8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 747

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Transcrição:

Página 747 COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE ALGODÃO EM FUNÇÃO DA ÉPOCA DE SEMEADURA NO SISTEMA ADENSADO, NA REGIÃO DOS CHAPADÕES Jefferson Luis Anselmo 1 ; Henrique Vinicius de Holanda 2 ; Leonardo Amadeu Alves 2 ; Pedro Henrique de Faria Nogueira Lourenço 2 ; Thiago Zago Leonel 1, Hewerton John Silveira Magalhães 3 ; Alfredo Dias Ricieri 1 1 Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Chapadão (Fundação Chapadão), e-mail: jefferson@fundacaochapadao.com.br; 2 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP); 3 Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS); RESUMO Objetivou-se com este estudo avaliar cultivares de algodão no sistema adensado em diversas épocas de semeadura, cultivados na região de Chapadão do Sul-MS. As semeaduras foram realizadas nos dias 16 de Dezembro de 2009 (1ª Época), 05 de Janeiro de 2010 (2ª Época), 22 de Janeiro de 2010 (3ª Época) e 20 de Fevereiro de 2010 (4ª Época) e os cultivares avaliados foram FM 966LL, FM 910, FM 993, NUOPAL, 604BG e FMT 701. Os parâmetros analisados para a cultura foram: peso de 10 capulhos (kg) e produtividade de algodão em caroço (kg ha -1 ). Para as cultivares estudadas, em quatro épocas distintas de semeadura, com relação ao peso de 10 capulhos todas as variedades tiveram melhor ganho de peso na época 1. Para a variável produtividade (kg ha -1 ) a primeira e segunda época de semeadura foram superiores, apresentando as maiores produções. Na interação variedades x épocas e em media geral a quarta época apresentou ser a época menos favorável para todas as variedades avaliadas. Palavras-chave - Gossypium; cerrado; produtividade; capulhos. INTRODUÇÃO Na região do Brasil central, concentra-se uma enorme área de cultivo de soja e milho, seja em monocultivo ou em rotação. Dentre as culturas mais promissoras para integrar este sistema de rotação nessa região, está o algodoeiro, visto que se cultivado após a soja, sofre aumento significativo na sua produção, além de outros efeitos benéficos na propriedade como a otimização no uso de maquinários, melhoria na qualidade biológica do solo, entre outros. Outro aspecto importante que justifica a introdução dessa cultura no cerrado seria o atraente retorno econômico comparado as demais opções. Com a globalização da economia os cotonicultores brasileiros passam a concorrer diretamente com os melhores cotonicultores do mundo. Neste contexto haverá espaço apenas para a cotonicultura moderna, que aplique a tecnologia para a redução dos custos de produção e com incremento na qualidade e rendimento. Na safra de 2010/11 a produção de algodão em caroço no país poderá atingir

Página 748 aproximadamente 4.990,3 mil toneladas com produtividade média de 3.825 kg ha -1 em espaçamentos convencionais (CONAB, 2011). Em função da busca da eficiência de produção, nos últimos anos a cultura do algodão vem tomando várias regiões do cerrado, pela topografia plana que incrementa a mecanização da cultura, pela boa distribuição de chuvas na região, pela cultura não apresentar restrição quanto à fotoperíodo e também como alternativa de rotação de culturas com a soja e o milho. O algodão adensado pretende aumentar a produtividade e/ou a precocidade com relação aos sistemas de plantio convencionais. No algodão adensado, o dossel fecha cedo, propiciando maior captação e aproveitamento dos recursos luz e água. O controle precoce do crescimento vegetativo com fitoregulador e a intensa competição entre plantas posteriormente favorecem potencialmente a precocidade. Porém, a literatura exibe muita variabilidade nos resultados em termos de ganhos de produtividade e precocidade, em função das condições climáticas, principalmente pluviometria. Na prática, para os produtores, são decisivos os fatores econômicos (redução de custo de produção) e comercias (mercado e preços para a pluma). Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar cultivares de algodão no sistema adensado em diversas épocas de semeadura, cultivados na região dos Chapadões. METODOLOGIA O experimento foi conduzido no ano agrícola 2009/10, na área experimental da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Chapadão (Fundação Chapadão), município de Chapadão do Sul MS, localizada nas coordenadas 18º 46' S e 52º 38' W, com altitude aproximada de 810 metros. O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho Distrófico argiloso A moderado (EMBRAPA, 2006). A análise do solo da área experimental se encontra na Tabela 1. A precipitação pluviométrica mensal, ocorrida durante o ciclo da cultura, pode ser observada na Tabela 2. O sistema de cultivo empregado foi à semeadura direta, tendo como culturas antecessoras a soja (Safra 08/09) e o sorgo na entressafra. As semeaduras foram realizadas nos dias 16 de Dezembro de 2009 (1ª Época), 05 de Janeiro de 2010 (2ª Época), 22 de Janeiro de 2010 (3ª Época) e 20 de Fevereiro de 2010 (4ª Época). Para todas as épocas de semeadura foram aplicadas 350 kg ha -1 da fórmula 03-22-11 no plantio e 100 kg.ha -1 de uréia (Super N) em cobertura. Os cultivares avaliados foram FM 966LL, FM 910, FM 993, NUOPAL, 604 BG e FMT 701. O tratamento de sementes e o manejo fitossanitário da cultura foram realizados de acordo com os procedimentos comumente utilizados por agricultores na região. Os tratamentos foram dispostos no delineamento experimental de

Página 749 blocos casualizados em esquema de faixas, com quatro repetições. Foram estabelecidos vinte e quatro tratamentos, resultantes da combinação dos fatores cultivares de algodão e épocas de semeadura. Cada parcela experimental foi composta por sete linhas de 30 m de comprimento, com espaçamento de 45 cm entre si, perfazendo área total de 94,5 m 2 e área útil de 3,6 m 2, uma vez que por ocasião da colheita, considerou-se apenas as duas linhas centrais com quatro metros de comprimento, as demais linhas foram consideradas bordaduras. Os parâmetros analisados na cultura foram: peso de 10 capulhos (kg) e produtividade de algodão em caroço (kg ha -1 ). Após a pesagem em balança digital foi determinada a produtividade, através da pesagem dos capulhos (g parcela -1 ), o qual foi convertido para kg ha -1. Os resultados foram submetidos ao teste F da analise de variância (ANOVA), sendo as medias das variedades e das épocas de semeadura comparadas pelo teste de Scott-Knott, adotando-se o nível de 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com a análise de variância, constatou-se interação significativa entre variedades de algodão e épocas de semeadura (p<0,05). Para as cultivares estudadas, em quatro épocas distintas de semeadura, com relação ao peso de 10 capulhos (Tabela 3), pode-se observar que todas as variedades tiveram melhor ganho de peso na época 1. Para a variedade 604 BG esta foi a única variedade que não diferenciou estatisticamente das outras épocas, apresentando apenas diferença estatística para a época quatro. Em geral a primeira época demonstrou ser muito mais produtiva em relação às demais. Para a variável produtividade (kg ha -1 ) a primeira e segunda época de semeadura foram superiores, diferenciando estatisticamente das demais épocas (Tabela 4). A maioria das variedades não apresentou diferença estatística para as épocas 1, 2 e 3; somente a variedade FM 910 apresentou diferenças nestas épocas obtendo a maior produção na época 2. Na interação variedades x épocas e em media geral a quarta época apresentou ser a época menos favorável para todas as variedades avaliadas devido a menor precipitação pluviométrica neste período. Mesmo na melhor epoca a produtividade ficou abaixo da esperada para safra 2010/11 pela CONAB, sendo esperado para esta safra uma produtividade média de 3.825 kg ha -1 em espaçamentos convencionais (CONAB, 2011). O ciclo do algodoeiro pode ser dividido em quatro fases fenológicas, sendo o período que vai da primeira flor ao primeiro capulho o mais critico em relação a deficiência hídrica, embora a planta de algodão ser relativamente tolerante ao estresse hídrico, são necessários, aproximadamente 700 mm de água por ciclo para obtenção de altas produtividades (ROSOLEM, 2007).

Página 750 A época de ocorrência da fase critica do algodoeiro depende da data de semeadura e do ciclo da cultivar utilizada. Quando a semeadura do algodoeiro e realizada em dezembro, a fase critica ocorre totalmente na estação chuvosa. Portanto nessa época de semeadura há grande possibilidade de a demanda hídrica da cultura ser suprida pelas chuvas, confirmando a recomendação do zoneamento agrícola de que a semeadura do algodoeiro em Mato Grosso seja em dezembro (BRASIL, 2009). CONCLUSÃO Para as cultivares estudadas, em quatro épocas distintas de semeadura, com relação ao peso de 10 capulhos todas as variedades tiveram melhor ganho de peso na época 1. Para a variável produtividade (kg ha -1 ) a primeira e segunda época de semeadura foram superiores, apresentando as maiores produções. Na interação variedades x épocas e em media geral a quarta época apresentou ser a época menos favorável para todas as variedades avaliadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Secretaria de Políticas Agrícolas. Portaria n. 86 de 29 de maio de 2008. Diário oficial [da] Republica Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2 out. 2009. Seção 1, p. 4. Disponível em: <http://tinyurl.com/ylleafa.>. Acesso em: 22 out. 2009. CONAB. Acompanhamento da safra brasileira: grãos, quarto levantamento, janeiro/2011. Brasília, DF:, 2011. 41 p. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2.ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306 p. ROSOLEM, C. A. Fatores fisiológicos que afetam a produtividade do algodoeiro. In: FARIAS, F. J. C.; RODRIGUES, S. M. M.; LAMAS, F. M. (Ed.). Tecnologia para o algodoeiro no Cerrado do Mato Grosso. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2007. P. 13-23.

Página 751 Tabela 1. Características químicas e físicas do solo. M.O. ph P K Ca Mg Al H+Al S.B. C.T.C. Oxi- Sol. Tampão Resina Resina Resina Resina KCl Red. CaCl2 SMP g/dm 3 mg/dm 3 mmolc/dm 3 mmolc/dm 3 mmolc/dm 3 mmolc/dm 3 mmolc/dm 3 mmolc/dm 3 mmolc/dm 3 28 4,9 27 3,2 30 12 1 45 45,4 90,4 V% S B Cu Fe Mn Zn Argila Silte Areia Fosf. Água Mehlich Mehlich Mehlich Mehlich HMFS HMFS HMFS Cálcio Quente % mg/dm 3 mg/dm 3 mg/dm 3 mg/dm 3 mg/dm 3 mg/dm 3 g/kg g/kg g/kg 50 17 0,4 0,8 31 15,5 4,7 716 98 186 Tabela 2. Precipitação pluvial mensal registrada durante a condução do experimento. Fundação Chapadão, Mato Grosso do Sul (2010). Meses Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Milímetros 322 444 150 123 32 0 5 0 0

Página 752 Tabela 3. Valores médios de peso de 10 capulhos (g) das seis variedades de algodão sob sistema adensado em quatro épocas de semeadura, na região dos Chapadões. Fundação Chapadão (2009/10). Variedades Epocas 1 2 3 4 FM 966 LL 101,62 aa 87,35 ab 80,90 ac 68,50 ad FM 910 82,26 ca 74,65 bb 66,89 cc 55,50 bd FM 993 99,53 aa 76,45 bc 83,75 ab 67,50 ad NUOPAL 90,82 ba 75,50 bb 77,90 ab 71,50 ab 604 BG 82,63 ca 78,45 ba 74,37 ba 65,50 ab FMT 701 89,61 ba 81,70 ab 74,27 bc 73,25 ac Media 91,08 A 79,01 B 76,34 B 66,95 C CV (%) 6,15 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Scott-knott ao nível de 5% de probabilidade. CV coeficiente de variação. Tabela 4. Valores médios de produtividade (kg ha -1 ) das seis variedades de algodão sob sistema adensado em quatro épocas de semeadura, na região dos Chapadões. Fundação Chapadão (2009/10). Variedades Epocas 1 2 3 4 FM 966LL 3138,89 ba 3166,66 aa 2913,19 aa 1739,58 ab FM 910 2708,33 bb 3753,47 aa 2902,77 ab 1163,19 ac FM 993 3302,08 aa 3333,33 aa 2993,05 aa 1607,63 ab NUOPAL 3618,05 aa 3440,97 aa 2993,05 aa 1197,91 ab 604 BG 2895,83 ba 3295,13 aa 2899,30 aa 1298,61 ab FMT 701 3649,30 aa 3357,63 aa 3079,86 aa 1802,08 ab Media 3218,74 A 3391,20 A 2963,54 B 1468,17 C CV (%) 15,80 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Scott-knott ao nível de 5% de probabilidade. CV coeficiente de variação.