MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO AUDITORIA INTERNA SECRETARIA DE ORIENTAÇÃO E AVALIAÇÃO PARECER SEORI/AUDIN-MPU Nº 2.903/2014



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Transcrição:

MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO AUDITORIA INTERNA SECRETARIA DE ORIENTAÇÃO E AVALIAÇÃO PARECER SEORI/AUDIN-MPU Nº 2.903/2014 Referência : Ofício nº 128/2014 - GAB. Protocolo AUDIN-MPU nº 1603/2014. Assunto Interessado : Administrativo. Desfazimento de bens. Material bibliográfico. Aplicabilidade do Decreto nº 99.658/1990 e da Instrução Normativa DA/PGT nº 03/2010. : Procuradoria Regional do Trabalho 21ª Região. Trata-se de consulta formulada pelo Excelentíssimo Senhor Procurador-Chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 21ª Região/RN, acerca da aplicabilidade do Decreto nº 99.658/90, que regulamenta no âmbito da Administração Pública Federal o reaproveitamento, a movimentação, a alienação e outras formas de desfazimento de material, e da Instrução Normativa DA/PGT nº 3/2010, que trata dos procedimentos de recebimento, controle, padronização, distribuição, alienação e baixa dos bens integrantes do patrimônio, no âmbito da PGT/MPT, devido ao fato de a citada Instrução Normativa ter caráter mais restrito no tocante aos destinatários da doação, em face do Decreto. 2. E assim, o Consulente relata que: Através da Portaria nº 036, de 07 de abril de 2014, foram designados três servidores para compor a Comissão de Desfazimento de Material Bibliográfico, cuja avaliação do patrimônio inservível resultou na triagem de 122 obras ociosas e 215 obras irrecuperáveis. Como se vê, os materiais bibliográficos relacionados pela Comissão de Desfazimento, após análise do patrimônio da Biblioteca da PRT 21ª Região, encaixam-se na classificação de materiais trazida pelo parágrafo único do art. 3º do Decreto Federal nº 99.658/90 (ociosos, antieconômicos e irrecuperáveis). De acordo com o mesmo diploma legal, as doações deverão ser direcionadas aos beneficiários elencados em seu art. 15, inciso I a V, conforme a natureza do patrimônio objeto de descarte: A Instrução Normativa DA/PGT nº 03, de 06 de dezembro de 2010, responsável por disciplinar, no âmbito da PGT/MPT, os procedimentos inerentes aos recebimento, controle, padronização, distribuição, alienação e baixa dos bens integrantes do patrimônio, possui rol menor de beneficiários da doação (itens 15.2.1 e 15.2.3). 1/8

No que tange aos bens considerados antieconômicos, observa-se que o Decreto Federal supra contempla pessoas jurídicas da Administração Pública indireta dos Estados, Municípios e Distrito Federal como possíveis beneficiárias da alienação de bens inservíveis mediante doação, enquanto a IN DA/PGT nº 03/2010 não as menciona. Sabe-se, por outro lado, que o rol previsto em ambos não é taxativo, mas estabelece tão somente uma ordem de preferência. Desse modo, inexistindo interessados dentre os prioritariamente determinados, é possível a doação aos outros candidatos possíveis (PARECER CORAG/SEORI/AUDIN - MPU Nº 69/2013). Assim, diante da redação mais restritiva do item 15.2.2 da IN PGT/DA nº 03/2010, ato normativo infralegal, em relação ao art. 15 do Decreto Federal nº 99.658/90, indaga-se: (a) uma vez conferida a publicidade necessária à intenção de doação de bens, é possível destinar o patrimônio considerado antieconômico ou ocioso/recuperável neste último caso, quando forem ausentes órgãos interessados da Administração Pública Federal Direta e Indireta ou de quaisquer Poderes da União a entidade autárquica estadual, municipal ou distrital, bem como a outras pessoas jurídicas que fazem parte da Administração Pública indireta dos Estados, Municípios e Distrito Federal? (b) havendo, ainda, bens remanescentes e persistindo a ausência de interessados, é possível realizar a doação das obras inservíveis a Centro Acadêmico estudantil, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e com escopo educacional? (grifou-se) 3. Em exame, cabe, inicialmente, trazer a lume dispositivos do Decreto Federal nº 99.658, de 1990, e da IN DA/PGT nº 3/2010, que dizem respeito às questões perquiridas a este Órgão de Controle Interno, in verbis: DECRETO Nº 99.658/1990 ( ) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 8.028, de 12 de abril de 1990, no Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, e no Decreto-Lei nº 2.300, de 21 de novembro de 1986, DECRETA: Art. 1º O reaproveitamento, a movimentação e a alienação de material, bem assim outras formas de seu desfazimento, no âmbito da Administração Pública Federal, são regulados pelas disposições deste decreto. Art. 3º Para fins deste decreto, considera-se: I - material - designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes, acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis de emprego nas atividades dos órgãos e entidades públicas federais, independente de qualquer fator; II - transferência - modalidade de movimentação de material, com troca de responsabilidade, de uma unidade organizacional para outra, dentro do mesmo órgão ou entidade; 2/8

III - cessão - modalidade de movimentação de material do acervo, com transferência gratuita de posse e troca de responsabilidade, entre órgãos ou entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo ou entre estes e outros, integrantes de qualquer dos demais Poderes da União; IV - alienação - operação de transferência do direito de propriedade do material, mediante venda, permuta ou doação; V - outras formas de desfazimento - renúncia ao direito de propriedade do material, mediante inutilização ou abandono. Parágrafo único. O material considerado genericamente inservível, para a repartição, órgão ou entidade que detém sua posse ou propriedade, deve ser classificado como: a) ocioso - quando, embora em perfeitas condições de uso, não estiver sendo aproveitado; b) recuperável - quando sua recuperação for possível e orçar, no âmbito, a cinquenta por cento de seu valor de mercado; c) antieconômico - quando sua manutenção for onerosa, ou seu rendimento precário, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo; d) irrecuperável - quando não mais puder ser utilizado para o fim a que se destina devido a perda de suas características ou em razão da inviabilidade econômica de sua recuperação. Art. 4º O material classificado como ocioso ou recuperável será cedido a outros órgãos que dele necessitem. 1º A cessão será efetivada mediante Termo de Cessão, do qual constarão a indicação de transferência de carga patrimonial, da unidade cedente para a cessionária, e o valor de aquisição ou custo de produção. 2º Quando envolver entidade autárquica, fundacional ou integrante dos Poderes Legislativo e Judiciário, a operação só poderá efetivar-se mediante doação. Art. 8º 4º A alienação de material, mediante dispensa de prévia licitação, somente poderá ser autorizada quando revestir-se de justificado interesse público ou, em caso de doação, quando para atendimento ao interesse social, observados os critérios definidos no art. 15 deste decreto. Art. 15. A doação, presentes razões de interesse social, poderá ser efetuada pelos órgãos integrantes da Administração Pública Federal direta, pelas autarquias e fundações, após a avaliação de sua oportunidade e conveniência, relativamente à escolha de outra forma de alienação, podendo ocorrer, em favor dos órgãos e entidades a seguir indicados, quando se tratar de material: 3/8

I - ocioso ou recuperável, para outro órgão ou entidade da Administração Pública Federal direta, autárquica ou fundacional ou para outro órgão integrante de qualquer dos demais Poderes da União; II - antieconômico, para Estados e Municípios mais carentes, Distrito Federal, empresas públicas, sociedade de economia mista, instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade pública pelo Governo Federal, e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público; III - irrecuperável, para instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade pública pelo Governo Federal, e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público; IV - adquirido com recursos de convênio celebrado com Estado, Território, Distrito Federal ou Município e que, a critério do Ministro de Estado, do dirigente da autarquia ou fundação, seja necessário à continuação de programa governamental, após a extinção do convênio, para a respectiva entidade convenente; V - destinado à execução descentralizada de programa federal, aos órgãos e entidades da Administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e aos consórcios intermunicipais, para exclusiva utilização pelo órgão ou entidade executora do programa, hipótese em que se poderá fazer o tombamento do bem diretamente no patrimônio do donatário, quando se tratar de material permanente, lavrando-se, em todos os casos, registro no processo administrativo competente. Parágrafo único. Os microcomputadores de mesa, monitores de vídeo, impressoras e demais equipamentos de informática, respectivo mobiliário, peças-parte ou componentes, classificados como ociosos ou recuperáveis, poderão ser doados a instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade pública pelo Governo Federal, e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público que participem de projeto integrante do Programa de Inclusão Digital do Governo Federal. Art. 16. Verificada a impossibilidade ou a inconveniência da alienação de material classificado como irrecuperável, a autoridade competente determinará sua descarga patrimonial e sua inutilização ou abandono, após a retirada das partes economicamente aproveitáveis, porventura existentes, que serão incorporados ao patrimônio. 1º A inutilização consiste na destruição total ou parcial de material que ofereça ameaça vital para pessoas, risco de prejuízo ecológico ou inconvenientes, de qualquer natureza, para a Administração Pública Federal. 2º A inutilização, sempre que necessário, será feita mediante audiência dos setores especializados, de forma a ter sua eficácia assegurada. 3º Os símbolos nacionais, armas, munições e materiais pirotécnicos serão inutilizados em conformidade com a legislação específica. Art. 17. São motivos para a inutilização de material, dentre outros: I - a sua contaminação por agentes patológicos, sem possibilidade de recuperação por assepsia; 4/8

II - a sua infestação por insetos nocivos, com risco para outro material; III - a sua natureza tóxica ou venenosa; IV - a sua contaminação por radioatividade; V - o perigo irremovível de sua utilização fraudulenta por terceiros. Art. 18. A inutilização e o abandono de material serão documentados mediante Termos de Inutilização ou de Justificativa de Abandono, os quais integrarão o respectivo processo de desfazimento. (grifamos) INSTRUÇÃO NORMATIVA DA/PGT Nº 03/2010 ( ) Considerando as disposições contidas no Decreto-Lei nº 200/67, na Lei nº 8.666/93 e demais legislação pertinente, e ( ) 1. Baixar esta Instrução Normativa (IN), com a finalidade de disciplinar, no âmbito da PGT/MPT, procedimentos inerentes ao recebimento, controle, padronização, distribuição, alienação e baixa dos bens integrantes do Patrimônio, conforme abaixo: 15. DA DOAÇÃO 15.1 Permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica, no caso de bens móveis. 15.2 A doação de bens móveis, com a transferência gratuita da posse e troca de responsabilidade, poderá ser realizada entre a PGT/MPT e outras entidades da Administração Pública Federal, Estadual e Municipal e para instituições filantrópicas, reconhecidas oficialmente, conforme classificação abaixo, após avaliação de comissão especialmente designada. 15.2.1 Bem móvel classificado como ocioso ou recuperável, poderá ser doado aos órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário Federal. 15.2.2 Bem móvel classificado como antieconômico, poderá ser doado para os Estados, Distrito Federal e Municípios mais carentes. 15.2.3 O material ou equipamento classificado como antieconômico e/ou irrecuperável, poderá ser doado para instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade pública pelo Governo Federal. 15.3 Para se habilitar à doação pretendida, a entidade filantrópica deverá encaminhar requerimento à autoridade superior dos órgãos do MPT, fazendo constar do mesmo a documentação comprobatória de seu funcionamento e regular reconhecimento de utilidade pública, sem fins lucrativos. 15.4 A doação se efetivará, mediante preenchimento e assinatura do Termo de Doação, da mesma forma estabelecida no item 14.3. 5/8

16. DESCARGA DE MATERIAL 16.1 Verificada a impossibilidade ou a inconveniência da alienação de material classificado como irrecuperável, a autoridade competente poderá determinar a descarga patrimonial e sua inutilização ou abandono, após a retirada das partes economicamente aproveitáveis, por ventura existentes, que serão incorporadas a outros bens patrimoniais. 16.2 A utilização da faculdade acima prevista, após localização e avaliação, deverá constar de circunstanciado relatório a ser submetido à autoridade competente da PGT/MPT, para decisão. (grifou-se) 4. Da leitura, verifica-se que tanto o Decreto Federal quanto a Instrução Normativa da PGT, além de disciplinarem a mesma matéria, foram editados tendo como fundamento as disposições do Decreto-Lei nº 200/67 e da Lei nº 8.666/93 (que revogou o Decreto-Lei nº 2.300/86, que disciplinava as licitações e contratos). 5. Ocorre que a IN nº 03/2010 da PGT, tem seu âmbito de aplicação restrito à Procuradoria Geral do Trabalho, conforme expressamente definido no item 1 desse normativo interno, acima destacado. 6. Por outro lado, convém ressaltar que o Decreto nº 99.658/1990 foi editado no uso da atribuição disposta no inciso IV do art. 84 da Constituição Federal, segundo a qual cabe ao Chefe do Poder Executivo a competência para expedir decretos para a fiel execução das leis. Regulamenta, portanto, em plano e alcance superior, a mesma matéria objeto da Portaria da PGT. 7. O referido Decreto é amplamente aplicado no âmbito da Administração Pública Federal, inclusive no MPU, e contém balizas, princípios e diretrizes relativas ao instituto do desfazimento de bens que resguardam o interesse público e mostra-se consentâneo à realidade das disposições da Lei nº 8.666/93, que revogou o Decreto-Lei nº 2.300/86. 8. Assim, recomenda-se que a Administração observe as disposições do Decreto nº 99.658/90, no que couber, podendo aplicar supletivamente os preceitos da IN DA/PGT nº 3/2010, nos procedimentos de desfazimento de bens, caso necessário. 9. Nessa senda, temos que, no desfazimento de materiais, deve ser observada, como regra geral, a ordem de preferência estabelecida no art. 15 do citado Decreto, de acordo com a classificação do bem em ocioso, recuperável, antieconômico ou irrecuperável. Em razão disso, caso não existam interessados entre os destinatários preferenciais especificados para cada tipo de bem, o desfazimento poderá ocorrer para os destinatários preferenciais relacionados no inciso seguinte. 10. Dessa forma, é possível a doação de um bem classificado como ocioso para os Estados (inciso II do art. 15), por exemplo, unicamente por não haver interessados no âmbito dos órgãos preferenciais da União (inciso I do mesmo artigo). Aliás, convém ressaltar que esse entendimento encontra-se no Parecer CORAG/SEORI/AUDIN-MPU Nº 149/2011, disponível no endereço www.auditoria.mpu.mp.br, vejamos o destaque: 6/8

PARECER CORAG/SEORI/AUDIN MPU Nº 149/2011 2. Examinada a questão, cabe notar que a referida norma tem a finalidade de regulamentar o desfazimento de bens pelo MPF da forma mais conveniente ao interesse público. Nesse sentido, entendemos que a fixação da lista dos beneficiários da doação, conforme a classificação do bem a ser doado, item nº 15, foi efetivada para estabelecer uma ordem de preferência, não de maneira taxativa. Portanto, inexistindo interessados dentre os prioritariamente determinados, os bens poderão ser destinados aos demais candidatos possíveis. (negritou-se) 11. Entretanto, entende-se não ser recomendável a doação a instituição que não esteja entre as espécies mencionadas como possíveis destinatários de bens inservíveis da Administração relacionados no art. 15 do Decreto em pauta, por falta de autorização legal nesse sentido. Ou seja, é até viável caminhar na ordem de preferência, em caso de não existirem interessados; porém, não é recomendável ir além das espécies de destinatários expressamente estabelecidos no Decreto. 12. Diante disso, no que tange à possibilidade de doação de bens ociosos/recuperáveis a Centro Acadêmico estudantil, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e com escopo educacional, pode-se extrair da norma que a cessão/doação somente poderá ser feita caso o destinatário se enquadre em uma das espécies de pessoa jurídica, entidade ou instituição expressamente definidas no Decreto como possível beneficiário de bens inservíveis, inclusive pela ausência de disposição em contrário. 13. A propósito, é importante comentar que, mesmo em se tratando de desfazimento de resíduos sólidos, o art. 3º do Decreto nº 5.940/2006, a seguir copiado em parte, indica como destinatários as cooperativas e as associações de catadores de materiais recicláveis, que cumprirem determinados requisitos. DECRETO Nº 5.940/2006 Art.3º Estarão habilitadas a coletar os resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direita e indireta as associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis que atenderem aos seguintes requisitos: I - estejam formal e exclusivamente constituídas por catadores de materiais recicláveis que tenham a catação como única fonte de renda; II - não possuam fins lucrativos; III - possuam infraestrutura para realizar a triagem e a classificação dos resíduos recicláveis descartados; e IV - apresentem o sistema de rateio entre os associados e cooperados. 7/8

14. Em face do exposto, somos de opinião que, uma vez conferida a publicidade necessária para divulgação dos materiais bibliográficos ociosos/recuperáveis, objeto de desfazimento, inexistindo interesse dos destinatários preferenciais da União, estipulados no inciso I do art. 15 do Decreto nº 99.658/90, a Administração poderá promover o desfazimento, sucessivamente, para os destinatários relacionados nos incisos II e III do mesmo artigo. É o parecer que submetemos à consideração superior. Brasília, de outubro de 2014. JOSÉ GERALDO DO E. SANTO SILVA Coordenador de Orientação de Atos de Gestão De acordo. À consideração do Senhor Auditor-Chefe. Aprovo. Encaminhe-se à PRT-21ª/RN e à SEAUD. Em / 10 / 2014. MARA SANDRA DE OLIVEIRA Secretária de Orientação e Avaliação EDSON ALVES VIEIRA Auditor-Chefe, em exercício 8/8