ANO XXII - 2011-4ª SEMANA DE DEZEMBRO DE 2011 BOLETIM INFORMARE Nº 52/2011 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE



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Transcrição:

ANO XXII - 2011-4ª SEMANA DE DEZEMBRO DE 2011 BOLETIM INFORMARE Nº 52/2011 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA REMUNERAÇÃO INDIRETA - TRATAMENTO TRIBUTÁRIO Introdução - Cômputo na Remuneração do Beneficiário - Fato Gerador do Imposto - Alíquota do Imposto - Prazo de Recolhimento - Códigos de Recolhimento - Tratamento Fiscal Dos Rendimentos e do Imposto - Para o Beneficiário - Para a Pessoa Jurídica - Contribuição Social Sobre o Lucro... IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE REMESSA DE VALORES DESTINADOS À COBERTURA DE GASTOS PESSOAIS NO EXTERIOR - BENEFÍCIOS FISCAIS Introdução - Gastos Pessoais no Exterior Beneficiados Com a Isenção - Limite Dos Gastos Pessoais no Exterior - Remessa Por Pessoa Física Residente no País - Remessa Por Pessoa Jurídica Domiciliada no País - Remessas Realizadas Por Clube, Associação, Federação ou Confederação - Agências de Viagem - Remessas Antecipadas Para o Fim de Garantir Reservas ou Bloqueios de Serviços Turísticos - Plano de Saúde e Operadoras de Seguros Privados de Assistência à Saúde - Beneficiário Residente ou Domiciliado em País ou Dependência Com Tributação Favorecida ou Beneficiada Por Regime Fiscal Privilegiado... Pág. 495 Pág. 496

DEZEMBRO - Nº 52/2011 IMPOSTO DE RENDA IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA Sumário REMUNERAÇÃO INDIRETA Tratamento Tributário b.3) o salário e respectivos encargos sociais de empregados postos à disposição ou cedidos, pela empresa, a administradores, diretores, gerentes e seus assessores ou de terceiros; 1. Introdução 2. Cômputo na Remuneração do Beneficiário 3. Fato Gerador do Imposto 4. Alíquota do Imposto 5. Prazo de Recolhimento 6. Códigos de Recolhimento 7. Tratamento Fiscal Dos Rendimentos e do Imposto 7.1 - Para o Beneficiário 7.2 - Para a Pessoa Jurídica 7.3 - Contribuição Social Sobre o Lucro 1. INTRODUÇÃO O art. 74 da Lei nº 8.383/1991 incorporado aos arts. 358 e 622 do RIR/1999 instituiu a tributação das remunerações ou benefícios indiretos concedidos pelas pessoas jurídicas a seus administradores, diretores, gerentes e seus assessores ou a terceiros, e regulou a dedutibilidade de tais benefícios na apuração do lucro real. Nos itens a seguir trataremos sobre o aspecto tributário das remunerações ou benefícios indiretos com base nas normas citadas no texto. 2. CÔMPUTO NA REMUNERAÇÃO DO BENEFICIÁRIO De acordo com o art. 358 do RIR/1999, integrarão a remuneração dos beneficiários: a) contraprestação de arrendamento mercantil ou o aluguel ou, quando for o caso, os respectivos encargos de depreciação: a.1) de v eículo utilizado no transporte de administradores, diretores, gerentes e seus assessores ou de terceiros em relação a pessoa jurídica; a.2) de imóvel cedido para uso de qualquer pessoa dentre as referidas na letra a ; b) despesas com benefícios e vantagens concedidos pela empresa a administradores, diretores, gerentes e seus assessores, pagas diretamente ou através da contratação de terceiros, tais como: b.1) a aquisição de alimentos ou quaisquer outros bens para utilização pelo beneficiário fora do estabelecimento da empresa; b.2) os pagamentos relativos a clubes e assemelhados; b.4) a conservação, o custeio e a manutenção dos bens referidos na letra a acima. A empresa deverá identificar os beneficiários das despesas e adicionar aos respectivos salários os valores a elas correspondentes. 3. FATO GERADOR DO IMPOSTO O fato gerador do imposto ocorre na data do pagamento dos benefícios mencionados (Arts. 622, 674 e 675 do RIR/ 1999). 4. ALÍQUOTA DO IMPOSTO Para a aplicação da alíquota do imposto devemos levar em consideração a identificação ou não do beneficiário (Arts. 674 e 675 do RIR/1999). No caso de identificação do beneficiário, os valores correspondentes aos benefícios indiretos deverão compor a sua remuneração mensal e o Imposto de Renda deverá ser calculado mediante aplicação da tabela progressiva mensal, utilizando-se as deduções permitidas na Legislação. Por outro lado, não havendo a identificação do beneficiário, aplicar-se-á a alíquota de 35% (trinta e cinco por cento) sobre os valores correspondentes à remuneração indireta reajustada, ou seja, o rendimento é considerado líquido, sendo a base de cálculo reajustada. 5. PRAZO DE RECOLHIMENTO O Imposto de Renda deverá ser recolhido na data do fato gerador, ou seja, na data do pagamento dos rendimentos. (RIR/1999, arts. 675, 2º; Lei nº 11.196, de 2005, art. 70, I, a.2) 6. CÓDIGOS DE RECOLHIMENTO Quando houver identificação do beneficiário, o código de recolhimento do DARF será 0561 ou 0588, conforme seja o trabalho com ou sem vínculo empregatício. Não havendo identificação, o código de recolhimento será 2063. 495

IMPOSTO DE RENDA 7. TRATAMENTO FISCAL DOS RENDIMENTOS E DO IMPOSTO 7.1 - Para o Beneficiário O Imposto de Renda incidente sobre os valores correspondentes a benefícios indiretos será considerado como de tributação exclusiva na fonte, ou seja, na declaração de ajuste anual do beneficiário, o valor dos rendimentos não integrará a base de cálculo do imposto anual e o imposto retido não poderá ser compensado. Havendo identificação do beneficiário, os valores correspondentes aos benefícios indiretos comporão a base de cálculo do imposto na Declaração de Ajuste Anual, e o Imposto Retido na Fonte poderá ser compensado com o imposto devido apurado nessa ocasião. 7.2 - Para a Pessoa Jurídica Os dispêndios com benefícios indiretos terão o seguinte tratamento na pessoa jurídica ( 3º do art. 358 do RIR/ 1999): a) quando pagos a beneficiários identificados e individualizados, poderão ser dedutíveis na apuração do lucro real; b) quando pagos a beneficiários não identificados ou DEZEMBRO - Nº 52/2011 beneficiários identificados e não individualizados, são indedutíveis na apuração do lucro real, inclusive o imposto incidente na fonte sobre esses valores. 7.3 - Contribuição Social Sobre o Lucro Observamos que o 3º do art. 358 do RIR/1999 dispõe que a indedutibilidade dos benefícios indiretos é na apuração do lucro real, mas a fiscalização da Receita Federal, com base no art. 13 da Lei nº 9.249/1995, quando lav ra auto de inf ração e notif icação de lançam ento para o Imposto de Renda tem, sistematicamente, utilizado a mesma base de cálculo na cobrança da CSLL sob o argumento de tratar-se de mero reflexo. Nota: O art. 13 da Lei nº 9.249/1995 dispõe que são v edadas as deduções das contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis ou imóveis, exceto quando relacionados intrinsecamente com a produção ou comercialização de bens e serviços. Assim, para precaver-se das investidas do Fisco, o contribuinte deverá dar o mesmo tratamento para os benefícios indiretos, previstos para determinação da base de cálculo do Imposto de Renda, quando da apuração da base de cálculo da CSLL. Fundamentos Legais: Os citados no texto. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE REMESSA DE VALORES DESTINADOS À COBERTURA DE GASTOS PESSOAIS NO EXTERIOR Benefícios Fiscais Sumário 1. Introdução 2. Gastos Pessoais no Exterior Beneficiados Com a Isenção 3. Limite Dos Gastos Pessoais no Exterior 3.1 - Remessa Por Pessoa Física Residente no País 3.2 - Remessa Por Pessoa Jurídica Domiciliada no País 3.3 - Remessas Realizadas Por Clube, Associação, Federação ou Confederação 3.4 - Agências de Viagem 3.4.1 - Remessas Antecipadas Para o Fim de Garantir Reservas ou Bloqueios de Serviços Turísticos 4. Plano de Saúde e Operadoras de Seguros Privados de Assistência à Saúde 5. Beneficiário Residente ou Domiciliado em País ou Dependência Com Tributação Favorecida ou Beneficiada Por Regime Fiscal Privilegiado 1. INTRODUÇÃO Por intermédio da Instrução Normativa RFB nº 1.214, de 12 de dezembro de 2011 (DOU de 13.12.2011), a Receita Federal do Brasil regulamentou o art. 60 da Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010 (DOU de 14.06.2010), que dispõe sobre os limites para remessa de valores, isentos do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), destinados à cobertura de gastos pessoais, no Exterior, de pessoas físicas residentes no País, em viagens de turismo, negócios, serviço, treinamento ou missões oficiais. Nos itens a seguir trataremos sobre as normas e procedimentos para fins de isenção do IRRF na remessa de valores destinados à cobertura de gastos pessoais no Exterior a partir de 01 de janeiro de 2012. 2. GASTOS PESSOAIS NO EXTERIOR BENEFICIADOS COM A ISENÇÃO Estão isentos do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) os v alores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no Exterior, destinados à cobertura de gastos pessoais no Exterior, de pessoas físicas residentes no País, em viagens de turismo, negócios, serviço, treinamento ou missões oficiais, observado o 496

DEZEMBRO - Nº 52/2011 seguinte: a) aplica-se a isenção aos fatos geradores que ocorrerem entre 1º de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2015; b) a isenção somente se aplica às despesas com viagens internacionais de pessoas físicas residentes no Brasil; c) incluem-se como gastos pessoais no Exterior, para efeito da isenção: c.1) despesas com serviços turísticos, tais como despesas com hotéis, transporte, hospedagem, cruzeiros marítimos, aluguel de automóveis e seguro a viajantes; c.2) cobertura de despesas médico-hospitalares com tratamento de saúde do remetente, pessoa física residente no País, ou de seus dependentes, quando o paciente se encontra no Exterior; c.3) pagamento de despesas relacionadas a treinamento ou estudos, tais como inscrição em curso, pagamento de livros e apostilas, sempre quando o treinamento ou curso for presencial no Exterior; c.4) despesas com dependentes no Exterior, em nome destes, nos limites definidos por este trabalho, desde que não se trate de rendimentos auferidos pelos favorecidos ou que estes não tenham perdido a condição de residentes ou domiciliados no País; c.5) despesas para fins educacionais, científicos ou culturais, bem como pagamento de taxas escolares, taxas de inscrição em congressos, conclaves, seminários ou assemelhados, taxas de exames de proficiência, livros e apostilas, desde que o curso seja presencial no Exterior; e c.6) cobertura de gastos com treinamento e competições esportivas no Exterior, desde que o remetente seja clube, associação, federação ou confederação esportiva ou, no caso de atleta, que sua participação no evento seja confirmada pela respectiva entidade. 3. LIMITE DOS GASTOS PESSOAIS NO EXTERIOR 3.1 - Remessa Por Pessoa Física Residente no País A pessoa física, residente no País, poderá utilizar-se da isenção de que trata o item 2 até o limite global de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ao mês, para os gastos pessoais e de seus dependentes ref erentes às despesas relacionadas na letra c do item 2. 3.2 - Remessa Por Pessoa Jurídica Domiciliada no País A isenção de que trata o item 2 se aplica às remessas IMPOSTO DE RENDA até o limite global de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ao mês, para a pessoa jurídica, domiciliada no País, que arque com despesas pessoais de seus empregados e dirigentes residentes no País, registrados em carteira de trabalho. As despesas deverão ser necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora, conforme determina o art. 299 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 - Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999). 3.3 - Remessas Realizadas Por Clube, Associação, Federação ou Confederação As remessas realizadas por clube, associação, federação ou confederação esportiva, de que trata a letra c.6 do item 2, estão sujeitas ao limite global de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ao mês. 3.4 - Agências de Viagem Em relação às agências de viagem, o limite das despesas de que trata o item 2 é de R$ 10.000,00 (dez mil reais) ao mês por passageiro, observado o seguinte: a) o passageiro deverá ser pessoa física residente no Brasil; b) enquadram-se no limite de isenção somente as despesas que constam na letra c.1 do item 2 relacionadas com a viagem do residente pessoa física; c) para fins de fruição da isenção, não serão admitidas quaisquer outras despesas, além das mencionadas na letra b acima, remetidas por agências de viagens para pessoas físicas ou jurídicas residentes no Exterior, tais como o pagamento de corretagens ou comissões; d) a agência de viagem deverá elaborar e manter, em dispositivo de armazenamento por meio magnético, óptico ou eletrônico, demonstrativo das remessas sujeitas à isenção, de que trata este trabalho, contendo o valor de cada remessa atrelado ao correspondente número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do viajante, residente no País; e) na hipótese de o viajante ser menor e não possuir número de CPF, deverá ser informado no demonstrativo a que se refere a letra d acima o número do CPF do responsável; f) o demonstrativo a que se refere a letra d acima deverá ser comprovado com as Notas Fiscais da prestação de serviço de viagem vendida em nome da pessoa física viajante e o número do seu CPF; g) a agência de viagem fará jus à isenção do IRRF de 497

IMPOSTO DE RENDA que trata o item 2, até o limite de 12.000 (doze mil) passageiros por ano; h) no caso de consolidação de vendas para subsequente remessa por meio de empresa operadora de turismo consolidadora, o limite determinado pela letra g acima será considerado por cada agência de viagem que tiver participado da venda diretamente ao consumidor; i) na hipótese da letra h acima: i.1) a agência de viagens que tiver efetuado a venda diretamente ao consumidor deverá elaborar e apresentar à operadora de turismo consolidadora demonstrativo das remessas sujeitas à isenção de que trata este trabalho, contendo o v alor de cada remessa atrelado ao correspondente número do CPF do viajante residente no País; i.2) a operadora de turismo consolidadora deverá: i.2.1) manter, em dispositivo de armazenamento por meio magnético, óptico ou eletrônico, demonstrativo de que trata a letra i.1, contendo o número do Cadastro da Pessoa Jurídica (CNPJ) de cada agência de viagem que tiver efetuado a venda diretamente ao consumidor; i.2.2) elaborar e manter, em dispositiv o de armazenamento por meio magnético, óptico ou eletrônico, demonstrativo das remessas sujeitas à isenção relativa às vendas próprias, contendo o valor de cada remessa atrelado ao correspondente número do CPF do viajante residente no País; e i.3) o limite de que trata a letra g acima, de cada agência de viagem, deverá ser observado considerando as remessas efetuadas por meio da operadora de turismo consolidadora e as efetuadas diretamente pela agência de viagem. j) a responsabilidade pelo IRRF que deixar de ser retido é da pessoa jurídica remetente, inclusive no caso da operadora de turismo consolidadora de remessas. 3.4.1 - Remessas Antecipadas Para o Fim de Garantir Reservas ou Bloqueios de Serviços Turísticos Aplica-se a isenção de que trata o item 2 às remessas antecipadas para o fim de garantir reservas ou bloqueios de serviços turísticos, observado o limite previsto no subitem 3.4, observado o seguinte: a) as agências de viagem deverão manter demonstrativo do registro das reservas ou bloqueios de serviços turísticos em dispositivo de armazenamento por meio magnético, óptico ou eletrônico; b) no momento da efetiva venda, o demonstrativo de DEZEMBRO - Nº 52/2011 que trata a letra a acima deverá indicar a correlação entre a reserva e o bloqueio de serviços turísticos e a venda efetiva por passageiro; c) o limite a que se refere o subitem 3.4 deverá ser observado na consolidação do valor remetido a título de reserva ou bloqueio de serviço turístico com o valor remetido quando da efetiva venda; d) na hipótese de não ocorrência da venda, deverá ser efetuado o recolhimento do IRRF incidente sobre a parcela referente aos valores remetidos e não restituídos à agência de viagem, salvo na hipótese de caso fortuito ou de força maior. Os demonstrativos deverão ser mantidos pelas agências de viagem para fins de auditoria fiscal, não sendo exigida a sua apresentação à instituição financeira contratada para a realização da remessa. 4. PLANO DE SAÚDE E OPERADORAS DE SEGUROS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Não se aplica a isenção de que dispõe o item 2 ao pagamento de despesas com plano de saúde de operadoras domiciliadas no Exterior e de remessas efetuadas pelas pessoas jurídicas domiciliadas no País, operadoras de seguros privados de assistência à saúde, destinadas a pagamento direto ao prestador de serviço de saúde residente no Exterior. 5. BENEFICIÁRIO RESIDENTE OU DOMICILIADO EM PAÍS OU DEPENDÊNCIA COM T RIBUTAÇÃO FAVORECIDA OU BENEFICIADA POR REGIME FISCAL PRIVILEGIADO A isenção do IRRF, de que trata este trabalho, não se aplica no caso de beneficiário residente ou domiciliado em país ou dependência com tributação favorecida ou beneficiada por regime fiscal privilegiado, conforme constam nos arts. 24 e 24-A da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, salvo se atendidas, cumulativamente, as seguintes condições: a) a identificação do efetivo beneficiário da entidade no Exterior, destinatário dos valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a que se refere o item 2; b) a comprovação da capacidade operacional da pessoa física ou entidade no Exterior de realizar a operação; e c) a comprovação documental do pagamento do preço respectivo e do recebimento dos bens e direitos ou da utilização de serviço. Fundamentos Legais: Os citados no texto. 498