THOMAS CARTWRIGHT MOMENTO DA HISTÓRIA: PURITANOS SÉCULO XVI
Nasceu em Hertfordshire/Inglaterra, em 1535. Faleceu em Warwick, em Dezembro de 1603, com 68 anos. Ingressou no St John s College, em Cambridge, no ano de 1550. Era naturalmente dotado de habilidades na área da literatura, filosofia e afins.
Durante o reinado de Maria I (Blood Mary), ele foi excluído da universidade (1553), por se recusar a retornar ao catolicismo romano, trabalhando como balconista em um escritório de advocacia. O estudo da divindade, e seus ramos do conhecimento eram sua principal fonte de alegria, no qual ele prosseguiu a se empenhar. Dado curioso: Ele costumava dormir apenas 5 horas/noite.
Em 1.560, depois de formado, tornou-se associado do Trinity College, e em Abril do mesmo ano do seu antigo centro de estudos, o St John s College. Em 1.564, na ocasião da visita da rainha Elisabete I, ele se opôs fortemente em um debate teológico com Thomas Preston (devido à visita da rainha, apenas os homens mais eruditos eram selecionados para debates públicos, a fim de entretê-la).
Foi taxado de presunçoso e mal educado, por não ceder aos caprichos e benefícios reais, como seu oponente fizera. E nem recebeu nenhum mérito ou recompensa por sua notável performance. Alguns historiadores até mencionam que a falta de benesses ou elogios reais deste episódio foram a força motriz para sua oposição à igreja da Inglaterra (a igreja institucional).
No ano seguinte, Thomas Cartwright iniciou sua ênfase na atitude puritana na igreja com relação à sua organização simples e poucas cerimônias, comparando-a favoravelmente com a organização da igreja primitiva.
Em 1569, Thomas Cartwright foi alçado ao posto de professor de Divindade em Cambridge. Suas ministrações a respeito dos capítulos 1 e 2 do livro de Atos são famosas, pois as executava com tal agudeza de espírito e solidez de julgamento que os presentes não podiam deixar sua admiração oculta. Em certa ocasião, quando pregava em St Mary, o sacristão da igreja foi obrigado a derrubar as janelas da igreja, a fim de acomodar a multidão que afluiu para ouvi-lo.
Em suas aulas, Thomas Cartwright também mencionava suas impressões a respeito da disciplina na igreja, e devido à sua posição contra a hierarquia e regime clerical da igreja, foram feitas denúncias contra ele. Acusação: ensinava contra a política externa e ofícios da igreja; consequentemente, vários jovens universitários estavam sendo envenenados por suas doutrinas.
Dado curioso: Diz-se que Cartwright e seus seguidores, certa vez, entregaram 3 sermões na capela da universidade em um domingo, e que os textos eram tão veementemente contra as cerimônias e o uso da sobrepeliz que todos os estudantes ali presentes (exceto 3 deles) despojaram-se do ornamento obrigatório, e apareceram sem ele durante o culto.
Um colega da universidade, Dr. Whitgift, também se opôs fortemente à Cartwright, e lhe causou várias tribulações mais tarde, quando fez parte do conselho diretor da universidade como vicechanceler, a ponto de privá-lo de seu posto de mestre em divindade em 1570, e de sua associação à Cambridge em 1571. Após sua deposição, Cartwright foi até Genebra, visitar Theodore Beza.
Em 1572, retornou à Inglaterra, e poderia ter se tornado professor de Hebraico em Cambridge, se não fosse por sua expressa simpatia ao notório Advertência ao Parlamento (manifesto contra a autoridade dos bispos, após um projeto de lei puritano ter sido abandonado), de Thomas Wilcox e John Field. Para escapar novamente da prisão, ele foi novamente para o exterior, trabalhando como sacerdote aos residentes ingleses em Antuérpia (Bélgica) e Middelburg (países baixos).
Em 1576 ele visitou e organizou as igrejas huguenotes em Channel Islands, sendo estabelecido pastor em Antuérpia e recusando uma oferta de uma cadeira na universidade de St. Andrews. Em 1585 ele retornou a Londres sem autorização, foi preso por um curto período e se tornou mestre em Warnick. Em 1590, foi convocado por uma alta corte, e em 1591 foi enviado, novamente, para a prisão, onde foi tratado com bondade. Logo em seguida, foi liberto, morrendo em Warnick, no mesmo ano da rainha (1603).