Confederação do Equador (1824): Revolta separatista, urbana, republicana e popular. PE, RN, CE, PB e AL. Causas: Autoritarismo de D. Pedro I.

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Transcrição:

Confederação do Equador (1824): Revolta separatista, urbana, republicana e popular. PE, RN, CE, PB e AL. Causas: Autoritarismo de D. Pedro I. Pobreza generalizada. Alta de impostos.

Representou a principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora do governo de D. Pedro I (1822-1831), esboçada na Carta Outorgada de 1824, a primeira Constituição do país A revolução queria a formação de uma república baseada na constituição da Colômbia. Ganhou este nome, pois o centro do movimento ficava próximo a Linha do Equador.

Constituição imperial: A) Constituição da Mandioca (1823) projeto frustrado: Submissão do poder Executivo ao poder Legislativo. Voto censitário (150 alqueires de mandioca). B) 1ª Constituição Brasileira (1824): Outorgada. Monarquia Constitucional Hereditária. Catolicismo oficial. Igreja atrelada ao Estado (Padroado e Beneplácito). Pernambuco não aceitou essa Constituição e em 2 de julho de 1824, seu presidente Manuel de Carvalho Pais de Andrade proclamou a Confederação do Equador

4 poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador.

Quem participou? Pernambuco, centro da revolta, o movimento teve participação das camadas urbanas, elites regionais e intelectuais. A grande participação popular foi um dos principais diferenciais deste movimento. Por trás das divergências políticas que culminaram com a proclamação da Confederação do Equador, encontra-se uma divisão econômica e espacial de Pernambuco. Ao norte, açucareiro e algodoeiro, com vilas populosas, opunha-se o monolitismo do sul pernambucano, exclusivamente açucareiro, cujas povoações eram simples anexos dos engenhos de cana

Ambos os itens encontram-se figurados na bandeira da Confederação, onde se vê um ramo de algodão, à direita, lado a lado com uma canade-açúcar.

Os jornais Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco de Cipriano Barata e Frei Caneca (ambos liberais) propagavam ideias liberais Frei Caneca, Cipriano Barata e Emiliano Munducuru acreditavam que a ampliação de direitos políticos e reformas no campo social eram medidas urgentes no novo poder estabelecido. A proposta de Pais de Andrade no sentido de libertar os escravos e o exemplo haitiano (país que recentemente se libertara do domínio francês através de uma revolta popular) não tranquilizavam as elites, e alguns proprietários de terras passaram a colaborar com o governo imperial.

A repressão ao movimento estava sendo preparada no Rio de Janeiro. Várias tropas foram enviadas para o Nordeste sob o comando do brigadeiro Francisco de Lima e Silva (forças terrestres) e de Lord Cochrane (forças navais). Em setembro de 1824, as forças de Lima e Silva dominaram Recife e Olinda (principais centros de resistência), e dois meses depois foi a vez do Ceará.

Líderes: Paes de Andrade, Cipriano Barata e Frei Caneca. Contratação de mercenários e navios. Novo aumento de impostos. Violentamente reprimida. Frei Caneca é executado.

Mesmo com o fim da Confederação do Equador, a insatisfação contra o absolutismo do Imperador continuava e crescia cada vez mais. O forte caráter centralizador do governo de D. Pedro I gerou conflito entre o novo estadista e as elites que defenderam sua chegada ao poder A contração de dívidas com a Inglaterra e o gasto de verbas com a Guerra da Cisplatina fortaleceram o movimento oposicionista. Em 1829, a falência do Banco do Brasil agravou o repúdio aos poderes imperiais. Dessa forma, a vitória dos oposicionistas, em 1830, dava sinais do enfraquecimento político de Dom Pedro I.

A crise do I Reinado: Dificuldades financeiras (queda nas exportações, empréstimos, falta de um produto significativo e despesas militares). Autoritarismo de D. Pedro I. Críticas da imprensa. Questão Sucessória (POR 1826). Medo da recolonização. Guerra da Cisplatina (URU 1828). Separação do Uruguai, 8 mil mortos e gastos inúteis). Assassinato de Frei Caneca e do jornalista Libero Badaró. Impopularidade.

Desregramento moral de D. Pedro I. Noite das Garrafadas (RJ 1831). Ministério dos Brasileiros/ Ministério dos Marqueses. Abdicação (7/4/1831). D. Pedro de Alcântara era menor de idade. Regentes.

CABANADA (1832-1835) Dificuldades financeiras do novo Regime, com o comércio exterior quase estagnado e a queda das cotações do algodão e da cana-de-açúcar, além do privilégio aduaneiro à Inglaterra, em vigor desde 1810, fizeram com que eclodissem diversas revoltas no Império do Brasil nesse período. O movimento da Cabanada se deu em Pernambuco, Alagoas, e Pará, porém são insurreições diferentes e em locais diferentes. A primeira se trata da revolta em Pernambuco e Alagoas e a segunda na região do atual Pará.

Discurso: defesa da grande propriedade, da religião (que teria sido ofendida com a saída de D. Pedro I), e da volta de D. Pedro I (em nome da autoridade divina). Prática: saques de fazendas, assassinatos de proprietários, ocupação de terras, libertação de escravos. Presença inicial de grandes proprietários (defendendo seus privilégios) e permanente das camadas humildes e exploradas. Violentamente reprimida.

Em Pernambuco, onde também foi chamado de "A Guerra dos Cabanos", a rebelião foi conservadora pois pretendia a volta do monarca português ao trono do Brasil Desenrolou-se na zona da mata e no agreste. Teve como líder Vicente de Paula, com seguidores de origem humilde, predominando índios (jacuípes e outros) e escravos foragidos (chamados de papaméis). Com a morte de Dom Pedro I em Portugal (1834), o movimento deixou de ter razão de existir. Ao final da Cabanada, o líder Vicente de Paula foi preso e enviado para a ilha de Fernando de Noronha.

Revolução Praieira (1848-1850) Esta revolta, antes de ser uma simples reação dos liberais aos conservadores, foi uma das mais significativas revoltas sociais do Brasil. Teve a participação das camadas mais humildes da população pernambucana e encerrou o período de intensa agitação iniciada nas Regências. Ao longo da década de 1840, setores mais radicais do partido liberal recifense manifestaram seus ideias através do jornal Diário Novo, localizado na Rua da Praia. Em pouco tempo, esses agitadores políticos ficaram conhecidos como praieiros. Assim como em outras partes do Brasil, em Pernambuco existiam dois partidos: liberal (dominado pelos Cavalcanti) e conservador (dominado pelos Rego Barros).

Essas duas famílias faziam acordos políticos com muita facilidade. Assim, Francisco de Paula Cavalcanti tornou-se presidente da província em 1837, através de um acordo com os Rego Barros e, em 1840, foi a vez de Francisco Rego Barros (barão de Boa Vista) assumir a presidência. Em 1842, alguns integrantes do Partido Liberal se rebelaram e fundaram o Partido Nacional de Pernambuco (Partido da Praia), eles acusavam Rego Barros de distribuir os melhores cargos aos Cavalcanti e seus aliados mais próximos.

Em 1847, o movimento passou a ganhar força com a nomeação de um presidente de província conservador mineiro para conter a ação dos liberais pernambucanos. Revoltados com essa ação autoritária do poder imperial, os praieiros pegaram em armas e tomaram conta da cidade de Olinda. A essa altura, um conflito civil contando com o apoio de grandes proprietários, profissionais liberais, artesãos e populares tomou conta do estado.

Entre as principais medidas defendidas por esses liberais estavam a liberdade de imprensa, a extinção do poder moderador, o fim do monopólio comercial dos portugueses, mudanças sócio-econômicas e a instituição do voto universal. Mesmo não tendo caráter essencialmente socialista, esse grupo político era claramente influenciado por socialistas utópicos do século XIX, como Pierre Joseph Proudhon, Robert Owen e Charles Fourier.

Causas da Insurreição Praieira Causa imediata: nomeação, para a presidência da província, de um conservador. Isto ocasionou a revolta da ala urbana do partido liberal (Partido da Praia); A tensa situação social de Pernambuco. Alguns proprietários rurais controlavam toda a riqueza local; Nas cidades, especialmente Recife, havia uma burguesia comercial rica e poderosa; A intensa agitação antilusitana surgiu por causa do controle do comércio de Pernambuco pelos portugueses; A influência exercida pelas idéias do socialismo utópico europeu no "Partido da Praia".

Em 1 de janeiro de 1849, os revoltosos lançaram o seu programa, um documento que denominaram Manifesto ao Mundo, de conteúdo socialista utópico, supostamente escrito por Borges da Fonseca, um jornalista. O manifesto defendia: o voto livre e universal do povo brasileiro; a plena e absoluta liberdade de comunicar os pensamentos por meio da imprensa (liberdade de imprensa); o trabalho, como garantia da vida para o cidadão brasileiro comércio a retalho só para os cidadãos brasileiros; a inteira e efetiva independência dos poderes constituídos; a extinção do Poder Moderador e do direito de agraciar;

o elemento federal na nova organização a completa reforma do Poder Judiciário, de forma a assegurar as garantias dos direitos individuais dos cidadãos; a extinção da lei do juro convencional; a extinção do sistema de recrutamento militar então vigente. Apesar do caráter liberal da revolução, os revoltosos não cogitavam a abolição da escravidão.

Principais eventos: O líder praieiro Antonio Chichorro da Gama assumiu a presidência da província, em 1845. Com a queda do Ministério Liberal e a nomeação de um presidente conservador para a Província (Herculano Ferreira Pena), os praieiros se revoltaram (07 de novembro de 1848) sob a chefia do deputado Joaquim Nunes Machado, que contou com o auxilio do capitão Pedro Ivo (herói lendário), Antonio Veloso da Silveira e Borges da Fonseca. A Província foi pacificada por Manuel Vieira Tosta (novo Presidente) e pelo Brigadeiro José Joaquim Coelho (comandante das Armas). Os rebeldes foram derrotados em Água Preta e Iguaraçu.