A questão da natalidade nos países da União Européia: desafios e alternativas em discussão 1.



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Transcrição:

Universidade do Vale do Itajaí Curso de Relações Internacionais LARI Laboratório de Análise de Relações Internacionais Região de Monitoramento: União Europeia LARI Fact Sheet Abril/Maio de 2011 A questão da natalidade nos países da União Européia: desafios e alternativas em discussão 1. 1. Objeto de análise: Questão da natalidade nos países da União Europeia 2. Informações de referência 2.1 Palavras-chave Demografia: taxa de natalidade, envelhecimento e migrações; União Europeia.! " # $ %&

2.2 Cronologia A partir de 1992 Imigração superior ao crescimento vegetativo natural na União Europeia. "'(()))& * & ( (+,-./ ///*/ / / / A partir 1997 Crescimento da participação feminina no mercado do trabalho nos países membros da UE. Em 10 anos cresceu de 51% para 58% entre mulheres de 15 a 64 anos. ("'(()))&)0)&()((,1+1-2-3,,&" 4 2004 - A taxa total de fertilidade media baixou para cerca de 1,5 filhos por mulher. ("'((&(%(5 6(* (( 78&" 4 A partir de 2007 - Segundo estatísticas do Eurostat, a União Européia pode apresentar crescimento negativo em alguns anos ligado ao envelhecimento da geração baby-boom explosão da natalidade que ocorreu após a Segunda Guerra Mundial. 2008 Países como Alemanha, Itália, Romênia, Portugal, Hungria, Bulgária, Estônia, Letônia e Lituânia registram mais mortes do que nascimentos. 10/2008 Proposta pela Comissão Européia sobre direito das mulheres terem licença de maternidade mais longa e em condições mais favoráveis. 01/2009 Pesquisa aponta que três quartos dos Europeus vivem em países com taxa de natalidade média abaixo de 1,5 filho por mulher. 02/2010 União Européia quer incentivar a taxa de natalidade ao ampliar a licença de maternidade para 20 semanas. 2010 Portugal apresenta a segunda menor taxa de natalidade da União Européia, apesar do crescimento da taxa de natalidade na União Européia.

2011 Taxa de Natalidade da França é segunda maior da Europa com media de 2 filhos por mulher. 2010 Imigração é o motor do crescimento 3. Contextualização De um lado, o envelhecimento da população Européia em consequência da grande diminuição da taxa de natalidade. De outro, o controle das migrações. Este é o grande paradoxo em que se encontra a União Européia na questão demográfica. É desta forma que o problema da natalidade vem assumindo uma importância bastante significativa no continente. Dados estatísticos apontam que a partir de 1922 a imigração foi maior que o crescimento vegetativo na maioria dos países da União Européia. Uma das causas desse problema é a preocupação das mulheres com a carreira profissional, adiando a construção familiar, pessoas mais jovens procuram dedicar mais tempo para seus estudos e depois passam a se preocupar com a carreira. Por isto, outro importante fator determinante para a diminuição da taxa de natalidade é a inserção da mulher no mercado de trabalho, isso se dá devido à incompatibilidade entre família e carreira. Segundo um estudo de análise demográfica, todos os países europeus apresentam taxa de natalidade tão baixa que se tornam incapazes de manter seu nível populacional. Atualmente três quartos dos europeus vivem em países com taxa de natalidade média abaixo de 1,5 filho por mulher, sendo assim, em 2009 nenhum país conseguiu atingir o nível de substituição da média de 2,1 filhos por mulher. Provavelmente, por isto o Parlamento Europeu aprovou o aumento da licença maternidade para cinco meses com salário integral para incentivar o aumento da natalidade na União Européia. Os pais também serão beneficiados com a nova lei com no mínimo duas semanas de férias remuneradas. Cerca de um terço dos 27 paises membros da união européia, inclusive Reino Unido, Alemanha, França e Áustria se posicionariam contra a nova lei que propõe a licença maternidade mínima de 20 semanas com salário integral, pois já declaravam planos para resistir à determinação. De acordo com o texto, atualmente a licença maternidade se encontra de tal maneira: Na maioria dos Estados-membros da União Europeia, a licença-maternidade varia entre 16 e 20 semanas. Alemanha e Malta, por exemplo, adotam o

afastamento de 14 semanas, período mínimo até então estipulado pela UE. Com 16 semanas de licença-maternidade, França, Holanda e Áustria estão na média, enquanto Eslováquia e a República Tcheca são os países com as licenças mais longas, constituídas de 28 semanas. Com a taxa de natalidade abaixo do nível de reposição é a imigração que tem sido o grande motor do crescimento populacional na maioria dos estados-membros da União Européia. Entre 2004 e 2008 entraram cerca de 3 a 4 milhões de imigrantes por ano na UE-27 Em 2010, um estudo que dividia a população por nacionalidade mostrou que existiam 32,4 milhões de estrangeiros a viver na UE-27, o que correspondia a 6,5% da população total. Destes, 12,3 milhões eram cidadãos da União Europeia a viver noutro Estadomembro e 20,1 milhões eram cidadãos que não pertenciam à UE. Em 2010, registou-se na Alemanha o maior numero de cidadãos estrangeiros, 7,1 milhões de pessoas, seguida da Espanha, com 5,7 milhões, e do Reino Unido, com 4,4 milhões. Entre os países membros da UE-27, a percentagem mais alta de cidadãos estrangeiros na população é a de Luxemburgo (43% da população total), seguida da Letónia (17%), da Estónia e de Chipre (ambas com 16%), da Espanha (12%) e da Áustria (11%). A população europeia está envelhecendo cada vez mais, porém a natalidade começou a crescer na união devido à preocupação com problemas futuros, porém Portugal é um dos países que não acompanha esse fenômeno. Enquanto a população envelhece, o país não se preocupa em aumentar a natalidade e o número de nascimentos não consegue acompanhar o nível de envelhecimento da população. É importante ressaltar que a União Europeia depende de um grande fluxo de migrações para conseguir manter sua economia estabilizada, sabendo-se que a população está envelhecendo, os imigrantes significam mão-de-obra para o mercado de trabalho europeu. Países como a Espanha, Alemanha, Áustria e Bélgica têm aproximadamente 10% da sua população composta de imigrantes e grande parte deles possui metade de seu crescimento demográfico decorrente da imigração. É aí que se encontra o grande paradoxo. Embora haja essa grande necessidade, o continente se organiza para controlar as imigrações e há grande nível de xenofobia. Os próprios europeus apontam que o único fator positivo das imigrações é caso da escassez de mão-de-obra que precisa ser combatida no momento. Por fim, pode-se perceber que a União Européia sofre de questão que amplia a instabilidade em sua economia, podendo produzir uma crise devido aos sérios problemas na sua situação demográfica. Um grande desafio nesta questão vem sendo o controle das imigrações realizado pela maioria dos países da União Européia. Embora alguns destes países tenha uma opinião positiva sobre o problema, ao adotar argumentos como o de que imigrantes favorecem a criação de empregos e o aumento da renda per capita e o consumo no país. Outros usam

argumentos xenofóbicos. Muitas alternativas para o incentivo no aumento da natalidade já foram colocadas em prática, como por exemplo, modificações na licença maternidade, com benefícios para ambos genitores, mas a situação de insuficiência de crianças para manter o tamanho da população ainda perdura. 4. Cenários esta parte ainda precisa ser concluida Otimista e mais provável: Pessimista e menos provável: 5. Referências SITE RFI em Português. Taxa de Natalidade na França é a segunda maior da Europa. http://www.portugues.rfi.fr/franca/20110118-taxa-de-natalidade-na-franca-e-segunda-maior-da-europa. Acessado em 14/04/2011 15h10. SITE EURONEWS em Português. UE quer incentivar taxa de natalidade. http://pt.euronews.net/2010/02/23/ue-quer-incentivar-taxa-de-natalidade/ Acessado em 14/04/2011 15h15 SITE SRZD SIDNEYREZENDE. Imigração supera cada vez mais natalidade na UE. Acessado em 14/04/2011 15h20 SITE ESQUERDA.NET. Portugal tem segunda menor taxa de Natalidade da UE. http://www.esquerda.net/artigo/portugal-tem-segunda-menor-taxa-de-natalidade-da-ue Acessado em 14/04/2011 14h00

SITE DW WORLD.DE DEUTSCHE WELLE. Todos os países Europeus têm taxas de natalidade insuficientes. http://www.dw-world.de/dw/article/0,,3938486,00.html Acessado em 14/04/2011 14h15 SITE EUROPA.EU. Comissão permite a milhões de pessoas melhorar o equilíbrio entre vida profissional e privada graças ao prolongamento da licença de maternidade em condições mais favoráveis. In. http://europa.eu/rapid/pressreleasesaction.do?reference=ip/08/1450&format=html&aged=0& language=pt&guilanguage=en Acessado em 14/04/2011 16h21 "'(()))&&( &9:;11, ;.33 <;1=21 > ;