ÍNDICE ACIDENTES DE TRABALHO E DE TRAJECTO (INQUÉRITO JUNTO DOS ESTABELECIMENTOS) 2 NOTA DE APRESENTAÇÃO 3



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Transcrição:

ÍNDICE ACIDENTES DE TRABALHO E DE TRAJECTO (INQUÉRITO JUNTO DOS ESTABELECIMENTOS) 2 NOTA DE APRESENTAÇÃO 3 METODOLOGIA 4 1. Plano de Amostragem 4 1.1 Base de Amostragem 4 1.2 Método de Amostragem 4 2. Notas explicativas 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS 8 Taxa de Incidência 18 Acidentes de Trajecto 19 ACIDENTES DE TRABALHO E DE TRAJECTO NA ÓPTICA DO SINISTRADO 20 NOTA DE APRESENTAÇÃO 21 METODOLOGIA 21 1. Plano de amostragem 21 1.1 Base de amostragem 21 1.2 Método de Amostragem 22 2. Conceitos 22 ANÁLISE DOS RESULTADOS 27 A. Acidentes de Trajecto 27 Tipologia 27 B. Acidentes de Trabalho 28 Tipologia 28 Local 29 Quem 29 Quando 30 Condições dos Acidentes (Objectivas e Subjectivas) 31 Consequências 35 1

ACIDENTES DE TRABALHO E DE TRAJECTO (INQUÉRITO JUNTO DOS ESTABELECIMENTOS) 2

NOTA DE APRESENTAÇÃO A informação estatística agora disponibilizada refere-se a um estudo realizado sobre acidentes de trabalho e/ou de trajecto ocorridos ao longo do ano de 1998. Este estudo foi efectuado com base num inquérito por amostragem aos estabelecimentos (tendo como universo a resposta aos Quadros de Pessoal / 1997 ), segundo a metodologia em anexo. Como acima se referiu, a informação respeita a um importante subconjunto do potencial universo onde ocorrem acidentes de trabalho. Por este motivo, as comparações que vierem a ser estabelecidas, com outras fontes de informação sobre esta mesma matéria, deverão ter em conta os limites do universo devidamente identificados no plano de amostragem. 3

METODOLOGIA 1. Plano de Amostragem 1.1 Base de Amostragem A base de amostragem para o Inquérito aos Acidentes de Trabalho foi determinada a partir do ficheiro de estabelecimentos de Quadros de Pessoal de 1997. Todos os sectores de actividade económica são inquiridos, com excepção das divisões 75, 95 e 99 da nomenclatura estatística das actividades económicas CAE Rev. 2. O âmbito geográfico é o Continente. 1.2 Método de Amostragem Definiu-se à priori a dimensão da amostra como sendo aproximadamente de 14 000 Estabelecimentos. Para a constituição da amostra, recorreu-se à estratificação pelo que se procedeu à decomposição do universo em estratos e à extracção de uma amostra aleatória separadamente em cada estrato. O universo de estabelecimentos foi estratificado segundo as NUT II (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve), actividade económica, CAE Rev.2 a dois dígitos e escalão de dimensão definido em termos de volume de emprego da Empresa. Todos os estabelecimentos com 250 ou mais pessoas ao serviço são inquiridos. A repartição da amostra foi feita respeitando a Repartição Óptima de Neyman e, em cada estrato, a extracção das unidades foi realizada recorrendo ao método de selecção sistemático. 4

2. Notas explicativas 1. Não estão incluídos os acidentes dos subscritores da Caixa Geral de Aposentações. 2. Taxa de incidência = (Nº total de A.T. / nº pessoas ao serviço nos estabelecimentos) * 1000 No cálculo da taxa de incidência considerou-se, que a população exposta ao risco, seria o número de pessoas ao serviço nos estabelecimentos. Este número foi encontrado através de uma inferência que foi feita com base no emprego total abrangido pelo universo dos Quadros de Pessoal/97. Acidente de trabalho: Acidente que se verifica no local e no tempo de trabalho e produza directa ou indirectamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte. Considera-se também acidente de trabalho o ocorrido: - no trajecto de ida e de regresso para e do local de trabalho, nos termos em que vier a ser definido em regulamentação posterior; - na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito económico para a entidade empregadora; - no local de trabalho, quando no exercício do direito de reunião ou de actividade de representante dos trabalhadores nos termos da lei; - no local de trabalho, quando em frequência de curso de formação profissional ou, fora do local de trabalho, quando exista autorização expressa da entidade empregadora para tal frequência; - em actividade de procura de emprego, durante o crédito de horas para tal concedido por lei aos trabalhadores com processo de cessação de contrato de trabalho em curso ; - fora do local ou do tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviços determinados pela entidade empregadora ou por esta consentidos; Acidente de trajecto: Conforme a alínea a) do conceito de Acidente de trabalho. (Art.º 6 da Lei nº 100/97 de 13 de Setembro) * Refira-se que, apesar dos acidentes de trajecto estarem englobados na definição de acidentes de trabalho, pelas suas características, são objecto de um tratamento estatístico em separado e não estão incluídos no número de acidentes de trabalho apresentados. 5

Causas do acidente: o acidente pode ser provocado por: 1. Problemas eléctricos, explosões, fogo - causados por falha da instalação, avaria, contacto indirecto - causados por um contacto directo - explosão (de gases, cilindros de ar comprimido) - incêndio - Outro 2. Desprendimento, desabamentos, derramamentos, jorros, vaporização - estado sólido desprendimento, quedas de componentes (vagão/garrafa) - estado líquido derramamentos, salpicos, infiltrações, jorros - estado gasoso vaporização, formação de aerossóis, gases, fumo 24 - pulverização, poeiras, partículas - Outro 3. Rupturas, deslizes, quedas, colapso das estruturas - ruptura de material nas ligações - rupturas, causando fragmentos (madeira, vidro, metal, pedra, plástico) - quedas, desmoronamentos caindo sobre a vitima - quedas, desmoronamentos arrastando a vitima - Outro 4. Perda de controlo sobre máquinas, ferramentas, meios de transporte - perca de controlo em máquinas (incluindo o arranque intempestivo) - perca de controlo com equipamentos e transportes motorizados ou não - perca de controlo com ferramentas motorizados ou não - perca de controlo de objectos - Outro 5. Queda de pessoas - em altura - ao mesmo nível (tropeçar, escorregar) - Outro 6

6.Movimentos do corpo que provocam feridas externas - pisar um objecto cortante (prego, pedra) - sentar-se (em chaves de fendas, soda cáustica), encostar-se - ser apanhado (lamina, serra), agarrado, arrastado (peça de máquina) - movimentos descoordenados - Outro 7. Movimentos do corpo que provocam feridas internas - levantamentos incorrectos - empurrões - voltas, torções - passo em falso sem queda (desequilíbrio) - presença da vitima ausência de movimentos - Outro 7

ANÁLISE DOS RESULTADOS De acordo com os dados apurados neste inquérito, foram 25 993 os estabelecimentos onde, ao longo de 1998, ocorreu, pelo menos, um acidente de trabalho e/ou de trajecto. Em termos absolutos, o maior número de acidentes foi contabilizado nos estabelecimentos localizados nas regiões Norte (10 079) e Lisboa e Vale do Tejo (8 968). G.1 - NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS COM ACIDENTES DE TRABALHO E/OU DE TRAJECTO, SEGUNDO A NUT(II) 25 993 (100%) 10 079 (38.8%) 8 968 (34.5%) 5 161 (19.9%) 771 (3.0%) 1 014 (3.9%) TOTAL Norte Centro Lis. e V.Tejo Alentejo Algarve O número de estabelecimentos com acidentes de trabalho e/ ou de trajecto, segundo o escalão de dimensão do número médio anual de pessoas ao serviço, é superior nos que têm de 10 a 49 e de 1 a 9 pessoas ao serviço (40.7% e 27.3%, respectivamente). G.2 - NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS COM ACIDENTES DE TRABALHO E/OU DE TRAJECTO, SEGUNDO O ESCALÃO DE DIMENSÃO DO NÚMERO MÉDIO ANUAL DE PESSOAS AO SERVIÇO 25 993 (100%) 7 102 (27.3%) 10 591 (40.7%) 2 558 (9.8%) 2 376 (9.1%) 3 366 (12.9%) TOTAL 1 a 9 pessoas 10 a 49 pessoas 50 a 99 pessoas 100 a 249 pessoas 250 e mais pessoas 8

A região Norte (40.2%) e a região de Lisboa e Vale do Tejo (36.8%) distanciam-se das outras regiões no que respeita ao número total de acidentes de trabalho. G.3 - NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO, SEGUNDO A NUT(II) 154 825 (100%) 62 281 (40.2%) 57 022 (36.8%) 28 366 (18.3%) 4 033 (2.6%) 3 123 (2.0%) TOTAL Norte Centro Lis. e V.Tejo Alentejo Algarve De acordo com a actividade económica, é nas Indústrias transformadoras (50.0%), na Construção (17.4%), bem como no Comércio por grosso e retalho, reparação de veículos automóveis, motociclos e bens de uso doméstico (13.5%) que se verifica um maior número de acidentes de trabalho, como se pode observar no quadro e gráfico seguintes: Q.1 - NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO, POR ACTIVIDADE ECONÓMICA, SEGUNDO A NUT(II) Continente TOTAL Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve e Vale do CAE/Rev.2 Tejo TOTAL 154825 62281 28366 57022 4033 3123 A AGRICULT., PROD.ANIM.,C. E SILVICULTURA 2314 363 245 1363 277 66 B PESCA 365 126 154 74 1 10 C INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS 1565 616 467 210 243 29 D INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS 77352 33672 18954 22899 1027 800 DA Ind.Alim., Bebidas e Tabaco 8959 2899 1508 3732 210 610 DB Indústria Textil 8659 7108 1048 454 48 1 DC Ind.Couro e prod.do couro 2627 2291 136 199 1 0 DD Ind.Madeira, Cortiça e suas obras 5385 3061 1470 705 109 40 DE Ind.Papel e Cartão, Edição e s.artigos 2711 699 377 1601 30 4 DF Fab.Coque, Prod.petro.ref.e comb.nuclear O O O O O O DG Fab.Prod.quím., fibras sint.ou artificiais 1929 440 495 834 160 0 DH Fab.Art.borracha e mat.plásticas 2268 957 837 459 8 7 DI Fab.outr.prod.min.não metálicos 11634 2567 6579 2365 90 33 DJ Ind.Metalúrg.base e prod.metálicos 13944 6002 2356 5304 216 66 DK Fab.Máquinas e equipamento, n.e. 5746 2309 1701 1606 100 30 DL Fab.Equipam.eléctrico e óptica 2449 930 449 1066 4 0 DM Fab.Material de transporte 6691 1756 892 4030 6 7 DN Ind.Transformadoras, n.e. 4348 2651 1106 544 45 2 E PROD.DISTR.ELECTRICID., GÁS E ÁGUA 618 234 67 305 12 0 F CONSTRUÇÃO 26912 14586 3025 6851 1927 523 G COM.GROSSO E RETALHO, REP.VEÍC.AUTO. MOTO.E BENS DE USO DOMÉSTICO 20862 7001 2579 10192 324 766 G50 Com.,manut.e rep.auto.e moto.,com.ret.combust. 4270 1259 1025 1753 128 105 G51 Com.Grosso a ag.comerc., excl.veíc.auto.e moto. 9037 2743 927 5049 12 306 G52 Com.Retalho,rep.bens pess.e domésticos 7555 2999 627 3390 184 355 H ALOJAMENTO E RESTAURAÇÃO 4808 747 854 2481 40 686 I TRANSPORTES, ARM. E COMUNICAÇÕES 12037 2849 1123 7814 143 108 I60/63 Transportes e Armazenag. 9461 1795 806 6736 83 41 I64 Correios e Telecomunicações 2576 1054 317 1078 60 67 J ACTIVIDADES FINANCEIRAS 1025 132 43 850 0 0 K ACTIVIDADES IMOBILIÁRIAS, ALUGUERES E SERVIÇOS PREST. ÀS EMPRESAS 6967 1955 855 3983 39 135 9

G.4 - ESTRUTURA DOS ACIDENTES DE TRABALHO, POR ACTIVIDADE ECONÓMICA H 3.1% I 7.8% J 0.7% K 4.5% A 1.5% B 0.2% C 1.0% G 13.5% D 50.0% F 17.4% E 0.4% LEGENDA: A Agric,.P.An.,C.e Silvicultura E Electr., Gás e Água I Transp., A. e Comunicações B Pesca F Construção J Act. Financeiras C Indústrias Extractivas G Com.Auto., p/ Gro. e Retalho K A.Imob.e Alug.Serv.Empresas D Indústrias Transformadoras H Alojam. e Restauração De entre as Indústrias transformadores destacam-se, as Indústrias metalúrgicas de base e produtos metálicos e o Fabrico de outros produtos minerais não metálicos, com 18% e 15%, respectivamente, face ao total das indústrias transformadoras. G.5 - ESTRUTURA DOS ACIDENTES DE TRABALHO, NAS INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS 18% 15% 12% 11% 9% 7% 7% 6% 3% 4% 2% 3% 3% 0% DA DB DC DD DE DF DG DH DI DJ DK DL DM DN LEGENDA: DA Ind.Alim., Bebidas e Tabaco DF Fab.Coque, Prod.petro.ref.e comb.nuclear DK Fab.Máquinas e equipamento, n.e. DB Indústria Textil DG Fab.Prod.quím., fibras sint.ou artificiais DL Fab.Equipam.eléctrico e óptica DC Ind.Couro e prod.do couro DH Fab.Art.borracha e mat.plásticas DM Fab.Material de transporte DD Ind.Madeira, Cortiça e suas obras DI Fab.outr.prod.min.não metálicos DN Ind.Transformadoras, n.e. DE Ind.Papel e Cartão, Edição e s.artigos DJ Ind.Metalúrg.base e prod.metálicos 10

Dos 154 825 acidentes de trabalho ocorridos no ano, 125 890 envolveram homens e 28 935 mulheres (respectivamente, 81% e 19% do total). O escalão etário mais atingido é, naturalmente, o que abrange trabalhadores dos 25 aos 54 anos (72.4%), sendo ainda possível observar que, no grupo etário dos 18 aos 24 anos, a percentagem de acidentes que teve como vítimas mulheres (20.3%) é maior face ao total das mulheres. Q.2 - NÚMERO DE ACIDENTES TRABALHO, POR SEXO E ESCALÃO ETÁRIO DO TRABALHADOR SINISTRADO, SEGUNDO A NUT(II) Continente TOTAL Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve e Vale do Tejo TOTAL. Homens e Mulheres 154825 62281 28366 57022 4033 3123. Homens 125890 52484 22345 45463 3592 2006. Mulheres 28935 9797 6021 11559 441 1117 Menos de 18 anos. Homens e Mulheres 2636 1297 760 528 35 16. Homens 2235 1084 637 474 26 14. Mulheres 401 213 123 54 9 2 18 a 24 anos. Homens e Mulheres 26507 11482 5218 8309 846 652. Homens 20628 9227 3956 6244 714 487. Mulheres 5879 2255 1262 2065 132 165 25 a 54 anos. Homens e Mulheres 112039 45662 19377 42067 2840 2093. Homens 91348 38742 15111 33686 2553 1256. Mulheres 20691 6920 4266 8381 287 837 55 e mais anos. Homens e Mulheres 13319 3716 2947 5989 312 355. Homens 11476 3313 2610 5012 299 242. Mulheres 1843 403 337 977 13 113 Idade ignorada. Homens e Mulheres 324 124 64 129 0 7. Homens 203 118 31 47 0 7. Mulheres 121 6 33 82 0 0 O cruzamento dos escalões etários com os sectores de actividade, mostra que, no grupo etário dos 18 aos 24 anos, a sinistralidade duplica quando comparada com o grupo dos 55 e mais anos. 11

Q.3 - ESTRUTURA DOS ACIDENTES DE TRABALHO, SEGUNDO O ESCALÃO ETÁRIO DO TRABALHADOR SINISTRADO, POR ACTIVIDADE ECONÓMICA Continente Homens+Mulheres Total Menos 18 a 24 25 a 54 55 e mais Idade de anos anos anos ignorada Actividades/ CAE 92 18 anos TOTAL 154 825 2 636 26 507 112 039 13 319 324 A AGRICULT., PROD.ANIM.,C. E SILVICULTURA 2 314 16 243 1 654 401 0 B PESCA 365 3 21 323 11 7 C INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS 1 565 6 170 1 150 239 0 D INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS 77 352 1 274 13 808 55 850 6 332 88 DA Ind.Alim., Bebidas e Tabaco 8 959 119 1 237 6 823 780 0 DB Indústria Textil 8 659 184 1 540 6 343 544 48 DC Ind.Couro e prod.do couro 2 627 74 509 1 887 157 0 DD Ind.Madeira, Cortiça e suas obras 5 385 67 801 4 057 460 0 DE Ind.Papel e Cartão, Edição e s.artigos 2 711 12 418 2 038 243 0 DF Fab.Coque, Prod.petro.ref.e comb.nuclear 0 0 0 0 0 0 DG Fab.Prod.quím., fibras sint.ou artificiais 1 929 0 188 1 561 179 1 DH Fab.Art.borracha e mat.plásticas 2 268 33 422 1 588 220 5 DI Fab.outr.prod.min.não metálicos 11 634 136 1 749 8 599 1 144 6 DJ Ind.Metalúrg.base e prod.metálicos 13 944 314 2 354 10 246 1 023 7 DK Fab.Máquinas e equipamento, n.e. 5 746 99 1 386 3 655 606 0 DL Fab.Equipam.eléctrico e óptica 2 449 32 637 1 619 141 20 DM Fab.Material de transporte 6 691 107 1 475 4 838 270 1 DN Ind.Transformadoras, n.e. 4 348 97 1 092 2 594 565 0 E PROD.DISTR.ELECTRICID., GÁS E ÁGUA 618 0 12 554 52 0 F CONSTRUÇÃO 26 912 592 4 547 19 535 2 147 91 G COM.GROSSO E RETALHO, REP.VEÍC.AUTO. MOTO.E BENS DE USO DOMÉSTICO 20 862 589 4 930 14 084 1 253 6 G50 Com.,manut.e rep.auto.e moto.,com.ret.combust. 4 270 354 886 2 715 315 0 G51 Com.Grosso a ag.comerc., excl.veíc.auto.e moto. 9 037 172 1 440 6 974 445 6 G52 Com.Retalho,rep.bens pess.e domésticos 7 555 63 2 604 4 395 493 0 H ALOJAMENTO E RESTAURAÇÃO 4 808 32 771 3 447 558 0 I TRANSPORTES, ARM. E COMUNICAÇÕES 12 037 102 772 9 760 1 395 8 I60/63 Transportes e Armazenag. 9 461 36 425 7 723 1 269 8 I64 Correios e Telecomunicações 2 576 66 347 2 037 126 0 J ACTIVIDADES FINANCEIRAS 1 025 0 21 876 128 0 K ACTIVIDADES IMOBILIÁRIAS, ALUGUERES E SERVIÇOS PREST. ÀS EMPRESAS 6 967 22 1 212 4 806 803 124 Cerca de 70% dos acidentes de trabalho ocorreram com trabalhadores com contrato permanente e 22% atingiram os contratados a termo. Pode, ainda, constatar-se que a percentagem de acidentes envolvendo mulheres com este último tipo de vínculo é superior à média do conjunto. Q.4 - NÚMERO DE ACIDENTES TRABALHO, POR SEXO E TIPO DE VÍNCULO Continente TOTAL Contrato Contrato Trabalhador Trab.coloc. Trab.conta Aprendiz Outra permanente a termo ocasional ou p/ emp.trab. própria ou (sist. Apren- situação sazonal temporário empregador dizagem) TOTAL 154825 111096 34129 1552 3938 2218 386 1506. Homens 125890 91771 25960 1011 3643 1715 355 1435. Mulheres 28935 19325 8169 541 295 503 31 71 Do conjunto de acidentes de trabalho 38% atingiu profissionais qualificados e altamente qualificados e 47% profissionais semi-qualificados e não qualificados. G.6 - NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO, SEGUNDO O NÍVEL DE QUALIFICAÇÃO DO TRABALHADOR SINISTRADO TOTAL Dir.,Q.Sup.e médios Enc.,Contr-mestr.e Similares 5 040 (3%) 7 006 (5%) 154 825 (100%) Prof. Qual.e alt.qualificados 58 815 (38%) Prof. Semi-qual.e não qualificados Prat.e Aprendizes 11950 (8%) 72014 (47%) 12

A distribuição segundo a antiguidade do trabalhador mostra, por outro lado, que cerca de um terço dos acidentes de trabalho ocorrem com os novos trabalhadores (18%) e com os mais experientes (20%). Ao cruzar estes dois indicadores, verifica-se que o número de acidentes de trabalho, cresce, com a antiguidade para os trabalhadores qualificados ou de nível superior, enquanto que para os profissionais não qualificados ou de nível inferior, a sinistralidade atinge os trabalhadores que mais recentemente ocuparam o posto de trabalho. Q.5 - NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO, POR ESCALÃO DE ANTIGUIDADE NO POSTO DE TRABALHO, SEGUNDO O NÍVEL DE QUALIFICAÇÃO DO TRABALHADOR SINISTRADO Continente TOTAL Dirigentes, Encarregados Prof. Qual. Prof. Semi- Prat. e Q.Superiores Contramestr. e altamente qual. e não Aprendizes Escalões de antiguidade e Q.Médios e similares Qualificados Qualificados TOTAL 154 825 5 040 7 006 58 815 72014 11950 Até 1 ano 28 386 204 374 4 961 16934 5913 Mais de 1 até 2 anos 21 124 492 477 5 804 11417 2934 Mais de 2 até 5 anos 27 453 1 085 894 8 705 14723 2046 Mais de 5 até 10 anos 27 439 851 1 303 11 802 13059 424 Mais de 10 até 15 anos 17 494 815 907 9 621 5990 161 Mais de 15 anos 31 460 1 558 2 928 17 463 9058 453 Antiguidade ignorada 1 469 35 123 459 833 19 Os acidentes de trabalho ocorridos com trabalhadores que praticam o horário normal ascendem a 80% face ao total, sendo no entanto de registar, em termos relativos, que 12% dos mesmos atingem os trabalhadores de turno rotativo. De acordo com os vários tipos de horários identificados pelo presente inquérito e, como traduz o quadro seguinte, 50.9% dos acidentes de trabalho têm lugar até à 4ª hora de trabalho, sendo a diferença, em relação aos acidentes ocorridos no período de tempo seguinte, mais acentuada nos horários por turno e nocturno. Q.6 - NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO, SEGUNDO O TIPO DE HORÁRIO PRATICADO PELO TRABALHADOR SINISTRADO E A HORA DA OCORRÊNCIA DO ACIDENTE Continente TOTAL Horário Jornada con- Horário Horário Outros normal tínua/ Hor. de turno nocturno Escalões da hora de ocorrência turno fixo rotativo Total 154 825 123640 7003 18811 3362 2 009 Até à 4ª hora de trabalho 80 034 62876 4209 10207 1943 799 Da 5ª à 8ª hora de trabalho 71 992 58806 2675 8204 1326 981 Em Horário de trabalho suplementar 2 799 1958 119 400 93 229 13

De acordo com o ambiente em que ocorreu o acidente de trabalho, cerca de 80% do número total de acidentes de trabalho repartem-se por Áreas de produção industrial (65.9%) e por Estaleiros de construção civil (12.4%). G7 - DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS ACIDENTES DE TRABALHO, SEGUNDO O AMBIENTE DE TRABALHO EM QUE OCORRERAM 65.9 Área de produção industrial Estaleiros de construção civil Local para agricultura, criação de animais, exploração florestal e piscicultura Local de actividades terciárias, escritório, divertimentos diversos Estabelecimentos de cuidados com a saúde Local público Local de actividade desportiva No ar/ em altura (excl. estaleiros) Em ambiente subterrâneo (excl. est. c. civil) 12.4 1.5 6.6 0.2 3.3 0.0 0.5 0.4 0.4 0.0 8.7 Sobre água (excl. estaleiros) Num meio hiperbárico (sob altas pressões) Outros locais não especificados Os desvios mais vezes citados como causa dos acidentes de trabalho são os Movimentos do corpo que provocam lesões externas/ internas (36,3%, no conjunto), logo seguido pela Queda de pessoas (15.0%) e pela Perda de controle sobre as máquinas, ferramentas, meios de transporte e animais (13.9%), não obstante a elevada percentagem de Outros desvios não mencionados (24.0%). G8 - DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS ACID. DE TRABALHO, SEGUNDO O DESVIO VERIFICADO NO PROC. DE TRABALHO (CAUSA) 24.0 Anomalias eléctricas, explosões, fogo 20.7 Despreendimentos, desabamentos, derramamentos, jorros, vaporização Rupturas, deslizes, quedas, colapso de estruturas 13.9 15.0 15.6 Perda de controle sobre máquinas, ferramentas, meios de transporte, obj. e animal Queda de pessoas Movimentos do corpo que provocam lesões externas Movimentos do corpo que provocam lesões internas 5.0 4.5 Agressão, violência 0.8 0.4 Outros desvios não mencionados 14

Os 100 490 acidentes de trabalho com baixa apurados em 1998 (65% do total) provocaram um total de 2 388 523 dias de baixa, o que se traduziu numa média de 23.8 dias de trabalho perdidos por acidente. Q.7 - NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO COM BAIXA E DE DIAS DE TRABALHO PERDIDOS, POR ACTIVIDADE ECONÓMICA Continente TOTAL Acidentes Dias de trab. Actividades/ CAE 92 com baixa perdidos TOTAL 100490 2388523 A AGRICULT., PROD.ANIM.,C. E SILVICULTURA 1759 63527 B PESCA 267 7869 C INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS 1326 30258 D INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS 46846 1036346 DA Ind.Alim., Bebidas e Tabaco 5535 127157 DB Indústria Textil 5411 113741 DC Ind.Couro e prod.do couro 2017 43662 DD Ind.Madeira, Cortiça e suas obras 3058 77586 DE Ind.Papel e Cartão, Edição e s.artigos 1977 58435 DF Fab.Coque, Prod.petro.ref.e comb.nuclear O O DG Fab.Prod.quím., fibras sint.ou artificiais 1137 26174 DH Fab.Art.borracha e mat.plásticas 1654 36790 DI Fab.outr.prod.min.não metálicos 6779 149217 DJ Ind.Metalúrg.base e prod.metálicos 7674 155052 DK Fab.Máquinas e equipamento, n.e. 3700 66805 DL Fab.Equipam.eléctrico e óptica 1314 21900 DM Fab.Material de transporte 3097 77035 DN Ind.Transformadoras, n.e. 3493 82792 E PROD.DISTR.ELECTRICID., GÁS E ÁGUA 371 12108 F CONSTRUÇÃO 17824 425763 G COM.GROSSO E RETALHO, REP.VEÍC.AUTO. MOTO.E BENS DE USO DOMÉSTICO 14198 309438 G50 Com.,manut.e rep.auto.e moto.,com.ret.combust. 3059 49719 G51 Com.Grosso a ag.comerc., excl.veíc.auto.e moto. 5680 134872 G52 Com.Retalho,rep.bens pess.e domésticos 5459 124847 H ALOJAMENTO E RESTAURAÇÃO 3772 129167 I TRANSPORTES, ARM. E COMUNICAÇÕES 8534 249694 I60/63 Transportes e Armazenag. 6545 195609 I64 Correios e Telecomunicações 1989 54085 J ACTIVIDADES FINANCEIRAS 651 18776 K ACTIVIDADES IMOBILIÁRIAS, ALUGUERES E SERVIÇOS PREST. ÀS EMPRESAS 4942 105577 Como se pode observar no gráfico seguinte, se por um lado é nas Indústrias transformadoras, Construção e no Comércio por grosso e retalho, reparação de veículos automóveis, motociclos e bens de uso doméstico que se registam um maior número de acidentes e de dias de trabalho perdidos (43.4%, 17.8% e 13.0% dias de trabalho perdidos, respectivamente), no que respeita ao número médio de dias de trabalho perdidos, é nos sectores da Pesca, Transportes, armazenagem e comunicações e Construção que estes valores são mais elevados (36.1; 34.2 e 32.6 dias de trabalho perdidos, respectivamente). 15

G.9 - DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS ACIDENTES DE TRABALHO COM BAIXA E DOS DIAS DE TRABALHO PERDIDOS, SEGUNDO A ACTIVIDADE ECONÓMICA* 50% 45% 40% 35% (22.8) Acidentes com baixa Dias de trab. perdidos 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% (32.6) (23.9) (34.2) (21.8) (28.8) (23.8) (36.1) (29.5) (22.1) (29.3) A B C D E F G H I J K * Os valores entre parênteses corresp. ao nº médio de dias de trabalho perdidos, por acidente de trabalho LEGENDA: A Agric,.P.An.,C.e Silvicultura E Electr., Gás e Água I Transp., A. e Comunicações B Pesca F Construção J Act. Financeiras C Indústrias Extractivas G Com.Auto., p/ Gro. e Retalho K A.Imob.e Alug.Serv.Empresas D Indústrias Transformadoras H Alojam. e Restauração De igual forma, nas indústrias transformadoras, enquanto que o maior número de acidentes de trabalho e de dias de trabalho perdidos ocorrem na Indústria metalúrgica de base e produtos metálicos e na Fabricação de outros produtos minerais não metálicos (com16,4% e 14.4% face ao total de acidentes de trabalho nas indústrias transformadoras e 15.0% e 14.4% do nº de dias perdidos, respectivamente), é nas Indústrias de papel, cartão, edição e seus artigos e na Indústria da madeira, cortiça e suas obras, que detêm os valores mais elevados relativamente ao número médio de dias de trabalho perdidos, por acidente (29.6% e 25.4%, respectivamente). G.10 - DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS ACIDENTES DE TRABALHO COM BAIXA E DOS DIAS DE TRABALHO PERDIDOS, NAS INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS* 18% 16% (22.0) (20.2) Acidentes com baixa Dias de trab. perdidos 14% 12% (23.0) (21.0) 10% 8% (25.4) (18.1) (24.9) (23.7) 6% 4% (21.6) (29.6) (23.0) (22.2) (16.7) 2% 0% DA DB DC DD DE DF DG DH DI DJ DK DL DM DN * Os valores entre parênteses corresp. ao nº médio de dias de trabalho perdidos, por acidente de trabalho LEGENDA: DA Ind.Alim., Bebidas e Tabaco DF Fab.Coque, Prod.petro.ref.e comb.nuclear DK Fab.Máquinas e equipamento, n.e. DB Indústria Textil DG Fab.Prod.quím., fibras sint.ou artificiais DL Fab.Equipam.eléctrico e óptica DC Ind.Couro e prod.do couro DH Fab.Art.borracha e mat.plásticas DM Fab.Material de transporte DD Ind.Madeira, Cortiça e suas obras DI Fab.outr.prod.min.não metálicos DN Ind.Transformadoras, n.e. DE Ind.Papel e Cartão, Edição e s.artigos DJ Ind.Metalúrg.base e prod.metálicos 16

Para o total das actividades e, para o total dos acidentes de trabalho com baixa, 41.8% provocaram ausência ao trabalho num período de 4 a 14 dias, atingindo os com 30 e mais dias de baixa, 21.8%. G.11 - NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO COM BAIXA, SEGUNDO A DIMENSÃO DA BAIXA TOTAL 100 490 (100%) 1 a 3 dias 12 565 (12.5%) 4 a 14 dias 41 966 (41.8%) 15 a 30 dias 24 077 (24.0%) Mais de 30 dias 21 882 (21.8%) No que respeita à dimensão, é nos estabelecimentos mais pequenos (1 a 9 pessoas ao serviço), que se encontra o maior número de dias de trabalho perdidos em média por acidente (36.5), notando-se um equilíbrio nos restantes escalões de dimensão. G.12 - NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO COM BAIXA E NÚMERO MÉDIO DE DIAS DE TRABALHO PERDIDOS* SEGUNDO O ESCALÃO DE DIMENSÃO DO NÚMERO MÉDIO ANUAL DE PESSOAS AO SERVIÇO Total 100 490 (23.8) 1 a 9 pessoas 8 189 (36.5) 10 a 49 pessoas 25 560 (23.2) 50 a 99 pessoas 11 358 (21.8) 100 a 249 pessoas 22 716 (21.1) 250 e mais pessoas 32 667 (23.5) 17

TAXA DE INCIDÊNCIA A taxa de incidência dos acidentes de trabalho, por cada mil trabalhadores ao serviço nos estabelecimentos e, sectorialmente, tem maior expressão nas Indústrias extractivas (154.5), na Pesca (130.8) e na Construção (110.4). Destacam-se, de entre as indústrias transformadoras, a Fabricação de material de transporte (191.6) e a Indústria metalúrgica de base e produtos metálicos (162.5), para o total das indústrias transformadoras. Q.8 - TAXA DE INCIDÊNCIA DOS ACIDENTES DE TRABALHO, POR CADA MIL TRABALHADORES, POR ACTIVIDADE ECONÓMICA Continente TOTAL CAE/Rev.2 TOTAL 63.6 A AGRICULT., PROD.ANIM.,C. E SILVICULTURA 56.3 B PESCA 130.8 C INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS 154.5 D INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS 88.8 DA Ind.Alim., Bebidas e Tabaco 92.0 DB Indústria Textil 35.9 DC Ind.Couro e prod.do couro 40.3 DD Ind.Madeira, Cortiça e suas obras 136.0 DE Ind.Papel e Cartão, Edição e s.artigos 53.9 DF Fab.Coque, Prod.petro.ref.e comb.nuclear O DG Fab.Prod.quím., fibras sint.ou artificiais 80.8 DH Fab.Art.borracha e mat.plásticas 109.3 DI Fab.outr.prod.min.não metálicos 148.2 DJ Ind.Metalúrg.base e prod.metálicos 162.5 DK Fab.Máquinas e equipamento, n.e. 150.8 DL Fab.Equipam.eléctrico e óptica 47.9 DM Fab.Material de transporte 191.6 DN Ind.Transformadoras, n.e. 98.5 E PROD.DISTR.ELECTRICID., GÁS E ÁGUA 28.3 F CONSTRUÇÃO 110.4 G COM.GROSSO E RETALHO, REP.VEÍC.AUTO. MOTO.E BENS DE USO DOMÉSTICO 42.0 G50 Com.,manut.e rep.auto.e moto.,com.ret.combust. 45.8 G51 Com.Grosso a ag.comerc., excl.veíc.auto.e moto. 48.6 G52 Com.Retalho,rep.bens pess.e domésticos 34.8 H ALOJAMENTO E RESTAURAÇÃO 32.3 I TRANSPORTES, ARM. E COMUNICAÇÕES 51.2 I60/63 Transportes e Armazenag. 55.4 I64 Correios e Telecomunicações 40.0 J ACTIVIDADES FINANCEIRAS 7.4 K ACTIVIDADES IMOBILIÁRIAS, ALUGUERES E SERVIÇOS PREST. ÀS EMPRESAS 30.8 18

ACIDENTES DE TRAJECTO Os 8 717 acidentes de trajecto constituem apenas 5% do total de acidentes apurados nestes estabelecimentos, sendo de registar que, cerca de 80%, correspondem às regiões de Lisboa e Vale do Tejo (41.7%) e Norte (39.0%): G.13 - NÚMERO DE ACIDENTES DE TRAJECTO, SEGUNDO A NUT (II) 8717 (100%) 3397 (39.0%) 3635 (41.7%) 1332 (15.3%) 152 (1.7%) 201 (2.3%) TOTAL Norte Centro Lis. e V.Tejo Alentejo Algarve A distribuição dos acidentes de trajecto por actividade económica, é superior na Indústria transformadora (44.2%), na Construção (14.4%) e no Comércio por grosso e retalho, reparação de veículos automóveis, motociclos e bens de uso doméstico (14.1%). De entre as indústrias transformadoras destacam-se a Indústria textil e a Indústria metalúrgica de base e produtos metálicos, com 20.9% e 13.1%, face ao total das indústrias transformadoras. G.14 - NÚMERO DE ACIDENTES DE TRAJECTO, POR ACTIVIDADE ECONÓMICA (%) J 4.5% K 7.4% A 1.5% B 0.2% C 0.2% I 9.7% H 2.6% G 14.1% D 44.2% F 14.4% E 1.2% LEGENDA: A Agric,.P.An.,C.e Silvicultura E Electr., Gás e Água I Transp., A. e Comunicações B Pesca F Construção J Act. Financeiras C Indústrias Extractivas G Com.Auto., p/ Gro. e Retalho K A.Imob.e Alug.Serv.Empresas D Indústrias Transformadoras H Alojam. e Restauração 19

ACIDENTES DE TRABALHO E DE TRAJECTO NA ÓPTICA DO SINISTRADO 20

NOTA DE APRESENTAÇÃO O presente trabalho resulta da análise dos resultados do inquérito aos Acidentes de trabalho - óptica do trabalhador sinistrado que decorreu durante os meses de Maio e Junho de 1999, realizado por entrevista directa junto dos trabalhadores que durante o ano de 1998 sofreram um acidente de trabalho (ou de trajecto). O sistema estatístico tradicional sobre acidentes de trabalho tem procurado obter aspectos referentes à empresa onde se verifica o acidente, alguma informação sobre o trabalhador (nomeadamente a idade e o sexo), o tipo e ambiente de trabalho, as circunstâncias do acidente e as respectivas consequências, tendo a empresa como fonte de informação. Se, naturalmente esta abordagem tradicional permite dispor de um conjunto de informações de significativa importância para a análise do acidente ( para além da sua quantificação), não permite por outro lado, interpretar eventuais situações ou comportamentos individuais que poderão estar também na sua origem assim como não contempla o ponto de vista do trabalhador acidentado. Neste contexto, o Governo Português decidiu promover a criação de um sistema de informação conjunto, saindo dos moldes tradicionais, ao tratar simultaneamente dados com origem na declaração da empresa e na declaração do sinistrado. O objectivo geral do Inquérito aos acidentes de trabalho óptica do trabalhador sinistrado foi a de obter, junto dos mesmos, informação que procure explicar os factores determinantes do acidente e as suas consequências assim como a percepção, por parte do trabalhador, do acidente e da sua envolvente. A informação resultante deste inquérito tem um carácter qualitativo dado que a vertente quantitativa dos acidentes é feita nos moldes tradicionais (através das participações das Companhias de Seguros e de inquéritos específicos). A abordagem ao trabalhador contempla não só a sua ligação à empresa/domicílio/ empregador onde trabalha, mas também à família e à sua envolvente sócio-económica. No que se refere à empresa está em causa se a mesma dispõe de meios de prevenção e actua de acordo com uma política de higiene e segurança no local de trabalho. Com um carácter pluridimensional este inquérito cobriu um vasto leque de hipóteses que se traduziu num meio para alcançar um fim bastante ambicioso: uma maior aproximação à realidade empresarial e com ela, a tomada de medidas preventivas. METODOLOGIA 1. Plano de amostragem 1.1 Base de amostragem A base de amostragem para o Inquérito aos Trabalhadores Sinistrados é constituída pelas participações feitas pelas Companhias de Seguros durante o ano de 1998, relativamente aos trabalhadores que tiveram algum acidente de trabalho e cuja entidade empregadora fez a sua participação junto de alguma Seguradora. O âmbito geográfico deste inquérito é o Continente. 21

1.2 Método de Amostragem 1.2.1 Tipo de Amostragem Esta amostra é uma amostra não probabilística uma vez que não se conhece a probabilidade final de selecção de cada um dos seus elementos. 1.2.2 Dimensão da Amostra Foi definida à priori, que a dimensão da amostra seria de 5000 trabalhadores sinistrados. 1.2.3 Selecção Considerando as características da base de amostragem, na selecção das participações só foi possível extrair aquelas em que era legível e estavam completos os requisitos de identificação da entidade empregadora e dos trabalhadores sinistrados (nome, morada, localidade, código postal). As participações foram agrupadas por companhia de seguros e por meses de modo a distribuir temporalmente os acidentados. Seguidamente, procedem-se à selecção aleatória dos trabalhadores acidentados por concelho. Decorridas as várias fases, a dimensão final da amostra foi de 5081 trabalhadores sinistrados. 2. Conceitos Acidente de trabalho: Acidente que se verifica no local e no tempo de trabalho e produza directa ou indirectamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte a morte ou redução da capacidade de trabalho ou de ganho. Considera-se também acidente de trabalho o ocorrido: - no trajecto de ida e de regresso para e do local de trabalho, nos termos em que vier a ser definido em regulamentação posterior; - na execução de serviços espontâneos prestados e de que possa resultar proveito económico para a entidade patronal; - no local de trabalho, quando no exercício do direito de reunião ou de actividade de representação dos trabalhadores nos termos da lei; - no local de trabalho quando da frequência de curso de formação profissional ou, fora do local de trabalho quando exista autorização expressa da entidade empregadora para a sua frequência; - em actividade de procura de emprego, durante o crédito de horas para tal concedido por lei aos trabalhadores com processo de cessação de contrato de trabalho em curso ; - fora do local ou do tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviços determinados pela entidade empregadora; Acidente de trajecto: Conforme a alínea a) do conceito de Acidente de Trabalho (Art. 6 da Lei n.º 100/97 de 13 de Setembro) Refira-se que, apesar dos acidentes de trajecto estarem englobados na definição de acidentes de trabalho, pelas suas características, são objecto de um tratamento estatístico em separado e não estão incluídos no número de acidentes de trabalho apresentados. 22

Causas do acidente: o acidente pode ser provocado por: 1. Problemas eléctricos, explosões, fogo - causados por falha da instalação, avaria, contacto indirecto - causados por um contacto directo - explosão (de gases, cilindros de ar comprimido) - incêndio - outro 2. Desprendimento, desabamentos, derramamentos, jorros, vaporização - estado sólido desprendimento, quedas de componentes (vagão/garrafa) - estado líquido derramamentos, salpicos, infiltrações, jorros - estado gasoso vaporização, formação de aerossóis, gases, fumo 24 - pulverização, poeiras, partículas - outro 3. Rupturas, deslizes, quedas, colapso das estruturas - ruptura de material nas ligações - rupturas, causando fragmentos (madeira, vidro, metal, pedra, plástico) - quedas, desmoronamentos caindo sobre a vitima - quedas, desmoronamentos arrastando a vitima - outro 4. Perda de controlo sobre máquinas, ferramentas, meios de transporte - perca de controlo em máquinas (incluindo o arranque intempestivo) - perca de controlo com equipamentos e transportes motorizados ou não - perca de controlo com ferramentas motorizados ou não - perca de controlo de objectos - outro 5. Queda de pessoas - em altura - ao mesmo nível (tropeçar, escorregar) - outro 23

6.Movimentos do corpo que provocam feridas externas - pisar um objecto cortante (prego, pedra) - sentar-se (em chaves de fendas, soda cáustica), encostar-se - ser apanhado (lamina, serra), agarrado, arrastado (peça de máquina) - movimentos descoordenados - outro 7. Movimentos do corpo que provocam feridas internas - levantamentos incorrectos - empurrões - voltas, torções - passo em falso sem queda (desequilíbrio) - presença da vitima ausência de movimentos - outro Doença profissional: doenças que são consequência directa do desempenho da actividade profissional do trabalhador e que estão contempladas no Decreto Regulamentar nº12/80, de 8 de Maio (ver anexo). Equipamentos de protecção: meios de protecção postos à disposição do trabalhador, pelo organismo, durante o desempenho da sua actividade profissional, no sentido de evitar ou minimizar os acidentes de trabalho ou as doenças profissionais. Estes equipamentos poderão ser de protecção colectiva (por ex.: redes protectoras, sistema de alarme contra incêndios, aparelhos de purificação de ar, etc.), e individual (por ex.: luvas, óculos, etc.). Formação profissional: cursos organizados que visam a aquisição de conhecimentos e aptidões exigidas para o exercício de funções próprias de uma profissão ou grupo de profissões em qualquer actividade económica. Greves: considera-se greve, em sentido amplo, a abstenção ou perturbação temporária e concertada dos termos normais de prestação de trabalho por parte de um grupo de trabalhadores, tendo em vista forçar as entidades empregadoras ou os poderes públicos à aceitação das suas reivindicações. Horas extraordinárias: total de horas efectuadas no período de referência para além do período normal de trabalho e que são remuneradas a taxas majoradas, independentemente da sua taxa de majoração, isto é, uma hora extraordinária paga a uma majoração de 100% não será contada como duas mas sim como uma única hora. 24

Incapacidade: Incapacidade permanente: é a impossibilidade permanente de um trabalhador auferir rendimentos de trabalho (no todo ou em parte) devido a acidente de trabalho: - parcial: provoca ao trabalhador uma redução inferior a 2/3 na sua capacidade de trabalho ou ganho, com carácter permanente; - absoluta: provoca ao trabalhador uma redução superior a 2/3 na sua capacidade de trabalho ou ganho, com carácter permanente, podendo esta verificar-se para o trabalho habitual ou para toda e qualquer profissão; Incapacidade temporária: é a impossibilidade de um trabalhador auferir rendimentos de trabalho, devido a um período de ausência provocado por acidente de trabalho, após o qual volta o seu posto de trabalho habitual: - parcial: provoca ao trabalhador uma redução inferior a 2/3 na sua capacidade de trabalho ou ganho, voltando ao seu posto de trabalho habitual; - absoluta: provoca ao trabalhador uma redução superior a 2/3 na sua capacidade de trabalho ou ganho, voltando ao seu posto de trabalho habitual; Local de trabalho: todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou deva dirigir-se em virtude do seu trabalho e em que esteja, directa ou indirectamente, sujeito ao controlo do empregador. Posto de trabalho: conjunto de tarefas destinadas à concretização de um objectivo pré-determinado, com aptidões, exigências e responsabilidades específicas e inseridas numa unidade organizacional que, em determinado momento, não podem ser exercidas por mais de uma pessoa. Profissão: oficio ou modalidade de trabalho, remunerado ou não, a que corresponde um determinado título ou designação profissional, constituído por um conjunto de tarefas que concorrem para a mesma finalidade e que pressupõem conhecimentos semelhantes. Reclassificação profissional: pessoas que, em consequência de acidente de trabalho, foram recolocadas ou reclassificadas noutras funções ou posto de trabalho. Risco profissional: possibilidade de um trabalhador sofrer um dano (doença, patologia, ou outra lesão) provocado pelo trabalho; Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho: - A Segurança do Trabalho: integra um conjunto de metodologias adequadas à prevenção de acidentes de trabalho, tendo como principal campo de acção o reconhecimento e o controlo dos riscos associados ao local de trabalho e ao processo produtivo (matérias, equipamentos e modos operatórios); - A Higiene do Trabalho: integra o conjunto de metodologias não médicas necessárias à prevenção das doenças profissionais tendo como principal campo de acção o controlo dos agentes físicos, químicos e biológicos presentes nas componentes materiais do trabalho. - A Saúde no Trabalho: engloba, além da vigilância médica (exames médico da avaliação da saúde), o controle dos elementos físicos e mentais que possam afectar a saúde (Convenção nº155/81 da OIT). 25

Nota: Na análise de resultados utilizou-se as seguintes classificações das actividades económicas: 1 "Agricultura e Pesca" CAE A e B 2 "Indústrias Extractivas" CAE C 3 "Indústrias Transformadoras" CAE D Na análise ao sector das "Indústrias Transformadoras" foram discriminadas: as Indústrias Ligeiras que contempla a CAE D excepto: Fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e tratamento combustível nuclear; Indústrias metalúrgicas de base; Fab. de máquinas e de equipamentos, n.e.; Fab. Veículos automóveis, reboques e semi-reboques; Fab. Outro material de transporte; e as Indústrias Pesadas que agregam somente a Fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e tratamento combustível nuclear; Indústrias metalúrgicas de base; Fab. de máquinas e de equipamentos, n.e.; Fab. Veículos automóveis, reboques e semi-reboques; Fab. Outro material de transporte; 4 "Electricidade, Gás e Água" CAE E 5 "Construção" CAE F 6 Neste último item foi designado o sector dos "Serviços" que agrega: a CAE G "Comércio por Grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis, motociclos e de bens de uso pessoal e doméstico; a CAE H "Alojamento e restauração" a CAE I " Transportes Armazenagem e Comunicações" a CAE J "Actividades financeiras" a CAE K "Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas" a CAE L "Adm. Pública, defesa e segurança social obrigatória" a CAE M "Educação" a CAE N "Saúde e acção social" a CAE O "Outras activ. Serviços colectivos, sociais e pessoais" a CAE P "Famílias com empregados domésticos" a CAE Q "Organismos internacionais e outras instituições extra-territoriais" 26

ANÁLISE DOS RESULTADOS O objecto de estudo deste inquérito foram os acidentes não mortais, de trabalho e de trajecto, que serão alvo de análises diferenciadas: os acidentes de trajecto serão analisados separadamente e apenas neste capítulo, a partir do qual se analisarão apenas os acidentes de trabalho. Ac. Trabalho 94.7% Deste modo, e fazendo uma pequena análise em termos da natureza do acidente, verifica-se que do total de acidentes de trabalho não mortais, 5,3% Ac. Trajecto foram acidentes de trajecto. 5.3% A. Acidentes de Trajecto Tipologia Através da análise dos dados constantes dos quadros referentes ao percurso realizado e à forma de deslocação, verifica-se que é no percurso realizado habitualmente pelos inquiridos que se dão a maior parte dos acidentes de trajecto ( 90,2%), sendo que destes, 35,0% acontecem nas deslocações efectuadas a pé, e 32,5% em viatura própria. Fora do percurso habitual um número significativo de acidentes acontecem em deslocações efectuadas a pé ( 46,2%) e na viatura da empresa ( 38,5%). Acidentes de Trajecto as principais causas... Perda de controlo sobre máquinas, ferramentas, meios transportes, animais Queda de pessoas Outros desvios Movimentos do corpo que provocam lesões internas atingem sobretudo... 34,3 21,9 Pés 20,4 10,9 Membros Inferiores Membros Inferiores Pés No que respeita ás principais causas, a perda de controlo sobre máquinas, ferramentas, meios de transporte e animais ocupa o primeiro lugar com 34,3% e atingem sobretudo os membros inferiores. A queda de pessoas é também um dos principais motivos dos acidentes de trajecto (21,9%) sendo os pés a parte do corpo mais atingida. Outros desvios e movimentos do corpo que provocam lesões internas aparecem também como causas de peso significativo nos acidentes de trajecto, atingindo essencialmente os membros inferiores e os pés. Relativamente ao sector de actividade é nos serviços que se dão grande parte dos acidentes de trajecto (49,3%). As indústrias ligeiras apresentam também um valor considerável (32,9%). A construção, e as indústrias pesadas apresentam valores inferiores a 10%, sendo pouco significativo o valor de 1,4% para as indústrias extractivas. 27

Pode referir-se ainda que é na faixa etária dos 25 aos 44 anos que se dão o maior número de acidentes de trajecto (48,6%), logo seguida do grupo 45 aos 59 anos com 30,8%. Em relação ao sexo verifica-se que 66,4% são homens. Finalmente, ao nível da profissão, são os profissionais da agricultura e das profissões liberais que apresentam o maior número de acidentes de trajecto (45,2%), seguidos dos dirigentes, científicos e técnicos com 20,5%; os profissionais dos serviços representam 19,2%. B. Acidentes de Trabalho Acidentes de Trajecto por sector de actividade Serviços % 49,3 Ind. Ligeiras 32,9 Ind. Construção Pesadas Ind. 8,9 7,5 Extractivas 1,4 Tipologia Os acidentes de trabalho poderão ser consequência de uma série de situações e, deste modo, terem reflexos em diversas partes do corpo do sinistrado. Assim ao nível das causas mais frequentes referem-se os movimentos do corpo que provocam lesões internas e perda de controle sobre máquinas, ferramentas, meios de transporte ou animais com os valores mais elevados de 20,4% e 17,9% respectivamente. Estas causas quando Acidentes de Trabalho analisadas com as partes do corpo mais atingidas provocam essencialmente lesões no tronco e mãos. as principais causas... Movimentos do corpo que provocam lesões internas Perda de controlo sobre máquinas, ferramentas, meios transportes, animais Queda de pessoas Movimentos do corpo que provocam lesões externas atingem sobretudo... 20,4 17,9 Mãos 16,2 15,7 Tronco Membros Inferiores Mãos A queda de pessoas (16,2%) e movimentos do corpo que provocam lesões externas (15,7%) são também causas evidentes e que atingem sobretudo os membros inferiores e as mãos. Assim, quando isoladas, as mãos são a parte do corpo mais atingida apresentando um valor de 29,8%, seguidas do tronco (16,1%), os pés (15,4%) e membros inferiores com 13,5%. A parte do corpo menos atingida são os orgãos internos correspondendo a 2,6% de respostas 28

Local É na região Norte que ocorrem a maior parte dos acidentes de trabalho (42,4%), seguindo-se a região de Lisboa e Vale do Tejo (41,6%). O Centro apresenta um valor mais reduzido, com 12,8% e finalmente a região do Algarve e Alentejo são as regiões onde ocorrem menos acidentes (1,0% e 1,1% respectivamente). 42,4% 12,8% 41,6% 1,1% Acidentes segundo a região Do total de acidentes ocorridos, cerca de 40% dos mesmos verificam-se fora do concelho de residência do sinistrado. Tal facto pode ser explicado por um fenómeno comum ao longo de todo o país que é a não coincidência entre local de trabalho e local de residência. Ao contrário do que acontece com os acidentes de trajecto, nos acidentes de trabalho e no ranking das actividades a 2 dígitos, em primeiro lugar surge a construção com 14,1% dos acidentes ocorridos. com 14,1%. 1,0% 39% ocorreram fora do concelho de residência Fazendo uma agregação das actividades, em primeiro lugar surgem os Serviços com 37,4%, depois as Indústrias ligeiras com 34,9% e depois a Construção Em termos médios é nas empresas de pequena e média dimensão que se dão o maior número de acidentes de trabalho (48%) A construção é a actividade que regista maior preponderância à ocorrência de acidentes de trabalho, sendo visíveis em todo o país as diferenças entre o índice percentual de acidentes neste sector e nas restantes actividades. 60 É na região Algarvia que a construção assume o valor mais elevado (22,2%) dos acidentes de trabalho ocorridos, seguido do Alentejo com 20,7%, da região Norte com 14,9%, e de Lisboa e vale do Tejo com 13,0%, apresentando a região Centro um valor de 12,9%. Quem É no grupo etário dos 25 aos 44 anos que se registam o maior número de acidentes ocorridos, verificando-se que 50,6% dos sinistrados se situavam na altura nesta Acidentes de trabalho segundo o grupo etário e o sexo (%) Acidentes por sector actividade e região Construção 14,9% Fab. Produtos Metálicos 8,4% Fab. Produtos Minerais não Metálicos 13,2% Construção 12,9% Construção 13,0% Fabricação de Produtos Metálicos 7,8% Construção 20,7% Outras Indústrias Extractivas 10,3% Indústria da Madeira Cortiça 10,3% Comércio por Grosso 10,3% Construção 22,2% Com. Man. e Reparação Veí. Automóveis... 22,2% 50 40 30 20 10 faixa etária; segue-se a faixa dos 45 aos 59 anos que apresenta também um valor elevado, de quase 30%. A frequência de acidentes ocorridos nos homens é cerca de 3 vezes superior à ocorrida nas mulheres. Na faixa etária dos 25 aos 44 anos, os homens representam 74,7% dos casos assinalados contra 25,3% de 29 0 Menos 25 anos 25 a 44 anos 45 a 59 anos 60 e mais anos

mulheres. Nas restantes faixas etárias o panorama é idêntico com os homens a somarem um valor muito superior aos do sexo feminino, nomeadamente no grupo etário dos 60 e mais anos em que os homens representam 82,1% dos casos e as mulheres apenas 17,9%. Ao nível da desagregação por profissões, a menor ocorrência de acidentes verifica-se para os trabalhadores não qualificados da agricultura e pescas e especialistas das profissões intelectuais e cientificas (0,2% e 1,1% respectivamente). Os trabalhadores da "metalúrgica e metalomecânica" representam 23,5% dos sinistrados e os "operários e artífices da indústria extractiva e construção" 10,1%, seguindo-se os "trabalhadores não qualificados das minas, construção, indústria, transformadora e transportes" e o "pessoal dos serviços e vendedores" com 8,5% e 8,2% respectivamente. Relativamente aos níveis de qualificação cerca de 43% do total de sinistrados são trabalhadores semi-qualificados e não qualificados; 29% dos trabalhadores são altamente qualificados e qualificados. Quanto às habilitações literárias verifica-se que 37,8% dos sinistrados inquiridos possuem o "1º ciclo do ensino básico"; de salientar que existem ainda 7,4% que não tem qualquer nível escolar enquanto apenas 2,3% possui o " ensino superior". Agregando os 3 ciclos do ensino básico, verifica-se que 80% dos sinistrados se encontram neste escalão. No que diz respeito à Nacionalidade do sinistrado 97,3% são Portugueses e 1,4% são Africanos. Quanto á situação na profissão 94,8% dos sinistrados são trabalhadores por conta de outrem, sendo que a maior parcela tem vínculo permanente com a empresa (74,9%). Quando A maior percentagem de acidentes de trabalho ocorrem entre os meses de Fevereiro (11,4%) e Maio (11,7%). A grande quebra acontece no mês de Agosto (5,0%), fenómeno que se explica por ser esta a altura em que grande parte dos trabalhadores gozam as suas férias. Outro dos picos de ocorrência de acidentes é o mês de Outubro, com um valor de 10,2% dos sinistros ocorridos. No que respeita ao horário em que se dão o maior número de acidentes, as 10 horas com 16,5% e as 11 horas com 11,8% são aquelas que apresentam maiores índices de sinistralidade, sendo que 28% dos acidentes registados ocorrem no horário acima referido. Acidentes de Trabalho por meses 14,0 Fevereiro Maio 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 Agosto 2,0 0,0 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro 43% ocorrem entre Fevereiroe Maio Outubro Dezembro Novembro Dezembro As 16 horas apresentam também um valor elevado (11,1%). Estes valores estão em consonância com o denominado horário laboral diurno que é aquele que engloba grande parte da população activa. Entre as 20 e as 7 horas registaram-se 11% do total dos acidentes, sendo que o valor mais elevado se situa nas 20 horas com 1,8% e o mais baixo nas 7 horas com 1,1%. Relativamente á ocorrência do acidente face ao dia de descanso verifica-se que é no grupo etário dos 25 aos 59 anos a média situa-se no 3º dia após a folga com 25,3% dos acidentes ocorridos neste dia. Apenas no grupo etário com mais de 60 anos o 4º dia após a folga aparece com o valor mais elevado. 30