[Ano] Classificações Orçamentárias Universidade Cruzeiro do Sul www.cruzeirodosul.edu.br
Classificações Orçamentárias MATERIAL TEÓRICO Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. João Paulo Cavalcante Lima Revisão Textual: Profa. Esp. Márcia Ota Campus Virtual Universidade Cruzeiro do Sul www.cruzeirodovirtual.com.br 2
Conhecendo a Teoria As classificações orçamentárias são os critérios de classificação das contas públicas de grande importância para o ordenamento e compreensão do orçamento. As classificações são utilizadas para facilitar e padronizar as informações que se deseja incluir no orçamento dando-lhe uma correspondência de valor. Pela classificação é possível visualizar o orçamento por Poder, por Instituição, por Função de Governo, por Subfunção, por Programa, por Projeto, Atividade e/ou Operação Especial, ou, ainda, por categoria econômica. Todas dando uma visão detalhada dos gastos relacionados a cada conta. Portanto, a classificação orçamentária é conjunto de procedimentos técnicos e normativos com o objetivo de organizar o orçamento obedecendo a regras e critérios definidos de padronização, de modo a permitir a compreensão geral das funções deste instrumento de planejamento, propiciando informações adequadas para a tomada de decisões pela administração pública. Objetiva de um modo geral tornar mais fácil o processo de compreensão dos detalhamentos do orçamento. 1.1. Classificação Institucional A classificação institucional do orçamento apresenta a distribuição dos recursos públicos pelos órgãos responsáveis por sua agência e aplicação. Muitas vezes, um órgão ou uma unidade orçamentária pode não corresponder a uma estrutura administrativa, como Encargos Gerais do Estado, Transferência a Municípios, Reserva de Contingência. Ela representa qual órgão irá realizar o gasto público. O código da classificação institucional compõe-se de cinco algarismos; os dois primeiros destinam-se a identificar o órgão central e os três últimos, a unidade orçamentária. Como exemplo, temos: 13.002, sendo 13 Secretarias da Fazenda e 002 Diretorias Gerais da Secretaria da Fazenda. Órgão central é qualquer uma das grandes entidades que compõem a 3
estrutura governamental, por exemplo, a Secretaria da Fazenda, a Secretaria da Saúde, a Secretaria de Governo, entre outros. A unidade orçamentária representa a segmentação do órgão central, com atribuições equivalentes. Conforme a Lei nº 4.320/64, em seu artigo 14, constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias. Consoante o glossário elaborado pela STN 1 (Secretaria do Tesouro Nacional), temos os seguintes conceitos relevantes: Unidade Administrativa: segmento da administração direta ao qual a lei orçamentária anual não consigna recursos e que depende de destaques ou provisões para executar seus programas de trabalho. Unidade Gestora: unidade orçamentária ou administrativa investida do poder de gerir recursos orçamentários e financeiros, próprios ou sob descentralização. Descentralização de Crédito: transferência de uma unidade orçamentária ou administrativa para outra, do poder de utilizar créditos orçamentários ou adicionais que estejam sob a sua supervisão, ou lhe tenham sido dotados ou transferidos. São operações descentralizadoras de crédito: o destaque e a provisão. Destaque de Crédito: operação descentralizadora de crédito orçamentário em que um Ministério ou Órgão transfere para outro Ministério ou Órgão o poder de utilização dos recursos que lhe foram dotados. Provisão: operação descentralizadora de crédito orçamentário, em que a unidade orçamentária de origem possibilita a realização de seus programas de trabalho por parte de unidade administrativa diretamente subordinada, ou por outras unidades orçamentárias ou administrativas não subordinadas, dentro de um mesmo Ministério ou Órgão. Repasse: importância (no sistema financeiro) que a unidade orçamentária transfere a outro Ministério ou Órgão, estando associado ao destaque orçamentário. 1 Disponível em: www.tesouro.fazenda.gov.br 4
Sub-Repasse: importância (no sistema financeiro) que a unidade orçamentária transfere outra unidade orçamentária ou administrativa do mesmo Ministério ou Órgão cuja figura está ligada à provisão. 1.2. Classificação Funcional O orçamento-programa é o principal instrumento legal de planejamento da administração pública, por meio do qual o Estado define seu plano de governo para um exercício financeiro, em perfeita vinculação com as suas funções constitucionais, estimando as receitas e planejando as aplicações com prévia fixação das despesas. Nesse instrumento, são detalhadas em primeiro nível todas as funções precípuas do Estado, tais como: educação, segurança, saúde, saneamento. Essas funções são subdivididas que, por sua vez, são subdetalhadas por meio dos programas de governo daí o nome orçamento-programa. Essa classificação abrange as funções, representando o maior nível de agrupamento das ações do governo. Divide-se em programas, pelos quais se estabelecem objetivos finais, que contribuem para a solução dos problemas e das grandes questões sociais. Eles desdobram-se, para uma melhor especificação dos produtos finais a serem obtidos, em projetos, atividades e operações especiais. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, nas suas leis orçamentárias e nos seus balanços, deverão apresentar as ações de governo identificadas nos seguintes termos: funções, subfunções, programas, projetos, atividades e operações especiais. Dessa forma, a Portaria nº 42/99 apenas padronizou, em seu anexo único, as funções e subfunções de governo, conforme demonstra a figura 1:
FUNÇÃO SUBFUNÇÃO PROGRAMA ATIVIDADE PROJETO OPERAÇÕES ESPECIAIS Figura 1: Estrutura da Classificação Funcional. Os conceitos apresentados pela Portaria nº 42 estão dispostos a seguir: Função: Corresponde aos objetivos fundamentais do Estado com vistas fundamentalmente ao desenvolvimento socioeconômico equilibrado do país. Subfunção: Representa uma divisão da função, visando agregar determinado subconjunto de despesa do setor público, podendo ser combinada com funções diferentes daquelas a que esteja vinculada. Programa: É instrumento de organização da ação governamental. Representa os objetivos que se pretende alcançar através dos projetos, das atividades e das operações especiais. Projeto: Funciona como instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo. Atividade: Corresponde a um instrumento de programação para se alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das 6
quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo. Operações Especiais: Representam uma categoria neutra em relação ao ciclo produtivo, agregadas, integralmente, na função Encargos especiais, e englobam as despesas que não contribuem para a manutenção das ações de governo. Exemplo de Classificação Funcional 0.00.000.00.00.000.0000 PODER PÚBLICO SECRETARIA UNIDADE ORÇAMENTÁRIA FUNÇÃO SUBFUNÇÃO PROGRAMA PROJETO/ATIVIDADE Se essa classificação por função e subfunção é a ideal, não se pode afirmar. Contudo, toda ação que vise tornar o gasto público, orçado de forma programática, mais transparente, que promova a accountability, que integre o planejamento ao orçamento, que facilite a avaliação e o controle, deve ser louvada por todos aqueles que labutam com os aspectos orçamentários e contábeis da área governamental. 1.3. Classificação das Receitas Públicas A classificação das receitas públicas também decorre da Lei nº 4.320/64, que, ao dar ênfase ao critério econômico adotou a seguinte dicotomia: operações correntes e de capital. Dessa forma, o artigo 11 da citada lei estabelece que a receita deva ser classificada nas seguintes categorias 5 7
econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. O parágrafo 4º do mesmo artigo 11 apresenta a discriminação das fontes de receitas distribuídas pelas duas categorias econômicas básicas, sendo a codificação e o detalhamento apresentados no Anexo nº 3, da referida lei, permanentemente atualizados por portarias do governo federal. A classificação das receitas compreende o detalhamento previsto na Lei nº 4.320/64, composto de contas que expressem melhor as receitas. Cada conta é composta de um código de oito algarismos e um título. Esse código estabelece a hierarquia da classificação, a partir da categoria econômica até o menor nível de detalhe da receita, que é subalínea. Origem: representa o detalhamento da classificação econômica das receitas. Espécie: constitui em um maior detalhamento das origens. Rubrica: é o detalhamento da espécie com maior precisão, pois agrega receitas com características próprias e semelhantes entre si. Alínea: apresenta o nome da receita propriamente dita. Subalínea: constitui o nível mais analítico da receita. Na classificação do ICMS, por exemplo, teríamos a codificação mostrada a seguir: 1.1.1.3.02.01 CATEGORIA ECONÔMICA (Receita Corrente) SUBCATEGORIA ECONÔMICA (Receita Tributária) FONTE (Receita de Impostos) RUBRICA (Imposto sobre a Produção e a Circulação) ALÍNEA (ICMS) SUBALÍNEA (ICMS Estado) 1.4. Classificação das Despesas Públicas A classificação econômica das despesas objetiva informar de forma 6 8
macroeconômica o efeito do gasto do setor público na economia e possibilita o seu controle gerencial, por meio da natureza da despesa. Ela é composta pela categoria econômica, corrente e de capital, pelo grupo a que pertence a despesa, pela modalidade de sua aplicação direta ou por transferência e pelo objeto final de gasto, que são o elemento de despesa e o subelemento. O código da classificação da natureza da despesa é constituído por oito algarismos, distribuído conforme o seguinte exemplo: 3.1.90.11.01 CATEGORIA ECONÔMICA (Despesa Corrente) GRUPO DE DESPESA ( Pessoal e Encargos Sociais) MODALIDADE DE APLICAÇÃO (Aplicação Direta) ELEMENTO DE DESPESA (Vencimentos e Vantagens Fixas Pessoal Civil) SUBELEMENTOS (Servidor Civil) Há, ainda, a necessidade de identificar a fonte dos recursos financeiros para demonstrar como serão custeados os seguintes gastos orçamentários. Adota-se um esquema de codificação composto de dois algarismos, registrado no final, após a classificação econômica da despesa. 7 9
Anotações 23
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