimorar a atividade administrativa da entidade, permitindo uma maior competitividade, por parte dos licitantes que não se vinculavam a procedimentos morosos e incompatíveis com a atual realidade de mercado em que vivemos. Por permitir um maior controle sobre os procedimentos, uma prática na redução dos custos, permitindo uma contratação em curto espaço de tempo, pois os preços já estarão registrados, evitando as armazenagens desnecessárias, que ocupa espaço e limita a atuação da entidade quanto ao dispêndio do seu erário. 3.1 Vigência da ata de registro de preço, da homologação, do direito subjetivo do ofertante do preço registrado, da participação de outros licitantes, do registro do preço. Diz o Regulamento do Sistema S : A vigência do registro de preço, limitada a 12 meses, deverá estar prevista no instrumento convocatório, podendo ser prorrogada, no máximo, por igual período, desde que pesquisa de mercado demonstre que o preço se mantém vantajoso. 26 O Regulamento é enfático quando diz que, poderá ser limitada a 12 meses, podendo ser prorrogada por igual período, desde que demonstrado satisfatóriedade na contratação. Sendo, portanto, o período máximo de vigência do referido registro de 12 meses, contados com a prorrogação, não ultrapassando aos 12 meses. 24 GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 10 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. 25 Refiro-me único e exclusivamente a visão do procedimento licitatório, onde sua forma ágil e dinâmica, versos o procedimento moroso e engessado, sem o Sistema de Registro de Preço. 26 RESOLUÇÃO SESC n.º 1.252/2012, de 06/06/2012. Regulamento de licitações e contratos do sistema S. publicada no Diário Oficial da União, em 27 de julho de 2012. Art. 34. 10

Existem questionamentos quanto a possível dilatação do prazo de vigência do registro de preço, posição doutrinaria como se vê: É possível ocorrer a prorrogação deste prazo, no máximo, por igual período, desde que pesquisa de mercado demonstre que o preço registrado se mantém vantajoso, consoante o artigo 34 do Regulamento do SS. Assim, supondo-se um registro de preços com vigência de 8 (oito) meses, a sua prorrogação somente poderá ocorrer por igual período, ou seja, por mais 8 (oito) meses, conforme determina o regulamento. 27 diz: Não deixando de demonstrar o levantamento de Julieta Mendes, que Porém, não se pode perder de vista que o Tribunal de Contas da União tem sido enfático ao exigir que o Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema seja compatível com as normas gerais previstas na lei 8.666/93. Nesse sentido, considerando que a lei 8.666/93, em seu art. 15, 3º, III, vincula a vigência da ata ao prazo do regulamento à luz desse dispositivo, impondo a vigência máxima de 12 meses. Assim, se esse for o posicionamento, a ata deverá ser prorrogada, pelo mesmo período inicial, desde que não ultrapasse esse limite máximo. 28 Quanto à pesquisa de mercado, nos parece ser a forma mais eficaz de propor um processo eficaz e econômico é a pesquisa de mercado previa e durante a execução deste, onde comprove a efetiva vantagem na contratação por esse instrumento. Sobre a homologação do procedimento licitatório, diz o artigo 35 que, após esse fato, o licitante que apresentou o preço que será registrado, será convocado a assinar o contrato, onde este se comprometerá a entregar o objeto licitado, nas condições pré estabelecidas em instrumento convocatório. Lembrando que esse ato não se trata unicamente da ata de registro de preço, esta não inviabiliza a utilização do instrumento contratual como forma de garantir a execução da obrigação. Sobre o direito de quem teve seu preço registrado, diz o artigo 36 O registro de preço não importa em direito subjetivo de quem ofertou o preço 27 GUIMARÃES, Edgar; NIEBUHR, Joel de Menezes. Registro de preço: aspectos práticos e jurídicos. Belo Horizonte: Fórum, 2008, p.169. 28 VERESCHINI, Julieta Mendes Lopes. Licitações e Contratos no Sistema S. 2. ed. Curitiba:Editora JML, 2008, p.276 e 277. 11

registrado, de exigir a aquisição, sendo facultada a realização de contratações de terceiros sempre que houver preços mais vantajosos. 29 O referido artigo é categórico ao dizer que, apesar de gerar a obrigação no ato de registro do preço, esta ainda não é suprassumo quanto à impossibilidade de cancelamento do registro de preço. A entidade deixando de verificar a vantagem nesta contratação ou incompatíveis com a pratica atual de mercado, mediante previa pesquisa de mercado, poderá se for conveniente tentar uma negociação com aquele que teve seu preço registrado e ainda, solicitar o cancelamento do referido registro de preço, sem ônus a entidade, se sendo assim, mais proveitoso. O Artigo 37, refere-se à permissão de participação, de outros licitantes na pratica do registro de preço, podendo estes registrarem seus preços em um meso processo, respeitando as previsões e condições que devem constar no instrumento convocatório, tendo estes que assinarem o respectivo instrumento previsto no artigo 35, anteriormente falado. Nesta condição o terceiro licitante, sujeita-se a proposta mais vantajosa e obriga-se a fornecer o objeto licitado no valor do primeiro preço. É importante salientar que essa possibilidade só se torna conveniente, nos casos em que o primeiro preço esteja impossibilitado de fazer a entrega no quantitativo solicitado, pois a utilização do referido instrumento de forma aleatória, poderia causar uma instabilidade processual. artigo 38, e diz: Ainda no intuito de regulamentar o sistema de registro de preço, vem o Art. 38. O licitante deixará de ter o seu preço registrado quando: I descumprir as condições assumidas no instrumento por ele assinado; II não aceitar reduzir o preço registrado, quando se tornar superior ao praticado no mercado; III quando, justificadamente, não for mais do interesse do SESC. 30 29 RESOLUÇÃO SESC n.º 1.252/2012, de 06/06/2012. Regulamento de licitações e contratos do sistema S. publicada no Diário Oficial da União, em 27 de julho de 2012. 30 RESOLUÇÃO SESC n.º 1.252/2012, de 06/06/2012. Regulamento de licitações e contratos do sistema S. publicada no Diário Oficial da União, em 27 de julho de 2012. 12

A primeira possibilidade do licitante ter seu preço retirado do registro, ou seja o cancelamento deste, é com descumprimento do registro em ata, o não atendimento ao estabelecido no instrumento contratual, já no segundo caso, referese a possibilidade de solicitação por parte da entidade de negociar a redução do valor registrado, visto que se tornou impossível de execução no atual mercado. Na terceira e ultima possibilidade, prevê o cancelamento do registro por interesse da entidade, que deverá ter justificativa e motivação condizente com a realidade vivida por nosso sistema mercadológico. 3.2 Da adesão ao Registro de Preço Trataremos superficialmente sobre a figura do Carona a luz do regulamento de licitações e contratos do sistema S, estabelece o artigo 38-A: Art. 38-A. O registro de preço realizado por departamento do SESC poderá ser objeto de adesão por outro departamento da entidade e por serviço social autônomo, desde que previsto no instrumento convocatório. 1º Consideram-se, para efeitos de adesão, as seguintes definições: I Gerenciador departamento nacional ou regional do SESC responsável pelo registro de preço, cujo instrumento convocatório de licitação tenha previsto a adesão. II Aderente departamento nacional ou regional do Gerenciador e serviço social autônomo, cujas necessidades não foram consideradas no quantitativo previsto no instrumento convocatório e que adira ao registro de preço realizado pelo gerenciador. Art. 38-B. O Aderente informará ao Gerenciador o seu interesse em aderir ao registro de preço. 1º O Gerenciador indicará ao Aderente os quantitativos dos bens e serviços previstos no instrumento convocatório, o fornecedor, as condições em que tiver sido registrado o preço e o prazo de vigência do registro. 2º As aquisições por aderente não poderão ultrapassar 100% dos quantitativos previstos no instrumento convocatório. 3º As razões da conveniência de aderir ao registro de preço cabem ao Aderente. Art. 38-C. O pedido de adesão ao Gerenciador e a contratação da aquisição de bens ou serviços pelo aderente com o fornecedor deverão ser realizados durante a vigência do registro de preço. Art. 38-D. O fornecimento ao Aderente deverá observar as condições estabelecidas no registro de preço e não poderá prejudicar as obrigações assumidas com o Gerenciador e com os Aderentes anteriores. Parágrafo Único. O fornecedor poderá optar por não contratar com o Aderente. Como ficou demonstrado, não há viabilidade jurídica para um órgão/administração publica, utilize do sistema de registro de preço feito por uma 13

entidade do Sistema S, o sistema é restrito a utilização dos entes voltados ao Sistema Social Autônomo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Tentamos demonstrar durante o estudo, a melhoria que se pode angariar através do sistema de registro de preço, otimizando tempo, reduzindo os gastos com erário, sem deixar de observar as formalidades e rigorismos do procedimento licitatório. Conceituamos o referido sistema, demonstrando os principais princípios que norteiam esse procedimento, sua normatização pelo Regulamento 1252/2012 do Sesc Serviço Social do Comércio. Tratamos ainda das formas de utilização, propondo uma visão de possibilidade de maior aplicabilidade do principio da economicidade, bem como o principio da eficiência que evidencia com tanta clareza sua efetiva atuação. O Sistema de Registro de Preço visto pelo artigo 33 da resolução prevê a figura de um procedimento amparado pelo processo licitatório, que visa estabelecer um liame de igual pra igual entre as Entidades Sociais Autônomas e os particulares, cada qual em seu papel. As entidades tendo mais respaldos quanto à agilidade do procedimento, sem deixar de avaliar se sua contratação esta sendo satisfatória, pois o fato de registrar os preços em ata, não inibe a posterior verificação os valores registrados, para ter-se real condição de avaliação, se de fato as cotações condizem com a realidade do mercado no momento da contratação. A simples forma de operacionalização e a pratica do sistema no meio de atuação dos gerentes das entidades, pode propiciar uma forma habitual de utilização entre as entidades. No contexto exposto, é notório que se busca com este sistema, resguardar o erário das entidades, evitar o estoque e consequentemente o perecimento dos produtos, possibilitando um maior controle e eficiência na gestão. 14

Tentamos demonstrar as peculiaridades do Regulamento de licitação e contrato dos SS, trazendo citações e discorrendo sobre os artigos do regulamento. Concluímos que o sistema de registro de preço, é uma possibilidade de agilidade no procedimento licitatório, reduzindo o numero de processos e procedimentos, o que consequentemente gera a economicidade no processo como um todo, através de uma perspectiva eficiente e promissora na evolução do sistema de compra e gestão das entidades, propiciando uma expectativa de atendimento mais conciso de gerenciamento. O Instrumento de Registro de Preço é o que temos de mais eficiente e ágio no meio licitatório, possibilitando uma condição de competitividade com os particulares, motivando estes a participar sem receio da demora e possível inviabilidade da entrega do objeto. 15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2004. Dr. Lucas Rocha Furtado, Ministério Público do TCU. D.O.U de 9/12/96. FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Contratação direta sem licitação. 4 ed. Brasília: Brasília Jurídica, 1999. FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de Registro de Preços e Pregão Presencial e Eletrônico, 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Fórum. 2006. GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. GUIMARÃES, Edgar; NIEBUHR, Joel de Menezes. Registro de preço: aspectos práticos e jurídicos. Belo Horizonte: Fórum, 2008. JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 11 ed. São Paulo: Dialética, 2005. Licitações e Contratos: orientações básicas. 3. ed. rev. atual. e ampl. Brasília: TCU, Secretaria de Controle Interno, 2006. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso Direito Administrativo. 15 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2005. ROCHA, Ministro Relator Lincoln Magalhães da. Julgado Tribunal de Contas da União. Acordão 7/2002 Plenario. RESOLUÇÃO SESC n.º 1.252/2012, de 06/06/2012. Regulamento de licitações e contratos do sistema S. publicada no Diário Oficial da União, em 27 de julho de 2012. SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 9 ed. São Paulo:Malheiros, 1994. VERESCHINI, Julieta Mendes Lopes. Licitações e Contratos no Sistema S. 2. ed. Curitiba:Editora JML, 2008. 16

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