BIOSSOLUBILIZAÇÃO DO FONOLITO POR BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS NO CULTIVO DO FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.)

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Transcrição:

BIOSSOLUBILIZAÇÃO DO FONOLITO POR BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS NO CULTIVO DO FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.) Rafael FERREIRA 1, Cássia C. B. MIRANDA 2 ; Aline C. MESQUITA 1 ; Ligiane A. FLORENTINO 3, Hudson C. BIANCHINI 3 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar a biossolubilização de potássio do pó de rocha fonolito por bactérias diazotróficas quando inoculadas na cultura do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.). Foi observado que a inoculação com as estirpes UNIFENAS 100-01 e UNIFENAS 100-94 promovem a solubilização do potássio do pó de rocha fonolito, necessitando-se menores doses para o desenvolvimento do feijoeiro. INTRODUÇÃO O feijão (Phaseolus vulgaris L.) representa uma importante fonte de proteína nos países em desenvolvimento. No Brasil, os principais produtores são os estados do Paraná, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Bahia (SILVA; WANDER, 2013).. No entanto, observa-se o cultivo em todas as regiões do país, porém, com menor produtividade, devido, principalmente à baixa fertilidade do solo e condições edafoclimáticas (SILVA; WANDER, 2013). Em relação à fertilidade do solo, o potássio (K) constitui-se no segundo elemento mais extraído pela cultura (AMARAL et al., 1980) e, a deficiência deste pode limitar a produtividade do feijoeiro (ROSOLEM, 1996). O K participa como ativador enzimático de diversas reações bioquímicas que ocorrem na planta, do ¹ Graduandos em Agronomia pela Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS Campus Alfenas. Alfenas/MG Email: rafaelferreira440@hotmail.com ; alinecmesquita@hotmail.com ² Mestranda em Ciência Animal pela Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS Campus Alfenas. Alfenas/MG Email: cassibakiao@hotmail.com 3 Docentes da Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS Campus Alfenas. Alfenas/MG - Email: ligiane.florentino@unifenas.br ; hudson.bianchini@unifenas.br

metabolismo de carboidratos e dos mecanismos de abertura e fechamento dos estômatos (MALAVOLTA; CROCOMO, 1982). Atualmente, os fertilizantes potássicos têm recebido grande atenção, principalmente porque o Brasil depende de importações que chegam a 90% do K utilizado na agricultura (DNPM, 2014). Buscando reduzir essa alta dependência do mercado externo, recentemente foi disponibilizada uma fonte alternativa de K produzida a partir da rocha de origem vulcânica denominada fonolito, tendo como nome comercial EKOSIL (IBD, 2014). Este produto apresenta 8% de K 2 O solúvel, sendo que o restante de K está retido por ligações covalentes na rede cristalina do mineral, composta, principalmente por: microclina (KAISi 3 O 8 ), ortoclásio (KAISi 3 O 8 ), andesina [(Na,Ca)(Si,Al) 4 O 8 ] e nefelina [(Na, K) AlSiO 4 ] (TEIXEIRA et al., 2012). Estudos realizados com esse pó de rocha demonstram que é possível utilizalo em substituição do KCl, quando aplicado na mesma proporção para a cultura do café (MANCUSO et al., 2014). No entanto, apesar de toda a viabilidade do uso do fonolito, a sua concentração em K é cerca de sete vezes menor, quando comparado ao KCl, necessitando-se aplicar grande volume deste fertilizante, o que aumenta os custos de produção. Pesquisas desenvolvidas em condições axênicas demonstraram o potencial de algumas estirpes bacterianas em solubilizar K do pó de rocha fonolito, aumentando em aproximadamente 12 vezes a concentração deste elemento no meio de cultura (FLORENTINO et al., 2015). A capacidade de solubilizar K está bem distribuída entre diferentes espécies microbianas (MEENA et al., 2014). Nesse sentido, a associação da utilização dessas bactérias reduziria a quantidade do produto a ser aplicado, sendo significativo do ponto de vista econômico. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi analisar se a inoculação com diferentes estirpes bacterianas podem contribuir para a solubilização de K, visando reduzir a quantidade de pó de rocha que deve ser aplicada na cultura do feijão (Phaseolus vulgaris L.). MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizadas três estirpes de bactérias diazotróficas pertencentes à coleção do Laboratório de Microbiologia Agrícola da Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS (UNIFENAS 100-01; UNIFENAS 100-21 e UNIFENAS 100-94). Essas estirpes foram selecionadas por apresentarem alta capacidade em solubilizar o K a partir do pó de rocha fonolito (FLORENTINO et al., 2015). Para a inoculação nas sementes de feijão, as estipes foram cultivadas em meio 79 (FRED; WAKSMAN, 1928) contendo azul de bromotimol e ph 6,8, até o aparecimento de colônias

isoladas. Após, as bactérias foram repicadas para o meio 79 líquido, onde permaneceram por três dias, até o desenvolvimento da fase log de crescimento (contendo aproximadamente 10 9 células ml -1 ). O experimento foi conduzido em vasos com capacidade de 10 dm 3 de solo no setor de Ciências Agrárias da UNIFENAS, no período de outubro a dezembro de 2014. Após a coleta, o solo foi colocado para secar ao ar, destorroado, passado em peneira de 4 mm de abertura e deste retirada uma amostra para caracterização química (EMBRAPA, 2011), apresentando os seguintes resultados: ph (H 2 O) = 5,5; P = 2 mg dm -3 ; K + = 36 mg dm -3 ; Ca 2+ = 0,4 cmol c dm -3 ; Mg 2+ = 0,2 cmol c dm -3 ; Al 3+ = 0,1 cmol c dm -3 ; H+Al = 2,1 cmol c dm -3 ; soma de bases (SB) = 0,7 cmol c dm -3 ; CTC potencial = 2,8 cmol c dm -3 ; saturação por bases (V%) = 25,0; saturação por alumínio (m%) = 13 e matéria orgânica (M.O.) = 4 g kg -1. A calagem foi realizada com calcário dolomítico de acordo com o método da elevação da saturação de bases para 60%. O solo foi umedecido e incubado e após 30 dias, tempo suficiente para a reação do calcário, foi realizada a adubação de plantio com fósforo e potássio para o nível tecnológico 3, de acordo com Ribeiro et al. (1999). Os tratamentos foram constituídos pelo pó de rocha fonolito utilizado nas doses de 50, 75 e 100% da dose recomendada de KCl (40 kg ha -1 ). Além dos tratamentos contendo fonolito como fonte de K, foi utilizado um tratamento controle com KCl. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 4, sendo três doses de fonolito (50, 75 e 100%) e inoculação com as três estirpes bacterianas, além do controle sem inoculação. O tratamento constituído pela utilização do KCl foi considerado controle adicional. Foram utilizadas quatro repetições. Foram semeadas quatro sementes por vaso do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) cv. Pérola, onde foi inoculado 1 ml de suspensão bacteriana em cada semente. Depois de germinadas, foi realizado o desbaste de duas plantas e as outras duas foram conduzidas por 60 dias, quando foram avaliados os valores de matéria seca da parte aérea (MSPA). Os dados de MSPA foram submetidos à análise de variância, empregando-se o programa de análise estatística Sisvar (FERREIRA, 2011), versão 5.3. As médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 1 estão apresentados os valores de matéria seca da parte aérea (MSPA) das plantas de feijão cultivadas com as diferentes doses de fonolito, associadas ou não à inoculação com as estirpes bacterianas. Analisando o tratamento não inoculado, observa-se que a dose 100% de fonolito proporcionou maior desenvolvimento vegetal, indicando a viabilidade de uso deste fertilizante para o feijoeiro. Mancuso et al. (2014), encontraram resultados semelhantes para a cultura do café. Em relação aos tratamentos inoculados, observa-se que houve diferença entre as estirpes. De modo geral observa-se que os maiores valores de MSPA foram obtidos nos plantas inoculadas e nas menores doses de fonolito, em comparação aos tratamentos controles sem inoculação. Estes resultados sugerem que as bactérias podem contribuir para a liberação de K da rocha fonolito, favorecendo o desenvolvimento do feijoeiro. Nesse sentido, fazendo-se uso da inoculação é possível se utilizar doses menores de fonolito, atingindo os mesmos resultados do uso da dose 100% sem inoculação. Tabela 1. Valores de matéria seca da parte aérea (MSPA) obtidos após o cultivo do feijoeiro com diferentes fontes de K, associados ou não à inoculação com diferentes estirpes bacterianas (1). Tratamentos Sem inoculação UNIFENAS 100-01 Inoculação UNIFENAS 100-21 UNIFENAS 100-94 Fonolito 50% 9,26 B c 10,15 A b 7,95 B d 11,30 A a Fonolito 75% 9,28 B a 10,27 A a 8,98 A b 10,75 A a Fonolito 100% 10,94 A a 7,50 B c 7,17 B b 9,54 B a KCl 12,00 (1) Médias seguidas de letras distintas, maiúsculas na coluna e minúsculas na linha, diferem entre si pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. Dentre as estirpes, destaca-se UNIFENAS 100-01 e UNIFENAS 100-94, que proporcionaram valores de MSPA semelhantes nas doses de 50 e 75% de fonolito, sugerindo que a adubação de fonolito associada à inoculação pode ser reduzida, contribuindo assim para a viabilidade econômica, uma vez que, devido à baixa concentração de K presente neste pó de rocha, é necessário grande volume de aplicação.

A inoculação com as estirpes UNIFENAS 100-01 e UNIFENAS 100-21 apresentou menores valores de MSPA quando comparado ao tratamento fonolito 100% sem inoculação. CONCLUSÕES A inoculação com estirpes bacterianas associada à utilização do fonolito mostrou-se uma prática viável, uma vez que proporcionou bom desenvolvimento do feijoeiro na presença de menores doses do fonolito. AGRADECIMENTOS À Capes pela bolsa de Mestrado e Fapemig pela bolsas de Iniciação Científica e à Fapemig pelo auxílio financeiro (Processo: APQ-01115-14). REFERÊNCIAS AMARAL, F.A. et al. Exigências de nitrogênio, fósforo ε potássio de alguns cultivares de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.). Anais da Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz, v.37, p. 223-239, 1980. DNPM. Departamento Nacional de Produção Mineral. Sumário Mineral. Brasil: 2014. 141 p. Disponível em: < http://www.dnpm.gov.br/dnpm/paginas/sumariomineral>. Acesso em 27 ago. 2015. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA. 2011. Manual de métodos de análise de solos. 2.ed. rev. Embrapa Solos: Rio de Janeiro. 230p. FERREIRA, D. F.. SISVAR: A computer statistical analysis system. Ciência e Agrotécnologia. Lavras, V.35, N 6, P. 1039-1042, 2011. FLORENTINO, L.A. et al. Solubilização de potássio da rocha fonolito por bactérias diazotróficas. Revista Comunicata Scientiae, Piaui, Aceito para publicação. 2015. FRED, E.B.; WAKSMAN, S.A. Laboratory manual of general microbiology: with special reference to the microorganisms of the soil. New York, McGraw--Hill Book. P. 145, 1928.

IBD. Inspeções e Certificações Agropecuárias e Alimentícias. Disponível em: <http://ibd.com.br/pt/clientesresultadopesquisainsumos.aspx?id_certificado=0 &PRODUTO=ekosil&CLIENTE=&ID_CATEGORIA=0&ID_FINALIDADE=0>. Acesso em: 14 Set. 2014. MALAVOLTA, E.; CROCOMO, O.J. O potássio e a planta. In: Yamada, T. et al. (Ed.) O potássio na agricultura brasileira. Piracicaba: Instituto da Potassa & Fosfato:Instituto Internacional da Potassa, 1982. p.95-162. MANCUSO, M.A.C et al. Effect of potassium sources and rates on arabica coffee yield, nutrition, and macronutrient export. Revista Brasileira de Ciência de solo,viçosa, 38:1448-1456, 2014. MEENA, V.S. et al. Does a rhizospheric microorganism enhance K + availability inagricultural soils? Microbiological Research, Pavia, Italy, 169: 337-347, 2014. RIBEIRO, A.C. et al. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais - 5ª Aproximação. Editora Viçosa, Minas Gerais, 1999 ROSOLEM, C.A. Calagem e adubação mineral. In: ARAUJO, R.S.; RAVA, C.A.; STONE, L.F.; ZIMMERMANN, M.J.O. (Ed.) Cultura do feijoeiro comum no Brasil. Piracicaba: Potafós, 1996. cap.4., p.353-385. SILVA, O.F.; WANDER, A.E. O Feijão-Comum no Brasil Passado, Presente e Futuro. Documentos, 287. Embrapa Arroz e Feijão. 2013. TEIXEIRA, A.M.S. et al. Avaliação da rocha fonolito como fertilizante alternativo de potássio. Holos, Natal, v.5, p.21-33, 2012. VINCENT, J. M. A manual for the pratical study of root-nodule bacteria. Blackwell Scientific Publications, 1970. 164 p. (International Biological Programme Handbook, 15).