Perfil de morbimortalidade dos agravos e doenças do trabalho Flávia Ferreira de Sousa Fisioterapeuta sanitarista Esp. Saúde do Trabalhador MsC. Saúde Coletiva/Epidemiologia Técnica da Carreira de Ciência e Tecnologia do MS Secretaria de Vigilância a Saúde Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador Brasília 2018
Fonte: CGST/SVS/MS
Vigilância em Saúde do Trabalhador Visat Análise da situação de Saúde do Trabalhador Produção de protocolos, normas informativas e regulamentares Vigilância de ambientes e processos de trabalho Estímulo à participação dos trabalhadores e suas organizações Recebimento e atendimento de denúncias e reclamações Vigilância epidemiológica dos agravos à saúde dos trabalhadores Divulgação sistemática das informações analisadas e consolidadas 4
Quem são os trabalhadores? Homens e mulheres, independentemente de sua localização, urbana ou rural, de sua forma de inserção no mercado de trabalho, formal ou informal, de seu vínculo empregatício, público ou privado, assalariado, autônomo, avulso, temporário, cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado ou desempregado.
Número de trabalhadores ocupados (n=90.581x1.000) por UF, Brasil, 2017. 1271 953 795 502 369 366 291 284 267 225 178 176 150 134 102 97 77 74 70 64 54 45 44 39 18 8 6 SP MG RS BA RJ PR MA SC CE PE PI PA GO PB ES RN MS MT SE AL AM DF RO TO AC RR AM Fonte: PNAD contínua/ibge. Desemprego: 13,7% = 13.689.000 de pessoas
Proporção da Peao (n=90.581.000) por grande grupo CNAE, Brasil, 2017 0% Comércio e reparação 5% 4% 4% 16% Agrícola Indústria 5% Indústria de transformação 6% 8% 13% Educação, saúde e serviços sociais Construção Outras atividades Serviços domésticos 8% 11% Transporte, armazenagem e comunicação Administração pública 10% 10% Alojamento e alimentação Outros serviços coletivos, sociais e pessoais Fonte: PNAD/IBGE. Atividades mal definidas
Perfil de morbimortalidade dos agravos e doenças relacionadas ao trabalho
Sistemas de informação em Saúde do Trabalhador Sinan SIH SIM Siscat SUB/INSS
Registros de doenças e agravos relacionados ao trabalho de notificação sentinela, por agravo e UF, Brasil 2006 a 2018. DRT Dermatoses LER_Dort T. Mental Pair Pneumoconiose Câncer Total SP 644 28.282 2.549 2.142 1.756 108 35.481 MG 1.313 12.641 1.471 757 1.184 55 17.421 BA 261 11.070 523 222 117 19 12.212 PE 42 3.604 627 19 58 6 4.356 RS 162 3.281 303 474 83 17 4.320 RJ 291 2.915 189 484 108 5 3.992 DF 2.416 562 59 249 8 386 3.680 CE 213 2.627 353 91 30 36 3.350 PR 215 2.069 275 117 102 414 3.192 MS 29 1.537 217 1.080 8 100 2.971 PB 22 1.642 224 25 8 4 1.925 AM 35 1.631 101 10 11 0 1.788 SC 61 1.327 213 81 56 10 1.748 ES 347 1.137 76 21 103 1 1.685 RN 35 606 759 8 40 13 1.461 GO 23 269 47 643 62 3 1.047 TO 172 399 123 19 22 8 743 AL 36 419 175 51 2 37 720 SE 24 528 89 62 1 4 708 MT 51 336 31 10 6 5 439 MA 29 90 40 35 3 3 200 RO 33 60 23 4 3 7 130 PA 19 36 29 0 4 0 88 RR 16 55 7 2 2 0 82 AC 3 65 1 1 0 0 70 AP 22 13 1 0 0 0 36 PI 4 23 2 0 5 0 34 Total 6.518 77.224 8.507 6.607 3.782 1.241 103.879 Fonte: Sinan.
Registros de agravos relacionados ao trabalho de notificação universal, por agravo e UF, Brasil 2006 a 2018. UF Notificação AT_Grave AT_bio Intoxicação Total Sao Paulo 392.406 145.674 8.083 546.163 Minas Gerais 86.627 56.268 7.303 150.198 Parana 50.649 41.323 8.406 100.378 Goias 32.053 16.773 3.291 52.117 Rio de Janeiro 11.354 39.344 1.216 51.914 Santa Catarina 18.809 22.751 3.752 45.312 Bahia 21.494 18.528 2.375 42.397 Rio Grande do Sul 14.686 21.235 3.004 38.925 Ceara 19.305 10.671 865 30.841 Mato Grosso 18.117 5.833 1.474 25.424 Mato Grosso do Sul 15.868 6.472 1.132 23.472 Pernambuco 8.305 12.877 1.758 22.940 Tocantins 12.417 4.994 1.158 18.569 Distrito Federal 10.282 4.884 680 15.846 Rio Grande do Norte 5.546 8.436 301 14.283 Amazonas 6.535 6.880 201 13.616 Maranhao 9.293 3.945 157 13.395 Espirito Santo 3.356 7.584 2.418 13.358 Paraiba 8.639 3.749 479 12.867 Alagoas 3.742 7.804 1.242 12.788 Roraima 7.324 1.813 138 9.275 Amapa 7.980 1.182 3 9.165 Piaui 5.676 2.766 247 8.689 Rondonia 6.345 1.795 530 8.670 Para 4.218 3.730 218 8.166 Sergipe 1.904 4.487 163 6.554 Acre 2.315 570 56 2.941 Total 785.245 462.368 50.650 1.298.263 Fonte: Sinan.
Objetivos dos indicadores de saúde Quantificar variáveis epidemiológicas; Prover dados ao planejamento e à avaliação dos serviços; Identificar os fatores determinantes das doenças prevenção; Avaliar os métodos usados no controle de doenças; Descrever as histórias das doenças e classificá-las; Disponibilizar conhecimento e tecnologias melhorando a promoção a saúde com medidas de alcance coletivo.
Ação Necessidade de determinadas informações SIS / Instrumentos de coleta Avaliação Indicadores Dados e informações
Indicadores de Saúde do Trabalhador - CGST Coeficiente de incidência de doenças e agravos relacionados ao trabalho Coeficiente de incidência de Intoxicação exógena Coeficiente de incidência de acidente de trabalho grave Coeficiente de mortalidade de acidente de trabalho
Indicadores de Saúde do Trabalhador - CGST Proporção de preenchimento do campo acidente de trabalho nas declarações de óbito (DO) Proporção de preenchimento do campo ocupação nas declarações de óbito (DO) Proporção de preenchimento do campo ocupação nas doenças e agravos relacionados ao trabalho
Coeficiente de incidência de doenças e agravos relacionados ao trabalho x 10.000 O Coeficiente de incidência de doenças e agravos relacionados ao trabalho é calculado pelo número total de casos novos de doenças e agravos relacionados ao trabalho notificados no ano de referência X 10.000, dividido pelo número total da população economicamente ativa ocupada (PEAO) do ano referente. Fonte de dados: Sinan (dados disponíveis a partir de 2008) e IBGE - Censo/Pnad C.I. (/10.000) de doenças e agravos relacionados ao trabalho por UF, Brasil, 2017. 35.3 30.0 25.4 24.3 23.8 22.3 22.0 20.8 20.2 19.9 18.6 18.6 17.1 16.6 15.7 14.9 14.1 11.7 11.7 11.2 11.0 10.1 9.7 7.2 7.1 6.9 4.6 3.5
Coeficiente de incidência por intoxicação exógena relacionada ao trabalho x 10.000 O coeficiente de incidência por intoxicação exógena relacionada ao trabalho é calculado pelo número de casos de intoxicação exógena relacionada ao trabalho notificados no ano de referência X 10.000, dividido pela PEAO do ano referente. Fonte de dados: Sinan (dados disponíveis a partir de 2008) e IBGE - Censo/Pnad C.I. (/10.000) por intoxicação exógena relacionada ao trabalho, por UF, Brasil, 2017 2.2 1.8 1.6 1.3 1.3 1.2 1.2 1.1 1.1 0.8 0.8 0.8 0.7 0.7 0.7 0.5 0.5 0.4 0.3 0.3 0.2 0.2 0.2 0.1 0.1 0.1 0.1 0.0
Coeficiente de incidência de acidente de trabalho grave x 10.000 O Coeficiente de incidência de acidentes de trabalho grave é calculado pelo número de casos de acidentes de trabalho grave notificados no ano de referência X 10.000, dividido pela PEAO do ano referente. Fonte de dados: Sinan (dados disponíveis a partir de 2008) e IBGE - Censo/Pnad C.I. de acidente de trabalho grave por UF, Brasil, 2017 22.6 18.7 18.6 15.3 15.2 14.1 13.8 12.3 11.5 11.4 10.8 10.5 10.4 9.0 8.7 6.1 6.1 5.7 5.2 4.5 3.7 3.6 3.4 3.3 2.1 1.6 1.4 0.7
Coeficiente de mortalidade por acidente de trabalho O Coeficiente de mortalidade por acidente de trabalho grave é calculado pelo número de óbitos por acidentes de trabalho registrados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) no ano de referência X 10.000, dividido pela PEAO do ano referente. Fonte de dados: SIM e IBGE - Censo/Pnad
Nº Absoluto 7000 Registros de acidentes de trabalho fatais, por UF e sistema de informação, Brasil 2006 a 2018. 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 SP MG PR SC RS MT BA PA GO RJ MS MA TO DF PE ES RO CE AM PI SE RN PB AL AC RR AP SIM 6392 4210 4006 2658 2545 2302 1876 1565 1400 1176 882 1075 573 460 765 813 783 561 714 617 394 245 205 136 138 106 93 Sinan 4565 2997 2813 868 798 482 760 128 274 437 361 120 585 578 208 139 156 326 101 52 222 187 131 102 23 24 20 Fonte: SIM, Sinan.
SIM Mortalidade - SIM 23
24 Y96
C.M. por acidente de trabalho por UF, Brasil, 2017. 11.6 8.2 7.7 6.2 5.5 5.4 4.9 4.4 4.3 4.2 4.0 3.7 3.2 3.1 3.0 2.9 2.8 2.7 2.0 1.7 1.4 1.2 1.2 1.2 1.2 1.0 1.0 0.8
Proporção de preenchimento do campo acidente de trabalho nas declarações de óbito (DO) A Proporção de preenchimento do campo acidente de trabalho nas declarações de óbito (DO) é calculada dividindo-se o número de óbitos por causas externas (Capítulo XX Causas externas de morbidade e de mortalidade V01-Y98) em que houve o registro do campo acidente de trabalho marcado como <sim> ou <não> na DO pelo número total de óbitos por causas externas x 100. Proporção de preenchimento do campo acidente de trabalho das DO, Brasil 2017 6.7 5.4 5.2 4.9 4.6 4.4 4.3 4.2 3.8 3.5 3.3 3.0 2.9 2.6 2.4 2.2 2.2 2.1 1.9 1.6 1.5 1.5 1.2 1.2 1.1 0.8 0.7 0.5
Proporção de preenchimento do campo ocupação nas declarações de óbito (DO) A Proporção de preenchimento do campo ocupação nas declarações de óbito (DO) é calculada dividindo-se o número de óbitos em que houve o registro do campo ocupação na DO pelo número total de óbitos por causas externas x 100. Fonte de dados: SIM
Limitações Principal: Subnotificação Subregistro
Nº absoluto Intoxicação exógena, de acordo com o registro da relação com o trabalho e UF, Brasil 2006 a 2018. 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 SP MG PE PR RJ BA GO CE AL SC DF ES RN RS PB MT MS AM TO PI SE RO PA MA RR AC AP Sim 8083 7303 1758 8406 1216 2375 3291 865 1242 3752 680 2418 301 3004 479 1474 1132 201 1158 247 163 530 218 157 138 56 3 Ignorado 2449 1756 1702 6133 1209 7943 3988 6393 5495 2826 5335 3556 5619 1645 3262 1134 1354 1959 924 1549 1464 433 634 576 361 47 10 Fonte: Sinan.
C.I./100.000 C.I./100.000 Coeficiente de Incidência de DRT (LER, PAIR, Dermatoses, Transtornos mentais, Pneumoconioses) por ano, Brasil, 2006 a 2017. 16.00 14.00 12.00 10.00 8.00 6.00 4.00 2.00 Fonte:Sinan - 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Total 0.31 4.06 5.25 6.26 7.84 10.26 11.09 11.19 11.11 13.36 13.23 13.23 Coeficiente de Incidência de DRT (LER, PAIR, Dermatoses, Transtornos mentais, Pneumoconioses) entre trabalhadores segurados pelo INSS por ano, Brasil, 2006 a 2017. Fonte:SUIB/INSS 600.0 500.0 400.0 300.0 200.0 100.0 0.0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 CI 186.9 429.2 506.8 463.2 382.7 348.4 315.5 313.6 292.9 239.9
Quase cinco milhões de trabalhadores relataram ter sofrido algum AT no Brasil; 2,7 homens para cada mulher; 60% dos AT ocorreram com menos de 40 anos ; Prevalência mais elevada em indivíduos com fundamental completo e médio incompleto, sem instrução e com ensino fundamental incompleto (35%); Maior ocorrência desses eventos entre indivíduos da cor preta e da Região Norte.
Proporção de entrevistados que referiram AT por UF, Região e Brasil, Brasil, 2013.
Considerações Finais A disponibilidade de informação apoiada em dados válidos e confiáveis é condição essencial para a análise objetiva da situação sanitária, assim como para a tomada de decisões baseadas em evidências ; Para o dado ser válido e confiável depende, dentre outras características, das propriedades dos componentes utilizados em sua formulação (frequência de casos, tamanho da população em risco) e da precisão dos sistemas de informação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados);
A interpretação dos indicadores de saúde do trabalhador deve ser cuidadosa, devido à existência de limitações relacionadas ao subregistro de doenças e agravos relacionados ao trabalho; O subregistro, dentre outras causas, pode estar relacionado à extensão dos formulários, dificuldade do registro padronizado de ocupação, falta de informatização dos serviços e capacitação dos profissionais (Câmara et al., 2001).
É relevante realizar análise da qualidade das informações em relação aos indicadores de saúde do trabalhador, seja mediante a adoção de: metodologias de comparação de diferentes bases ou fontes de dados (da Previdência, de mortalidade, hospitalar, registros policiais, etc.); estratégias de reconstrução de causa básica de óbito (ou de morbidade); de estimativas de sub-registro em abordagens populacionais.
OBRIGADA!!! E-mail: flavia.ferreira@saude.gov.br