A SIMBOLOGIA GEOMORFOLÓGICA ADAPTADA PARA MAPEAMENTOS DE FEIÇÕES DO RELEVO DESENVOLVIDOS EM AMBIENTE SIG. E. B. Stefanuto¹, C. M.

Documentos relacionados
UTILIZAÇÃO DO ARCGIS 9

A CARTOGRAFIA GEOMORFOLÓGICA NO CONTEXTO DO SEMIÁRIDO: ESTUDO DE CASO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BOM SUCESSO - BAHIA

Souza, T.A. 1 ; Oliveira, R.C. 2 ;

ANÁLISE EVOLUTIVA DA RELAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA COM ALTERAÇÕES DO RELEVO: SUBSÍDIO AO PLANEJAMENTO AMBIENTAL.

UMA NOVA PROPOSTA DE MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO E SUA APLICABILIDADE EM UM CENÁRIO DO LITORAL BRASILEIRO

MAPA GEOMORFOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE ITANHAÉM BAIXADA SANTISTA, SÃO PAULO, BRASIL

Introdução. VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010

MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DO SETOR DE FUNDO DE VALE DA BAIXA BACIA DO RIO PIRACICABA -SP

Módulo de Sistemas de Informações. Geográficas (SIG) para curso de Ensino a. Distância. Prática no Software Quantum GIS. GEOeduc

Palavras Chave: Cartografia geomorfológica; mudanças morfológicas; planejamento do uso e ocupação da terra.

Aplicação de Técnicas de Cartografia Digital na Elaboração do Mapa de Relevo do Campo Experimental da Caatinga da Embrapa Semi-Árido

A Cartografia Geomorfológica em Áreas Litorâneas: Uma discussão das possibilidades e dificuldades no cenário brasileiro.

USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA ANALISE GEOMORFOLÓGICA USANDO O USO E COBERTURA DE TERRA NO MUNICÍPIO DE NITERÓI-RJ.

Análise da morfologia original nos estudos sobre a evolução do relevo antropogênico

A CARTOGRAFIA DO RELEVO COMPARADA: APLICAÇÕES NA BACIA DO RIBEIRÃO ESPIRITO SANTO (JUIZ DE FORA, MG)

Aula 1 SIG. Profa. Dra. Maria Isabel Castreghini de Freitas Bruno Zucherato AULA 1 FAMILIARIZAÇÃO COM O SIG

CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA E DINÂMICA DA PAISAGEM NO MUNICÍPIO DE CAMPOS GERAIS MG

ANÁLISE DA MICROBACIA DO CÓRREGO DA PEDRA BRANCA (DOS AFLITOS), NA ÁREA URBANA DE ALFENAS (MG), A PARTIR DE CRITÉRIOS GEOMORFOLÓGICOS

Tutorial - 5. Introdução. Objetivos. Conteúdo

TÉCNICA AUTOMÁTICA DE ELABORAÇÃO DA CARTA DE PROFUNDIDADE DE EROSÃO UTILIZANDO O SOFTWARE ARCGIS

Roteiro de apoio Aula 1 - Introdução ao ArcGIS

Costa, B.L. 1 ; PALAVRAS CHAVES: Planejamento ambiental; Geoprocessamento; Geomorfologia

A INFLUÊNCIA DA MORFOESTRUTURA NA DISPOSIÇÃO DE MORROS TESTEMUNHOS: O CASO DO SETOR DE CUESTAS DE ANALÂNDIA (SP).

Cartografia de Risco a Escorregamentos, em Detalhamento Progressivo, da Serra do Piloto, Mangaratiba, RJ.

QGIS 2.2 Modo de Edição: Edição de Feições de Linha

Programa Analítico de Disciplina EAM434 Cartografia Digital II

Módulo de Sistemas de Informações Geográficas. (SIG) para Curso de Ensino a Distância. Prática com ArcGIS. GEOeduc

TUTORIAL CONVERSÃO ARQUIVO DWG PARA SHP (Shapefile) UTILIZANDO SOFTWARE AUTOCAD MAP

HIDROGRÁFICA DO MAUAZINHO, MANAUS-AM.

Definição do Sistema de Referência (Datum SIRGAS 2000) e do Sistema de Coordenadas (UTM Zona 23S)

Introdução. VI Seminário Latino Americano de Geografia Física II Seminário Ibero Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010

IMPACTOS DE ATIVIDADES DE MINERAÇÃO NA DINÂMICA FLUVIAL DO RIO ARAQUÁ (SÃO PEDRO SP)

MÉTODO DO ALINHAMENTO vs DRONE vs LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO MUNICÍPIO DE ITATIM-BA

Uso de Técnicas de Geoprocessamento na Elaboração do Mapa de Solos do Campo Experimental da Caatinga da Embrapa Semi-Árido

LINHA DE PESQUISA: DINÂMICAS DA NATUREZA

Tutorial QGIS Modelagem Numérica de Terreno

SfM e LiDAR: Aplicações na Geologia. Camila D. Viana

DISCIPLINA SIG EXERCÍCIO: GERANDO TIN A PARTIR DE CURVAS DE NIVEL

APOSTILA TÓPICOS ESPECIAIS ENGENHARIA CIVIL II

Universidade Federal de Itajubá

UNIDADES DE RELEVO DA BACIA DO RIO PEQUENO, ANTONINA/PR: MAPEAMENTO PRELIMINAR

Introdução. Motivação. Modelos de placas com vigas e pilares. EDI-38 Concreto Estrutural I Laboratório / Projeto

TUTORIAL. Aprenda a importar um arquivo DWG no programa. ArcGIS.

AVALIAÇÃO DAS MUDANÇAS NA MORFOLOGIA DE CANAIS FLUVIAIS EM SUB-BACIA DO CÓRREGO DO CAVALHEIRO ANALÂNDIA (SP)

MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DE DETALHE - UMA PROPOSTA DE ASSOCIAÇÃO ENTRE O MAPEAMENTO TRADICIONAL E AS NOVAS TÉCNICAS EM GEOPROCESSAMENTO

Alfredo Borges de Campos 1 Maria Gonçalves da Silva Barbalho 2 Simone de Almeida Jácomo 3.

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

SELEÇÃO DE MUNICÍPIOS CRÍTICOS A DESLIZAMENTOS

MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DO PLANALTO DA IBIAPABA: ENFOQUE NAS FEIÇÕES MORFOESCULTURAIS DOS MUNICÍPIOS DE TIANGUÁ E UBAJARA CE

PROPOSTA DE MAPEAMENTO MORFOLÓGICO COMO SUBSÍDIO À PESQUISA EM GEOMORFOLOGIA Fabiano Antonio de Oliveira, DEGEO/USP,

USO E APLICAÇÃO DE TÉCNICAS CARTOGRÁFICAS ASSOCIADAS À SAÚDE: análise espacial em SIG da área de influência do PSF Jardim Boa Esperança - Alfenas (MG)

ANALISE DA REDE DE DRENAGEM NA BACIA DO RIO MACAÉ (RJ) A PARTIR DA ABORDAGEM MORFOESTRUTURAL

A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO

MAPBIOMAS E USO E COBERTURA DOS SOLOS DO MUNICÍPIO DE BREJINHO, PERNAMBUCO RESUMO ABSTRACT

ANÁLISE DOS PADRÕES DE RELEVO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO IGARAPÉ GELADINHO MARABÁ/PA

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AO MAPEAMENTO MORFOESTRUTURAL E GEOMORFOLÓGICO NA SERRA DO TEPEQUÉM - RR

GERAÇÃO DE CARTA IMAGEM A PARTIR DE IMAGENS DE SENSORES ORBITAIS DE ALTA RESOLUÇÃO

TUTORIAL. Mapas em Série no ArcGIS: criação de um arquivo índice. ArcGIS.

PROGRAMA DE ENSINO. Cartografia Temática º Área de Concentração AQUISIÇÃO, ANÁLISE E REPRESENTAÇÃO DE INFORMAÇÕES ESPACIAIS

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO DIVISÃO DE PROCESSAMENTO DE IMAGENS

Manual para geração de arquivo georreferenciado de pontos e sua transformação geográfica

EIXO TEMÁTICO: TÉCNICA E MÉTODOS DE CARTOGRAFIA, GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO, APLICADAS AO PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAIS

Ana Cecília Pereira Machado a *, Cenira Maria Lupinacci da Cunha b. Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho UNESP, Rio Claro, São Paulo, Brasil.

ALTERAÇÕES NA MORFODINÂMICA DECORRENTES DA ATUAÇÃO ANTRÓPICA UMA ANÁLISE DO SETOR NOROESTE DE ITANHAÉM/SP

Sistemas de Informações Geográficas

Tutorial Para Criação de Bibliotecas para ArcMap 8x e 9x Criação de simbologias (estruturas, cores, planimetria)

Comparação entre diferentes escalas de mapeamento de APP de Topo de Morro

COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA E MAPEAMENTO DIGITAL DE SOLOS NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA MG

Técnicas de Cartografia Digital

O USO DE GEOTECNOLOGIA NA ANÁLISE DOS CHEFES DE FAMÍLIA COM RENDAS ABAIXO DA LINHA DE POBREZA E NA LINHA DE POBREZA NO MUNICÍPIO DE SANTO AMARO - BA

Boletim Gaúcho de Geografia

ELABORAÇÃO DE MAPA GEOMORFOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE SP.

Prof: Heni Mirna Cruz Santos

COMPARTIMENTAÇÃO MORFOLÓGICA DA BACIA DO RIO SÃO THOMÉ, MUNICÍPIOS DE ALFENAS, SERRANIA E MACHADO (MG)

Tutorial 1. Introdução

Anexação de tabelas, inserção de pontos, geração de polígonos e cálculo de áreas em ArcView

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA SEDIMENTAR E AMBIENTAL GEOMORFOLOGIA E FOTOGEOLOGIA FORMAS DE RELEVO

DISCIPLINA SIG EXERCÍCIO 1: MUDANÇA DE SISTEMA DE COORDENADAS (GEOGRÁFICAS LAT/LONG PARA UTM CÓRREGO ALEGRE)

ALTERAÇÕES NA REDE DE DRENAGEM DA BACIA DO ARROIO CHASQUEIRO RS, DECORRENTES DA AÇÃO ANTRÓPICA.

Dados Vetoriais Dados Matriciais Dados Cadastrais. Representação contínua de fenômenos do espaço geográfico

SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 3 CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6. Adobe Flash Professional CC 5

UNICAP Universidade Católica de Pernambuco Laboratório de Topografia de UNICAP - LABTOP Topografia 2. Interpretação Curvas de Nível

MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO COMO APOIO AO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO AMBIENTAL DO PARQUE ESTADUAL DO RIO VERMELHO, FLORIANÓPOLIS/SC

Geomática INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SC CAMPUS FLORIANÓPOLIS DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO TÉCNICO DE AGRIMENSURA

Mapa de Fluxos INFORMÁTICA APLICADA AO PLANEJAMENTO TERRITORIAL. Vitor Vieira Vasconcelos

MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DAS MICROBACIAS FLUVIAIS: SALTINHO, BELCHIOR, SERTÃO E PORTO ARRAIAL, LOCALIZADAS EM GASPAR, SC.

DISCIPLINA GEOPROCESSAMENTO E SISTEMAS AMBIENTAIS OFICINA: APRESENTAÇÃO FINAL DE MAPAS

Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil,

ANÁLISE DA DRENAGEM E DO RELEVO DA BACIA DO RIBEIRÃO SÃO THOMÉ SERRANIA MG, BORDA SUL DO RESERVATÓRIO DE FURNAS.

DIFICULDADES E POSSIBILIDADES DA CARTOGRAFIA GEOMORFOLÓGICA NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

Mapa topográfico do Sara Brasil (1930) sobreposto às imagens atuais de satélite do Google Earth

ANÁLISE DOS PARÂMETROS GEOMORFOLÓGICOS E DA DINÂMICA FLUVIAL: O CASO DO BAIXO CURSO DO RIO TIETÊ (SP)

Fragilidade Ambiental Método auxílio multicritério à tomada de decisão

ArcGis Licenciatura em Engenharia Geográfica. CookBook Abril Nota: 1.MODELAÇÃO DE UMA GEODATABASE

Quadras (4 feições) + atributo área Pontos notáveis + atributo de descrição

SIG PARA GESTÃO AMBIENTAL DO ESTADO DE ALAGOAS: O CASO DE SANTANA DO IPANEMA

Instituto Geográfico do Exército SIG3D

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Fazendo Escalas e Medidas no Sistema de Captura de Imagens Q Capture Pró

Transcrição:

S B C Anais do XXVII Congresso Brasileiro de Cartografia e XXVI Exposicarta 6 a 9 de novembro de 2017, SBC, Rio de Janeiro - RJ, p. 1289-1293 A SIMBOLOGIA GEOMORFOLÓGICA ADAPTADA PARA MAPEAMENTOS DE FEIÇÕES DO RELEVO DESENVOLVIDOS EM AMBIENTE SIG E. B. Stefanuto¹, C. M. Lupinacci² ¹ Universidade Estadual Paulista 2 Universidade Estadual Paulista Comissão VI - Sistemas de Informações Geográficas e Infraestrutura de Dados Espaciais RESUMO O mapa geomorfológico apresenta-se como uma possibilidade de compreensão da complexidade do ambiente terrestre; com isso evidencia-se a necessidade de adaptação das simbologias geomorfológicas a luz de técnicas atuais. Assim, busca-se com este artigo apresentar os procedimentos técnicos de adaptação de alguns símbolos geomorfológicos em escala de 1:50.000, assim como os resultados do procedimento, a proposição de uma nova simbologia geomorfológica e uma discussão pertinente ao processo de mapeamento. Palavras-chave: Geomorfologia, Mapa Geomorfológico, SIG. ABSTRACT A geomorphological map is presented as a possibility to comprehend the complexity of terrestrial environment; Then, it is evident the need of adaptation of geomorphological symbologies in the light of current techniques. Thus, this article presents the technical procedures to adapt some geomorphological symbols on a scale of 1: 50.000, as well as the results of such procedures, a proposal for a new geomorphological symbology and a pertinent discussion to the mapping process. Keywords: Geomorphology, Geomorphological Map, GIS. 1- INTRODUÇÃO A modificação da superfície terrestre se intensificou nas últimas décadas, fazendo com que alguns autores passassem a considerar o ser humano como um novo agente geomorfológico (Nir, 1983). Nesse contexto, a cartografia geomorfológica pode ser entendida como uma possibilidade de compreensão deste ambiente, permitindo a identificação, como destaca Tricart (1965), de informações como a morfometria, a morfografia, a morfogênese e a cronologia, além de constituir-se em um importante instrumento de compreensão do modelado do relevo atual que se apresenta cada vez mais complexo e dinâmico em função da atuação de agentes antropomórficos. Diante das diversas variações morfológicas, Ross (2010) destaca a problemática em formular um modelo de representação cartográfica que satisfaça os diferentes interesses dos estudos geomorfológicos, sendo que, como afirma Cunha e Queiroz (2012), mapear um objeto tridimensional, utilizando duas dimensões, cria dificuldades que se refletem na grande variedade de símbolos e tramas existentes na bibliografia para a confecção de um mapeamento geomorfológico. Desta forma, objetiva-se com este artigo apresentar e discutir procedimentos técnicos que visam adaptar a simbologia geomorfológica desenvolvida em meio analógico por Tricart (1965) e Verstappen e Zuidan (1975), para mapeamentos em escala de 1:50.000, desenvolvidos em meio digital. Para tal, selecionou-se como área de estudo a Serra do Cuscuzeiro, localizada no município de Analândia (SP), caracterizada pela presença de front cuestiforme bem demarcado, de morros testemunhos e esporões, constituindo-se assim em um setor de complexidade na área de domínio das cuestas do Estado de São Paulo (Stefanuto e Lupinacci, 2016). 1289

2- MATERIAL E TÉCNICA Para adaptação da simbologia, bem como para o desenvolvimento do mapeamento, utilizou-se o ambiente digital disponibilizado pelo programa ArcGis 9.2, sendo o mapeamento geomorfológico formulado a partir da interpretação de ortofotos desenvolvidas pela Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (EMPLASA) datadas do ano de 2010. Destaca-se também a utilização de alguns mecanismos para formulação da simbologia geomorfológica desenvolvidos por Paschoal et al. (2010) que permitiram compreender o setor de edição de símbolos do programa utilizado. Assim, o processo de adaptação da simbologia geomorfológica foi realizado dentro do ambiente de edição manual de símbolos, constituindose em um processo moroso de aplicações e ajustes, para que cada símbolo representasse de forma qualitativa os elementos geomorfológicos identificados na ortofoto. Ao todo, 19 símbolos, no formato linha, ponto e polígono, foram formulados para a escala de trabalho. Neste artigo, em função de suas dimensões, será apresentada parte da técnica de formulação da simbologia, atendo-se à símbolos que se aplicam a diferentes relevos. Destaca-se ainda que os procedimentos descritos a seguir foram realizados no ambiente da função Symbol Selector > Edit Symbol e que a descrição técnica foi subdividida em quatros seções (formato linha, ponto, polígono e composto) buscando facilitar a compreensão do conteúdo apresentado. - Símbolos no formato linha: A partir do shape linha foram formuladas feições como fundos de vale encaixado e plano, linhas de cumeada, entre outros. Fundo de Vale Encaixado: Para este símbolo foram utilizados dois Layers. Ao primeiro layer foram adicionadas as características do traçado da drenagem. Assim, os seguintes comandos foram executados: Type (Cartographic Line Symbol) > Units (Points). Com as Cartographic Line > Color (blue) > Width (0,8) > O indicador que aparece na tela permaneceu no primeiro campo da régua > Interval (1) => Line Properties > Offset (0) > Line decorations (None). No segundo layer se adicionou o símbolo pertinente ao formato do fundo de vale. Com o layer selecionado, os seguintes comandos foram executados: Marker Line > Symbol > Color (black) >Size (6) > Angle (0). Seguidamente abriu-se o editor (Edit Symbol) > Type (Caracter Marker Symbol) > Units (Points); Caracter Maker > Font (FangSong) > Subset (Halfwidth and Fullwidth Foms) > Unicode (65310) > Size (6) > Angle (0) > Color (black) > Offset X (1) e Y (1) => Mask > Style (none) > Size (7) > ok > ok. Novamente na aba Symbol Property Editor em Width (6) > Line caps (butt) > Line joins (miter) => Template > Arrastou-se o indicador de cor cinza para o 37º campo e os campos 1, 11 e 21 foram marcados com o indicador de cor preta > Interval (2) => Line Properties > Offset (0) > Line Decorations (none) > ok. Na janela Symbol Selector > Color (no color) > Width (6) > ok. Fundo de Vale Plano: Para este símbolo foram utilizados dois Layers. No primeiro, foram realizados os mesmo procedimentos do primeiro layer do símbolo fundo de vale encaixado. Ao segundo layer se adicionou o símbolo pertinente ao formato do fundo de vale. Com o layer selecionado os seguintes comandos forma executados: Marker Line > Symbol > Color (black) >Size (6) > Angle (0). Seguidamente abriu-se o editor (Edit Symbol) > Type (Caracter Marker Symbol) > Units (Points); Caracter Maker > Font (FangSong) > Subset (Halfwidth and Fullwidth Foms) > Unicode (65341) > Size (6) > Angle (0) > Color (black) > Offset X (1,2) e Y (1) => Mask > Style (none) > Size (7) > ok > ok. Novamente na aba Symbol Property Editor em Width (6) > Line caps (butt) > Line joins (miter) => Template > Arrastou-se o indicador de cor cinza para o 37º campo e os campos 1, 6, 16 e 26 foram marcados com o indicador de cor preta > Interval (2) => Line Properties > Offset (0) > Line Decorations (none) > ok. Na janela Symbol Selector > Color (no color) > Width (6) > ok. Linha de Cumeada Dissimétrica: Para este símbolo foram utilizados quatro Layers. Ao primeiro layer foram adicionadas as características do traçado da ruptura. Assim, os seguintes comandos foram executados: Type (Simple Line Symbol) > Units (Points). Com as opções gerais selecionadas seguiram os comandos: Simple Line > Color (black) >Style (Solid) > Width (1). No segundo layer se adicionou o símbolo pertinente ao sentido do caimento da vertente suave. Com o layer selecionado os seguintes comandos foram executados: Type (Marker Line Symbol) > Units (Points). Com as opções gerais selecionadas seguiram os comandos: Marker Line > Symbol > Color (black) >Size (5) > Angle (0); seguidamente abriu-se o editor (Edit Symbol) > Type (Caracter Marker Symbol) > Units (Points); Caracter Maker > Font (Arial) > Subset (Basic Latin) > Unicode (124) > Size (5) > Angle (0) > Color (black) > Offset X (1,42) e Y (2,14) 1290

=> Mask > Style (none) > Size (2) > ok > ok. Novamente na janela Symbol Property Editor em Width (5) > Line caps (butt) > Line joins (miter) => Template > Arrastou-se o indicador de cor cinza ao 19º campo e marcou-se o primeiro campo com o indicador de cor preta > Interval (1) => Line Properties > Offset (0) > Line Decorations (none). No terceiro layer se adicionou o primeiro símbolo pertinente ao sentido do caimento da vertente abrupta. Com o layer selecionado os seguintes comandos forma executados: Type (Marker Line Symbol) > Units (Points). Com as opções gerais selecionadas seguiram os comandos: Marker Line > Symbol > Color (black) >Size (4,29) > Angle (0); seguidamente abriu-se o editor (Edit Symbol) > Type (Caracter Marker Symbol) > Units (Points); Caracter Maker > Font (Arial) > Subset (Basic Latin) > Unicode (124) > Size (4,29) > Angle (0) > Color (black) > Offset X (-2,85) e Y (-2,14) => Mask > Style (none) > Size (2) > ok > ok. Novamente na janela Symbol Property Editor em Properties > Cartographic Line > Color (black) > Width (4,29) > Line caps (butt) > Line joins (miter) => Template > Arrastou-se o indicador de cor cinza ao 19º campo e marcou-se o primeiro campo com o indicador de cor preta > Interval (1) => Line Properties > Offset (0) > Line Decorations (none). No quarto layer se adicionou o segundo símbolo pertinente ao sentido do caimento da vertente abrupta. Os procedimentos foram similares ao layer anterior, alterando-se apenas a opção Offset X (-1,42) e Y (-2,14). Por fim, na janela Symbol Selector, realizaram-se os seguintes comandos: Color (black) > Width (5) > ok. - Símbolos formulados como ponto: A partir de shapes ponto foi possível formular a simbologia correspondente aos morros testemunhos. Morro Testemunho: No setor Symbol Property Editor os seguintes comandos foram executados para formulação: Type (Caracter Marker Symbol) > Units (Points) > Caracter Marker > Font (ESRI Cartography) > Subset (Latin-1 Supplement) > Unicode (210) > Size (15) > Angle (0) > Color (black) > Offset X (0) e Y (0) => Mask > Style (none) > Size (2) > ok. Com a janela Symbol Selector aberta > Color (black) > Width (15) > Angle (0) > ok. - Símbolos formulados como polígono: A partir de shapes polígono formulou-se o símbolo o correspondente a área de lagoas. Lago: Com a janela Symbol Selector aberta realizou-se os seguintes comandos: Fill color (yogo blue) > Outline Width (0) > Outline color (black) > ok. - Símbolos Compostos: Foram empregados para mapear feições como os sulcos erosivos, os terraços agrícolas, entre outras. As referidas simbologias foram geradas a partir de shapefiles de formato polyline configurados posteriormente como linha e ponto no setor de edição de símbolos, uma vez que, como destaca Paschoal et al. (2010), há símbolos que necessitam acompanhar a direção em que os processos ocorrem sobre o relevo e não a direção Sul do mapa, problema recorrente na utilização de unicamente shapes ponto para as simbologias subsequentes. Às referidas simbologias foram adicionadas linhas ocultas que permitiram direcionar os símbolos. Sulco Erosivo: Para este símbolo foram criados dois shapefiles com características de polyline. Ao primeiro shape foi adicionado o símbolo referente ao traçado do sulco e ao segundo o símbolo correspondente à direção de caimento da feição erosiva. Em ambos os shapes as linhas ocultas foram adicionadas junto à ferramenta Line Properties evitando assim a criação de dois Layers para formulação da simbologia. Com a janela Symbol Selector do primeiro shapefile aberta, clicou-se na opção Edit Symbol para iniciar a formulação da simbologia, utilizando-se aqui de um Layer. Ao layer foi adicionado o símbolo pertinente ao traçado da feição linear de tipo sulco. Com o layer selecionado os seguintes comandos foram executados: Line Properties > Offset (0) > Em Line Decorations foi selecionada a segunda opção clicando logo após na opção Properties. Com a janela Line Decoration Editor aberta, os seguintes comandos foram executados: Type off positions (1) > Filp (Flip First) > Rotation (Rotate symbol to follow line angle) > Symbol. Na janela Symbol Selector > Color (black) > Size (1) > Angle (0) > Edit Symbol. Com a janela Symbol Property Editor aberta foram adicionados mais quatro Layers ao campo Layers e as configurações gerais assim foram formuladas: Type (Caracter Marker Symbol) > Units (Points). Com o primeiro layer selecionado os seguintes comandos foram executados: Caracter Marker > Font (Arial) > Subset (Basic Latin) > Unicode (94) > Size (9) > Angle (0) > Color (black) > Offset X (3,75) e Y (1,5) => Mask > Style (none) > Size (2). Com o segundo layer selecionado foram executados os seguintes comandos: Caracter Marker > Font (Arial) > Subset (Basic Latin) > Unicode (94) > Size (9) > Angle (0) > Color (black) > Offset X (0,75) e Y (1,5) => Mask > Style (none) > Size (2). Com o terceiro layer selecionado foram executados os (Basic Latin) > Unicode (94) > Size (9) > Angle (0) > Color (black) > Offset X (10,5) e Y (1,5) => Mask > 1291

Style (none) > Size (2). Com o quarto layer selecionado foram executados os comandos: Caracter Marker > Font (Arial) > Subset (Basic Latin) > Unicode (94) > Size (9) > Angle (0) > Color (black) > Offset X (7,5) e Y (1,5) => Mask > Style (none) > Size (2) > ok > ok > ok. Com a janela Symbol Property Editor aberta > Cartographic Line > Color (black) > Width (5) > O indicador de cor cinza foi levado ao segundo campo deixando os outros campos em branco > Interval (1) > ok. Com a janela Symbol Selector aberta > Color (black) > Width (5) > ok. Ao segundo shapefile foi adicionada a simbologia característica ao sentido de caimento da feição linear do tipo sulco. Utilizou-se um layer para formulação da mesma. Com o layer selecionado os seguintes comandos forma executados: Type (Marker Line Symbol) > Units (Points). Com as opções gerais selecionadas seguiram os comandos: Line Properties > Offset (0) > Em Line Decorations foi selecionada a segunda opção, clicando logo após na opção Properties. Com a janela Line Decoration Editor aberta os seguintes comandos foram executados: Type off positions (1) > Filp (nem uma opção foi selecionada) > Rotation (Rotate symbol to follow line angle) > Symbol. Na janela Symbol Selector > Color (black) > Size (8) > Angle (0) > ok > ok. Com a janela Symbol Property Editor aberta foram adicionadas características similares a do primeiro shape, modificando apenas os campos da opção Width (2). Terraço Agrícola: Para este símbolo foi criado um shapefile com característica de polyline, utilizando-se aqui de um Layer. Neste símbolo a linha oculta também foi adicionada junto à ferramenta Line Properties. Ao layer foi adicionado o símbolo pertinente a áreas de ocorrência de curvas de nível. Com o layer selecionado os seguintes comandos foram executados: Line Properties > Offset (0) > Em Line Decorations foi selecionada a primeira opção clicando logo após na opção Properties. Com a janela Line Decoration Editor aberta os seguintes comandos forma executados: Type off positions (1) > Flip (Flip First) > Rotation (Rotate symbol to follow line angle) > Symbol. Na janela Symbol Selector > Color (red) > Size (1) > Angle (0) > Edit Symbol. Com a janela Symbol Property Editor aberta foram adicionados mais quatro Layers ao campo Layers e as configurações gerais assim foram formuladas: Type (Caracter Marker Symbol) > Units (Points). Com o primeiro layer selecionado os seguintes comandos foram executados: Caracter Marker > Font (Arial) > Subset (Basic Latin) > Unicode (41) > Size (15) > Angle (0) > Color (red) > Offset X (-4) e Y (0) => Mask > Style (none) > Size (2). Com o segundo layer selecionado foram executados os comandos: Caracter Marker > Font (Arial) > Subset (Basic Latin) > Unicode (95) > Size (7) > Angle (-30) > Color (red) > Offset X (0) e Y (-5) => Mask > Style (none) > Size (2). Com o terceiro layer selecionado foram executados os seguintes (Basic Latin) > Unicode (95) > Size (7) > Angle (15) > Color (red) > Offset X (0) e Y (4) => Mask > Style (none) > Size (2). Com o quarto layer selecionado foram executados os comandos: Caracter Marker > Font (Arial) > Subset (Basic Latin) > Unicode (95) > Size (7) > Angle (-15) > Color (red) > Offset X (0) e Y (1) => Mask > Style (none) > Size (2). Com o quinto layer selecionado foram executados os seguintes (Basic Latin) > Unicode (95) > Size (7) > Angle (-330) > Color (red) > Offset X (1) e Y (6) => Mask > Style (none) > Size (2) > ok > ok > ok. Com a janela Symbol Property Editor aberta: Cartographic Line > Color (red) > Width (8) > O indicador de cor cinza foi levado ao segundo campo deixando os outros campos em branco > Interval (1) > ok. Com a janela Symbol Selector aberta > Color (red) > Width (8) > ok. 3- RESULTADOS E DISCUSSÕES Compreende-se que este artigo apresenta contribuições principalmente do ponto de vista técnico, justificando a descrição detalhada das mesmas e uma apresentação dos resultados e discussões de forma objetiva. O processo de adaptação da simbologia foi satisfatório, uma vez que as mesmas apresentaram uma boa correlação espacial com os fenômenos identificados, além de apresentarem baixo nível de distorção na escala utilizada para este artigo (1:50.000). Buscando exemplificar a simbologia aplicada a área de estudo, apresenta-se a seguir o mapa geomorfológico desenvolvido (Figura 1). Durante o processo de desenvolvimento e análise do mapeamento geomorfológico identificou-se uma linha de cumeada cujas vertentes apresentavam caimento abrupto para um lado e suave para o lado oposto. Assim, não havendo simbologia referente a tal feição na bibliografia base desenvolvida por Tricart (1965) e Verstappen e Zuidan (1975), propõem-se aqui o desenvolvimento de um símbolo que represente essa ruptura dissimétrica no relevo, símbolo este, 1292

representado por uma linha com franjas duplas de um lado, para indicar a vertente mais íngreme, e uma franja única do lado oposto, que indica a vertente mais suavizada. Compreende-se também, que as simbologias formuladas através da técnica composta obtiveram melhor resultado ao serem demarcadas em escala fixa de 1:50.000, uma vez que em outras escalas, maiores ou menores, tais simbologias apresentaram deformações que comprometeram a qualidade do mapeamento, representando com pouca exatidão o setor de ocorrência de determinada feição geomorfológica. Outra vantagem de mapear na escala proposta, é a possibilidade de assegurar que tais símbolos não se ocultem do visualizador do software no momento de exportar o mapa. Já as simbologias formuladas no formato linha, ponto e polígono foram traçadas em escalas variadas, não apresentando deformações. 4- CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo apresenta contribuições ao desenvolvimento de mapeamentos geomorfológicos em ambiente digital na escala de 1:50.000, indicando procedimentos técnicos pertinentes quanto à digitalização de símbolos a partir das propostas de Tricart (1965) e Verstappen e Zuidan (1975). Neste, sugere-se ainda a inserção de uma nova simbologia a gama de símbolos geomorfológicos, assim como algumas contribuições quanto a escala de mapeamento em ambiente digital. AGRADECIMENTOS À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo financiamento do projeto nº 2016/25399-1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Cunha, C. M. L.; Queiroz, D. S. 2012. A Cartografia Geomorfológica de Detalhe: Uma Proposta Visando à Multidisciplinaridade. CLIMEP. Vol. 07, Nº 1-2,. pp. 22-45. Nir, D. 1983. Man, a geomorphological agent: an introduction to anthropic geomorphology. Katem Pub, Jerusalem, 165 páginas. Paschoal, L. G.; Conceição, F. T.; Cunha, C. M. L. 2010. Utilização do ArcGis 9.3 na elaboração de simbologias para mapeamentos geomorfológicos: Uma aplicação na área do Complexo Argileiro de Santa Gertrudes/SP. Simpósio Nacional de Geomorfologia, Recife-PE, Brasil, Vol. VIII, pp. 1-13. Ross, J. 2010. Geomorfologia: ambiente e planejamento. Contexto, São Paulo, 85 páginas. Stefanuto, E. B.; Lupinacci, C. M. 2016. Aspectos Morfoestruturais do Relevo em Setor de Cuestas: Um Estudo em Analândia (SP). Revista Brasileira de Geografia Física. Vol. 9, Nº 4, pp. 1183-1196. Tricart, J. 1965. Principes et méthodes de la géomorphologie. Masson, Paris, 496 páginas. Verstappen, H. T.; Zuidan, R. A. Van. 1975. ITC System of geomorphological survey. Manual ITC Textbook. Vol. 1, Enschede, Netherlands, 52 páginas. Fig. 1 Mapa geomorfológico de 2010 1293