O ENSINO DE MÚSICA EM PROJETOS DE AÇÃO SOCIAL: CATÁLOGO BIBLIOGRÁFICO COMENTADO COMO PARTE DE UMA PESQUISA DE MESTRADO



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Transcrição:

O ENSINO DE MÚSICA EM PROJETOS DE AÇÃO SOCIAL: CATÁLOGO BIBLIOGRÁFICO COMENTADO COMO PARTE DE UMA PESQUISA DE MESTRADO Autor: Emerson Carpegianne de Souza Martins (Universidade Federal do Rio Grande do Norte carpegianne.1@gmail.com) RESUMO: Este trabalho é parte de uma pesquisa em andamento que investiga a prática educacional no contexto de projetos de ação social que também promovem o ensino de música. Na fase da pesquisa bibliográfica a metodologia utilizada partiu da seleção de revistas especializadas em educação musical, das quais destacamos a revista da ABEM, de modo que fundamentasse a pesquisa como um todo. Como parte de uma pesquisa bibliográfica mais ampla, em favor da identificação a respeito do cenário científico brasileiro, a respeito de trabalhos que se pautam em atividades de educação musical em contextos de ensino não-formal e de ações sociais, escolheu-se, para esta fase, analisar as revistas da ABEM. Muitos são os contextos nos quais os profissionais da área da educação musical podem atuar. Espaços esses que podem ser desde as escolas de ensino formal e ensino não-formal. Para tanto, é necessário o entendimento sobre que questões são pertinentes para o desenvolvimento de uma atuação profissional mais adequada, independente de qual seja o loco específico que o educador atuará. Segundo Luciana Del Ben (2003) há uma diversidade de contextos para os quais os profissionais devem está sendo preparados. Também segundo Liora Bresler (2007) não somente para o campo do ensino regular é que devem ser preparados os professores de música. É de extrema importância que os múltiplos contextos sejam contemplados para que haja uma relação como um todo no campo educacional da música. De igual forma há uma relevante preocupação de mostrar o quanto para o ensino de instrumento em escolas especializadas, por exemplo deve ser levado em consideração o preparo do professor de instrumento em relação a metodologias de ensino. Nesse estão as abordagens pedagógicas e musicais para o ensino de cada instrumento em questão. Percebe-se a necessidade do acumulo de conhecimentos que essa pessoa profissional precise ter. Mas não somente isso, pois espera-se que ela seja maestrina no modo de facilitar o aprendizado e que consiga contribuir para o desenvolvimento da autonomia de cada aluno, seja ele da escola regular, especializada ou em contextos de projetos educacionais de assistência social que tenham a educação por meio da música como um dos trabalhos em desempenho. Os espaços nos quais o presente artigo representa uma pesquisa são os que têm o ensino de música desenvolvido em contextos de trabalhos de assistência

social. Desta feita apresenta-se o objetivo principal deste trabalho que foi identificar a produção científica pautada em projetos de ação social que lidam com o ensino de música, sendo a revista da ABEM a escolhida foco da pesquisa bibliográfica feita especificamente sobre seus artigos que tratam do assunto em questão. A escolha pela revista da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM) surgiu como fruto das aulas do primeiro semestre, do Programa de Pós-Graduação em Música (Mestrado em Educação Musical) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, da disciplina Formação em Música I. Nos encontros que fizemos semanalmente, durante o semestre, foi possível nos depararmos com trabalhos de pesquisadores nos variados campos de atuação profissional, principalmente artigos que tratavam sobre o ensino de música nos contextos formais. No entanto, também foram estudados trabalhos que se pautavam em atividades educacionais desenvolvidas em projetos de ação social que serviram como campo de/para a investigações científicas. Como proposta de finalização do semestre, a professora solicitou um artigo que tratasse tivesse como base as revistas da ABEM estudadas durante o semestre. A orientação foi que a escrita do trabalho tivesse ligação com o tema de pesquisa de mestrado de cada aluno (a), e que poderíamos usar de outras fontes de pesquisa, além das revistas estudadas em sala, para desenvolver a pesquisa e a consequente redação do artigo. De posse dessas opções, decidi que meu campo de estudos para o construto do trabalho referente à disciplina fosse restrito à revista da ABEM. Isso pelo fato de observação a essas revistas está diretamente ligado ao meu projeto de pesquisa de mestrado. Meu projeto de pesquisa do mestrado está voltado aos processos e práticas do ensino da música no contexto de um projeto de ação social desenvolvido na periferia da cidade de Natal, RN. Foram fontes das pesquisas as revistas da ABEM (disponíveis no site da ABEM) datadas do ano de 2006 ao ano de 2013, representando as revistas desde o número 14 até o número 31. E, no intuito de fazer uma averiguação quanto a produção cientifica na revista da ABEM, sobre contextos de projetos sociais, organizei o campo de busca a partir de títulos de trabalhos que por si só já mostrassem que se tratava do ensino de música em contextos nãoformais de educação musical. Sendo, a busca, por títulos de trabalhos que informassem diretamente sobre o campo de pesquisa: se eram casos de projetos de ação social. Os títulos poderiam vir com o nome de uma associação ou com o nome (ou parte do título) que representasse uma ação educacional fora do contexto escolar, como por exemplo, Projeto Cariúnas. Este foi o primeiro critério de acepção dos trabalhos. Em momento posterior foi dedicado à leitura dos resumos, pois nessa modalidade de escrita se poderia ter mais clareza a respeito do que já foi anunciado no título. Seguido das palavras-chave que serviram para a segurança na pesquisa, tais quais: música, educação musical, contexto não-formal, ensino de música, ONG, assistência social, ação social, diversidade. E ainda foram feitas as leituras das considerações finais, resultados e

conclusões. Essas quatro partes eram lidas nessa ordem aqui apresentada objetivando a compreensão do foco da questão de cada trabalho lido. Dessa maneira, como resultado, foi possível chegar a dezoito (18) números da revista da ABEM, seguindo a ordem de critérios escolhidos para a pesquisa. Com isso foram levantados doze (12) artigos que servirão para compor um catálogo dos documentos. Vale ressaltar que para a escrita deste trabalho foram considerados artigos sobre o ensino de música em projetos sociais voltados a projetos que, de alguma forma, tinham ligação com associações com educação musical de livre acesso à comunidade. Ou seja, acesso gratuito dos alunos aos cursos e/ou atividades de ensino de música em favor do aprendizado musical. A partir dessa busca foi possível catalogar e tecer comentários resumidos dos trabalhos encontrados na pesquisa, bem como a autoria, título (e subtítulo), número e ano da revista ABEM, onde finalmente, todos os dados a partir do modelo de referência seguem incialmente da revista número 14 da ABEM: os primeiros três trabalhos abaixo tratam de um mesmo contexto social de ensino de música. O primeiro trata essencialmente do projeto; o segundo trata da questão específica em educação junto ao modelo Pontes; enquanto o terceiro leva a experiência para um plano de reflexão a respeito do ensino de música que considera diversidade cultural e a inter-multi-transdisciplinaridade. 1. Projeto Cariúnas uma proposta de educação musical numa abordagem holística da educação. Comentário: Tânia apresenta o Projeto Cariúnas (PC) que é desenvolvido, na periferia de Belo Horizonte, com crianças e adolescentes e chama atenção para um olhar e abordagem holística em prol do aprendizado dos alunos e alunas. Mostra que o PC tem suas bases em educadores musicais como Dalcroze, Willems, Orff e Sekeff. E que frisam a oportunidade de crescimento das crianças e adolescentes, acreditando que a proposta de ensino integral e interdisciplinar ajuda quanto ao fazer holístico. A autora entende que as atividades educacionais do PC por ela descritas, poderão ajudar positivamente para as discussões de sua atualidade (a saber, ano 2006). Inclusive nos seguintes pontos: 1) projetos sociais e seus objetivos no atendimento à criança e ao adolescente; 2) o ensino de música nas escolas regulares, numa possível abordagem interdisciplinar com outras formas de arte; 3) na formação de educadores musicais nos cursos de licenciaturas. (CANÇADO, 2006, p. 17-24); 2. Educação musical e diversidade: pontes de articulação. Comentário: neste artigo a autora faz referência ao texto anterior quanto a uma exposição em Conferência. O assunto central desse trabalho é, além da base holística ao conhecimento, a prática humanista que leva em consideração o processo de desenvolvimento crítico de todos os envolvidos, com todas as diversidades existentes. Alda (2006) apresenta nove (9) pontos dos muitos defendidos pela Sociedade Internacional de Educação Musical e afirma que tudo ainda é bastante avançado (contemporâneo a 2006), mas que já se podia vislumbrar as benécias da proposta. Para finalizar ela entra exatamente em acordo com os pontos

que Tânia apresentou. 3. PENNA, Maura. Desafios para a educação musical: ultrapassar oposições e promover o diálogo. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 14, 35-43, março, 2006. Comentário: Maura Penna inicia a discussão chamando à reflexão a partir de três pontos: a) a função da educação musical na formação global do indivíduo; b) o reconhecimento da diversidade cultural; c) o papel da interdisciplinaridade (PENNA, 2006, p.35-43). Sua proposta principal é a promoção ao diálogo, inclusive com outras áreas que possam contribuir para uma abordagem inter-multi-trans-disciplinar de forma a somar com a formação de professores melhores preparados para os diversos contextos de ensino, chamando atenção para a questão cultural como parte importante na relação aluno-professor. ABEM - Revista 18 não diz exatamente onde acontece o ensino (ONG ou outros): SÁNCHEZ, Freddy. El Sistema Nacional para las Orquestras Juveniles e Infantiles. La nueva educación musical de Venezuela. Revista da ABEM, Porto Alegre, v 18, 63-69, outubro, 2007. Comentário: este trabalho é de natureza venezuelana e trata de um Sistema (El Sistema) educacional por meio da prática de orquestras, nas quais crianças e adolescentes são agraciados. Sánchez ainda retrata no artigo questões específicas sobre qual ou quais os motivos do grande êxito do acontecimento desse projeto. O autor destaca a figura do maestro José Francisco como sendo a pessoa de grande importância por sua percepção as questões que contribuem para o crescimento dos jovens. Dessa forma ele esboça sobre o papel do líder; apresenta o comportamento dos venezuelanos em relação ao todo do projeto; os fundamentos filosófico, psicológicos e sociológicos que sustentam o sucesso do projeto. Também fala do sustento do projeto até hoje (contemporâneo da escrita do artigo, pelo menos), quando diz que o Estado Venezuelano é o mantenedor principal, pois percebeu a importância do trabalho para a sociedade. E dessa maneira as Orquestras Juvenis e Infantis da Venezuela existes firmes e atuantes no cenário nacional venezuelano, proporcionando favorecimentos à comunidade como um todo. ABEM - Revista 21 CUERVO, Luciane; MAFFIOLITTI, Leda de Albuquerque. Musicalidade na performance: uma investigação entre estudantes de instrumento. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 21, 35-43, março, 2009. ABEM - Revista 22; ARANTES, Lucielle Farias. Educação musical em ações sociais: uma discussão antropológica sobre o Projeto Guri. Revista da ABEM, Porto Alegre, v 21, 97-98, março, 2009. Comentário: este trabalho é uma resenha por: HIKIJ, Rose Sakito Gitirana. A música e o risco: etnografia da performance de crianças e jovens. São Paulo: Edusp, 2006. 256 p. ABEM - Revista 25: CISLAGHI, Mauro César. A educação musical no Projeto de Bandas de Fanfarras de São José (SC): três estudos de caso. Revista da ABEM, Londrina, v. 19, nº 25, 63-75, junho, 2011. Comentário: o projeto acima se refere a uma ação social educacional com Bandas de Fanfarras na função de componente extracurricular para alunos da escola básica. Funciona como uma espécie de pedagogia de projetos no

ensino regular. Nele Mauro discute: pedagogia tradicional; renovada progressivista; renovada não diretiva; tecnicista; libertadora; crítico-social de conteúdos. E uma das coisas importantes é a abordagem do professor de sopro e a abordagem quanto à percussão; ABEM - Revista 26: KLEBER, Magali Oliveira. A rede de sociabilidade em projetos sociais e o processo pedagógico-musical. Revista da ABEM, Londrina, v. 19, nº 26, 34-46, dezembro, 2011. Comentário: este artigo trata sobre o processo pedagógico-musical em projetos sociais. Envolve questões da educação musical e etnomusicologia. Três projetos: Villa-Lobinhos, Escola de Música da Rocinha, Orquestra Grota de Surucucu; JOLY, Maria Carolina L.; JOLY, Zenker Leme. Práticas musicais coletivas: um olhar para a convivência em uma orquestra comunitária. Revista da ABEM, Londrina, v. 19, nº 26, 79-91, dezembro, 2011. Comentário: esta pesquisa é de caráter exploratório e trata de um projeto de ação social promovido pela UFSCar a partir da Orquestra Experimental, com cerca de 95 pessoas entre jovens e adultos; ABEM - Revista 27: MENEZES, Eduardo Carvalho de. Convivendo, conversando, criando e fazendo música: a educação no Corpo Cidadão. Revista da ABEM, Londrina, v. 20, nº 27, 43-54, junho, 2012. Comentário: trata-se de uma parte da dissertação do autor na ONG Corpo Cidadão. O objetivo da pesquisa foi investigar o processo pedagógico-musical da ONG: observou 4 educadores em suas práticas de aula. Desenvolvimento de potenciais humanos; PENNA, Maura.; BARROS, Olga R. Nascimento.; MELLO, M Ramalho de. Educação musical com função social: qualquer prática vale? Revista da ABEM, Londrina, v. 20, nº 27, 65-78, junho, 2012. Esse artigo trata sobre um tema importante na área do ensino de música promovido por projetos de ação social. O trabalho apresenta reflexões a respeito de como são as práticas do ensino de música, especificamente em ONGs em João Pessoa. As autoras chamam atenção para a efetividade do ensino de música como o próprio objetivo pedagógico a partir do processo em busca da performance musical dos alunos. O ensino de música não é secundário e sim o fato principal. ABEM - Revista 29: ARANTES, Lucielle Farias. Jovens musicando: a constituição da condição juvenil marcada pela aprendizagens das práticas musicais. Revista da ABEM, Londrina, v. 20, nº 29, 129-142, dezembro, 2012. Comentário: este artigo trata do projeto de ação social Orquestra Jovem de Uberlândia em Minas Gerais, no qual jovens aprendem a tocar instrumentos de cordas friccionadas. O projeto sugeria uma reflexão em relação às posturas dos jovens quanto ao que estava sendo aprendido na orquestra, o modo de construção sobre as práticas musicais e, os significados que atribuíam para suas vidas pessoais na fase atual contemporânea do estudo. E para finalizar expresso considerações finais que, como visto nos trabalhos aqui apresentados, a produção de artigos científicos nas revistas da ABEM aconteceram com determinada frequência. No entanto não foi presente em todos os números da Revista. A discussão sobre os múltiplos contextos para a atuação do educador de música

é bem corrente. Bem como, que saberes são necessários para as atuações profissionais. Todavia, percebe-se que em certo número de revistas, inclusive as mais recentes, não há trabalhos que tratem sobre os processos de ensino de música em contextos de ações sociais com objetivo educacional e social. São esses os números das revista da ABEM, que segundo os critérios desta pesquisa, não contemplam projetos na área da ação social e o ensino de música: 15, 16, 17, 19, 20, 22, 23, 24, 28, 30 e 31 não constam trabalhos sobre o tema aqui abordado. Os motivos podem ser os mais variados, mas não cabe aqui tratar especulações de tamanha ausência. Espera-se que a partir desta observação, foco deste artigo, de algum modo, as questões apresentadas possam servir para contribuição de mudança positiva no quadro. E que nos próximos números da revista da ABEM possamos contar com as experiências de professores que atuam no cenário do ensino não-formal no contexto de projetos de ação social que tenham aula de música como objeto principal de trabalho. REFERÊNCIAS ARANTES, Lucielle Farias. Jovens musicando: a constituição da condição juvenil marcada pela aprendizagens das práticas musicais. Revista da ABEM, Londrina, v. 20, nº 29, 129-142, dezembro, 2012. CANÇADO, Tânia Mara Lopes. Projeto Cariúnas uma proposta de educação musical numa abordagem holística da educação. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 14, 17-24, março, 2006. CISLAGHI, Mauro César. A educação musical no Projeto de Bandas de Fanfarras de São José (SC): três estudos de caso. Revista da ABEM, Londrina, v. 19, nº 25, 63-75, junho, 2011. CUERVO, Luciane; MAFFIOLITTI, Leda de Albuquerque. Musicalidade na performance: uma investigação entre estudantes de instrumento. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 21, 35-43, março, 2009. JOLY, Maria Carolina L.; JOLY, Zenker Leme. Práticas musicais coletivas: um olhar para a convivência em uma orquestra comunitária. Revista da ABEM, Londrina, v. 19, nº 26, 79-91, dezembro, 2011. KLEBER, Magali Oliveira. A rede de sociabilidade em projetos sociais e o processo pedagógico-musical. Revista da ABEM, Londrina, v. 19, nº 26, 34-46, dezembro, 2011. MENEZES, Eduardo Carvalho de. Convivendo, conversando, criando e fazendo música: a educação no Corpo Cidadão. Revista da ABEM, Londrina, v. 20, nº 27, 43-54, junho, 2012. OLIVEIRA, Alda de Jesus. Educação musical e diversidade: pontes de articulação. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 14, 25-33, março, 2006.

PENNA, Maura. Desafios para a educação musical: ultrapassar oposições e promover o diálogo. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 14, 35-43, março, 2006. PENNA, Maura.; BARROS, Olga R. Nascimento.; MELLO, M Ramalho de. Educação musical com função social: qualquer prática vale? Revista da ABEM, Londrina, v. 20, nº 27, 65-78, junho, 2012. SÁNCHEZ, Freddy. El Sistema Nacional para las Orquestras Juveniles e Infantiles. La nueva educación musical de Venezuela. Revista da ABEM, Porto Alegre, v 18, 63-69, outubro, 2007.