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Transcrição:

Primeiro visualizador foi criado em 93 O visualizador que popularizou o acesso à Internet foi criado em abril de 1993. Embora hoje o mercado de browsers (softwares de vizualização de páginas Web) seja dominado pelo Netscape e pelo Internet Explorer, o Mosaic é lembrado tanto por sua sofisticada concepção quanto pela revolução tecnológica que provocou desde então. Tudo começou no final da década de 80, quando o inovador conceito de World Wide Web (WWW) estava sendo desenvolvido nos célebres laboratórios CERN, na Suíça, sob o comando do físico Tim Berners-Lee. Pouco depois, o National Center for Supercomputing Applications (NCSA), da Universidade de Illinois (EUA), que já reunia alguns dos melhores pesquisadores nas áreas de Física, Engenharia de Materiais e Astrofísica do mundo, começou a perseguir o desenvolvimento de um software que tornasse mais amigável a navegação pelo ciberespaço. Após intensos estudos, o centro lançou o NCSA Mosaic, que popularizou o acesso à Internet, eliminando uma série de barreiras até então existentes entre o usuário e a Rede Mundial. Nesta área especial, trazemos informações sobre o funcionamento do Mosaic, perfis dos criadores do software, depoimentos concedidos pelos pioneiros envolvidos na implantação da Internet no País e a situação atual da Rede no Brasil. (Luiz Octavio Lima) Como surgiu a Internet Mosaic revolucionou o acesso à Rede NCSA - um eclético centro de pesquisa Gênio juvenil tornou a "teia" visível a todos Laboratório suíço foi o berço da Web Tim Berners-Lee é o pai da WWW Vinton Cerf e o protocolo TCP/IP Pioneiros lembram o lançamento do Mosaic A implantação da Rede no Brasil A situação da Internet no País Cronologia Internet foi criada com objetivo militar A Arpanet, o embrião do que hoje é a maior rede de comunicação do planeta, surgiu em 1969, com a finalidade de atender a demandas do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DOD). A idéia inicial era criar uma rede que não pudesse ser destruída por bombardeios e fosse capaz de ligar pontos estratégicos, como centros de pesquisa e tecnologia. O que começou como um projeto de estratégia militar, financiado pelo Advanced Research Projects Agency (Arpa), acabou se transformando na Internet. Na década de 60, em plena Guerra Fria, temendo as conseqüências de um ataque nuclear, os Estados Unidos investiram no projeto, liderado pelos pesquisadores da área de computação J.C.R. Licklider e Robert Taylor. A idéia era criar uma rede sem centro, quebrando o tradicional modelo de pirâmide, conectado a um computador central. A estrutura proposta permitiria que todos os pontos (nós) tivessem o mesmo status. Os dados caminhariam em qualquer sentido, em rotas

intercambiáveis. Este conceito surgiu na Rand (centro de pesquisas anti-soviéticas) em 1964 e tomou vulto cinco anos depois. Em uma primeira etapa, interligaram-se quatro pontos: Universidade da Califórnia (UCLA), o Instituto de Pesquisas de Stanford, e a Universidade de Utah. O nó da UCLA foi implantado em setembro de 1969 e os cientistas fizeram a demonstração oficial no dia 21 de novembro. Por volta do meio-dia, um grupo de pesquisadores se reuniu no Departamento de Ciência da Computação da universidade, e acompanhou o contato feito por um computador com outro situado a 450 quilômetros de distância, no laboratório Doug Engelbart, no Instituto de Pesquisas de Stanford. O cientista Leonardo Kleinrock, vencedor do Prêmio Ericsson - o equivalente ao Nobel das Telecomunicações -, não se esqueceu da mensagem inaugural. A pergunta, digitada em um máquina de escrever elétrica, era: "Você está recebendo isto?". A resposta chegou minutos depois de percorrer a distância que separa os dois centros de pesquisa: "Sim". A experiência fora bem sucedida. A máquina foi oferecida pela UCLA à Smithsonian Institution, em Washington, que recusou a oferta. Agora, em campanha para restaurá-la, a Universidade da Califórnia não quer mais doá-la. Virou uma espécie de troféu, um símbolo. As conexões cresceram em progressão geométrica. Em 1971, havia duas dúzias de junções de redes locais. Três anos depois, já chegavam a 62 e, em 1981, quando ocorreu o batismo da Internet, eram 200. Durante muitos anos, o acesso à Internet ficou restrito à instituições de ensino e pesquisa. A partir da década de 80, os microcomputadores passaram a custar menos e se tornaram mais fáceis de usar. Hoje, qualquer pessoa pode se conectar à Net, desde que se associe a um provedor de acesso. No início dos anos 90, a Internet ultrapassou a marca de um milhão de usuários e teve início a utilização comercial da Rede. Empresas pioneiras montam redes próprias de comunicação (como a Compuserve americana) e agora se interligam na Internet e lucram com esta conexão. O envolvimento de dinheiro e a utilização das conexões para vender produtos e serviços abre duas frentes de discussão: a primeira, quem vai arcar com os custos? A segunda, de caráter mais subjetivo: a comercialização distancia a Rede de seus objetivos essenciais? Uma organização foi estabelecida para supervisionar a criação, a distribuição e a atualização de padrões referentes à Internet. A Internet Society (ISOC) foi formada em janeiro de 1992 para desempenhar o papel de "organização guarda-chuva", dividida em comitês e com autoridade sobre todos os aspectos da administração da Rede. Mosaic revolucionou o acesso à Rede Em 1992, três anos após o início do desenvolvimento do conceito de World Wide Web (WWW) pelos cientistas do laboratório nuclear suíço CERN, o Centro Nacional para Aplicações em Supercomputadores (NCSA), sediado em Chicago (EUA), deu início a um projeto visando a criação de uma interface amigável para a comunicação via Internet. Se a invenção da WWW havia sido coordenada pelo físico Tim Berners-Lee, o mérito da criação do Mosaic coube a Marc Andreessen, que na época tinha 21 anos e hoje é sócio e vice-

presidente de tecnologia da Netscape. O resultado foi apresentado em abril de 1993 e obteve uma receptividade extremamente favorável. Até então a troca de informações na Rede era normalmente feita por mail (correio eletrônico) ou por protocolos de transferência de arquivos (File Transfer Protocol - o FTP). Para se acessar a Rede por meio de FTP, era necessário se dar linhas de comandos. O processo não contava com recursos interativos ou uma apresentação gráfica. A navegação melhorou um pouco com o surgimento do Gopher, um sistema de transmissão por menus. O sistema funciona a partir de uma árvore com itens de vários níveis, cada um deles permitindo o acesso a informação local e remota, a serviços e outros Gophers. A novidade foi utilizada pela maioria dos usuários por cerca de apenas um ano, ao fim do qual havia perdido a razão de ser devido à criação do Mosaic. Graças às inovações introduzidas pelo Mosaic, o usuário passou a contar com um programa de visualização que permitiu a apresentação de textos, imagens e gráficos de uma forma atraente como a de uma página de revista. "O aparecimento do Mosaic foi uma transformação histórica para nós que já utilizávamos a Internet", recorda Ivan de Moura Campos, secretário de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia. "Antes o acesso era muito difícil, coisa para iniciados mesmo." Em conseqüência desse avanço, a Rede Mundial viveu uma verdadeira explosão. Ao fim do primeiro ano de existência do Mosaic o número de usuários da WWW havia se tornado seis vezes maior. E o mais impressionante: no segundo semestre de 93, o número de hosts (pontos ligados à Internet com ofertas de serviços) comerciais havia ultrapassado pela primeira vez o de acadêmicos. Era a demonstração de que a Internet deixava definitivamente os círculos científicos para ganhar o mundo. Gênio juvenil tornou a "teia" visível a todos MicroTimes. (L. O. L.) O design que deu à Rede Mundial uma aparência amigável e a popularizou em um curto espaço de tempo foi obra de um grupo de estudantes da Universidade de Urbana-Champaign, encabeçado por um certo Marc Andreessen, na época com apenas 21 anos. Um ano após o lançamento do Mosaic, já formado em Computação, Andreessen participou da fundação da Netscape Communications Corporation, tornando-se vice-presidente de Tecnologia da empresa, sediada na Califórnia. Atualmente, o browser (visualizador) Netscape Navigator é utilizado por cerca de 6 milhões de pessoas em todo o mundo, o que representa pouco mais de 65% dos usuários. Ao final de 1994, Marc Andreessen integrou a relação de 50 homens mais importantes dos EUA com idade abaixo dos 40 anos, publicada pela Time, e foi eleito "O Homem do Ano" pela revista Berners-Lee é o "pai" da WWW Formado em Física na Universidade de Oxford (Inglaterra) entre os primeiros colocados, Tim Berners-Lee criou a World Wide Web (WWW) no laboratório suíço CERN (Laboratório Europeu de Estudo de Partículas Físicas), do qual foi integrante entre 1984 e 1993. O projeto de comunicação via Internet com o uso de hipertextos foi proposto por ele ao laboratório em 1989, iniciado em outubro de 1990 e finalizado em julho de 1991. A base do projeto era o seu programa Enquire, desenvolvido em 1980. Também se atribui a Berners-Lee a idéia de hipermídia, ou seja, que o texto produzido

para a Internet não precisa seguir o padrão do impresso, mas deve agregar elementos interativos. Antes de fazer parte do CERN, Berners-Lee esteve entre os fundadores da Image Computer Systems e foi o engenheiro-chefe da Plessey Communications, em Poole (Inglaterra). Hoje ele dirige o Laboratório de Ciências da Computação (LCS) do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), nos Estados Unidos, e está à frente do Consórcio W3, um fórum aberto de companhias e organizações que têm a missão de discutir o potencial da Rede. Em 1995, Berners-Lee recebeu o prêmio "Jovem Pioneiro", concedido pela Fundação Kilby, pela invenção da World Wide Web. No décimo aniversário da WWW, Berners-Lee disse estar preocupado que a comercialização da Web possa movê-la na direção errada: "Minha preocupação é que façamos um sistema que não é conceitualmente claro o suficiente... de modo que em dez anos, vamos considerar essa tecnologia limitadora." Perguntado se teria feito algo diferente, se soubesse para onde sua criação estava indo, ele diz que teria mudado pouco - exceto talvez aquelas URLs incômodas. "Não teria colocado as barras duplas. Não percebi quantas pessoas estariam escrevendo aquelas URLs e lendo-as e quanto tempo toma para as pessoas dizerem 'barra barra.' " A implantação da Rede no País O ano de 1988 pode ser considerado o momento zero da Internet no País. O iniciativa pioneira de se buscar acesso à Rede coube a Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), ligada à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia. A necessidade de se utilizar a Infovia foi apontada pelos bolsistas da instituição, que retornavam de cursos de doutorado nos Estados Unidos e sentiam falta do intercâmbio mantido no Exterior com outras instituições científicas. O professor Oscar Sala, então conselheiro na Fapesp, ligado ao Fermilab, o laboratório de Física de Altas Energias de Chicago (EUA), fez os primeiros contatos a fim de conseguir uma conexão do Brasil com as redes mundiais. Flávio Fava de Moraes, na época diretor científico da Fapesp e hoje reitor da Universidade de São Paulo (USP), aprovou o projeto. A troca de dados comecou a ser feita logo a seguir e o serviço foi inaugurado oficialmente em abril de 1989. No primeiro ano de funcionamento, a linha da Fapesp utilizou a Bitnet - Because is Time to Network -, que permitia apenas a retirada de arquivos e correio eletrônico, embora fosse uma das redes de maior amplitude à época. Em 1991, uma linha internacional foi conectada à Fapesp para que fosse liberado o acesso Internet a instituições educacionais, fundações de pesquisa, entidades sem fins lucrativos e órgãos governamentais, que passaram a participar de fóruns de debates, acessar bases de dados naci onais e internacionais, supercomputadores de outros países e transferir arquivos e softwares. Inicialmente, a velocidade da linha Fapesp-Fermilab era de 4800 kbps. Foi passando sucessivamente a 9600 kbps, a 128 K e a 256 K. Atualmente a linha trafega a 2 Mb. Em 1992, durante a Eco-92, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), com sede no Rio de Janeiro, firmou um convênio com a Associação para o Progresso das Comunicações (APC), para dar espaço as Organizações Não- Governamentais (ONGs) brasileiras na Rede Mundial. Os convênios foram alterados em 1992, com a criação da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Coordenada por Tadao Takahashi, a RNP organizou o acesso a Infovia, criando um backbone - tronco principal da rede -, estabelecendo pontos de presença nas capitais e operando os nós da rede no País. Uma portaria conjunta do Ministério das Comunicações e do Ministério da Ciência e Tecnologia, publicada em maio de 1995, criou a figura do provedor de acesso privado, liberando a operação comercial da Rede no Brasil.

A Situação da Rede no País As estatísticas de 1999 indicavam que cerca de 250 mil servidores Internet estavam em atividade no Brasil na ocasião, muitos deles conectando outras centenas de instituições. Apenas a máquina da Fapesp - a eu.ansp.br - agregava mais de 700 entidades de pesquisa, ensino, governamentais e não-governamentais. O número de endereços (número que permite o uso do protocolo-padrão na Internet e a conexão de um computador a um servidor da Rede Mundial) vem crescendo vertiginosamente a cada mês no País. A contagem feita pelo Comitê Gestor da Internet Brasil, indica que a 31 de janeiro de 1996 a parcela com era de 17.429. Em agosto de 1997, o total havia subido para 54.447. "A resposta do mercado à abertura do uso comercial da Rede também foi impressionante", afirmava, na época, o coordenador do comitê gestor e secretário nacional de Informática, Ivan de Moura Campos. "Esta expansão está sendo responsável pela geração de empregos em todas as regiões do País, inclusive no Norte e no Nordeste." Segundo relatórios do comitê, em outubro de 1994 o Brasil estava atrás do México, então líder na América Latina em número de usuários da Internet. Em 1999, era o primeiro na região e o terceiro nas Américas, situando-se atrás apenas dos EUA e do Canadá, com um contingente de pelo menos 3 milhões de pessoas ligadas à Rede através de centenas de provedores de acesso. Em todo o mundo, o País situava-se na 12ª posição. Cronologia 1971 - O pesquisador norte-americano Ray Tomlinson envia o primeiro e-mail, utilizando o programa SNDMSG. Hoje ele não se lembra mais do teor da mensagem. Acha que foi clássico "Testando 1-2-3". 1974 - A palavra Internet é utilizada pela primeira vez, pelo cientista da MCI Vinton Cerf, ao descrever o protocolo TCP (Transmission Control Protocol). 1977 - A TheoryNet liga 100 pesquisadores via e-mail. É a primeira lista de discussões na rede. 1980 - Evoluindo de um sistema fechado de computadores criado em 1970, a entidade que se tornaria o grande provedor de acesso e serviços Compuserve é comprada pela H&R Block. 1984 - Fundado o serviço online Prodigy, que a partir de 1988 se tornaria um grande shopping e centro de entretenimento e informação virtuais. 1985 - William Gibson lança o já clássico da ficção científica Neuromancer, no qual cunha a expressão ciberespaço; É registrado o primeiro domínio.com, da empresa de informática Symbolics.com; Fundação da America On Line (AOL). 1988 - O primeiro grande vírus a se alastrar pela Internet - o vírus dos modens a 2400 bps - ameaça os hard disks. 1990 - Tim Berners-Lee e Robert Cailliau concebem a World Wide Web. O sistema de hipertextos, com links acessados a partir de palavras sublinhadas, permite a combinação de textos, imagens, sons e outrso recursos de linguagem. 1993 - Criado o Mosaic, o primeiro visualizador gráfico da Internet. O tráfego aumenta 341.634 por cento em um ano. Surgem expressões como infovia e Netizen (misto de citizen - cidadão - e Internet, algo como cidadão da Internet). Lançada a revista Wired, de design sofisticado e vanguardista. 1994 - David Filo e Jerry Yang criam o site Yahoo!, que rastreia e agrupa assuntos de interesse do usuário. 1995 - Lançado o Netscape Navigator, que rapidamente conquista 70% do mercado de browsers. O criador é o mesmo que desenvolveu o Mosaic, Marc Andreessen. 1996 - O Congresso americano aprova a Telecommunications Bill, que prevê punições a quem divulgar pornografia pela Internet. Começa a ser utilizada a Web TV.

1997 - O presidente Clinton menciona a Internet State of the Union, o tradicional discurso à nação, embora naquele momento ainda não seja um usuário da rede. O computador Deep Blue, criado pela IBM, vence uma partida de xadrez com o mestre Garry Kasparov. 1998 - Janet Reno, chefe departamento de Justiça dos EUA, processa a Microsoft com base na lei antitruste, sob a alegação de que a empresa prejudicava a concorrência ao embutir o browser Internet Explorer no Windows. Em 2000, Gates seria condenado a dividir a empresa em três. 2000 - O MP3 e o Napster, programas para ouvir, baixar e compartilhar música pela Rede propagam-se e despertam uma nova polêmica em torno dos direitos autorais. O grupo de rock Metallica leva a questão ao Congresso americano, por sentir-se lesado. Pequena história da Internet A Internet nasceu em 1969, nos Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). Era uma rede do Departamento de Defesa norte-americano. Era o auge da Guerra Fria, e os cientistas queriam uma rede que continuasse de pé em caso de um bombardeio. Surgiu então o conceito central da Internet: é uma rede em que todos os pontos se equivalem e não há um comando central. Assim, se B deixa de funcionar, A e C continuam a poder se comunicar. O nome Internet propriamente dito surgiu bem mais tarde, quando a tecnologia da ARPAnet passou a ser usada para conectar universidades e laboratórios, primeiro nos EUA e depois em outros países. Por isso, não há um único centro que "governa" a Internet. Hoje ela é um conjunto de mais de 40 mil redes no mundo inteiro. O que essas redes têm em comum é o protocolo TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), que permite que elas se comuniquem umas com as outras. Esse protocolo é a língua comum dos computadores que integram a Internet. Então, a Internet pode ser definida como: * uma rede de redes baseadas no protocolo TCP/IP * uma comunidade de pessoas que usam e desenvolvem essas redes * uma coleção de recursos que podem ser alcançados através destas redes Durante cerca de duas décadas a Internet ficou restrita ao ambiente acadêmico e científico. Em 87 pela primeira vez foi liberado seu uso comercial nos EUA. Mas foi em 92 que a rede virou moda. Começaram a aparecer nos EUA várias empresas provedoras de acesso à Internet. Centenas de milhares de pessoas começaram a pôr informações na Internet, que se tornou uma mania mundial.

No Brasil foi liberada a exploração comercial da Internet em 95. Hoje o Comitê Gestor da Internet avalia o número de usuários no país em um milhão (dados de novembro/97). Um bom endereço para descobrir mais sobre a história da Internet é o InterNIC. Veja uma cronologia da Internet (em inglês). A World Wide Web A Web nasceu em 1991 no laboratório CERN, na Suíça. Seu criador, Tim Berners- Lee, a concebeu apenas como uma linguagem que serviria para interligar computadores do laboratório e outras instituições de pesquisa e exibir documentos científicos de forma simples e fácil de acessar. A Web "pegou" rápido. Em 93 já era comum em universidades que estudantes fizessem "páginas" com informações pessoais. O que determinou seu crescimento foi a criação de um programa chamado Mosaic, que permitia o acesso à Web num ambiente gráfico, tipo Windows. Antes do Mosaic só era possível exibir textos na Web. Hoje é o segmento da Internet que mais cresce. A antiga interface da rede praticamente só é usada agora por universidades e institutos de pesquisa, e mesmo assim, cada vez mais dá lugar à Web. Só para dar uma idéia do tamanho da Web, o Radar UOL, o programa de busca do Universo Online, indexa hoje mais de 110 milhões de documentos. Estima-se que a Web tenha mais de 300 milhões de documentos (dados de abril de 98). A chave do sucesso da World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interligados através de palavras-chave, tornando a navegação simples e agradável. A "antiga" Internet, antes da Web, exigia do usuário disposição para aprender comandos em Unix (linguagem de computador usada na Internet) bastante complicados e enfrentar um ambiente pouco amigável, unicamente em texto. A Web fez pela Internet o que o Windows fez pelo computador pessoal. Os endereços de Web sempre se iniciam com http:// (http significa Hipertext Transfer Protocol ou protocolo de transferência de hipertexto). Seu formato mais comum é algo como http://www.uol.com.br, onde: www: (World Wide Web) convenção que indica que o endereço pertence à Web (não é obrigatório).

uol: nome da empresa ou instituição que mantém o serviço com: indica que é comercial (ver "Correio Eletrônico") br: indica que o endereço é no Brasil. Para saber mais sobre a Web, visite o WWW Consortium. Correio eletrônico O correio eletrônico é o recurso mais antigo e mais utilizado da Internet. Qualquer pessoa que tem um endereço na Internet pode mandar uma mensagem para qualquer outra que também tenha um endereço, não importa a distância ou a localização. Não é necessário pagar individualmente as mensagens enviadas. Ele tem várias vantagens sobre outros meios de comunicação: alcança o destinatário em qualquer lugar em que estiver. Além disso, é mais rápido e não depende de linhas que podem estar ocupadas (como o fax) nem de idas ao correio e é incrivelmente mais barato que o telefone. Outra vantagem: você não está limitado a mandar cartas por correio eletrônico. Pode enviar programas, arquivos e imagens. Numa pesquisa mundial realizada em 95 pelo instituto norte-americano Jupiter, 91% dos entrevistados afirmaram que o principal uso que fazem da Internet é o correio eletrônico. Um endereço de correio eletrônico obedece a seguinte estrutura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido do usuário. À direita, ficam da empresa ou organização que fornece o acesso, o tipo de instituição e finalmente o país. Complicado? Nem tanto. O resultado é algo assim: maria@uol.com.br Onde: maria=usuário empresa=uol (Universo Online) tipo=com (comercial) país=br (Brasil) Os tipos de instituição são divididos em: mil - militar org - organização não-lucrativa com - comercial edu - educação (universidades, escolas, etc.)

net - rede gov - governamental Nos Estados Unidos não é usada a sigla que identifica o país. Assim, se um endereço não tem sigla de país, já sabemos que é dos EUA (embora haja algumas exceções). Veja as siglas de países nos endereços Internet. Chat O IRC (Internet Relay Chat) foi criado em 88 na Finlândia. Rapidamente se estabeleceu uma rede de computadores que dispunham de recursos para o IRC por toda a Internet. No começo o público era principalmente de estudantes que tinham tempo para jogar fora. Hoje se encontra gente de todos os tipos e idades no IRC. O IRC é dividido em canais. Qualquer um pode criar um canal, a qualquer momento e sair conversando. O IRC era adaptado aos usuários que tinham acesso a computadores em universidades e estavam familiarizados com computador. Hoje existe uma variedade de programas que possibilitam a conversa pelo computador. Muitos podem ser acessados diretamente na Web. Isso significa que você nem precisa sair do programa de navegação que usa (por exemplo, Netscape, Mosaic ou Explorer) para conversar. Veja uma cronologia dos principais lançamentos do Mosaic, Netscape e Explorer. Um exemplo de uso do IRC que ficou famoso foi durante o golpe de Boris Ieltsin na Rússia, em 93. Durante várias horas, a única fonte de informação sobre o golpe foi um canal de IRC. Você pode procurar durante acontecimentos do gênero. Sempre se estabelece um canal de IRC. Foi assim no último terremoto de Los Angeles (EUA), em 94, no terremoto de Kobe (Japão) em 95 e após o assassinato de Ytzhak Rabin, por exemplo. Acontecimentos mais alegres, como a Copa do Mundo, também fazem surgir canais no IRC. Em 95 também ficou popular na Internet o chat de voz. é uma espécie de telefone por computador -basta ter uma placa de som, um microfone e uma conexão à Internet para se comunicar com qualquer lugar do mundo pelo preço de

uma ligação local. A qualidade da ligação não é lá essas coisas, o que torna as sessões mais parecidas com rádio-amador que com telefone. Entre os programas que permitem o chat de voz estão o Iphone e o Webphone. Outros tipos de chat que surgiram recentemente usam cenários em três dimensões. Você escolhe um personagem (chamado de avatar) para representálo e sai explorando ambientes e batendo papo (geralmente digitando o texto em balões acima da cabeça dos avatares. Alguns dos chats em três dimensões disponíveis hoje na Internet são o Worlds Chat e o Alpha World. Para saber mais sobre o IRC clique aqui. Listas de discussão As listas de discussão são uma aplicação de correio eletrônico muito usada para troca de informações entre pequenos grupos. Logo depois que a Internet foi criada, os cientistas que a usavam desenvolveram um programa que aceitava "assinaturas" dos interessados em determinado tema e enviava as mensagens de todos para todos. É um recurso simples e eficiente, muito usado até hoje. Escreva "mailing list" em algum índice ou programa de busca internacional, ou "lista de discussão num índice ou programa de busca brasileiro. Você vai descobrir listas sobre milhares de assuntos. Usenet É uma coleção de mais de 21 mil grupos de discussão. Foi criada em 79, aplicando um protocolo chamado UUCP (Unix to Unix Copy) que tinha acabado de ser desenvolvido. Serviu a princípio para comunicação entre cientistas, pesquisadores e professores. É dividida em uma série de hierarquias, como rec. alt., soc. (veja lista completa). Qualquer um pode criar um novo grupo de discussão, mas é preciso passar por um complicado processo de votação. Existe até um grupo para anunciar a criação de novos grupos. Até 94, quando a America On Line (grande serviço online norte-americano, com mais de cinco milhões de assinantes) começou a oferecer acesso à Usenet, as

discussões eram dominadas por maníacos por eletrônica, militares, universitários e empresas de computação. Muitas das gírias e termos comuns na Internet nasceram na Usenet. Para ter acesso a grupos de discussão é necessário que o provedor de acesso a que você se conecta ofereça este serviço. Um bom programa de leitura de "news" (como são chamadas as mensagens trocadas na Usenet) é o Free Agent, da Forte. O Netscape permite que você leia "news" sem o auxílio de outros programas. O mais antigo e conhecido grupo brasileiro na Usenet é o soc.culture.brazil. Veja uma grande lista de grupos da Usenet. Veja os grupos de discussão do Universo Online. FTP (File Transfer Protocol) Protocolo usado para a transferência de arquivos. Sempre que você transporta um programa de um computador na Internet para o seu, você está utilizando este protocolo. Muitos programas de navegação, como o Netscape e o Explorer, permitem que você faça FTP diretamente deles, em precisar de um outro programa. Você pode encontrar uma variedade incrível de programas disponíveis na Internet, via FTP. Existem softwares gratuitos, shareware (o shareware pode ser testado gratuitamente e registrado mediante uma pequena taxa) e pagos que você pode transportar para o seu computador. Grandes empresas como a Microsoft também distribuem alguns programas gratuitamente por FTP. Um bom programa de FTP para Windows é o CuteFTP. Telnet Programas de telnet permitem que você faça uma conexão remota com outro computador na Internet. Pense no telnet como um "telefonema" entre dois computadores. Você digita seu nome, uma senha e passa a acessar os recursos

disponíveis em outro computador. Alguns poucos computadores na Internet dão acesso público a "telnet". A maioria exige que você seja um usuário cadastrado. Um bom programa de telnet é o Anzio. A Internet no Brasil A Rede Nacional de Pesquisas foi criada em julho de 90, como um projeto do Ministério da Educação, para gerenciar a rede acadêmica brasileira, até então dispersa em iniciativas isoladas. A RNP Em 92, foi instalada a primeira a espinha dorsal conectada à Internet nas principais universidades e centros de pesquisa do país, além de algumas organizações não-governamentais, como o Ibase. Em 95 foi liberado o uso comercial da Internet no Brasil. Os primeiros provedores de acesso comerciais à rede surgiram em julho do ano passado. O Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia criaram um Comitê Gestor Internet, com nove representantes, para acompanhar a expansão da rede no Brasil. A Web vem se espalhando rapidamente no Brasil. Durante todo o ano passado manteve uma taxa de crescimento de 30% ao mês. O Comitê Gestor estima o número de usuários da Internet no país em 300 mil (março). A projeção que o comitê faz para o fim do ano é de um milhão de usuários. Veja o mapa da Internet brasileira que a RNP promete implantar. Estatísticas de registro de computadores brasileiros na Internet. A História da Internet - Como Tudo Começou... Kellen Cristina Bogo A Internet nasceu praticamente sem querer. Foi desenvolvida nos tempos remotos da Guerra Fria com o nome de ArphaNet para manter a comunicação das bases militares dos Estados Unidos, mesmo que o Pentágono fosse riscado do mapa por um ataque nuclear. Quando a ameaça da Guerra Fria passou, ArphaNet tornou-se tão inútil que os militares já não a consideravam tão importante para mantê-la sob a sua guarda. Foi assim permitido o acesso aos cientistas que, mais tarde, cederam a rede para as universidades as quais, sucessivamente, passaram-na para as universidades de outros países, permitindo que pesquisadores domésticos a acessarem, até que mais de 5 milhões de pessoas já estavam conectadas com a

rede e, para cada nascimento, mais 4 se conectavam com a imensa teia da comunicação mundial. Nos dias de hoje, não é mais um luxo ou simples questão de opção uma pessoa utilizar e dominar o manuseio e serviços disponíveis na Internet, pois é considerada o maior sistema de comunicação desenvolvido pelo homem. Com o surgimento da World Wide Web, esse meio foi enriquecido. O conteúdo da rede ficou mais atraente com a possibilidade de incorporar imagens e sons. Um novo sistema de localização de arquivos criou um ambiente em que cada informação tem um endereço único e pode ser encontrada por qualquer usuário da rede. Em síntese, a Internet é um conjunto de redes de computadores interligadas que tem em comum um conjunto de protocolos e serviços, de uma forma que os usuários conectados possam usufruir de serviços de informação e comunicação de alcance mundial. Histórico Desenvolvida pela empresa ARPA (Advanced Research and Projects Agency) em 1969, com o objetivo de conectar os departamentos de pesquisa, esta rede foi batizada com o nome de ARPANET. Antes da ARPANET, já existia outra rede que ligava estes departamentos de pesquisa e as bases militares, mas como os EUA estavam em plena guerra fria, e toda a comunicação desta rede passava por um computador central que se encontrava no Pentágono, sua comunicação era extremamente vulnerável. Se a antiga URSS resolvesse cortar a comunicação da defesa americana, bastava lançar uma bomba no Pentágono, e esta comunicação entrava em colapso, tornando os Estados Unidos extremamente vulnerável a mais ataques. A ARPANET foi desenvolvida exatamente para evitar isto. Com um Back Bone que passava por baixo da terra (o que o tornava mais difícil de ser interrompido), ela ligava os militares e pesquisadores sem ter um centro definido ou mesmo uma rota única para as informações, tornando-se quase indestrutível. Nos anos 1970, as universidades e outras instituições que faziam trabalhos relativos à defesa tiveram permissão para se conectar à ARPANET. Em 1975, existiam aproximadamente 100 sites. Os pesquisadores que mantinham a ARPANET estudaram como o crescimento alterou o modo como as pessoas usavam a rede. Anteriormente, os pesquisadores haviam presumido que manter a velocidade da ARPANET alta o suficiente seria o maior problema, mas na realidade a maior dificuldade se tornou a manutenção da comunicação entre os computadores (ou interoperação). No final dos anos 1970, a ARPANET tinha crescido tanto que o seu protocolo de comutação de pacotes original, chamado de Network Control Protocol (NCP),

tornou-se inadequado. Em um sistema de comutação de pacotes, os dados a serem comunicados são divididos em pequenas partes. Essas partes são identificadas de forma a mostrar de onde vieram e para onde devem ir, assim como os cartões-postais no sistema postal. Assim também como os cartõespostais, os pacotes possuem um tamanho máximo, e não são necessariamente confiáveis. Os pacotes são enviados de um computador para outro até alcançarem o seu destino. Se algum deles for perdido, ele poderá ser reenviado pelo emissor original. Para eliminar retransmissões desnecessárias, o destinatário confirma o recebimento dos pacotes. Depois de algumas pesquisas, a ARPANET mudou do NCP para um novo protocolo chamado TCP/IP (Transfer Control Protocol/Internet Protocol) desenvolvido em UNIX. A maior vantagem do TCP/IP era que ele permitia (o que parecia ser na época) o crescimento praticamente ilimitado da rede, além de ser fácil de implementar em uma variedade de plataformas diferentes de hardware de computador. Nesse momento, a Internet é composta de aproximadamente 50.000 redes internacionais, sendo que mais ou menos a metade delas nos Estados Unidos. A partir de julho de 1995, havia mais de 6 milhões de computadores permanentemente conectados à Internet, além de muitos sistemas portáteis e de desktop que ficavam online por apenas alguns momentos. (informações obtidas no Network Wizard Internet Domain Survey, http://www.nw.com). Histórico da Internet no Brasil A história da Internet no Brasil começou bem mais tarde, só em 1991 com a RNP (Rede Nacional de Pesquisa), uma operação acadêmica subordinada ao MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia). Até hoje a RNP é o "backbone" principal e envolve instituições e centros de pesquisa (FAPESP, FAPEPJ, FAPEMIG, etc.), universidades, laboratórios, etc. Em 1994, no dia 20 de dezembro é que a EMBRATEL lança o serviço experimental a fim de conhecer melhor a Internet. Somente em 1995 é que foi possível, pela iniciativa do Ministério das Telecomunicações e Ministério da Ciência e Tecnologia, a abertura ao setor privado da Internet para exploração comercial da população brasileira. A RNP fica responsável pela infra-estrutura básica de interconexão e informação em nível nacional, tendo controle do backbone (Coluna dorsal de uma rede, backbone representa a via principal de informações transferidas por uma rede, neste caso, a Internet).

O surgimento de um Mercado Comercial No meio dos anos 80, havia um interesse suficiente em relação ao uso da Internet no setor de pesquisas, educacional e das comunidades de defesa, que justificava o estabelecimento de negócios para a fabricação de equipamentos especificamente para a implementação da Internet. Empresas tais como a Cisco Systems, a Proteon e, posteriormente, a Wellfleet (atualmente Bay Networks) e a 3Com, começaram a se interessar pela fabricação e venda de roteadores, o equivalente comercial dos gateways criados pela BNN nos primórdios da ARPANET. Só a Cisco já tornou-se um negócio de 1 bilhão de dólares. A Internet está tendo um crescimento exponencial no número de redes, número de hosts e volume de tráfego. Outro fator primordial que existe por trás do recente crescimento da Internet é a disponibilidade de novos serviços de diretório, indexação e pesquisa que ajudam os usuários a descobrir as informações de que precisam na imensa Internet. A maioria desses serviços surgiu em função dos esforços de pesquisa das universidades e evoluíram para serviços comerciais, entre os quais se incluem o WAIS (Wide Area Information Service), o Archie (criado no Canadá), o YAHOO, de Stanford, o The McKinley Group e o INFOSEEK, que são empresas privadas localizadas no Vale do Silício. O novo Jeito de Vender Este é um tema moderno e ao mesmo tempo tradicional envolvendo televendas e teleatendimento. A principal questão está centralizada na nova filosofia de percepção de compra eletrônica, na definição de um internauta e sua percepção de realização da compra através de um novo canal de comunicação, a Internet. Para compreender a filosofia do comércio eletrônico é necessário entender o mecanismo de televendas e teleatendimento como sendo a primeira tentativa de venda "virtual" que surgiu no início da década de 80 e procura incorporar os seguintes conceitos: 1. Desmaterialização: substituição do movimento e contato físico por informação telefônica ou via catálogos e um contato virtual. 2. Desintermediação: eliminação de um ou mais intermediários na cadeia de venda do produto. 3. Grupo de afinidades: são produtos e serviços que possuem similaridades (em termo de divulgação e consumo) e que oferecem ao consumidor soluções apenas visuais, cujas características são inquestionáveis em termo de qualidade, preços e garantias. Algumas empresas implementam o conceito e a infra-estrutura necessária para operar um centro de atendimento ao cliente, os chamados call-centers. Surgiram os sistemas de informação, os banco de dados, sistemas de telefonia com unidade de respostas audíveis, profissionais de teleatendimento e a interação entre comandos, dados e voz, que representa o ponto máximo de evolução do atendimento virtual.

Os recursos de telefonia integrados com sistemas de banco de dados aliados a uma filosofia de televendas proporcionam o início do comércio eletrônico que "acoplou" os recursos de Internet, home page, browser, servidor Web e provedor de acesso. Este "mundo" virtual, com filosofias de consumo próprias ainda não claramente estabelecidas e compreendidas, envolve basicamente a facilidade de manipulação de um browser interrelacionando às necessidades do cliente e a oferta de produtos e serviços até a efetivação da compra segundo: Learn: Como os clientes aprendem e adquirem informações gerais e institucionais sobre a empresa? São necessariamente informações correntes e consistentes, com foco e direcionamento nas necessidades dos usuários do browser. Shop: Como os clientes consultam e escolhem as ofertas de produtos e serviços? São informações baseadas nas preferências do consumidor e na seqüência de ações no browser, auxiliando o consumidor a tomar decisões. Buy: Como os clientes efetivam as transações de compras? Trata-se da facilidade do consumidor de preencher um pedido de compra onde não existe a necessidade de um contato do tipo face a face. Essas transações são suportadas por múltiplas formas de pagamento, devendo ser ágil e livre de erros no processamento do pedido de compras. Support: Como os clientes poderão ter um suporte técnico e um serviço de atendimento no pós-vendas? Neste caso, considera-se o atendimento 24 horas por 7 dias de vital importância, e também, toda a comunicação interativa (do tipo pergunta/resposta escrita), além de contar com uma organização de processos e profissionais que identificam um problema e encaminhamento da solução com agilidade. Pontos Importantes do e-commerce 1) Merchandising Qualquer varejista sabe que um produto bem apresentado sai mais rápido da prateleira. Na Web isso significa boas imagens, preços claros e informações completas dos produtos expostos. Também não se pode ignorar a localização dos produtos. Clientes entram nas lojas atraídos pelos produtos expostos na vitrine. Na Web, esses produtos ficam na primeira página. 2) Promoção - Os tradicionais anúncios em jornais, revistas ou televisão são substituídos por banners animados, e-mails ou promoções hot sell. Sempre anuncie produtos com apelo forte de venda. Então, é necessário preparar um plano de marketing e separar a verba para executá-lo. 3) Atendimento a Clientes - O processo de venda, virtual ou não, envolve várias etapas. Em cada uma delas há interação entre o consumidor e um funcionário da loja. Sendo assim é necessário estabelecer um canal de comunicação preciso, transparente e ágil. Caso contrário, os consumidores desaparecerão rapidamente. 4) Vendas - Para ter sucesso nas vendas, é necessária uma equipe de vendedores bem treinada e motivada. Na Web, isso pode ser feito com muito mais consistência e menos custo. Os produtos e serviços oferecidos devem apresentar informações detalhadas, bem como seus principais diferenciais em relação aos concorrentes, análises de jornalistas ou consumidores sobre sua qualidade e outras informações que possam ajudar o cliente a decidir a compra mais rapidamente. 5) Pagamento - Como a cultura de usar cartão de crédito pela Internet ainda é

pouco disseminada no Brasil, é necessário oferecer formas de pagamento alternativas, como carteiras eletrônicas, depósitos identificados e cheque eletrônico pré-datado. 6) Pós-venda- Todo pós-venda deve estar disponível para consulta na Web, incluindo normas para troca ou devolução de produtos, dados cadastrais da rede de assistência técnica, perguntas e respostas mais freqüentes e informativos periódicos por e-mail sobre novidades, lançamentos, etc. 7) Segurança - O ponto mais importante do comércio eletrônico. Qualquer pessoa tem medo de comprar algo com o cartão de crédito pela Web. Por isso, não poupar recursos de segurança para tirar essa preocupação de seus clientes, é um fator importante. Isso inclui a adoção do SSL e processos de encriptação de informações nas bases de dados e comunicar claramente os clientes sobre a segurança oferecida no site. 8) Estoque - Para ganhar eficiência nas vendas, é importante separar fisicamente o estoque dos produtos vendidos pela Web. Mesmo assim, o tratamento gerencial deve ser igual ao de um estoque normal, com informações precisas de giro, custo e tempo de reposição. 9) Logística É necessário preparar-se para entregar produtos individualmente e com rapidez. E não esquecendo dos custos de transporte. Se forem muito altos, a empresa não terá clientes também. 10) Monitoramento - Manter sistemas de acompanhamento precisos e informatizados. Se a operação não for muito bem controlada, os custos com retrabalho de informações irão comer qualquer margem deixada pela venda dos produtos. Kellen Cristina Bogo - Graduada em Ciência da Computação e Colaboradora a Almeida & Cappeloza Consultores Associados 10+: Dez anos da Internet no País Em pouco mais de um mês cairá o décimo aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio-Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro durante duas semanas de junho de 1992, e conhecida como a Cimeira Global, UNCED-92, ECO- 92 ou Rio-92, de acordo com o gosto pessoal ou tribal do usuário (www.un.org/geninfo/bp/enviro.html). A ONU pretende realizar outro evento semelhante este ano, em Joanesburgo, África do Sul (www.johannesburgsummit.org). Para este artigo, a característica mais relevante de 1992 foi na área de comunicação. Além da conferência oficial no Rio, houve também um encontro de ONGs, chamado de Fórum Global, e os dois eventos foram assistidos por 10.000 jornalistas e transmitidos para o mundo todo. Entre os meios de comunicação utilizados pelos profissionais se incluía pela primeira vez o acesso Internet neste nosso país. Já contei em outro local a história das origens da nossa rede acadêmica, e em especial o processo que levou à inserção do Brasil na Internet (www.rnp.br/newsgen/9806/inter-br.shtml), e é notável que a realização destes eventos do Rio e a visibilidade que eles proporcionaram ao país foram decisivas para o vencimento nesse momento dos obstáculos à esta inserção. A conferência se iniciou em 3 de junho. Menos que duas semanas antes foi inaugurada a fase Internet da Rede-Rio (www.rederio.br), a rede estadual criada e mantida pela FAPERJ - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (www.faperj.br). A Rede-Rio presta para este estado o mesmo tipo de serviço como a rede estadual ANSP em São Paulo (www.ansp.br), interligando suas universidades e centros de pesquisa, e provendo-

lhes acesso ao exterior. O acesso à Internet para os jornalistas e ONGs da conferência no Rio seria provido pela Alternex, um serviço de comunicação montado pelo IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (www.ibase.org.br), para atender a ONGs e indivíduos. A Rede-Rio era importante para o evento, pois a Alternex se tornou um dos seus clientes, obtendo assim acesso internacional à Internet global na taxa de 64 kbps (quilobits por segundo), e estas estruturas de acesso continuariam funcionando depois do encerramento da conferência. O evento no Rio teve repercussões nacionais, e serviu para impulsionar a ANSP a inaugurar um acesso Internet de produção (64 kbps - já havia um acesso experimental desde 1991 compartilhando uma linha de 9,6 kbps) para poder atender seus clientes em São Paulo, e para fazer decolar a instalação do primeiro backbone nacional da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa - RNP (www.rnp.br), oferecendo acesso Internet aos demais estados fora do eixo Rio-SP. Vemos então como a conferência do Rio foi verdadeiramente a marca zero da Internet no país. Entretanto, seu uso ainda era inicialmente restrito apenas a algumas áreas de poucas universidades e centros de pesquisa, concentrados principalmente nas capitais dos estados, com algumas exceções honrosas. A capilaridade desta rede era pequena, como era também sua capacidade - basta pensar que os dois enlaces internacionais originais, do Rio e de São Paulo, juntos comportavam 128 kbps, para atender a todos os então usuários no país. Hoje esta capacidade é freqüentemente disponível para um só usuário dos atuais serviços mais rápidos de acesso. Mas a característica principal desta fase inicial da Internet era a "exclusão digital" de quase toda a população. Que o acesso público à Internet viria a ser importante não era claro para todos na época. Mas havia um forte indício disto do exemplo dos EUA, onde a Internet havia iniciada em 1990 uma forte expansão para atender a população em geral, não se restringindo mais apenas ao setor de ensino e pesquisa. E era também uma questão de eqüidade: se a Internet fosse realmente uma coisa tão boa, não havia nenhuma justificativa a limitar seus benefícios apenas às universidades. Felizmente, as universidades são instituições subversivas, pois criam expectativas para as pessoas que mantêm contato com elas. Quando estas, e estamos falando dos alunos e dos freqüentadores eventuais da imprensa, do governo ou do setor dito produtivo da economia, descobrem que tem algo tão bom sendo usado corriqueiramente dentro da academia, mas que inexiste fora dela, são criadas pressões para sua transferência para a sociedade em geral. Havia obstáculos, é claro, a começar com a situação das telecomunicações no país na época, ainda sob controle estatal, com deficiências na sua infra-estrutura para atender a demanda por serviços básicos de voz. A questão de comunicação de dados era especialmente complicada, pois ainda era quase monopólio de fato da Embratel, apesar do fato que as operadoras locais de telefonia (Telesp, Telerj, etc.) já podiam instalar e oferecer seus próprios serviços. A grande vantagem da Embratel era sua abrangência, e sua participação era essencial para comunicação interurbana ou internacional. Finalmente, havia a questão de padrões. Nos anos 1980, houve um grande movimento entre as companhias telefônicas dos principais países, através da União Internacional das Telecomunicações - ITU (www.itu.ch), que define as normas técnicos para o setor, para baixar normas para as redes de computadores, conhecido usualmente como Interconexão de Sistemas Abertos, ou pela sigla correspondente em inglês, OSI. No país, a adesão às normas OSI fazia parte da política do governo federal, definida formalmente pelo Secretaria de Política de Informática do Ministério de Ciência e Tecnologia (SEPIN/MCT). As normas OSI simplesmente não eram seguidas na Internet, cujos expoentes haviam desenvolvido sua própria coleção de normas técnicas. No

Brasil a Internet a nível federal era um projeto também do MCT. Basta dizer que, neste embate nacional entre os defensores dos padrões OSI e os pragmáticos da Internet, ganharam estes últimos, como, de fato, ocorreu em todo o mundo. A proposta OSI foi simplesmente enterrada pela adoção maciça da alternativa. Um sinal importantíssimo desta mudança foi o reconhecimento dentro da Embratel do sucesso comercial explosivo da Internet no exterior, e especialmente nos EUA. Embratel, que ainda agia quase como policial do monopólio estatal das telecomunicações, começou a mostrar interesse por esta nova forma de comunicação entre computadores que gerava demanda para serviços de telecomunicação por um mercado de massa. Antes ela havia sido pioneira em oferecer um serviço de rede, seguindo a norma X.25 da ITU, e até correio eletrônico, usando a norma X.400. Entretanto, a adoção destes serviços havia sido tímida. Em 1994, tomou a iniciativa de criar seu próprio serviço de acesso Internet, e até manteve alguns contatos iniciais com os técnicos da RNP para discutir seu projeto. Até o final desse ano, lançou-se ao mercado, com a criação de um novo serviço de acesso discado à Internet, e começou a cadastrar usuários potenciais. Até o final do ano, alguns destes usuários começaram a usar o serviço. Em outros tempos, a Embratel poderia ter abocanhado totalmente o mercado Internet comercial através desta sua iniciativa. Mas 1994 foi o ano de eleição de FHC, com um programa político que antevia a desestatização das telecomunicações. Com a chegada do novo governo em janeiro de 1995 tudo mudou, e os planos da Embratel de se estabelecer neste setor do mercado foram freados bruscamente. Numa declaração conjunta em maio de 1995 do MCT e do Ministério de Comunicações, determinou-se que as operadoras (ainda estatais) não deveriam oferecer o serviço de acesso Internet ao usuário final, devendo ser isto reservado para empresas privadas. As operadoras poderiam (e, talvez, deveriam) oferecer acesso às empresas, e teriam o dever de fornecer os recursos de telecomunicações necessários para viabilizar a montagem dos provedores de acesso Internet. Finalmente, foi criado o Comitê Gestor Internet (www.cg.org.br), com representação destes dois ministérios e de outros elementos do governo e da sociedade. Este Comitê Gestor acompanharia o desenvolvimento da Internet no país, e promoveria os ajustes necessários para facilitá-lo. Estas definições abriram as portas para o início da Internet comercial (eu prefiro o adjetivo "público") no país. Liberou muita energia para a montagem de centenas de pequenos provedores Internet em todo o país, além de impulsionar a venda de computadores e equipamentos de comunicação, e aumentar muito a demanda por serviços de telefonia discada e acesso a redes backbone para comunicação a lonas distâncias. Inicialmente estes serviços backbone eram oferecidos apenas pela Embratel, e, como medida emergencial por tempo limitado, pela RNP. Acabaram aparecendo outras alternativas, mas a Embratel continua com a parte do leão neste setor. Jogaram-se com entusiasmo no novo meio várias atividades existentes, especialmente da mídia. Jornais e revistas impressas passaram a ter seus equivalentes digitais através da plataforma WWW. Os bancos, que no Brasil haviam abraçado a informatização dos seus serviços muito antes dos seus equivalentes até em países ditos adiantados, acabaram adotando quase uniformemente a Internet como meio de se relacionar com seus clientes. O próprio governo percebeu aos poucos os benefícios de ter novos canais de contato com seus usuários e como os contribuintes - veja o sucesso da Receita Federal em praticamente eliminar a declaração escrita em papel do ajuste anual de imposto de renda, hoje realizado em 97% dos casos pela Internet. Teve início o comércio eletrônico, mas isto ainda não teve a expansão potencial pelo

atraso na implantação de sustentação legal e operacional para os contratos eletrônicos, embora isto já está acontecendo. Enfim, os frutos das decisões e ações do período entre 1992 e 1995 estão muito visíveis hoje em dia, na pujança e na extensão da Internet entre nós. A adoção deste meio de comunicação tem sido tão maciça, que ela se tornou indispensável na nossa vida cotidiana. Ninguém mais se surpreende ao ver ou ouvir endereços Internet em mensagens de propaganda. As pessoas se comunicam com correio eletrônico, ou utilizam o WWW para planejar viagens, escolher filmes, realizar pesquisa para trabalhos escolares ou artigos como este, ou meramente para se divertir. Como já foi dito há dez anos: esta coisa de Internet é bom demais para ficar restrita só à universidade. Michael Stanton (michael@ic.uff.br), que é professor titular de redes do Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense, escreve neste espaço desde junho de 2000 sobre a interação entre as tecnologias de informação e comunicação e a sociedade. Os textos destas colunas estão disponíveis para consulta. Informática Informática é o conjunto de conhecimentos e de técnicas utilizadas de forma racional e automatizada na organização das informações e que desenvolve sistemas de automação de programas, inteligência artificial, computação gráfica, teleinformática e robótica. O campo de atuação é bastante amplo e complexo, devido à velocidade do desenvolvimento tecnológico da informática e de suas áreas de aplicação. Estas características impedem que a carreira seja regulamentada de maneira específica. Na área aplicada, a informática desenvolve procedimentos imediatos, práticos e com fins comerciais e, na área científica, ela pesquisa e desenvolve teorias para o aprimoramento da área. A informática desenvolve-se muito rapidamente e, por isso, as características do curso de formação são muito diversificadas, sem um currículo mínimo oficial. O nome destes cursos também variam e podem ser: informática, computação científica, engenharia de controle e automação, ciências da computação, engenharia da computação, dentre outros. As disciplinas também variam de acordo com o curso, a maioria deles formam tecnólogos, e análise de sistemas, por exemplo, está mais ligada à administração que à informática. Em geral, o curso é caracterizado por muitos números e estruturas de matemática e de lógica bastante complexas. O profissional pode se especializar em aplicações, onde trabalha com desenvolvimento de programas para uso específico de acordo com as necessidades do usuário, utiliza-se de produtos básicos, adaptando recursos já existentes. Outra área de atuação é em hardware, que consiste na construção, criação e montagem de equipamentos e componentes para computadores. Software é outra possibilidade de atuação, que pesquisa desenvolve e constrói sistemas a serem utilizados no processamento de informações pelos computadores e também a aplicação dos conhecimentos teóricos na preparação de programas. Outra possibilidade é a teoria da computação que estuda os fundamentos da informática e pesquisa linguagem e métodos específicos, esta é a área que exige um conhecimento mais aprofundado para suas criações. O curso geralmente tem duração mínima de quatro anos, a titulação é de bacharel de computação, especificamente em análise de sistemas, ciência da computação, engenharia da computação, informática ou processamento de dados.