UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. Observatório de Mulheres Assassinadas

Documentos relacionados
UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. umarfeminismos.org. Observatório de Mulheres Assassinadas

RECORTES DE IMPRENSA JULHO 2014 COM O APOIO:

UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. umarfeminismos.org. Observatório de Mulheres Assassinadas

UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. Observatório de Mulheres Assassinadas

UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. umarfeminismos.org. Observatório de Mulheres Assassinadas

UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. umarfeminismos.org. Observatório de Mulheres Assassinadas

UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. umarfeminismos.org. Observatório de Mulheres Assassinadas

UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. Observatório de Mulheres Assassinadas

UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. umarfeminismos.org. Observatório de Mulheres Assassinadas

OMA Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR

UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. umarfeminismos.org. Observatório de Mulheres Assassinadas

UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. umarfeminismos.org. Observatório de Mulheres Assassinadas

UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. umarfeminismos.org. Observatório de Mulheres Assassinadas

OMA Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR

OMA Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR

OMA Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR

UNIBERTSITATERA SARTZEKO PROBAK 2016ko EKAINA. Este exame tem duas opções. Deve responder a uma delas.

OMA Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR

RECOMENDAÇÃO. Violência doméstica: todos os esforços podem fazer a diferença

OBSERVATÓRIO DE MULHERES ASSASSINADAS

PROJETO DE LEI N.º 977/XIII/3.ª

Dados da Central em 2012

Proposta de Debate Temático

Problemáticas Sociais

Deliberações da Assembleia Municipal Ordinária de 25 de novembro de 2016

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES

Faltam polícias na rua

Lei Maria da Penha completa 8 anos

Rui Abrunhosa Gonçalves

3. Roteiro de perguntas para serem aplicadas na tomada de declarações ou oitivas dasvítimas indiretas e testemunhas

GÊNERO E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA AS MULHERES

O que é uma pesquisa de vitimização?

CRIMES CONTRA A PESSOA VIDA

PESSOAS IDOSAS VÍTIMAS DE CRIME E DE VIOLÊNCIA ( )

Joana Salazar Gomes O SUPERIOR INTERESSE DA CRIANÇA E AS NOVAS FORMAS DE GUARDA

Ana Teresa Pinto Leal Procuradora da República

ENQUADRAMENTO PENAL CÓDIGO PENAL

A relação do desemprego masculino e os casos de violência doméstica na cidade de Vitória-ES no ano de Alex Silva Ferrari (Graduando UFES)

Violência de Género: Violência sobre os idosos e as idosas

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES

Senhor Presidente Senhoras e Senhores Deputados Senhora e Senhores membros do Governo

Mapa dos Feminicídios no maranhão ( )

CONSELHO CIENTÍFICO PEDAGÓGICO DA FORMAÇÃO CONTÍNUA APRESENTAÇÃO DE ACÇÃO DE FORMAÇÃO NAS MODALIDADES DE CURSO, MÓDULO E SEMINÁRIO

Casos de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher cadastrados em Macapá

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

ESTATÍSTICAS APAV CRIMES SEXUAIS 18 ANOS

IGUALDADE DE GÉNERO E NÃO DISCRIMINAÇÃO: VIOLÊNCIA DE GÉNERO. Marta Silva Núcleo Violência Doméstica/Violência de Género Janeiro 2009

Projecto de Lei n.º 688/XIII/3.ª

Saiba mais sobre o principal serviço de informações e orientações para mulheres

PROCURADORIA DA REPÚBLICA DA COMARCA DE LISBOA OESTE Coordenação MEMORANDO 1/2019. Violência Doméstica

PROJETO DE LEI N.º./XIII/4.ª

Doméstica Sexual Outra (especifique) Sim Não Não Sabe. Violência Sexual Outra (especifique) Sim Não Não Sabe. Sim Não Não Sabe

A nível nacional a definição evoluiu desde.

ESTATÍSTICAS APAV CRIMES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA [ ]

PROJETO DE LEI N.º 522/XII/3.ª ALTERA A PREVISÃO LEGAL DOS CRIMES DE VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL

CRIANÇAS E JOVENS VÍTIMAS DE CRIME E DE VIOLÊNCIA [ ]

OS CONCEITOS E A PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA DE GÉNERO. Maria José Magalhães CIIE FPCEUP

FEMICÍDIO NO CONTEXTO DAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE: TIPOLOGIA

ESTATÍSTICAS APAV 2018 GABINETE DE APOIO À VÍTIMA PAÇOS DE FERREIRA

Constitucionalidade e Poder Judiciário

Elisabete Brasil OA CDL 20 de Maio de 2011

ESTATÍSTICAS APAV 2015 GABINETE DE APOIO À VÍTIMA ODIVELAS APAV.PT/ESTATISTICAS

PROJETO DE LEI N.º 1151/XIII/4.ª 6.ª ALTERAÇÃO À LEI N

O seu lar reflete-o/a

ESTATÍSTICAS APAV alto ALENTEJO OESTE

ESTATÍSTICAS APAV CRIANÇAS E JOVENS VÍTIMAS DE CRIME E DE VIOLÊNCIA

SEJUDH SUMÁRIO. Noções Básicas de Direito Constitucional. Direitos e deveres fundamentais Direitos e deveres individuais e coletivos...

Direito Penal. Lei nº /2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 1. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Ação Penal Pública no crime de lesão corporal. Prof.ª Maria Cristina

DIREITOS DA MULHER. ALINE FLOR 25 de Setembro de 2017, 7:05

ESTATÍSTICAS APAV 2016 GABINETE DE APOIO À VÍTIMA

UMA CULTURA INTOLERÁVEL UM RETRATO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ESTATÍSTICAS APAV CRIANÇAS E JOVENS VÍTIMAS DE CRIME [ ]

AntoonVan Dyck, Sansão e Dalila (1630)

PROJETO DE LEI DE DE DE 2016.

544 Crimes & outras formas de Violência

SPEC - Sistema de Proteção Escolar. ROE Registro de Ocorrência Escolar

DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO

Projecto-Lei n.º 173/XIII/1ª Reforça o regime sancionatório aplicável aos animais (altera o Código Penal) Exposição de motivos

Índice. Parte I. Violência contra a criança. Proteção jurídica da criança

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática. Professor: Rodrigo J. Capobianco

3.4. TIPOLOGIAS DE SITUAÇÕES DE HOMICÍDIO COM UM AGRESSOR E UMA VÍTIMA

PROJETO DE LEI N.º 976/XIII/3.ª ALTERA O CÓDIGO PENAL, REFORÇANDO O COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E SOBRE MENORES

TÍTULO: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: TIPOS DE VIOLÊNCIA, PERFIL DA VÍTIMA, SUA DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL E NA REGIÃO SUDESTE NOS ÚLTIMOS ANOS.

EXERCÍCIOS. I - anistia, graça e indulto; II - fiança.

Violência Contra a Mulher no Brasil: análises de algumas características à luz da PNS, 2013

VIOLÊNCIA SEXUAL. Entenda e ajude a combater SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES SECRETARIA DE GOVERNO

Metodologia. Universo População adulta brasileira de todas as classes sociais com 16 anos ou mais.

ESTATÍSTICAS APAV 2018 GABINETE DE APOIO À VÍTIMA LOULÉ

SESSÃO DA TARDE PENAL E PROCESSO PENAL Lei Maria da Penha. Professor: Rodrigo J. Capobianco

6 - Réu Lídio Laurindo: restou absolvido de todas as acusações; 7 - Réu Cildo Ananias: restou absolvido de todas as acusações.

ESTATÍSTICAS APAV odivelas

PROJETO DE LEI N.º 690/XIII/3.ª ALTERA O CÓDIGO PENAL, TORNANDO O HOMICÍDIO EM CONTEXTO DE VIOLÊNCIA NO NAMORO HOMÍCIDIO QUALIFICADO

novos processos de apoio relativos a crianças e jovens vítimas de violência sexual

PROJECTO DE LEI N.º 1113/XIII/4ª. Determina uma maior protecção para as crianças no âmbito de crimes de violência doméstica. Exposição de motivos

ESTATÍSTICAS APAV VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEGURANÇA PÚBLICA

DGRSP. Síntese Estatística da Atividade Operativa relativa à Vigilância Eletrónica 2012

ESTATÍSTICAS APAV 2016 GABINETE DE APOIO À VÍTIMA PONTA DELGADA

Transcrição:

UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA Observatório de Mulheres Assassinadas Relatório intercalar (0 de Janeiro a 30 de Junho de 208) http://www.umarfeminismos.org

OBSERVATÓRIO DE MULHERES ASSASSINADAS - OMA A UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta apresenta o relatório intercalar do OMA, referente ao período 0/0/208 a 30/06/208. O Relatório tem como fonte, as notícias publicadas na imprensa nacional no primeiro semestre de 208. No período identificado, foram dezasseis (6), as mulheres cuja vida foi barbaramente ceifada, a maioria delas, por aqueles que alegadamente diziam gostar delas, tanto, que justificou assassiná-las, por meio de violência extrema, bárbara e cruel: esfaqueamento, asfixia, estrangulamento, espancamento, tiro e fogo. Gostar!? Amar!? ANGELINA, CÉU, MARGARIDA, MARÍLIA, VERA, SILVIANA, NÉLIA, MARIA, ALBERTINA, M.ª LURDES, ANA, ARMINDA, MARGARIDA C., ETELVINA, OLGA, NI, mulheres, na sua maioria, vítimas de violência doméstica, coartadas nas suas opções, ameaçadas, perseguidas, humilhadas. Mulheres às quais foi negado o direito à liberdade, à segurança, à proteção, à autodeterminação e por fim, à própria vida! Da informação disponível e relativa ao primeiro semestre de 208, o OMA oferece a seguinte informação: - FEMICÍDIO: NÚMERO DE MULHERES ASSASSINADAS ENTRE DE JANEIRO DE 208 E 30 DE JUNHO DE 208: Neste período, o Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR identificou um total de dezasseis (6) femicídios; 6 mulheres, vítimas da forma mais grave de violência de género. 2

Em período homólogo 207 registou 2 femicídios. 2- FEMICÍDIO: RELAÇÃO DA VÍTIMA COM O FEMICIDA A esmagadora maioria das mulheres assassinadas, onze () das dezasseis (6), mantinham relações de intimidade com o femicida. Femicídio: Relação Vítima-Femicida Ascendente Directo 4 Ex-marido, ex-companheiro, exnamorado, ex-relação intimidade Marido, companheiro, namorado, relação intimidade De notar que os contextos prévios de violência doméstica são frequentemente identificados nas situações de femicídio, podendo contribuir para a conclusão de que, há situações, em que o assassinato das mulheres ocorre como ato último numa escalada de violência. Nestes contextos, podemos concluir que a permanência em relações violentas, aumenta o risco de violência letal, levando-nos a equacionar a violência doméstica nas relações de intimidade como preditora do femicídio. 3- FEMICÍDIO: IDADE DAS VÍTIMAS 3

A violência ocorre de forma transversal e em todo o ciclo de vida das mulheres. No primeiro semestre de 208 destacam-se o grupo etário [Mais de 6 anos] e o de [36-0 anos]. Femicídio: Idade da Vítima 6 3 8-23 anos 24-3 anos 36-0 anos -64 anos Mais de 6 anos 4- FEMICÍDIO: SITUAÇÃO PROFISSIONAL A maioria das mulheres vítimas de femicídio encontrava-se inserida em mercado de trabalho ou em situação de reforma (por limite de idade). Femicídio: Situação profissional da vítima Sem Informação Reformada Desempregada Empregada - FEMICÍDIO: ARMA DO CRIME/MEIO EMPREGUE A arma branca surge, e pela primeira vez, no que ao femicídio consumado respeita, como a arma/meio mais utilizada. Efetivamente, é a primeira vez que a arma de fogo surge como meio menos utilizado pelos femicidas na perpetração do crime de femicídio consumado. 4

Femicídio: Arma do Crime/Meio empregue Fogo Agressão com objecto 3 Estrangulamento Asfixia 2 Arma branca 8 Arma de fogo 6- FEMICÍDIO: LOCAL DA PRÁTICA DO CRIME A residência é o local onde a esmagadora maioria das mulheres são assassinadas. Femicídio: Local do crime Residência Via pública No femicídio, a casa é o local escolhido pelos femicidas para executarem as mulheres. Constata-se assim, tal como noutros contextos de violência na

intimidade, que a casa continua a ser o espaço que oferece maior perigo para as mulheres. 7- FEMICÍDIO: FILHOS/AS DAS VÍTIMAS O OMA registou um total de 4 filhos/as das mulheres assassinadas. Filhos/as enlutados/as que terão de gerir perdas irreversíveis. Da análise efetuada foi possível concluir que destes/as 4 filhos/as que perderam as suas mães, nove (9) eram filhos/as comuns: da vítima e do femicida; e que, os/as outros/as cinco (), eram só filhos/as das vítimas de femicídio. 8- FEMICÍDIO: MEDIDAS DE COAÇÃO Na sequência da prática do femicídio, a oito (8) dos femicidas foi aplicada a medida de coação: prisão preventiva. Femicídio: Medidas de Coação Desconhecida 4 nsa 4 Prisão preventiva 8 Em quatro (4) dos dezasseis femicídios a medida de coação não era devida uma vez que foram situações de femicídio-suicídio. Em 4 outras situações as notícias não disponibilizavam informação relativa à medida de coação aplicada ao femicida. 6

CONDENSAÇÃO DA INFORMAÇÃO: No primeiro semestre de 208 o OMA registou um total de 6 (dezasseis) femicídios. A maioria das mulheres assassinadas: Tinham idades superiores a 36 anos; Encontravam-se a trabalhar ou em situação de reforma; Mantinham com o femicida uma relação de intimidade presente; Foram assassinadas, maioritariamente, pelos maridos, companheiros e namorados: Nas suas casas; Com arma branca; Em contextos de violência prévia, a qual, se não conhecida das entidades oficiais, era-o por parte de familiares, amigos ou vizinhos. Duas (2) das mulheres assassinadas haviam apresentado denúncia por violência doméstica. Dos/as filhos/as das mulheres assassinadas: Foi possível recolher informação de que, pelo menos 4 filhos/as, ficaram órfãos/ãs de mãe. Quanto aos femicidas: A sua faixa etária acompanha a das vítimas; A maioria encontrava-se inserido em mercado de trabalho (9) ou em situação de reforma (2); 7

Exerciam já, sobre as vítimas, estratégias de poder e controle: violência, intimidação, abuso, uma escalada que culminou na prática deste crime mais gravoso. O contexto de violência doméstica (violência física e psicológica, ciúmes, o não aceitar uma separação pretendida, fantasia de infidelidade, entre outras), forma de exercício de poder e controle sobre as vítimas e utilizados enquanto agressores, é igualmente apontada como estando na base da maioria dos femicídios consumados. Após o cometimento do crime: Após cometido o crime, a medida de coação aplicada foi restritiva da liberdade e traduzida na Prisão Preventiva dos femicidas. Quatro (4) situações foram de femicídio-suicídio. Em conclusão: Não sendo conhecimento científico e, portanto, despojado dessa pretensão, os relatórios do OMA pretendem contribuir para a visibilidade da forma mais grave de violência exercida contra as mulheres, com impactos sérios nas famílias, nas comunidades onde ocorrem, na sociedade no seu conjunto e na memória coletiva. Podem igualmente, pela informação que comportam, apoiar a perceção sobre o nível de incidência desta tipologia criminal específica, e apoiar medidas e políticas públicas, com vista à eliminação da violência contra as mulheres, e de exigência coletiva da sua diminuição para níveis residuais. Para que esta exigência seja passível de ser vivenciada, não podemos descurar as questões relativas às discriminações de género, nas quais se fundam a violência exercida contra as mulheres em todas as suas manifestações e também femicídio. Neste sentido, a prevenção primária, a educação para a cidadania e em igualdade de direitos assume centralidade na ação quotidiana. 8

Finalizando, sempre se dirá que a violência doméstica reveste, desde o ano 2000, natureza pública, e que nem sempre a reação da sociedade vai no sentido de concretizar segurança, proteção, tempestividade, articulação e confiança, que sejam facilitadoras de uma vivência na efetivação dos direitos humanos. Parece-nos, pois, existir ainda um percurso a fazer, individual e coletivamente, tendente à concretização da exigência determinada pela norma penal e a necessidade de aperfeiçoar um sistema que, embora atento e disponível no âmbito das alterações legislativas, nem sempre é capaz de responder, de forma confiável e expetável, às reais necessidades das vítimas. Almada, 02 de Agosto de 208 Pela UMAR, A Coordenadora do OMA, Elisabete Brasil 9