Capítulo I Das Definições e dos Objetivos

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Transcrição:

LEI Nº 9.863, de 17 de setembro de 2015 DISPÕE SOBRE A ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL, INSTITUI O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS) NO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS O Presidente da Câmara Municipal de Florianópolis, no uso das atribuições que lhe confere o 7 do art. 58 da Lei Orgânica do Município de Florianópolis, promulga a seguinte Lei: Capítulo I Das Definições e dos Objetivos Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade para garantir o atendimento às necessidades básicas, em conformidade com a Lei Federal n. 8.742, de 1993. Art. 2º A assistência social tem por objetivos, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011: I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente: a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;; b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;; c) a promoção da integração ao mercado de trabalho, de acordo com a Resolução n. 33, de 2011, do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS);; d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária, de acordo com a Resolução n. 34, de 2011, do CNAS;; e) a garantia de um salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família;; II - a vigilância socioassistencial, que visa analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos;; e III - a defesa de direitos, que visa garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais. Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realizase de forma integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais. Art. 3º Consideram-se entidades e organizações de assistência social aquelas sem fins lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos por esta Lei, bem como as que atuam na defesa e garantia de direitos.

1º São de atendimento aquelas entidades que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços, executam programas ou projetos e concedem benefícios de prestação social básica ou especial, dirigidos às famílias e aos indivíduos em situações de vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos termos desta Lei, e respeitadas as deliberações do CNAS de que tratam os incisos I e II do art. 18 da Lei Federal n. 12.435, de 2011. 2º São de assessoramento aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços e executam programas ou projetos voltados prioritariamente para o fortalecimento dos movimentos sociais e das organizações de usuários, formação e capacitação de lideranças, dirigidos ao público da política de assistência social, nos termos desta Lei, e respeitada as normativas da Resolução n. 27, de 2011, do CNAS. 3º São de defesa e garantia de direitos aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços e executam programas e projetos voltados prioritariamente para a defesa e efetivação dos direitos socioassistenciais, construção de novos direitos, promoção da cidadania, enfrentamento das desigualdades sociais, articulação com órgãos públicos de defesa de direitos, dirigidos ao público da política de assistência social, nos termos da Resolução n. 27, de 2011, do CNAS. 4º O município de Florianópolis, por meio do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), reconhece os direitos socioassistenciais e suas respectivas definições: I todos os direitos de proteção social de assistência social consagrados em lei para todos: direito, de todos e todas, de usufruírem dos direitos assegurados pelo ordenamento jurídico brasileiro à proteção social, não contributiva de assistência social efetiva com dignidade e respeito;; II direito de equidade rural-urbana na proteção social não contributiva: direito, do cidadão e cidadã, de acesso às proteções básica e especial da política de assistência social, operadas de modo articulado para garantir a completude de atenção nos meios rural e urbano;; III - direito de equidade social e de manifestação pública: direito, do cidadão e cidadã, de manifestar-se, exercer protagonismo e controle social na política de assistência social, sem sofrer discriminações, restrições ou atitudes vexatórias derivadas do nível pessoal de instrução formal, etnia, raça, cultura, credo, idade, gênero e limitações pessoais;; IV direito à igualdade do cidadão e cidadã de acesso à rede socioassistencial: direito à igualdade e completude de acesso nas atenções da rede socioassistencial, direta e conveniada, sem discriminação ou tutela, com oportunidades para a construção da autonomia pessoal dentro das possibilidades e limites de cada um;; V direito do usuário à acessibilidade, qualidade e continuidade: direito do usuário e usuária, de rede socioassistencial, à escuta, ao acolhimento e de ser protagonista na construção de respostas dignas, claras e elucidativas, ofertas por serviços de ação continuada, localizados próximos à sua moradia, operados por profissionais qualificados, capacitados e permanentes, em espaços com

infraestrutura adequada e acessibilidade, que garantam atendimento privativo, inclusive, para os usuários com deficiência e idosos;; VI direito em ter garantia a convivência familiar, comunitária e social: direito, do usuário e usuária, em todas as etapas do ciclo da vida a ter valorizado a possibilidade de se manter sob o convívio familiar, quer seja na família biológica ou construída, e à precedência do convívio social e comunitário às soluções institucionalizadas;; VII direito à proteção social por meio da intersetorialidade das políticas públicas: direito, do cidadão e cidadã, à melhor qualidade de vida garantida pela articulação, intersetorial da política de assistência social com outras políticas públicas, para que se alcance moradia digna, trabalho, cuidados de saúde, acesso à educação, à cultura, ao esporte e lazer, à segurança alimentar, à segurança pública, à preservação do meio ambiente, à infraestrutura urbana e rural, ao crédito bancário, à documentação civil e ao desenvolvimento sustentável;; VIII direito à renda: direito, do cidadão e cidadã e do povo indígena, à renda individual e familiar, assegurada através dos programas e projetos intersetoriais de inclusão produtiva, associativismo e cooperativismo, que assegurem a inserção ou reinserção no mercado de trabalho, nos meios urbano e rural;; IX direito ao cofinanciamento da proteção social não contributiva: direito, do usuário e usuária, da rede socioassistencial a ter garantido o cofinanciamento estatal - federal, estadual, municipal e do Distrito Federal para operação integral, profissional, continua e sistemática da rede socioassistencial nos meios urbano e rural;; e X direito ao controle social e defesa dos direitos socioassistenciais: direito, do cidadão e cidadã, a ser informado de forma pública, individual e coletiva sobre as ofertas da rede socioassistencial, seu modo de gestão e financiamento, e sobre os direitos socioassistenciais, os modos e instâncias para defendê-los e exercer o controle social, respeitados os aspectos da individualidade humana, como a intimidade e a privacidade. Capítulo II Dos Princípios e das Diretrizes Seção I Dos Princípios Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios, em conformidade com a Lei Federal n. 8.742, de 1993: I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica;; II -universalização dos direitos sociais a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;; III respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade;; IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;; e

V -divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão. Seção II Das Diretrizes Art. 5º A organização da assistência social tem como base as seguintes diretrizes: I consolidação da assistência social como política pública de estado;; II -descentralização político-administrativa, para os estados, o Distrito Federal e os municípios e comando único das ações em cada esfera de governo;; III - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis;; IV -primazia da responsabilidade do município, no âmbito de sua competência, na condução da política de assistência social;; V supremacia da necessidade dos usuários na determinação de ofertas de serviços socioassistenciais;; VI garantia da articulação entre serviços, benefícios, programas e projetos de assistência social;; VII integração e ações intersetoriais com as demais políticas públicas;; VIII aperfeiçoamento da integração dos serviços prestados pela rede socioassistencial estatal e não estatal;; e IX acompanhamento das famílias, visando o fortalecimento da função protetora, ampliando a oferta dos serviços. Capítulo III Da Organização e da Gestão do SUAS/Fpolis Art. 6º A gestão das ações na área de assistência social no município de Florianópolis fica organizada sob a forma de sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social (SUAS/Fpolis), com os seguintes objetivos: I garantir os direitos socioassistenciais dos cidadãos;; II prover serviços, programas e projetos e benefícios de proteção social básica e especial para famílias, grupos e indivíduos que deles necessitar;; III contribuir com a inclusão e equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso e serviços socioassistenciais básicos e especiais;; IV assegurar que as ações no âmbito da política de assistência social tenham foco na centralidade da família, promovendo a convivência familiar e comunitária;; V monitorar e garantir os padrões de qualidade dos serviços, programas, projetos e serviços socioassistenciais;; VI - integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social, na forma do art. 6º C da Lei Federal n. 12.435, de 2011;; VII - inserir no Cadastro Único as famílias em situação de vulnerabilidade social e risco conforme critérios do Programa Bolsa Família (Lei Federal 10.836, de 2004);;

VIII -consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica entre os entes federativos que, de modo articulado, operam a proteção social não contributiva, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011;; IX -implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na assistência social, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011;; X - afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011. 1º As ações ofertadas no âmbito do SUAS/Fpolis têm por objetivo a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice e, como base de organização, o território, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011. 2º O SUAS/Fpolis é integrado pelos entes federativos, pelos respectivos conselhos de assistência social e pelas entidades e organizações de assistência social abrangidas por esta Lei, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011. 3º A instância coordenadora da Política Municipal de Assistência Social é a Secretaria Municipal de Assistência Social. Art. 7º O SUAS/Fpolis realiza a gestão da Política Municipal de Assistência Social (SEMAS), sob o comando único da Secretaria Municipal de Assistência Social, articulando os serviços, programas, projetos e benefícios da rede estatal e não estatal, com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades e riscos sociais. Art. 8º A assistência social organiza-se pelos seguintes tipos de proteção, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011: I - proteção social básica: conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social que visa prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários;; e II - proteção social especial: conjunto de serviços, programas e projetos que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direitos. Parágrafo único.a vigilância socioassistencial é um dos instrumentos das proteções da assistência social que identifica as situações de vulnerabilidade e risco social e seus agravos no território, com vista as ações de prevenção. Art. 9º As proteções sociais básica e especial serão ofertadas pela rede socioassistencial, de forma integrada, diretamente pelos entes públicos e/ou pelas entidades e organizações de assistência social vinculadas ao SUAS/Fpolis, respeitadas as especificidades de cada ação. 1º A vinculação ao SUAS/Fpolis é o reconhecimento pela Secretaria Municipal de Assistência Social de Florianópolis de que a entidade de assistência social integra a rede socioassistencial. 2º Para o reconhecimento referido no 1º, a entidade deverá cumprir os seguintes requisitos: I -constituir-se em conformidade com o disposto no art. 3º da Lei Federal n. 8.742, de 1993, consolidada com a Lei Federal n. 12.435, de 2011;;

II -inscrever-se no Conselho Municipal de Assistência Social na forma do art. 9º, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011;; e III -integrar o sistema de cadastro de entidades de que trata o inciso XI do art. 19 da Lei Federal n. 8.742, de 1993, consolidada com a Lei Federal n. 12.435, de 2011 3º As entidades e organizações de assistência social vinculadas ao SUAS/Fpolis celebrarão convênios, contratos, acordos ou ajustes com o Poder Público para a execução, garantido financiamento integral pelo Município e outras esferas de governo, de serviços, programas, projetos e ações de assistência social, nos limites da capacidade instalada, aos beneficiários abrangidos por esta Lei. 4º O cumprimento do disposto no 3ª será informado ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome pelo órgão gestor local da assistência social. 5º O funcionamento das entidades e organizações de assistência social depende de prévia inscrição no Conselho Municipal de Assistência Social, conforme art. 9º da Lei Federal n. 8.742, de 1993, consolidada com a Lei Federal n. 12.435, de 2011. 6º Cabe ao Conselho Municipal de Assistência Social a fiscalização das entidades e organizações de assistência social. 7º Para o financiamento municipal, que trata o 3º desta Lei, deverão ser observados os critérios estabelecidos pelo Conselho Municipal de Assistência Social e as disponibilidades orçamentárias. Art. 10. A proteção social básica será ofertada precipuamente no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e por entidades de assistência social de que trata o art. 3º da Lei Federal n. 8.742, de 1993, consolidada pela Lei Federal n. 12.435, de 2011. 1º O CRAS é a unidade pública municipal, de base territorial, localizada em áreas de maior vulnerabilidade e risco social, destinada à articulação dos serviços socioassistenciais no seu território de abrangência e à prestação de serviços, programas e projetos socioassistenciais de proteção social básica às famílias. 2º O coordenador do CRAS será eleito dentre os membros da equipe de referência pelo período de dois anos, admitida uma recondução por igual período, de acordo com o seguinte perfil esp ecificado na NOB/RH/SUAS: servidor de nível superior, concursado, com experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, serviços e benefícios socioassistenciais. 3 Fica assegurado ao técnico que assumir a função de coordenador e retorno a mesma função, locação e turno de trabalho que exercia anteriormente ao mandato quando do término deste. Art. 11. A proteção social especial de média complexidade será ofertada precipuamente no Centro de Referência de Especializado de Assistência Social (CREAS) e no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (CREA POP) e por entidade de assistência social de que trata o art. 3º da Lei Federal n. 8.742, de 1993, consolidada pela Lei n 12.435, de 2011. 1º O CREAS é a unidade pública de abrangência e gestão municipal, destinada à prestação de serviços a indivíduos e famílias que se encontram em situação

de risco pessoal ou social, por violação de direitos ou contingência, que demandam intervenções especializadas da proteção social especial. 2º Centro POP constitui-se uma unidade de referência da proteção social especial de média complexidade, de natureza pública e estatal voltada especificamente para o atendimento especializado a população em situação de rua, devendo ofertar, obrigatoriamente, o serviço especializado para pessoas em situação de rua. Art. 12. Os CRAS, CREAS e o Centro POP são unidades públicas estatais instituídas no âmbito do SUAS/Fpolis que possuem interface com as demais políticas públicas e articulam, coordenam e ofertam os serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social. Art. 13. O número de unidades de referência para oferta de serviços socioassistenciais, previstos a serem instaladas no município devem ser contempladas nos Plano Municipal de Assistência Social de conformidade com as normativas federais e aprovados pelo Conselho Municipal de Assistência Social. Art. 14. As instalações das unidades de referência para oferta de serviços socioassistenciais devem ser compatíveis com os serviços nelas ofertadas, com espaços para trabalhos em grupo e ambientes específicos para recepção e atendimento reservado das famílias e indivíduos, assegurada a acessibilidade a todos, observando as leis vigentes para as pessoas idosas e pessoas com deficiência, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011. Parágrafo único. As unidades de referência para oferta de serviços sociassistenciais deverão funcionar preferencialmente em unidades públicas estatais próprias com dotação orçamentária municipal para construção e equipamento das instalações para o uso exclusivo da assistência social. Art. 15. O município poderá aplicar os recursos do cofinanciamento do SUAS/Fpolis, destinados à execução das ações continuadas de assistência social, no pagamento dos profissionais que integrarem as equipes de referência, responsáveis pela organização e oferta daquelas ações, conforme percentual estabelecido na Resolução n. 32, de 2012, do CNAS. Parágrafo único.a formação das equipes de referência deverá considerar o número de famílias e indivíduos referenciados, os tipos e modalidades de atendimento e as aquisições que devem ser garantidas aos usuários, conforme deliberaçõesdo CNAS, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011. Art. 16. As ações das três esferas de governo na área da assistência social realizam-se de forma articulada, cabendo a coordenação e as normas gerais na esfera federal e na coordenação e execução dos programas, em suas respectivas esferas, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios cabendo ao município, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011: I - destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos demais benefícios eventuais de que trata o art. 22 desta Lei, mediante critérios estabelecidos pelo Conselho Municipal de Assistência Social;; II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral em conformidade com as regulamentações/legislações municipais;;

III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria com organizações da sociedade civil;; IV -atender às ações assistenciais de caráter de emergência;; V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 24 desta Lei;; VI -cofinanciar oaprimoramento da gestão, os serviços, os programas e os projetos de assistência social no âmbito do município;; VII - realizar o monitoramento e a avaliação da Política Municipal de Assistência Social;; VIII promover a valorização dos trabalhadores do SUAS/Fpolis, com garantia de plano de carreira, cargos e salários específicos e exclusivo para a assistência social, com ingresso por meio de concurso público, realizado periodicamente, sob regime jurídico adotado para os servidores do município;; IX definire implementar uma política de acompanhamento, capacitação, monitoramento e avaliação da rede conveniada prestadora de serviços socioassistenciais no âmbito do município;; X elaborar e implementar a Política Municipal de Assistência Social no município;; e XI as demais disposições no art. 13 da Lei n. 8.049, de 2009. Art. 17. Ficam instituídos os Instrumentos de Gestão, que se caracterizam como ferramentas de planejamento governamental, tendo como parâmetros o diagnóstico social e os eixos de proteção social, básica e especial, sendo eles: I Plano de Assistência Social elaborado por comissão específica e instituída pela Secretaria Municipal de Assistência Social devendo ser aprovado pelo Conselho Municipal de Assistência Social;; II Orçamento da Assistência Social - elaborado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e submetido à aprovação do Conselho Municipal de Assistência Social;; III Gestão da Informação, Monitoramento e Avaliação;; IV Relatório Anual de Gestão -instrumento de avaliação da execução das ações socioassistenciais previstas no Plano de Assistência Social, elaborado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e aprovado pelo Conselho Municipal de Assistência Social;; e V Gestão do Trabalho. Art. 18. A gestão do trabalho no SUAS/Fpolis é a gestão do processo de trabalho necessário ao funcionamento da organização do sistema, que abarca novos desenhos organizacionais, educação permanente, desprecarização do trabalho, avaliação de desempenho, adequação dos perfis profissionais às necessidades do SUAS/Fpolis, processos de negociação do trabalho, sistemas de informação e planos de carreira, cargos e salários, entre outros aspectos. 1º A Secretaria Municipal de Assistência Social deve instituir e designar, em sua estrutura administrativa, setor e equipe responsável pela gestão do trabalho no SUAS/Fpolis. 2º A Secretaria Municipal de Assistência Social deve destinar recursos financeiros para a área, compor os quadros do trabalho específico e qualificado por meio da realização de concursos públicos.

3º A regularização desta Lei instituirá um Plano de Cargos, Carreiras e Salários, seguindo normativas federais que abranjam trabalhadores do SUAS/Fpolis, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Assistência Social. 4º O Plano de Cargos, Carreiras e Salários adequar-se-á periodicamente às necessidades, à dinâmica e ao funcionamento do SUAS/Fpolis. Art.19. A Gestão do Trabalho deverá: I estabelecer uma Política Municipal de Capacitação, fundada nos princípios da educação permanente;; II promover a qualificação de trabalhadores, gestores e conselheiros da área, de forma sistemática, continuada, sustentável, participativa, nacionalizada e descentralizada;; III garantir a desprecarização dos vínculos dos trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social;; IV realizar planejamento estratégico;; V garantir a gestão participativa com controle social;; e VI integrar e alimentar o sistema de informação. Art. 20. A Secretaria Municipal de Assistência Social deverá criar, estruturar e manter técnico-financeiramente área responsável pela Gestão Municipal de Informação, Monitoramento e Avaliação, criando o Sistema de Informação para sustentar técnica e metodologicamente o planejamento, a gestão, o monitoramento e a avaliação da ações desenvolvidas pela Política de Assistência Social. Parágrafo único. A Gestão da Informação, Monitoramento e Avaliação deverá ser realizada entre os três entes federados. Art. 21. A Secretaria Municipal de Assistência Social deverá garantir um quadro de referência de profissionais designados para o exercício das funções essenciais de gestão, sendo eles: I Gestão do Sistema Municipal de Assistência Social;; II Coordenação da Proteção Social Básica;; III Coordenação da Proteção Social Especial;; IV Planejamento e Orçamento;; V Gerenciamento do Fundo Municipal de Assistência Social;; VI Monitoramento e Controle da Execução dos Serviços, Programas, Projetos e Benefícios;; VII Monitoramento e Controle da Rede Socioassistencial;; VIII Gestão do Trabalho;; e IX Apoio às Instâncias de Deliberações. Capítulo IV Dos Benefícios, dos Serviços, dos Programas e dos Projetos de Assistência Social Seção I Do Benefício de Prestação Continuada Art. 22. O Beneficio de Prestação Continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com sessenta e cinco anos ou mais

que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de têla provida por sua família. Parágrafo único. A concessão do beneficio de que trata este artigo é de responsabilidade do Governo Federal, sendo atribuição do Município a inclusão do beneficiário nos serviços e programas socioassistenciais ofertados nos territórios. Seção II Dos Benefícios Eventuais Art. 23. Entendem-se por benefícios eventuais as provisões suplementares e provisórias que integram organicamente as garantias do SUAS/Fpolis e são prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública. 1º Aconcessão e o valor dos benefícios de que trata este artigo serão definidos em lei pelo município e previstos em lei orçamentária anual, com base em critérios e prazos definidos pelo Conselho Municipal de Assistência Social. 2º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), ouvidas as respectivas representações de estados e municípios, poderá propor, na medida das disponibilidades orçamentárias das três esferas de governo, a instituição de benefícios subsidiários no valor de até vinte e cinco por cento do salário-mínimo para cada criança de até seis anos de idade, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011. Seção III Dos Programas de Transferência de Renda Art. 24. Entende-se por Programa de Transferência de Renda o programa que visa assegurar o direito à renda para as famílias que se encontram em situação de pobreza ou extrema pobreza, por meio de transferência de recursos financeiros. Parágrafo único. O Município poderá instituir Programa de Transferência de Renda como estratégia de enfrentamento à pobreza e de inclusão social. Seção IV Dos Serviços Art. 25. Entendem-se por serviços assistenciais as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população e cujas ações voltadas para as necessidades básicas observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidas na Lei Federal n. 8.742, de 1993, consolidada com a Lei Federal n. 12.435, de 2011 (LOAS): I na organização dos serviços da assistência social serão criados programas de amparo, entre outros: a) às crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social, em cumprimento ao disposto no art. 227 da Constituição Federal e na Lei n. 8.069, de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011;;

b) às pessoas que vivem em situação de rua, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011;; II - fica instituído o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), que integra a proteção social básica e consiste na oferta de ações e serviços socioassistenciais de prestação continuada, no CRAS, por meio do trabalho social com famílias em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de prevenir o rompimento dos vínculos familiares e a violência no âmbito de suas relações, garantindo o direito à convivência familiar e comunitária, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011;; e III - fica instituído o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), que integra a proteção social especial e consisteno apoio, orientação e acompanhamento a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos, articulando os serviços socioassistenciais com as diversas políticas públicas e com órgãos do sistema de garantia de direitos. Seção V Dos Programas de Assistência Social Art. 26. Os programas de assistência social compreendem ações integradas e complementares com objetivos, tempo e área de abrangência definidos para qualificar, incentivar e melhorar os benefícios e os serviços assistenciais, em conformidade com a Lei Federal n. 12.435, de 2011. 1º Os programas de que trata este artigo serão definidos pelo Conselho Municipal de Assistência Social, obedecidos os objetivos e princípios que regem esta Lei, com prioridade para a inserção profissional e social. 2º Os programas voltados para o idoso e a integração da pessoa com deficiência serão devidamente articulados com o benefício de prestação continuada, estabelecida no art. 21 desta Lei. Seção VI Dos Projetos de Enfrentamento da Pobreza Art. 27. Os projetos de enfrentamento da pobreza compreendem a instituição de investimento econômico-social nos grupos populares, buscando subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas que lhes garantam meios, capacidade produtiva e de gestão para melhoria das condições gerais de subsistência, elevação do padrão da qualidade de vida, a preservação do meio ambiente e sua organização social. Art. 28. O incentivo a projetos de enfrentamento da pobreza assentar-se-á em mecanismo de articulações e de participação de diferentes áreas governamentais e em sistema de cooperação entre organismos governamentais, não governamentais e da sociedade civil. Capítulo V Do Financiamento Art. 29. O Fundo de Assistência Social do Município de Florianópolis, criado pela Lei n. 8.049, de 2009, é uma unidade orçamentária destinada a prover recursos e meios para financiamento das ações programáticas de assistência social

previstas na LOAS, para o cofinanciamento da política e para o aprimoramento da gestão, no âmbito do município de Florianópolis, garantida a diretriz do comando único e da primazia da responsabilidade do Poder Público. Art. 30. O financiamento de serviços de natureza continuada, programas e projetos socioassistenciais, desenvolvidos pela rede socioassistencial complementar do município de Florianópolis se dará com recursos alocados no FMAS/Fpolis, segundo regulamentação específica proposta pela Secretaria Municipal de Assistência Social, devidamente aprovada pelo Conselho Municipal de Assistência Social. Art. 31. Os critérios de partilha dos recursos orçamentários e financeiros alocados no Fundo, serão estabelecidos pela Secretaria Municipal de Assistência Social, considerando a complexidade e hierarquização dos serviços, as diversidades e especificidades locais e regionais e o cruzamento de indicadores pautados em diagnósticos socioterritoriais locais e regionais. Art. 32. O FMAS será gerido pela Secretaria Municipal de Assistência Social, sob orientação e controle do Conselho Municipal de Assistência Social. 1º A proposta orçamentária do FMAS, constituído em unidade gestora independente, constará do Orçamento Municipal. 2º Fica vedado ao Chefe do Poder Executivo a previsão e execução orçamentárias inferiores ao valor correspondente a dez por cento dos recursos próprios arrecadados pela municipalidade na área de assistência social. 3º O Fundo Municipal da Assistência Social centralizará os recursos caracterizados como função 08, definidos pela Portaria 42 do Ministério de Estado do Orçamento e Gestão. Capítulo VI Do Controle Social Art. 33. O Controle Social terá como espaços assegurados de participação popular os conselhos estaduais, conselhos municipais, as conferências, ouvidorias e demais instâncias de representação. 1º Conselhos de Assistência Social são instâncias deliberativas do Sistema Descentralizado e Participativo da Assistência Social, conforme PNAS, na forma do SUAS/Fpolis, entendendo-se como deliberar os atos de aprovar, estabelecer, normatizar e acompanhar assuntos referentes à Política Municipal de Assistência, cabendo ainda aos conselhos propor e fiscalizar, sendo esses os três eixos de atuação dos conselhos. I a instância deliberativa do SUAS/Fpolis, de caráter permanente e composição paritária, é o Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS/Fpolis), vinculada à Secretaria Municipal de Assistência Social, que deve prover a estrutura necessária a seu funcionamento, garantindo recursos materiais, humanos e financeiro inclusive com despesas e passagens e diárias de conselheiros, representantes do governo e da sociedade civil, quando estiverem no exercício de suas atribuições. 2º As conferências têm o papel de avaliar a situação da assistência social, definir diretrizes para a política, verificar os avanços ocorridos num espaço de

tempo determinado, conforme disposto no art. 18, inciso VI, da Lei n. 8.742, de 1993. Art. 34. A Secretaria Municipal de Assistência Social criará a Ouvidoria Municipal de Assistência Social. Art. 35. O Conselho Municipal de Assistência Social de Florianópolis (CMAS/Fpolis), amparado pela Lei n. 8.742, de 1993, é o órgão de excelência do controle social. Capítulo VII Das Disposições Finais e Transitórias Art. 36. O município de Florianópolis, observando os princípios e diretrizes estabelecidos nesta Lei, fixará sua Política de Assistência Social. Art. 37. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão por conta de dotação orçamentária própria prevista no orçamento do Município. Art. 38. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Câmara Municipal de Florianópolis, em 17 de setembro de 2015. Vereador Erádio Manoel Gonçalves - Presidente.