Relatório Final Bolsista Agrisus Nome do Projeto: Consórcio milho safrinha-forrageiras e a qualidade do sistema plantio direto no Estado de São Paulo - Programa Boa Cobertura - 782/11 Nome do Bolsista: Marcos Felipe Di Trocchio Faculdade/Curso: Faculdade de Ciências Agrárias UNIMAR/Engenharia Agronômica Orientador: Aildson Pereira Duarte/Isabella Clerici De Maria Período de Bolsa: agosto a novembro de 2011 RESUMO Diferentes tecnologias têm sido utilizadas para aumentar a cobertura do solo no sistema plantio direto, entre elas o uso de capins em consórcio com o milho safrinha e em sobressemeadura na cultura da soja. São vários os fatores de sucesso para a sobressemeadura, como a disponibilidade hídrica, quantidade de semente, estádio de desenvolvimento da soja. Nesse projeto foi avaliado o desenvolvimento do capim Braquiária ruzizizesis em sobressemeadura na cultura da soja. Dois campos de demonstração foram instalados em Assis-SP, no Polo Regional do Médio Paranapanema (APTA), em Latossolo Vermelho distrófico e em área particular em Pedrinhas Paulista SP, em Latossolo Vermelho eutroférrico. Em ambos foram aplicados quatro tratamentos com diferentes dosagens do capim B. ruziziensis em sobressemeadura na cultura da soja. Outro campo foi instalado no Campo de Difusão de Tecnologias da Coopermota, no município de Cândido Mota-SP, em solo Latossolo Vermelho Distroférrico, com os mesmos quatro tratamentos e mais dois: B. ruziziensis em linha solteira e em consórcio com milho safrinha A sobressemeadura à lanço permitiu a antecipação da semeadura do capim e, consequentemente, maior produção de matéria seca por área quando comparado com a semeadura em linha, como observado no experimento de Cândido Mota. No mesmo experimento o aumento da quantidade de sementes em sobressemeadura aumentou a quantidade de matéria verde e seca. Nas doses maiores de sementes houve uma redução em plantas daninhas quando comparado com a menor dose e a testemunha. IMPORTÂNCIA DO TEMA A soja (Glycine max L.) e o milho (Zea mays L.) são duas principais culturas produtoras de grãos na região do Médio Paranapanema, em São Paulo. Nessa região predomina o sistema de plantio direto, entretanto essa sucessão de culturas produz pouca matéria orgânica, favorecendo a degradação do solo e ocasionando baixas produtividades. Para produzir mais material vegetal para produção de palha, evitar a monocultura e ganhar tempo e condição ideal para germinação da B. ruziziensis teve-se o interesse de realizar a sobressemeadura na cultura da soja. Há vários questionamentos sobre as
condições que interferem para o sucesso dessa tecnologia, tais como a demanda hídrica, quantidade ideal de sementes, e fenologia da soja. MATERIAIS E MÉTODOS Caracterização da área e dos manejos avaliados Com o apoio da Agrisus e das Instituições parceiras foram instalados campos demonstrativos com a B. ruziziensis implantada em sobressemeadura na cultura da soja e em consórcio com o milho safrinha em três locais: Assis-SP, no Polo Regional do Médio Paranapanema (APTA), em propriedade particular em Pedrinhas Paulista SP, e no Campo de Difusão de Tecnologias da Coopermota, no município de Cândido Mota. Nesses campos foram avaliados os seguintes tratamentos: B. ruziziensis (VC=80%) sobressemeada nas quantidades 4,5 kg ha -1 ; 9,0 kg ha -1 e 13,5 kg ha -1 ; B. ruziziensis em linha solteira (6,0 kg ha -1 ); consórcio milho safrinha e B. ruziziensis intercalada na entrelinha do milho safrinha (6,0 kg ha -1 ). A sobressemeadura da B. ruziziensis foi realizada no final de fevereiro nas diferentes dosagens, a lanço por cima das folhas da soja, manualmente, procurando uma distribuição uniforme, quando a cultura da soja apresentava estádio R6 ou R7. A semeadura no consórcio milho safrinha e B. ruziziensis e nos tratamentos solteiros foi realizada em início de abril, após a colheita da soja, utilizando uma adubadora semeadora PST4- Tatu de 7 linhas, trator MF 275, sendo quatro linhas com milho e três com B. ruziziensis, adubação de base de 208 kg ha-¹ de 16-16-16 somente na linha do milho. Análises realizadas No experimento em Assis foram feitas avaliações de número de plantas, número de perfilho, plantas daninhas, matéria seca do capim B. ruziziensis e germinação da soja. Em Cândido Mota foi feita avaliação de seca do capim B. ruziziensis, com coleta de amostras de B.ruziziensis em 05/07/11 e 10/08/11, em uma área 0,25m² para avaliação de peso de matéria seca. A determinação da produção de massa de matéria verde e seca de cada tratamento foi feita coletando-se uma área de 4m² em cada parcela, em 21/09/11. Para a determinação de matéria seca o material coletado foi secado em estufa por 72 horas a 65 C. RESULTADOS OBSERVADOS Embora na mesma região, a quantidade de chuvas entre os locais dos campos foi diferente. Em Assis e Cândido Mota ocorreram pequenas precipitações, somando cerca de 20 a 25 mm, logo após a distribuição das sementes. Já em Pedrinhas Paulista não ocorreram chuvas por um período de 15 dias após a semeadura. Com isso, a germinação da B. ruziziensis levou mais tempo, favorecendo a germinação de plantas daninhas, vassoura (Paspalum paniculatum L.), rubim (Leonurus sibiricus), trapoeraba (Commmelina benghalensis L.), capim carrapicho (Cenchurus echinatus L.) e caruru roxo
(Amarathus hybridus var. paniculatus L.) e prejudicando totalmente o estabelecimento da forrageira. Por isso não se recomenda utilizar esta técnica quando a área apresentar histórico de elevada infestação de plantas daninhas. O campo onde os resultados da implantação e desenvolvimento da B. ruziziensis foram melhores foi o de Assis, onde a sobressemeadura foi realizada quando a soja se apresentava em R6, com folhas começando a amarelar. Embora os campos tenham sido afetados por geadas em 28/6/2011 e em 3/8/2011, danificando a produção do milho, produção final de massa da B. ruziziensis foi relativamente alta. A forrageira voltou a se desenvolver e apresentou produções de até 6.000kg ha -1 de massa de matéria seca.
Parcelas com milho e com braquiária em julho de 2011, no campo de demonstração em Cândido Mota, após geadas. Parcelas em Assis em setembro de 2011 mostrando recuperação da braquiária pós a geada e a comparação com a parcela em pousio, com crescimento de várias espécies de plantas daninhas. Parcelas em Cândido Mota em setembro de 2011 mostrando recuperação da braquiária pós a geada e algumas falhas na distribuição de sementes.
DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES DO PROJETO O projeto contou com o apoio da AGRISUS e outros parceiros, e não houve muita dificuldade na sua execução. A ocorrência da geada prejudicou avaliações na cultura do milho implantada nos campos de demonstração. Local, 6 de dezembro de 2012 Bolsista: Marcos Felipe Di Trocchio Orientador: Aildson Pereira Duarte