ESTUDO DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA EM SISTEMAS DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA - CÉLULA A COMBUSTÍVEL



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Transcrição:

ESTUDO DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA EM SISTEMAS DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA - CÉLULA A COMBUSTÍVEL Gilson Paulillo* Flávio R. Garcia Patricio R. Impinnisi Mauricio P. Cantão Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento - LACTEC gilsonp@lactec.org.br Resumo: Este trabalho apresenta um estudo de caso envolvendo uma das principais tecnologias de GD disponíveis comercialmente, a Célula a Combustível, enfocando os aspectos relacionados à qualidade da energia elétrica fornecida por tais dispositivos, em especial, harmônicos e desequilíbrios de tensão. Os trabalhos de medição e avaliação foram efetuados em uma célula a combustível, modelo PC- 25C, potência de 200 kw, instalada nas dependências do LACTEC, em Curitiba-PR. Por fim, o trabalho apresentará as principais conclusões obtidas, indicando os principais aspectos de QEE, como uma primeira parte, a serem ponderados na aplicação deste tipo de dispositivo às atuais redes de distribuição. Palavras-chave: Célula Combustível QEE Harmônicos Desequilíbrios Geração Distribuída. 1. Introdução A geração distribuída GD - constitui-se em um novo enfoque para a geração de energia elétrica. Diferentemente da geração centralizada, que responde pela grande maioria do fornecimento de energia no mundo, a GD caracteriza-se por não ser despachada por linhas de transmissão e ser de pequeno porte quando sua potência é comparada aos demais tipos de centrais de geração de energia elétrica. Alguns autores colocam a GD como uma fonte de energia elétrica conectada diretamente à rede de distribuição no PAC do consumidor [Dondi, 2002], [Greene et all., 2000]. Autores como [Dondi, 2002], [Laurie, 2001] e [Standard & Poor s, 2000] colocam a GD, além da produção, como armazenagem de energia. Cogeração (também chamada de Combined Heat and Power, CHP) [Laurie, 2001], [Strachan, 2002] e também trigeração (além da energia elétrica e o calor, a refrigeração que pode ser obtida usando um absorvedor de calor) [DPCA, 2002] são finalidades citadas pelos autores. Em [Turkson, 2001], GD é definida como qualquer tecnologia de geração em pequena escala que fornece energia elétrica em um local próximo ao consumidor ou ao sistema de transmissão ou distribuição da concessionária. Dois fatores têm contribuído para a introdução dessa nova tecnologia para fornecimento de energia elétrica. De um lado a reestruturação do setor de energia elétrica, que tem ocorrido em vários países do mundo, promovendo a desverticalização do setor, separando-o em geração, transmissão e distribuição, juntamente com a introdução dos mercados de energia elétrica. Dentre os possíveis efeitos decorrentes da reestruturação do setor elétrico e que contribuíram para a inserção da geração distribuída podem ser citados [King, 2000]: - abertura do mercado de varejo, permitindo ao consumidor escolher entre diversos fornecedores de serviços e produtos, inclusive GD; - taxação baseada em critérios de desempenho, no qual a concessionária usaria a GD para otimizar a utilização dos bens; - mecanismos mais sofisticados de mercado, que permitirão a composição de preços em tempo real e servirão de estímulo à GD. Por outro lado, os avanços técnicos ocorridos na eletrônica de potência e microprocessadores permitiram a interconexão de tais dispositivos à rede elétrica, com qualidade e eficiência, através da aplicação de inversores de freqüência para este fim. Dessa forma, foram vencidas as barreiras técnicas e econômicas, uma vez que o custo dos inversores utilizados sofreu uma grande redução. No contexto acima, insere-se este trabalho na medida em que apresenta os resultados preliminares de um estudo da operação de uma Célua a Combustível - CaC, modelo PC 25C, potência igual a 200 kw, disponível nas instalações do LACTEC, em Curitiba-PR, sob o ponto do vista da QEE. De acordo com os diversos despachos de carga, serão avaliados diversos fenômenos de QEE, em especial harmônicos e desequilíbrios de tensão. Objetiva-se, dessa forma, analisar o comportamento desse dispositivo tanto como carga poluidora para o sistema, analisando-se o grau de sua contribuição, quanto como carga sensível para a QEE fornecida no PAC da instalação consumidora neste caso, o barramento de entrada da SE LACTEC.

2. Célula a Combustível - LACTEC Um grande avanço na tecnologia de células a combustível foi atingido nos últimos anos, inclusive com participação de alguns grupos de pesquisa do Brasil. Ainda assim, esta área de aplicação tecnológica encontra-se incipiente, com vários temas de pesquisa a serem desenvolvidos: novos materiais e desenhos, diminuição de custos de produção das células, reforma de combustíveis e outros meios de produção de hidrogênio, novas aplicações de células a combustível, etc. De todos os tipos de CaC existentes, a de ácido fosfórico (PAFC) é a única que se encontra em escala comercial, com mais de 220 unidades instaladas no mundo [10]. As células de eletrólito polimérico (PEMFC) e de óxido sólido (SOFC) são as mais promissoras, sendo que unidades veiculares e estacionárias de PEMFC se encontram na fase de testes para aplicações comerciais. A CaC disponível no LACTEC foi produzida pela International Fuel Cell, empresa que produz células a combustível em caráter comercial (as 220 unidades mencionadas anteriormente). Esta célula é alimentada a gás natural, reformado numa primeira etapa para fornecer hidrogênio, com o qual produzem 200 kw de energia elétrica em corrente alternada. Esta CaC tem três modos de operação: grid connected, grid independent e iddle. No primeiro caso, opera em paralelo com a concessionária, podendo se aplicada para, por exemplo, diminuir o consumo de energia de uma dada instalação no horário de ponta. No segundo caso, sua operação se dá de forma independente da rede de distribuição, alimentando um conjunto de cargas definidas, a critério do consumidor, como prioritárias. O último modo é o de espera, onde a CaC fica pronta para gerar energia. A figura 1 apresenta a CaC instalada no LACTEC. Figura 1 - CaC instalada no LACTEC. Vale salientar que, apesar desta tecnologia estar disponível comercialmente, o desempenho das células a combustível na sua aplicação concreta ainda é área de estudo intenso. Questões como a durabilidade das células, modos de interligação com a rede, influência do combustível (injeção de hidrogênio substituindo o gás natural), níveis de confiabilidade, configuração da rede elétrica, disponibilidade de gás, demanda por energia confiável, impacto no meio ambiente e no mercado de energia e qualidade da energia (objeto do presente trabalho), entre outras, são levantadas durante a avaliação da tecnologia para aplicação em geração distribuída de energia. 3. Estudo de caso CaC LACTEC: A figura 2, a seguir, apresenta o diagrama unifilar da instalação da CaC PC-25C no LACTEC. A partir dessa instalação foram conduzidas medições, utilizando-se o equipamento ACE 2000 a fim de se verificar a operação da célula quanto à QEE, mais especificamente, harmônicos e desequilíbrios de tensão. Foram definidos diversos patamares de potência 10, 20, 50, 100, 150 e 200 kw -, com períodos de monitorização de 24 horas para cada patamar. Este procedimento teve por objetivo verificar as injeções harmônicas da CaC, bem como o seu impacto no ponto de instalação. Foram realizados dois tipos de medição: 1a Medição de Harmônicos e Energia com a Célula de Combustível fora de operação; 2a Medição de Harmônicos e Energia com a Célula Combustível em operação. Os resultados obtidos nas medições efetuadas, conforme o procedimento acima são apresentados no item 4, a seguir.

SE CAPANEMA TSA-1 225 kva / Y 13200 220/127 V 220/127 V TR 1 235 kva 480 225 / 220 V Dyn1 2,5 % 480 V 220/127 V 480 V UFPR TSA-2 225 kva - / Y 13.200 220/127 V TR 2 235 kva 480 225 / 220 V Dyn1 2,5 % CÉLULA A COMBUSTÍVEL Figura 2 Diagrama unifilar da instalação da CaC no LACTEC. 4. Resultados das Medições Harmônicas e Energia Realizadas em Campo: 4.1. Com a Célula de Combustível Fora de Operação (figuras de 3 a 7): a) Tensões: 150.0 100.0 50.00 Figura 3 Tensões no barramento. Verifica-se que as tensões no barramento de entrada da SE LACTEC mostram-se equilibradas e estáveis. b) Correntes:

150.0 100.0 50.00 Figura 4 Correntes no 2ario do secundário do transformador. As correntes registradas nesta condição, mostraram-se levemente desequilibradas. b) Distorção Harmônica da Tensão (DHV): 8. 6. 4. 2. Figura 5 DHV (%). A figura anterior mostra que a distorção harmônica total de tensão (DHTv) variou entre 1,9 e 4,2 %, para as três fases. d) Distorção Harmônica de Corrente (DHI):

90. 85. 80. 75. 70. 65. 60. 55. 50. 45. 40. 35. 30. 25. 20. 15. 10. 5. Figura 6 DHI (%). A distorção harmônica total de corrente variou bastante entre as fases, ficando em cerca de 23 % para a fase menos distorcida e cerca de 74 % para a fase mais distorcida. e) Fator de Potência: 0.500 0.000-0.500 Figura 7 Fator de Potência (%). A operação da CaC nas condições mostradas anteriormente redundaram em um fator de potência variando entre 0,8 e 0,95. 4.2. Com a Célula de Combustível em Operação (figuras de 8 a 14): a) Tensões:

150.0 100.0 50.00 2 3 4 5 6 7 8 11 12 Figura 8 Tensões no barramento. Igualmente ao caso anterior, em que a CaC estava fora de operação, o resultado acima mostra as tensões no barramento estáveis e equilibradas. b) Correntes: 2 3 4 5 6 7 8 11 12 Figura 9 Correntes no 2ario do secundário do transformador. O resultado acima mostra que as correntes de entrada no secundário do transformador mostraram-se mais equilibradas para todas as condições de geração analisadas (10, 50 e 100 %); c) Distorção Harmônica da Tensão (DHV): 14. 12. 10. 8. 6. 4. 2. Figura 10 DHV (%). 2 3 4 5 6 7 8 11 12

A distorção harmônica total de tensão (DHTv) verificada variou entre 1,9 e 6,0 % para as três fases. O DHTv igual a 6 % ocorreu no momento em que a célula estava gerando 10 % da potência nominal da mesma d) Distorção Harmônica de Corrente (DHI): Célula a 10%: 750. 700. 650. 600. 550. 500. 450. 400. 350. 300. 250. 200. 150. 100. 50. 0. 15 20 1 6 11 16 2 Figura 11 DHI (%). Célula a 50%: 120. 100. 80. 60. 40. 20. 0. -20. -40. 20 1 6 11 16 21 2 7 12 17 22 3 8 13 1 3 4 5 Figura 12 DHI (%). Célula a 100%:

ACE 2000 CPM Leading Edge Technology Inc. 60. 40. 20. 0. -20. Figura 13 DHI (%). 10 12 17 22 3 8 13 7 8 9 A distorção harmônica total de corrente variou bastante para cada uma das condições de operação da célula: para 10 % o DHTi variou entre 100 e 750 % da corrente nominal; para 50 % o DHTi variou entre 20 e 100 % da corrente nominal; para 100 % o DHTi variou entre 10 % e 25 % da corrente nominal. e) Fator de Potência: 0.500 0.000-0.500 2 3 4 5 6 7 8 11 12 Figura 14 Fator de Potência (%). O fator de potência, para todas as condições de despacho analisadas no trabalho, variou entre 0,8 e 0,95. 5. Conclusões Para todas as condições de operação analisadas, a entrada em operação da célula combustível pouco afeta os níveis de distorção harmônica total de tensão, ficando dentro dos valores recomendados por norma. Apesar do alto conteúdo harmônico em corrente injetado na instalação, o mesmo não se mostrou capaz de distorcer significativamente a tensão. Vale ressaltar que esta análise é válida apenas para este caso, sendo que para sistemas elétricos mais fracos, ou seja, com menor nível de curto-circuito, tal condição venha a se tornar relevante. Por fim, o trabalho apresentou os resultados preliminares de uma investigação que ainda se encontra em seu início. Neste caso, em face de indisponibilidade de somente um único equipamento de monitorização, os resultados não são totalmente conclusivos. Neste sentido, os autores recomendam que, para a obtenção de melhores resultados através de medições em campo, o procedimento seja repetido, utilizando-se, no mínimo e simultaneamente, 2 equipamentos de medição de harmônicos, conectando-se um no ramal da célula combustível e o outro no secundário do transformador alimentador. Pode ser interessante também instalar um terceiro equipamento junto às demais cargas, visando avaliar a contribuição harmônica das mesmas no sistema em estudo.

Por fim, devem ainda ser analisadas as condições de operação da CaC nos demais modos de operação, o que não foi possível neste estudo face às características particulares da instalação analisada. 6. Referências Bibliográficas Dondi, P. et al, 2002, Network integration of distributed power generation, Journal of Power Sources 106 (2002) 1-9 [GD All sci- 00 02 03 78]; Greene N. and Hammerschlag, R., 2000, Small and Clean is Beautiful: Exploring Small and Clean Is Beautiful; Exploring the Emissions of Distributed Generation and Pollution Prevention Policies, The Electricity Journal, Volume 13, N 5, June 2000, p. 50-60; Laurie, R. A., 2001, Distributed generation: reaching the market just in time, The Electricity Journal, Elsevier Science Inc. 1040-6190. 2001 [Artigo 1. pdf]; Standard & Poor s Utilities & Perspectives Newsletter Special Technology Issue January 3rd, 2000; Strachan, N.and Dowlatabadi H., 2002, Distributed generation and distribution utilities, Energy Policy 30 (2002) 649-661 [GD All sci- 00 02 03 78] [GD-Energy 98-02 04-164.pdf; DPCA, 2002, The Distributed Power Coalition of America, 2002 Referência disponível na internet 16/09/2002 as 09h42min. http://www.distributed-generation.com/dpca/what.html; Turkson J and Wohlgemuth, N., 2001, Power sector reform and distributed generation in sub-saharan Africa, Energy Policy 29 (2001) 135-145. [007 de 246 pdf]; King, J. M. and O Day, M. J., 2000, Applying fuel cell experience to sustainable power products, Journal of Power Sources 86 (2000) 16-22. 7. Copyright Notice The authors are the only responsible for the printed material included in his paper.