PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE ESCOLARES DE 10 A 14 ANOS DA CIDADE DE JOAÍMA, SITUADA NA ZONA DO MÉDIO JEQUITINHONHA - MINAS GERAIS RESUMO

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Transcrição:

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE ESCOLARES DE 10 A 14 ANOS DA CIDADE DE JOAÍMA, SITUADA NA ZONA DO MÉDIO JEQUITINHONHA - MINAS GERAIS Carlos Eduardo Mota* Felipe Santana de Souza** Hinahiara Lopes Barreto** Jonas Emanuel Barbosa dos Santos** Jaime Tolentino Miranda Neto*** Maria de Fatima de Matos Maia*** RESUMO O objetivo desta pesquisa foi traçar o perfil antropométrico de escolares de 10 a 14 anos da cidade de Joaíma, situada na zona do Médio Jequitinhonha, Minas Gerais, para verificação de obesidade nas mesmas e comparativo com pesquisa de (Miranda Neto, 2002). O estudo foi caracterizado como sendo uma pesquisa descritiva. A amostra foi composta por 282 crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de ambos os sexos de escolas públicas, urbanas e rurais da cidade de Joaíma - MG. Para a análise descritiva foi feito o cálculo das médias, desvios padrões e o Teste T para a comparação entre escola urbana e rural e entre os sexos, através do Staticical Package for Science (SPSS) versão 16.0. O IMC médio dos meninos foi de 16,8% e o nível de percentual de gordura das meninas revelou-se em um nível de amplitude ótima (15% a 25%), aproximando-se do nível moderadamente alto. As meninas estão abaixo da media (9 kg/m 2 a 22 kg/m 2 ) por possuírem 18,2 Kg/m 2. Em todas as variáveis as meninas da escola urbana possuem médias mais altas. Observou-se que a prevalência de sobrepeso e obesidade é quase nula, com apenas alguns dados acima do ideal, mas com uma proximidade muito grande da classificação ideal. PALAVRAS CHAVES - Escola urbana, escola rural, obesidade, sobrepeso. ---------------------------------------- *Especialista em Educação Fisica - FUNORTE **Acadêmico da Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES; Grupo Integrado de Pesquisa em Psicologia do Esporte/Exercício e Saúde, Saúde Ocupacional e Mídia - GIPESOM *** Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES; Grupo Integrado de Pesquisa em Psicologia do Esporte/Exercício e Saúde, Saúde Ocupacional e Mídia - GIPESOM

INTRODUÇÃO Com a maior mecanização do trabalho e a introdução da robótica e da informática no controle dos sistemas reduziu-se a necessidade do homem moderno de se expor a esforços físicos na realização de suas tarefas (Miranda Neto, 2004), trazendo assim uma tendência à obesidade para toda a nova geração. Para este autor a obesidade apesar de está distribuída em todas as classes econômicas da população, é proporcionalmente mais elevado nas famílias de baixa renda. Isso por causa da desordem nutricional que atinge a população. As crianças estão começando a freqüentar a escola antes dos 7 anos de idade, muitas vezes se ausentando de casa já nos primeiros anos de vida e absorvendo uma cultura que sofre influência de vários fatores que estão modificando seu estilo de vida e poderão propiciar, entre outras conseqüências, um quadro de obesidade. O campo do desenvolvimento humano focaliza o estudo científico de como as pessoas mudam, e também de como ficam iguais, desde a concepção até a morte, segundo (Papalia & Olds, 2000). A prevenção da obesidade é relativamente simples e consiste em equilibrar a ingestão calórica com o dispêndio energético (Anez & Petrosky, 2002). A composição corporal é uma área importante da antropometria. Através da análise da composição corporal pode-se determinar os componentes do corpo humano de forma quantitativa e utilizar os dados desta análise para detectar o grau de desenvolvimento e crescimento de crianças e jovens, o estado dos componentes corporais de adultos e idosos, bem como, prescrever exercícios (Fernandes Filho, 2003). O crescimento e desenvolvimento humano trazem com eles alguns fatores como, o ganho de altura e o ganho de peso. Para verificar se o crescimento e o desenvolvimento estão adequados faz-se necessária a mensuração de algumas medidas do corpo, para que as mesmas, sejam comparadas com padrões e demonstrados através de instrumentos científicos se estão normais ou não. Baseados nos estudos realizados, traçaremos o perfil antropométrico de escolares de 10 a 14 anos da cidade de Joaíma, situada na zona do Médio Jequitinhonha, Minas Gerais, para verificação de obesidade nas mesmas e comparativo com pesquisa de (Miranda Neto, 2002). METODOLOGIA O estudo foi caracterizado como sendo uma pesquisa descritiva de corte longitudinal. A amostra foi composta por 282 crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de ambos os sexos de escolas públicas, urbanas e rurais da cidade de Joaíma MG. Para a mensuração das dobras cutâneas, tríceps e subescapular, foi utilizado um compasso de dobras modelo Sanny, com escala em milímetros e pressão constante de 10 g/mm 2. Para mensuração da altura foi utilizado um estadiômetro da marca Seca com 220 cm, fixo na parede. Esta mensuração foi feita em inspiração máxima, com a cabeça orientada no plano de Frankfurt (plano aurículoorbitário), segundo (Fernandes Filho, 2003). Para o peso uma balança digital da marca Plenna, Lithium Digital modelo Futura, com capacidade de zero a 150Kg e resolução de 100g. O peso foi determinado com a criança em pé, no centro da plataforma da balança, com a menor quantidade de roupas possível segundo FERNANDES FILHO, 2003).

Para a análise da Composição Corporal foram utilizadas as medidas das dobras cutâneas medidas nas regiões triciptal (TR) e subescapular (SE). Para a mensuração das dobras cutâneas um compasso de dobras modelo Sanny, com escala em milímetros e pressão constante de 10g/mm2 em todas as aberturas. As medidas foram realizadas ao lado direito dos avaliados. Este estudo foi realizado com base na resolução 196/96 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde (CNS).Todos os participantes e seus responsáveis (pais) foram informados do objetivo do estudo, dos procedimentos, dos possíveis desconfortos, riscos, e benefícios antes de assinarem o termo de consentimento. O estudo foi limitado pela não autorização dos pais ou responsáveis, pela recusa na participação e/ou pela ausência do aluno às aulas no dia da coleta de dados. Para a análise descritiva desta amostra, foi feito o cálculo das médias, desvios padrões e o Teste T para a comparação entre escola urbana e rural e entre os sexos, através do pacote estatístico Staticical Package for Science ( SPSS) versão 16.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 1 Características Físicas dos Meninos Sexo N Média D.P T Sig. Idade Masc. 126 12.3 1.3 0,1 0,000 Massa Corporal (Kg) Masc. 126 37.3 8.8 4,1 0,021 Estatura (Cm) Masc. 126 147.8 11.1 2,4 0,000 IMC(Kg/m 2 ) Masc. 126 16.8 1.9 4,6 0,000 Dobra Triciptal(mm) Masc. 126 9.2 3.4 8,2 0,000 Dobra Subescapular(mm) Masc. 126 6.2 2.5 8,4 0,000 Percentual de Gordura(%) Masc. 126 12.8 4.3 13,3 0,000 Quando comparado com o nomograma de composição corporal de Lohman (1992) para meninos, a média de percentual de gordura manteve-se em um nível de amplitude ótima(10% a 20%), contudo, ficou próximo do nível baixo. De acordo com Lohman (1992) a classificação de sobrepeso e obesidade através do IMC para homens prevê que 15 kg/m 2 é a média. De 16 kg/m 2 a 24 kg/m 2 é classificado como acima da media e de 25% acima e considerado risco. Como o IMC médio dos meninos foi de 16,8%, eles estão classificados como acima da média, próximo do limiar da classificação média.

Tabela 2 Características Físicas das Meninas Sexo N Média D.P T Sig. Idade Fem. 156 12.1 1.3 0,1 0,000 Massa Corporal (Kg) Fem. 156 41.7 9.5 4,1 0,025 Estatura (Cm) Fem. 156 150.5 8.8 2,3 0,000 Dobra Triciptal(mm) Fem. 156 13.1 4.4 8,4 0,000 Dobra Subescapular(mm) Fem. 156 10.1 4.7 8,9 0,000 Percentual de Gordura(%) Fem. 156 21.2 5.9 13,8 0,000 Utilizando novamente como parâmetro o nomograma de Lohman (1992), o nível de percentual de gordura das meninas de Joaíma revelou-se em um nível de amplitude ótima (15% a 25%), aproximando-se do nível moderadamente alto. Sobretudo, quando avalia-se de acordo com a tabela de classificação do sobrepeso e obesidade de Lohman (1992) que utiliza o IMC como parâmetro as meninas estão abaixo da media (9 kg/m 2 a 22 kg/m 2 ) por possuírem 18,2 Kg/m 2 Tabela 3 Comparativo entre Características Físicas das Meninas de Escola Rural e Urbana Escola N Média D.P T Sig. Idade Rural 14 10.4 0.5 3,5 0,001 Urbana 30 10.8 0.4 3,2 0,005 Massa Corporal (Kg) Rural 14 29.9 2.8 3,5 0,001 Urbana 30 38.2 8.8 4,8 0,000 Estatura (Cm) Rural 14 135.8 5.2 5,5 0,000 Urbana 30 146.8 6.8 6 0,000 IMC(Kg/m 2 ) Rural 14 16.3 1.3 1,8 0,091 Urbana 30 17.5 2.8 2,3 0,031 Dobra Triciptal(mm) Rural 14 9.4 2.6 2,5 0,017 Urbana 30 12.6 4.4 3 0,005 Dobra Subescapular Rural 14 5.5 1.4 3,3 0,002 Urbana 30 10 4.9 4,6 0,000 Percentual de Gordura(%) Rural 14 14.9 3.9 3,4 0,002 Urbana 30 21 6.3 4 0,000 Para o comparativo entre meninas de escola rural e urbana foi utilizado o Teste T (SPSS). De acordo com os dados, observamos que em todas as variáveis as meninas da escola urbana possuem médias mais altas, o que nos demonstra que as meninas da escola urbana são mais altas, pois, sua media de altura foi 11% maior, possui uma massa corporal maior(>8,3%), o que também as levam a possuir um IMC superior. Com as dobras cutâneas, revelou-se um percentual de gordura 6,1% maior em favor das meninas da escola urbana.

Tabela 4 Comparativo entre Características Físicas dos Meninos de Escola Rural e Urbana Escola N Média D.P T Sig. Idade Rural 12 11.5 1.5 2.145 0.034 Urbana 114 12.3 1.2 1.758 0.103 Massa Corporal (Kg) Rural 12 33.7 4.7 1.496 0.137 Urbana 114 37.7 9.1 2.497 0.021 Estatura (Cm) Rural 12 140.2 7.4 2.545 0.012 Urbana 114 148.5 11.1 3.533 0.003 IMC(Kg/m 2 ) Rural 12 17.1 1.3 0.619 0.537 Urbana 114 16.7 1.9 0.855 0.405 Dobra Triciptal(mm) Rural 12 7.9 2.5 1.412 0.160 Urbana 114 9.4 3.4 1.844 0.084 Dobra Subescapular Rural 12 4.7 0.9 2.223 0.028 Urbana 114 6.4 2.6 4.642 0.000 Percentual de Gordura(%) Rural 12 10.4 3.3 2.071 0.040 Urbana 114 13.1 4.4 2.620 0.019 Novamente a amostra de indivíduos da escola urbana obteve as maiores média, com exceção do IMC, que, pelo fato da diferença na estatura ter sido grande (8,3cm - média) e no peso ter sido menor (4cm - média), pode-se ter gerado uma influência no resultado. Mesmo com o IMC mais alto, o percentual de gordura dos alunos da zona urbana mostra-se maior. Tabela 5 Comparativo Geral entre Características Físicas dos Meninos e Meninas Sexo N Média D.P T Sig. Idade Masc. 126 12.3 1.3 0,1 0,000 Fem. 156 12.1 1.3 0,1 0,000 Massa Corporal (Kg) Masc. 126 37.3 8.8 4,1 0,021 Fem. 156 41.7 9.5 4,1 0,025 Estatura (Cm) Masc. 126 147.8 11.1 2,4 0,000 Fem. 156 150.5 8.8 2,3 0,000 IMC(Kg/m 2 ) Masc. 126 16.8 1.9 4,6 0,000 Fem. 156 18.2 2.9 4,9 0,000 Dobra Triciptal(mm) Masc. 126 9.2 3.4 8,2 0,000 Fem. 156 13.1 4.4 8,4 0,000 Dobra Subescapular Masc. 126 6.2 2.5 8,4 0,000 Fem. 156 10.1 4.7 8,9 0,000 Percentual de Gordura(%) Masc. 126 12.8 4.3 13,3 0,000 Fem. 156 21.2 5.9 13,8 0,000

De acordo com Bee (2003), as meninas iniciam seu estirão entre 12 e 13 anos de idade, primeiro que os meninos, que iniciam o estirão entre 14 e 15 anos. Esta afirmação é vista na tabela, onde, mesmo possuindo uma média de idade menor, as meninas, ultrapassam os meninos em todas as outras variáveis (Massa corporal, estatura, IMC, Dobras Triciptal e subescapilar e percentual de gordura) Com esta influência direta do processo de crescimento nesse comparativo torna-se inviável qualquer afirmação. CONSIDERAÇÕES FINAIS Depois de analisados todos os dados recolhidos, observou-se que a prevalência de sobrepeso e obesidade é quase nula, com apenas alguns dados acima do ideal, mas com uma proximidade muito grande da classificação ideal. Sendo assim, torna-se imprescindível a manutenção da política existente com relação a alimentação dos escolares públicos de Joaíma e a continua avaliação dos escolares fazendo o controle sistematicamente. Com isso, um estudo longitudinal maior faz-se necessário para que se estabeleça um perfil mais detalhado.

REFERENCIAS ANEZ, C. R. R.; PETROSKI, E. L. (2002), O exercício físico no controle do sobrepeso corporal e da obesidade. Revista Digital Buenos Aires. BEE, Helen. (2003), A Criança em Desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed. FERNANDES Filho, J. (2003), A prática da avaliação física. 2 ed. Rio de Janeiro: Shape. LOHMAN, T. G. (1992). Advances in Body Composition Assessment. Champaign, IL: Human Kinetics. MIRANDA Neto, TOLENTINO, Jaime.(2004), Composição Corporal e Obesidade Infantil. Montes Claros: Ed. Unimontes. MIRANDA Neto, TOLENTINO, Jaime. (2002), Perfil Antropométrico e da Composição Corporal de Jovens Escolares, de 10 a 14 anos, da cidade de Joaíma Vale do Jequitinhonha MG. Brasília. PAPALIA, D.F; OLDS, S.W. (2003), Desenvolvimento Humano. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed.