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A C Ó R D Ã O. Agravo de Instrumento nº

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Reis Friede Relator. TRF2 Fls 356

: MIN. DIAS TOFFOLI :MUNICÍPIO DE VENÂNCIO AIRES : FLÁVIO CÉSAR INNOCENTI E OUTRO(A/S)

RECURSO ESPECIAL Nº MG (2013/ )

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

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REsp Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO Data da Publicação: DJ 17/04/2017 Decisão RECURSO ESPECIAL Nº

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Supremo Tribunal Federal

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APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.126

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Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível n , da 1ª Vara Cível e da Fazenda Pública da Comarca de Paranavaí,

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO DÉCIMA QUINTA CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO ACÓRDÃO

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R E L A T Ó R I O O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL LÁZARO

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PODER JUDICIÁRIO FEDERAL Tribunal Regional do Trabalho 2ª Região

APELAÇÃO CÍVEL Nº , DE MARINGÁ - 2ª VARA CÍVEL APELANTE : MICHIKO NAKAMURA APELADO : MUNICÍPIO DE MARINGÁ RELATOR : DES

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR HUMBERTO MARTINS - EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE GOIÁS Gabinete do Desembargador Ney Teles de Paula

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: MIN. DIAS TOFFOLI SÃO PAULO

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

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Transcrição:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.335.815 - RJ (2012/0154662-7) RELATOR RECORRENTE ADVOGADO RECORRIDO ADVOGADO : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO : NATÁLIA CRUZ DE SOUZA : ANANIAS DE CARVALHO ARRAIS E OUTRO(S) : CARTÓRIO DO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS DO 1º DISTRITO DA 1ª CIRCUNSCRIÇÃO DE DUQUE DE CAXIAS - RJ : EDIMAR JAQUES SANTANA DA SILVA E OUTRO(S) EMENTA RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO TABELIÃO PELO ATO ILÍCITO. CARTÓRIO DE NOTAS SEM PERSONALIDADE JURÍDICA. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. AFASTADA APLICAÇÃO DO CDC. NÃO VIOLAÇÃO AO ART. 535, II, DO CPC. ANÁLISE DE TODAS AS QUESTÕES POSTAS.ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SÚMULA 83/STJ. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. A orientação pacífica desta Corte Superior, portanto, é firme no sentido de que os cartórios ou serventias não possuem legitimidade para figurar no polo passivo de demanda indenizatória, visto que desprovidos de personalidade jurídica e judiciária, representando, apenas, o espaço físico onde é exercida a função pública delegada consistente na atividade notarial ou registral. 2. Acórdão recorrido de acordo com a jurisprudência desta Corte Superior. Súmula 83/STJ. 3. Recurso especial não provido. DECISÃO 1. Cuida-se de recurso especial interposto por NATÁLIA CRUZ DE SOUZA, com fundamento no art. 105, III, "a" e "c", da Constituição, contra acórdão proferido pelo TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, assim ementado: APELAÇÃO CÍVEL. ERRO NO REGISTRO DE NASCIMENTO CONSTATADO EM OUTRA AÇÃO JUDICIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS PROPOSTA EM FACE DO CARTÓRIO DE REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO TABELIONATO. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO NOTÁRIO, OFICIAL OU TABELIÃO, POR FORÇA DO ART. 22 DA LEI 8.935/94. RECURSO IMPROVIDO. CORREÇÃO DE OFÍCIO DO DISPOSITIVO DA SENTENÇA PARA QUE SEJA 0 PROCESSO EXTINTO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NA FORMA DO ART.267, VI, DO CPC. Ressalte-se que a responsabilidade civil dos atos praticados por tabeliães e notários tema eivado de grande controvérsia na doutrina e jurisprudência. Adota-se, na presente, a corrente predominante desta Corte e do STJ, no sentido de que o Cartório de Registro Civil não é Documento: 54920328 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 24/11/2015 Página 1 de 6

dotado de personalidade jurídica e, portanto, não tem legitimação passiva ad causam para figurar em demanda de responsabilidade civil. A obrigação de reparar o dano decorrente da atividade notarial é pessoal dos Notários e Oficiais de Registro, consoante art.22 da Lei nº 8.935/94. Recurso que merece desprovimento. Porém, dispositivo da sentença que se corrige de oficio, ante a clara contradição com a fundamentação do julgado, uma vez que esta tratou de ilegitimidade passiva e, portanto, o dispositivo deve extinguir o processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, inciso VI, do CPC. Opostos embargos de declaração, foram rejeitados (fls. e-stj 128/132). Em suas razões recursais, aponta a parte recorrente, além de dissídio jurisprudencial, ofensa ao disposto nos arts. 12 e 535, II, do CPC e art. 3º do CDC. Sustenta, em síntese: (a) nulidade do acórdão recorrido, pois, não obstante a oposição de embargos de declaração, os vícios apontados não foram sanados; (b) que o Cartório de Notas, na forma do art. 12, do CPC, tem capacidade para estar em juízo ativa e passivamente; (c) que trata-se de demanda submetida ao Código de Defesa do Consumidor; (d) que há decisões desta Corte Superior e do TJDFT em sentido contrário ao acórdão recorrido, comprovando, portanto, o dissídio jurisprudencial. Contrarrazões ao recurso especial às fls.e-stj 185/190. Crivo negativo de admissibilidade na origem (fls.e-stj 192/200). Agravo em recurso especial provido por este Relator. (fls.e-stj 213) É o relatório. DECIDO. 2. Inicialmente, observa-se que não se viabiliza o recurso especial pela indicada violação do artigo 535, II, do Código de Processo Civil, não caracterizando omissão quando o tribunal adota outro fundamento que não aquele defendido pela parte. Embora rejeitados os embargos de declaração, a matéria em exame foi devidamente enfrentada pelo Tribunal de origem, que emitiu pronunciamento de forma fundamentada. Assim dispôs o acórdão recorrido: a responsabilização é pessoal do Tabelião responsável pela prática do ato; o Cartório de Notas não detém personalidade jurídica; o caso em tela reclama a aplicação da legislação cabível e específica ao caso, e não o CDC. Vejamos às fls.e-stj 132: "Com efeito, o julgador adotou a corrente majoritária do TJ/RJ e do STJ, no sentido de que a responsabilidade civil por ato ilícito praticado por oficial de Cartório de Notas é pessoal do tabelião ou notário. Ademais, esta Câmara, expressamente, analisou a posição doutrinária que sustenta que o Cartório seria ente formal, portanto, podendo figurar em demandas judiciárias porém deixou de acolher tal fundamento, por ser entendimento minoritário (fl. 106). Quanto à alegação de aplicação do CDC, repisa-se que, foi adotada a legislação cabível e específica ao caso, qual seja, Lei 8.935/94." Portanto, ultrapassada a apontada violação ao art. 535, II, do CPC, quando restaram enfrentados e superados os arts. 12, do CPC e 3º, do CDC, o Tribunal decidiu Documento: 54920328 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 24/11/2015 Página 2 de 6

todas as questões que lhe foram postas, ainda que em sentido contrário à pretensão da recorrente. 3. Da mesma maneira e sob outro fundamento, torna a não merecer reparos a decisão hostilizada, pois o acórdão recorrido julgou no mesmo sentido da jurisprudência desta Corte Superior. No caso concreto, as razões recursais encontram óbice na Súmula 83 do STJ, que determina a pronta rejeição dos recursos a ele dirigidos, quando o entendimento adotado pelo e. Tribunal de origem estiver em conformidade com a jurisprudência aqui sedimentada, entendimento aplicável também aos recursos especiais fundados na alínea a do permissivo constitucional. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem assentado que o exercício de atividade notarial delegada (art. 236, 1º, da Constituição) deve se dar por conta e risco do delegatário, de modo que é do notário a responsabilidade objetiva por danos resultantes dessa atividade delegada (art. 22 da Lei 8.935/1994), cabendo ao Estado apenas a responsabilidade subsidiária. Precedentes do STJ e do STF. A orientação pacífica desta Corte Superior, portanto, é firme no sentido de que os cartórios ou serventias não possuem legitimidade para figurar no polo passivo de demanda indenizatória, visto que desprovidos de personalidade jurídica e judiciária, representando, apenas, o espaço físico onde é exercida a função pública delegada consistente na atividade notarial ou registral. Nesse sentido: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO (ART. 544 DO CPC) - AÇÃO INDENIZATÓRIA - DANOS MORAIS E MATERIAIS - REEXAME FÁTICO - SÚMULA N. 7 DO STJ - NOTÁRIOS E REGISTRADORES - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. O entendimento desta Corte Superior é de que notários e registradores, quando atuam em atos de serventia, respondem direta e objetivamente pelos danos que causarem a terceiros. 2. Impossibilidade de reexame da matéria por importar novo enfrentamento do quadro fático delineado na lide. Incidência da súmula n. 7 do STJ. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 110.035/MS, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 23/10/2012, DJe 12/11/2012). RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECONHECIMENTO DE FIRMA MEDIANTE ASSINATURA FALSIFICADA. RESPONSABILIDADE CIVIL. OFÍCIO DE NOTAS. ILEGITIMIDADE PASSIVA. AUSÊNCIA DE PERSONALIDADE JURÍDICA E JUDICIÁRIA 1. Consoante as regras do art. 22 da Lei 8.935/94 e do art. 38 da Lei n.º 9.492/97, a responsabilidade civil por dano decorrente da má prestação de serviço cartorário é pessoal do titular da serventia à época do fato, em razão da delegação do serviço que lhe é conferida pelo Poder Público em seu nome. 2. Os cartórios ou serventias não possuem legitimidade para figurar no pólo passivo de demanda indenizatória, pois são desprovidos de personalidade jurídica e judiciária, representando, apenas, o espaço físico onde é exercida a função pública delegada consistente na atividade notarial ou registral. 3. Legitimidade passiva do atual titular do serviço notarial ou registral pelo pagamento de débitos atrasados do antigo titular. Documento: 54920328 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 24/11/2015 Página 3 de 6

4. Doutrina e jurisprudência acerca do tema, especialmente precedentes específicos desta Corte. 5. Recurso especial provido" (REsp nº 1.177.372/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, Rel. p/ acórdão Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 28/06/2011, DJe 1º/2/2012). DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO REGISTRADOR PÚBLICO. LAVRATURA DE ASSENTO DE NASCIMENTO COM INFORMAÇÕES INVERÍDICAS. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. FILHA PRIVADA DO CONVÍVIO MATERNO. DANOS MORAIS. VALOR DA COMPENSAÇÃO. MAJORAÇÃO. 1. A doutrina e a jurisprudência dominantes configuram-se no sentido de que os notários e registradores devem responder direta e objetivamente pelos danos que, na prática de atos próprios da serventia, eles e seus prepostos causarem a terceiros. Precedentes. 2. Da falta de cuidado do registrador na prática de ato próprio da serventia resultou, inequivocamente, a coexistência de dois assentos de nascimento relativos à mesma pessoa, ambos contendo informações falsas. Essa falha na prestação do serviço, ao não se valer o registrador das cautelas e práticas inerentes à sua atividade, destoa dos fins a que se destinam os registros públicos, que são os de "garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos", assim como previsto no art. 1º da Lei n.º 8.935, de 1994. 3. O dano moral configurou-se ao ser privada a vítima, ao longo de sua infância, adolescência e início da vida adulta, do direito personalíssimo e indisponível ao reconhecimento do seu estado de filiação, conforme disposto no art. 27 do ECA, desrespeitando-se a necessidade psicológica que toda a pessoa tem de conhecer a sua verdade biológica. Consequentemente, foi despojada do pleno acesso à convivência familiar, o que lhe tolheu, em termos, o direito assegurado no art. 19 do ECA, vindo a lhe causar profunda lacuna psíquica a respeito de sua identidade materno-filial. 4. É da essência do dano moral ser este compensado financeiramente a partir de uma estimativa que guarde alguma relação necessariamente imprecisa com o sofrimento causado, justamente por inexistir fórmula matemática que seja capaz de traduzir as repercussões íntimas do evento em um equivalente financeiro. Precedente. 5. Para a fixação do valor da compensação por danos morais, são levadas em consideração as peculiaridades do processo, a necessidade de que a compensação sirva como espécie de recompensa à vítima de sequelas psicológicas que carregará ao longo de toda a sua vida, bem assim o efeito pedagógico ao causador do dano, guardadas as proporções econômicas das partes e considerando-se, ainda, outros casos assemelhados existentes na jurisprudência. Precedentes. 6. Recurso especial provido. (REsp 1134677/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 07/04/2011, DJe 31/05/2011). AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. TABELIONATO. AUSÊNCIA DE PERSONALIDADE JURÍDICA. RESPONSABILIDADE DO TITULAR DO CARTÓRIO À ÉPOCA DOS FATOS. 1. O tabelionato não detém personalidade jurídica, respondendo pelos danos decorrentes dos serviços notariais o titular do cartório na época dos fatos. Responsabilidade que não se transfere ao tabelião posterior. Precedentes. Documento: 54920328 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 24/11/2015 Página 4 de 6

2. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 624.975/SC, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 21/10/2010, DJe 11/11/2010). RECURSO ESPECIAL - NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL - NÃO OCORRÊNCIA - SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO - NATUREZA JURÍDICA - ORGANIZAÇÃO TÉCNICA E ADMINISTRATIVA DESTINADOS A GARANTIR A PUBLICIDADE, AUTENTICIDADE, SEGURANÇA E EFICÁCIA DOS ATOS JURÍDICOS - PROTESTO - PEDIDO DE CANCELAMENTO - OBRIGAÇÃO DE FAZER - TABELIONATO - ILEGITIMIDADE DE PARTE PASSIVA RECONHECIDA - AUSÊNCIA DE PERSONALIDADE - RECURSO IMPROVIDO. I - É entendimento assente que o órgão judicial, para expressar sua convicção, não precisa mencionar todos os argumentos levantados pelas partes, mas, tão-somente, explicitar os motivos que entendeu serem suficientes à composição do litígio, não havendo falar, na espécie, em ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil. II - Segundo o art. 1º da Lei n 8.935/94, que regulamentou o art. 236 da Constituição Federal, os serviços notariais e de registro são conceituados como 'organização técnica e administrativa destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos'. Dispõe, ainda, referida Lei que os notários e oficiais de registro gozam de independência no exercício de suas atribuições, além de que estão sujeitos às penalidades administrativas previstas nos arts. 32, 33, 34 e 35, no caso de infrações disciplinares previstas no art. 31 da mesma Lei. III - Os cartórios extrajudiciais - incluindo o de Protesto de Títulos - são instituições administrativas, ou seja, entes sem personalidade, desprovidos de patrimônio próprio, razão pela qual, bem de ver, não possuem personalidade jurídica e não se caracterizam como empresa ou entidade, afastando-se, dessa forma, sua legitimidade passiva ad causam para responder pela ação de obrigação de fazer. IV - Recurso especial improvido." (REsp nº 1097995/RJ, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/9/2010, DJe 06/10/2010 - grifou-se). ADMINISTRATIVO. DANOS MATERIAIS CAUSADOS POR TITULAR DE SERVENTIA EXTRAJUDICIAL. ATIVIDADE DELEGADA. RESPONSABILIDADE DO NOTÁRIO. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência mais recente desta Corte foi firmada no sentido da responsabilidade dos notários e oficiais de registro por danos causados a terceiros, não permitindo a interpretação de que há responsabilidade pura do ente estatal. 2. Em hipóteses como a dos autos, em que houve delegação de atividade estatal, verifica-se que o desenvolvimento dessa atividade se dá por conta e risco do delegatário, tal como ocorre com as concessões e as permissões de serviços públicos, nos termos do que dispõem os incisos II, III e IV da Lei n. 8.987/95. 3. "O art. 22 da Lei 8.935/1994 é claro ao estabelecer a responsabilidade dos notários e oficiais de registro por danos causados a terceiros, não permitindo a interpretação de que deve responder solidariamente o ente estatal." (REsp 1087862/AM, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/02/2010, DJe 19/05/2010.) Documento: 54920328 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 24/11/2015 Página 5 de 6

PROCESSO CIVIL. CARTÓRIO DE NOTAS. PESSOA FORMAL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. RECONHECIMENTO DE FIRMA FALSIFICADA. ILEGITIMIDADE PASSIVA. O tabelionato não detém personalidade jurídica ou judiciária, sendo a responsabilidade pessoal do titular da serventia. No caso de dano decorrente de má prestação de serviços notariais, somente o tabelião à época dos fatos e o Estado possuem legitimidade passiva. Recurso conhecido e provido. (REsp 545.613/MG, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em 08/05/2007, DJ 29/06/2007, p. 630). 3. Ante o exposto, nego provimento ao recurso especial. Publique-se. Intimem-se. Brasília (DF), 17 de novembro de 2015. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO Relator Documento: 54920328 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 24/11/2015 Página 6 de 6