Palavras-chave:Tupé, Curva Chave Cota Área, Sensoriamento Remoto. 1. INTRODUÇÃO



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Transcrição:

CAPACITAÇÃO DE ESTUDANTES DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL EM SENSORIAMENTO REMOTO DE RECURSOS HÍDRICOS CASO: CURVA CHAVE COTA-ÁREA DE INUNDAÇÃO DO LAGO DO TUPÉ, EM MANAUS AM Ismael Botelho Alecrim ismael_alecrim@hotmail.com Renan Melo Bastos renanmelo_bastos@hotmail.com Elias Simão Assayag elias_assayag@yahoo.com.br Gabriel de Souza Cerveira Pereira gabriel_pereira123@hotmail.com Universidade Federal do Amazonas, Engenharia Civil. Av. Rodrigo Otávio Jordão Ramos, 3000, Campus Universitário. CEP 69.077-00 Manaus - AM Resumo:Este trabalho apresenta a experiência de alunos do curso de graduação em engenharia civil participantes do Programa de Extensão em Saneamento no Amazonas, especificamente na linha de sensoriamento remoto aplicado a recursos hídricos. O caso trata da determinação de uma curva chave área-cota considerando a área do lago do Tupé, localizado no baixo rio Negro, próximo a Manaus, e as cotas do rio Negro no porto de Manaus. Os dados de cotas foram obtidos na base de dados hidrológicos da Agência Nacional de Águas na Internet, HidroWeb. Por sua vez,as áreas foram estimas a partir do processamento de imagens do satélite LandSat 5, obtidas junto ao banco de imagens do INPE. O resultado apontou para duas curvas chaves, sendo uma para as cotas mais baixas e menores áreas e a segunda para as cotas mais altas e maiores áreas. Alem das curvas chaves, pode ser considerado como resultado tudo aquilo que decorre da participação de alunos de graduação em um programa de extensão, como por exemplo: a formação diferenciada, a iniciação científica, a produção de artigo, a participação e apresentação do trabalho em congresso, entre outras. Palavras-chave:Tupé, Curva Chave Cota Área, Sensoriamento Remoto. 1. INTRODUÇÃO No curso de engenharia civil da Universidade Federal do Amazonas, o Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental, mantido pelo Programa de Extensão em Saneamento no Amazonas (PESA), desenvolve a linha de pesquisa de sensoriamento remoto aplicado a recursos hídricos, com estudos e analises de cenários e fenômenos hidrológicos, apoiando com informações as diversas ações desenvolvidas no programa, entre as quais as ações na região da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (REDES Tupé). A REDES Tupé é uma unidade de conservação municipal, fica localizada à margem esquerda do rio Negro, na área rural do município de Manaus (03 06 07 S e 60 01 30 W) e aproximadamente a 25 km em linha reta da região urbana. A reserva é

ocupada por seis comunidades: Livramento, São João do lago do Tupé, Julião, Central, Tatu e Agrovila (Figura1). Figura 1 REDES Tupé. Fonte: acervo do Laboratório de Saneamento/UFAM. No Tupé a vegetação é exuberante sendo formada por mata de igapó e de terra firme. Nos últimos anos, observa-se nas comunidades, um processo acelerado de desmatamento para execução de novas edificações, realizado por iniciativa de antigos e de novos ocupantes, oriundos da área urbana de Manaus e de outras localidades do interior do Amazonas e de outros estados brasileiros. Somado a esses fatores, a sazonalidade no regime hidrológico, que marca a região amazônica e dimensiona os fatores ecológicos nas áreas alagáveis, com reflexo sobre toda a planície de inundação, também se faz presente na bacia hidrográfica do Igarapé do Tupé, alternando entre períodos de cheia (Figura 2) e vazante. Figura 2 Lago do Tupé na enchente de 2010. Fonte: Acervo do PESA.

Por estar relativamente próximo à área urbana de Manaus e por suas características ambientais, especialmente a beleza de seu cenário natural e de suas praias, tradicionalmente, a REDES Tupé tem sido um dos locais mais procurados para lazer e turismo (CHATEUAUBRIAND et al., 2009). Ao estudar a região do lago do Tupé, na fase de revisão bibliográfica, foi encontrada a informação de que grande parte do corpo hídrico apresenta uma seção em V, conforme: O lago Tupé, apresenta uma seção transversal com padrão tendendo ao triangular, com formato de cunha irregular ou V, deslocado para amargem direita (Figura 3). A declividade mais acentuada na margem direita está diretamente associada a formação geológica da região. O lago encontra-se inserido entre dois vales, com solos argilosos e arenoso-argilosos e uma fina camada de glay húmico nas direções norte e noroeste, além de uma extensa formação arenosa (bancos de areia) no limite da sua foz com o rio Negro(SANTOS-SILVA et al., 2005) Figura 3- Seção transversal do lago. Fonte: SANTOS-SILVAet al.. (2005) Em geral, nos corpos d água que apresentam seção transversal em V é possível construir com sucesso a curva chave cota-área, que consiste em uma correlação direta de modo que conhecendo a cota se estima a área de inundação e vice-versa. Para construir esse tipo de curva chave é necessário conhecer uma série de dados onde cada elemento é composto pelo par cota e a área inundada em um mesmo momento. Uma ferramenta que pode ser utilizada para mensurar a área de inundação é o sensoriamento remoto que pode ser definido como a ciência e arte de receber informações sobre um objeto, uma área ou fenômeno pela análise dos dados obtidos de uma maneira tal que não haja contato direto com este objeto, esta área ou este fenômeno. (LILLESAND & KIEFER, 1987). Estas informações podem ser obtidas por meio de fotos de avião ou de satélite artificiais. O sensoriamento remoto pode ser entendido como um conjunto de atividades que permite a obtenção de informações dos objetos que compõem a superfície terrestre sem a necessidade de contato direto com os mesmos (MORAIS, 2002) Nos satélites artificiais, a energia refletida ou emitida pela superfície terrestre e captada por sensores eletrônicos, é transformada em sinais elétricos, na qual são registrados e transmitidos para estações de recepção na Terra (FIGUEIREDO, 2005). Esse contexto despertou nos estudantes de engenharia civil participantes do Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental o interesse cientifico de buscar os

dados de cota, estimar a área de inundação com uso de sensoriamento remoto, construir a série de dados e por fim proporem a curva chave cota-área para o lago do Tupé, ate então inédita. 2. OBJETIVO O objetivo primo do trabalho foi propor a curva chave cota-área de inundação para o lago do Tupé, de modo que a cota possa ser conhecida a partir da área de inundação obtida pelo processamento de imagens de satélite, ou o inverso, uma vez conhecida a cota então será também conhecida a área de inundação. 3. METODOLOGIA Preliminarmente foi formada a equipe de trabalho composta por três alunos sendo dois sem conhecimento algum na área de sensoriamento remoto e um já relativamente experiente, todos do curso de engenharia civil. O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental (Figura 4) do Programa de Extensão em Saneamento no Amazonas, na linha de sensoriamento remoto aplicado a recursos hídricos. Ao longo do trabalho toda a equipe foi orientada por um professor. Figura 4 Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental- PESA/UFAM. Na fase de execução, primeiro se tratou de iniciar os não experientes na arte e ciência do sensoriamento remoto, para tal foi estudado o livro Iniciação em Sensoriamento Remoto: imagens de satélite para estudos ambientais da autora Teresa Gallotti Florenzano, combinado com as tutorias de exercícios práticos desenvolvidos no próprio laboratório e contidos na apostila da Oficina de Sensoriamento Remoto realizada na Semana Nacional de Tecnologia em Itacoatiara de 10 a 15 de outubro de 2012. Assim, a parte prática foi desenvolvida em paralelo com o estudo teórico. Os estudantes foram treinados nas operações básicas do aplicativo: abrir arquivo externo, carregar banda, salvar arquivo nos padrões mais usuais, recorte de imagem,ortorretificar, classificação não supervisionada, região de interesse, definir região de interesse, classificação supervisionada, computar estatísticas e salvar arquivo.

Uma vez a equipe tecnicamente preparada, teve inicio a busca por dados. Foram obtidas as imagens da região, geradas pelo satélite LANDSAT 5, sensor TM, fornecidas gratuitamente através do sitio do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE). Foram pesquisadas imagens para a órbita 231 e ponto 62 com cobertura máxima de nuvens Q1=90%, Q2=0%, Q3=90% e Q4=90%, no período de 29/05/1973 a 01/05/2013. Uma vez feita a transferência das imagens para o computador, foram aproveitadas 38 imagens que correspondiam ao critério de não ter nuvem sobre o Igarapé do Tupé ou falhas na imagem sobre a região do estudo. As imagens selecionadas foram ortorretificadas minuciosamente de forma que todas as coordenadas geográficas ficassem o mais correto possível. Após certificar-se disso, a ferramenta utilizada foi recortar as imagens uma primeira vez selecionando a região do Igarapé do Tupé e muito do seu entorno, incluindo o rio Negro. Um problema foi detectado ao tentar classificar as imagens para obter o número de pixels referentes a área desejada, pois não foi possível na classificação separar as águas do Rio Negro das águas do Igarapé do Tupé, já que os espectros se mostraram muito semelhantes. A solução encontrada foi girar a imagem em 60 no sentido horário e em seguida recortar uma segunda vez de modo a isolar a área de interesse (Figura 5 a e b). A B Figura 5- Imagem antes (a) e depois (b) do segundo recorte. Para a classificação supervisionada das imagens foi escolhido o processo estatístico conhecido como Distância de Mahalanobis, que é baseado nas correlações entre variáveis com as quais distintos padrões podem ser identificados e analisados, para determinar a similaridade entre uma amostra desconhecida e uma conhecida. Assim, na classificação das imagens foram criadas, imagem por imagem, as regiões de interesse (ROIs) que são as amostras conhecidas requeridas pela Distância de Mahalanobis. A classificação foi aplicada visando apenas duas classes: área inundada e área seca. Alguns exemplos do resultado obtido na classificação das imagens são mostrados na Figura 6.

Figura 6- Exemplos dos resultados da classificação. Com base no resultado da classificação das imagens, foi estimada a área inundada pelo lago do Tupé em cada data. Essa informação foi reservada para depois com as cotas compor a serie de dados para determinação da curva chave área-cota. Seguindo com o estudo, o próximo passo foi obter a série de cotas do rio Negro, especificamente para as mesmas datas das imagens consideradas no trabalho. Essas cotas foram obtidas através de registros do banco de dados hidrológicos da Agência Nacional de Águas, HidroWeb, disponível em: http://hidroweb.ana.gov.br/. A estação fluviométrica selecionada foi 14990000. Os resultados são apresentados a seguir na Tabela 1. Tabela 1 Série de Áreas de inundação do lago do Tupé e respectivas Cotas. Cotas (cm) Área (m²) Data Cotas (cm) Área (m²) Data 1603 622800 29/11/2009 2691 1121400 06/08/2008 1634 488700 12/11/1991 2697 1002600 22/05/1986 1736 500400 28/11/1991 2698 1118700 03/08/2001 1763 667800 20/09/1995 2712 980100 12/07/1987 1849 587700 28/09/1998 2713 1210500 04/08/2007 1975 722700 27/09/1992 2731 1198800 09/08/2003 1999 708300 24/11/1984 2739 1272600 05/08/1996 2034 741600 19/12/1987 2744 1080000 08/08/1991 2087 760500 21/09/2007 2750 1069200 10/08/1986 2094 861300 21/10/1989 2778 1199700 21/07/2008 2172 867600 19/10/1994 2785 1253700 24/07/2003 2313 853200 28/08/2010 2788 1197000 16/07/2006 2330 958500 02/09/2006 2794 1127700 23/07/1991 2333 900000 29/08/1987 2804 1116000 04/07/1990 2493 920700 31/08/2011 2817 1217700 02/07/2001 2564 1119600 10/09/2009 2817 1328400 08/07/2003 2585 1022400 22/04/2010 2821 1216800 07/07/1997 2623 1018800 21/08/1990 2847 1218600 04/07/1996 2624 1063800 15/08/1988 2853 1302300 30/06/2006 2624 1068300 06/07/1985 2881 1262700 21/06/1997 2645 1136700 25/08/2003 2883 1231200 05/05/2009 2653 1144800 31/05/1995 2884 1169100 02/08/1989 2658 1050300 27/07/2010 2911 1284300 13/07/1999

Cota (cm) Com os dados ordenados foi elaborado o gráfico cota x área de inundação mostrado na Figura 7. 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 400000 600000 800000 1000000 1200000 1400000 Área (m²) Figura 7- Gráfico cota x área de inundação Para determinar a curva chave foram experimentados os ajustes dos tipos: linear, polinomial, exponencial, logarítmico e potência. O ajuste logarítmico apresentou o melhor resultado, com o coeficiente de correlação R 2 = 0,922. Sendo a curva chave cota-área de inundação: Onde: y = área de inundação [m 2 ] do lago do Tupé. x= cota [cm] na estação fluviométrica 14990000. (1) 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando o objetivo específico do estudo de caso, o trabalho chegou com sucesso ao que se propôs com a formulação da curva chave cota-área de inundação para o lago do Tupé. De forma complementar, e considerando os aspectos pedagógicos, o trabalho apresentou muitos outros resultados. Os alunos participantes desenvolveram conhecimento e domínio nas técnicas de sensoriamento remoto aplicado em recursos hídricos. Aspecto esse não contemplado no currículo do curso de engenharia civil da Universidade Federal do Amazonas. A capacidade de trabalhar em equipe foi desenvolvida e aprimorada, sendo isso também importante para a formação profissional do futuro engenheiro. Outro aspecto muito positivo da experiência foi despertar nos estudantes o interesse pela produção de conhecimento, inspirando-os para uma futura pós-graduação. Para a instituição, o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa associada com ensino e extensão é muito importante. A publicação de artigos decorrentes dessa atividade contribui para melhorar os seus indicadores acadêmicos. Também para os estudantes a publicação é muito importante.

Agradecimentos Aqui se faz o agradecimento ao Programa de Extensãoem Saneamento no Amazonas, desenvolvido no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Amazonas com apoio da Pró Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Amazonas e Ministério das Cidades por meio do Edital PROEXT MEC/SESu. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHATEAUBRIAND, Annunziata. ANDRADE, Ellen. PARENTE, Rosana. RAYOL, Keila. Reserva de desenvolvimento sustetável do Tupé - REDES do Tupé: Espacialização e informações das comunidades. Manaus: editora da Universidade Federal do Amazonas, 2009. FIGUEIREDO, Divino. Conceitos Básicos de Sensoriamento Remoto. Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB. Brasília - DF, 2005. Disponível em http://www.conab.gov.br/conabweb/download/sigabrasil/manuais/conceitos_s m.pdf Acesso em 14 jun. 2013. LILLESAND, T.M. KIEFER, R.W. Remote Sensing and Image Interpretation. New York. John Wiley&Sons. 1987. 721p. MORAIS, Elisabete Caria de. Capítulo1, Fundamentos de Sensoriamento Remoto. São José dos Campos: INPE, 2002, p.7. SANTOS-SILVA, Edinaldo. APRILE, Fábio. SCUDELLER, Veridiana. MELO, Sérgio. Biotupé: Meio Físico, Diversidade Biológica e Sociocultural do Baixo Rio Negro, Amazônia Central. Editora INPA, Manaus, 2005. TRAINING COURSE FOR STUDENTS OF ENGINEERING IN REMOTE SENSING OF WATER RESOURCES - EVENT: BOW KEY COTA-AREA FLOOD LAKE TUPE, IN MANAUS AM Abstract: This paper presents the experience of students of undergraduate civil engineering program participants of the Sanitation in Amazon extension program, specifically within the remote sensing to water resources. The case deals with the determination of a turn-key area quota considering Tupé Lake area, located in the lower Rio Negro near Manaus, and the coordinates of the Rio Negro in Manaus port. The data were obtained in the quota database hydrological the National Water Agency on the Internet, HIDROWEB. In turn, the areas were endearments from the processing of Landsat 5 satellite images, obtained from the database of images from INPE. The results pointed to two curves keys, one for the lower levels and smaller areas for the second highest quotas and larger areas. Besides the curly braces, can be considered as

a result of everything that arises from participation of undergraduate students in an outreach program, such as: differentiated training in basic scientific research, the production of paper, participation and presentation of work congress, among others. Key-words: Tupé Curve Key Cota Area, Remote Sensing.