Estampagem A estampagem é o processo de fabricação de peças, através do corte ou deformação de chapas em operação de prensagem geralmente a frio. A conformação de chapas é definida como a transição de uma dada forma de um semiacabado plano em outra forma. Os processos de conformação de chapas têm uma importância especial na fabricação de carrocerias automotivas e componentes da indústria eletroeletrônico. Requisitos das chapas para realizar a estampagem: Tolerância dimensional Qualidade superficial Resistência a corrosão peça rígida otimização do uso do ferramental Componentes de uma ferramenta de corte As partes que compõem o estampo (ferramenta) são: (parte superior) espiga, cabeçote, placa superior, placa de choque, porta punção, punção ou macho. (parte inferior) placa guia, guias laterais, placa de choque, matriz, placa base. - BASE SUPERIOR: ferro fundido (26FF), aço fundido (3430AF) ou aço laminado (Aço 1010). - PLACA DE CHOQUE: É construída com material Aço 1045, podendo levar um tratamento térmico para alcançar uma dureza de 45-48 HRC, se necessário. - PORTA PUNÇÃO: A espessura do porta-punção é muito importante, sendo que pede-se considerá-la no mínimo 25% do comprimento do punção. 1
- GUIA DA CHAPA: Como material para confecção é utilizado o Aço 1045, com um tratamento térmico. - MATRIZ: aço ferramenta 1045,D2, D6, M2, VF 800 AT. - BASE INFERIOR: É uma placa de ferro fundido (26FF), aço fundido (3430AF) ou aço laminado (Aço 1010/20), Sua espessura é sempre 25 mm. A estampagem de chapas é empregada para se fabricar peças com paredes finas feitas de chapa ou fita de diversos metais e ligas. As operações de estampagem podem ser resumidas em três básicas: Corte Dobramento e encurvamento Estampagem profunda ou repuxo. Enquanto as estampagens em corte e dobramento são realizadas a frio, a profunda pode eventualmente ser a quente, dependendo da necessidade. A estampagem da chapa pode ser simples, quando se executa uma só operação, ou combinada. Com a ajuda da estampagem de chapas, fabricam-se peças de aço baixo carbono, aços inoxidáveis, alumínio, cobre e de diferentes ligas não ferrosas. Devido às suas características este processo de fabricação é apropriado, preferencialmente, para as grandes séries de peças, obtendo-se grandes vantagens, tais como: produção em série, custo baixo das peças, bom acabamento sem necessidade de posterior processo de usinagem, peças com grande resistência e o custo baixo do controle de qualidade devido à uniformidade da produção e a facilidade para a detecção de desvios. Como principal desvantagem deste processo, podemos destacar o alto custo do ferramental, que só pode ser amortizado se a quantidade de peças a produzir for elevada. 2
Corte O processo de estampagem por corte é usado na obtenção de formas geométricas em chapas por meio de uma ferramenta de corte, ou punção de corte, por intermédio de uma prensa exercendo pressão na chapa apoiada numa matriz. Na figura acima, é visto como funciona o sistema de estampagem por corte. No momento em que o punção penetra na matriz converte o esforço de compressão em esforço de cisalhamento ocasionando o corte [d de diâmetro do punção e s de espessura da chapa]. Em chapas de aço temperado a relação s/d tem como valor máximo 1,2 o que significa que a espessura da chapa tem que ser menor ou igual ao diâmetro do punção. As figuras geométricas obtidas pelo corte podem ser usadas posteriormente na estampagem profunda. 3
A figura acima mostra os componentes principais de uma matriz. O punção deve ter a secção conforme o contorno da peça desejada, do mesmo modo, a cavidade da matriz. É de extrema importância identificar o valor da folga entre o punção e a matriz, a qual depende da espessura da chapa a ser submetida e do tipo de material, duro ou mole. Quanto menor a espessura da chapa e o diâmetro do punção, menor a folga; e virce-e-versa. Usando a equação Q = p x e x σc podemos descobrir o esforço de corte. Sendo: Q: esforço de corte, ou cisalhamento; p: perímetro da figura; e: espessura da chapa; σc: resistência ao cisalhamento do material. Sendo σc = 0,75 de σt. σt: resistência a tração do material. Ex.: Qual o esforço de cisalhamento num aço de 2mm de espessura, a fim de se ter uma figura com 4 cm e com resistência a tensão de 60kg/mm²? Q = p x e x 0,75 x σt Q = 4 x 2 x 0,75 x 60 = 360kg ou 0,36t Peças obtidas por corte Peças de computador, componentes de celular, gabinetes de CPU, componentes de televisões, componentes de cd player, dobradiças, modelos de aviões, réguas milimetradas, componentes internos de vídeo-game e painel de fotos. 4
Dobramento e encurvamento A figura abaixo mostra as fases de operações simples de dobramento: Nessas operações simples usam-se, para obtenção de elementos relativamente curtos, são usadas matrizes montadas em prensas de estampagem. A figura abaixo mostra os principais elementos de uma matriz. 5
No dobramento os raios de curvatura e a elasticidade do material são os fatores mais importantes. Então se deve sempre evitar cantos vivos e fixar os raios de curvatura em 1 a 2 vezes a espessura em chapas moles, e de 3 a 4 vezes em chapas duras. É comum depois do dobramento, devido à elasticidade do material, que as chapas tendem a voltar a sua forma primitiva, sendo recomendado construir as matrizes com os ângulos mais acentuados e realizar a operação várias vezes em uma ou mais matrizes. O encurvamento segue os mesmos princípios e conceitos do dobramento, porém podendo haver várias fases como na figura abaixo. Peças obtidas por dobramento Gabinetes de CPU, estojos, painel de fotos, gabinete de máquinas de café Estampagem profunda A Estampagem profunda é a estampagem de objetos ocos derivados de chapas planas, geralmente, sem deformar a espessura e em uma ou mais fases. Na estampagem profunda os elementos estarão recebendo forças radiais de tração e forças tangenciais de compressão. 6
Na figura acima, um esquema de matriz para estampagem profunda. O disco de embutir foi introduzido sobre peça de retenção ou fixação G. O punção A é fixado no portapunção B e o conjunto é fixado na parte móvel ou cabeçote superior da prensa. Durante a deformação, o punção A, ao penetrar na matriz C, molda o objeto. Durante a penetração o mancal D é comprimido e comprime ao mesmo tempo a mola E. O mancal D impede a deformação irregular da chapa e o disco de retenção G garante um embutimento sem rugosidade. No fim, o punção A retrocede e o mancal D, sobe a ação da mola E, sobe e expulsa o objeto conformado. As prensas de estampagem podem ser mecânicas ou hidráulicas [imagem ao lado]. Nas prensas mecânicas, a fonte de energia é um volante, sendo a energia aplicada por meios de manivelas, engrenagens e excêntricos durante a aplicação do esforço. Nas hidráulicas, a energia para o esforço é aplicada por meio de pressão hidrostática, fornecida por um pistão ou mais. Peças obtidas por repuxo Copos, panelas de pressão, frigideiras, lixeiras, caixas de relógio, instrumentos musicais, tanques de radiadores, cartuchos, forma para bolo e componentes de carburador. 7
Cunhagem Cunhagem é um processo de prensagem geralmente realizada a frio em que as superfícies das peças são limitadas pelas matrizes de modo que o perfil e a impressão sejam reproduzidos perfeitamente. Na cunhagem a primeira etapa é a operação preliminar de forjamento e extrusão, visto que apenas uma pequena redistribuição do metal pode ser obtida. Em seguida é realizada a cunhagem, em prensas ou martelos de forja, submetendo o metal a uma deformação entre as duas partes da matriz fazendo ultrapassar o limite de escoamento sob compressão do metal. Geralmente aumentando a carga a cima do limite, de 3 a 5 vezes, para conseguir a deformação desejada. E, por fim, o corte das rebarbas restantes do processo. Os metais usados na cunhagem incluem aços-carbono, aços-liga com 0,30% de carbono, levando-se em conta que a capacidade de cunhagem decresce à medida que o teor de carbono e de elementos liga aumentam. O processo de cunhagem aplica-se em objetos decorativos como medalhas, moedas e outros, ou quando se deseja grande precisão dimensional como na indústria automobilística. Estampos Os estampos compõem-se de um conjunto de peças ou placas que, associado a prensas ou balancins, executa operações de corte e de dobra para produção de peças em série. A imagem a seguir é de um estampo de corte. 8
Durante o processo, o material é cortado de acordo com as medidas das peças a serem estampadas, a que se dá o nome de tira. Quando cortamos numa tira de material as formas de que necessitamos, a parte útil obtida recebe o nome de peça. O restante de material que sobra chama-se retalho, como na figura a baixo. O estampo de dobra é também conhecido como dobrador. É formado de punção e matriz e, geralmente, guiado pelo cabeçote da prensa ou placa-guia. O punção é uma peça de aço, temperada e revenida, cuja parte inferior tem um perfil que corresponde à superfície interna da peça. Pode ser fixado diretamente no cabeçote da prensa ou por meio da espiga. A matriz é de aço e sua parte superior tem a forma da parte exterior da peça. Pode ser fixada diretamente sobre a mesa da prensa. Geralmente, é sobre a matriz que se fixam as guias do material da peça, que são elementos adaptados ao estampo para dar uma posição adequada de trabalho. Existem estampos mistos cujas estruturas são o resultado da união dos estampos de corte e de dobra. Os estampos mistos realizam as duas operações, tanto de corte como de dobra. 9
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