PERCEPÇÕES DISCENTES DA FISIOTERAPIA NAS AÇÕES DE SAÚDE COLETIVA EM GRUPOS DE IDOSOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO

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Transcrição:

PERCEPÇÕES DISCENTES DA FISIOTERAPIA NAS AÇÕES DE SAÚDE COLETIVA EM GRUPOS DE IDOSOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO INTRODUÇÃO Autor: Ahyas Sydcley Santos Alves1; Orientador: Vanessa Lôbo de Carvalho1. 1 Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, ahyasstreet@gmail.com. O envelhecimento humano vem se tornando uma das principais temáticas abordadas no atual cenário científico, social e da saúde, e ações que visem à intervenção e manutenção da saúde priorizando o promocional e preventivo a essa conjuntura e população, também vem se intensificando. No contexto de maior participação, observa-se que há uma relação proporcional entre envelhecer ativamente e participar de grupos, onde podemos assumir que quanto maior a participação comunitária dos idosos, maior a chance de se obter um envelhecimento ativo 1, trazendo à tona a importância das ações em saúde coletiva nessa população. Um dos maiores desafios das últimas décadas, é que com o aumento da idade aumenta o risco de comprometimento funcional e perda de qualidade de vida. 2, nisso, trazendo a necessidade de uma avaliação funcional com acompanhamento do profissional Fisioterapeuta com o idoso. 2 Assim, torna-se, ainda, necessário o estudo e análise das ações em saúde coletiva no envelhecimento, pelo profissional Fisioterapeuta, desde o seu processo de formação na universidade, do contexto teórico em sala de aula à prática extensionistas e de estágio na graduação da área reabilitacional á preventiva. As ações de saúde coletiva tem significado importante espaço de fortalecimento institucional do movimento renovador presente na universidade, gerando questões, propostas, pesquisas, saberes e movimentos que irradiam para o ensino de graduação. 3 Nesse contexto, o Fisioterapeuta, segundo Aveiro, insere-se no sistema de atenção básica sob uma nova perspectiva de atuação, trazendo o enfoque em práticas de prevenção e promoção e não restrita apenas a procedimentos de reabilitação 4, como também esse contexto da atuação Fisioterapêutica na saúde coletiva vem se atualizando no ambiente acadêmico. Há escassez de trabalhos avaliativos sobre as atividades físicas e de educação em saúde realizadas com grupos de idosos 5, e escassez maior sobre a atuação Fisioterapêutica e do ensino e prática na graduação, justificando a realização desse relato de experiência. O objetivo deste trabalho é descrever e refletir sobre a experiência vivenciada no estágio curricular supervisionado do último ano de Fisioterapia em Saúde Coletiva sobre a atuação em grupos de idosos e sua importância na formação curricular a partir de percepções discentes.

METODOLOGIA Relato de experiência vivenciado por estagiário do último ano do curso de Fisioterapia no contexto da saúde coletiva com idosos. O estágio supervisionado em Fisioterapia Coletiva ocorreu pela Universidade Estadual de Ciência de Alagoas, no período de um mês (abril de 2017), de segunda à quinta-feira (sendo as atividades realizadas com os grupos de idosos ás segundas, terças e quintas) na comunidade Pontal da Barra, na cidade de Maceió-AL. As atividades (teórico-práticas), ministradas pelos estagiários, eram realizadas com grupos de idosos de homens, grupo idosos de mulheres e em visita à idosos em domicílio. Essas atividades eram elaboradas/planejadas e discutidas todos os dias pelos estagiários e preceptores, ao início e final das mesmas, em um contexto interdisciplinar na maioria delas (com estagiários e preceptores de Fisioterapia, Fonoaudiologia, Educação Física e Terapia Ocupacional), abordando: educação em saúde (dialógica) e prática de atividade física com ações coletivas preventivas e promocionais de saúde, visita e atenção domiciliar. A educação em saúde era realizada a partir de rodas de conversa e discussão com grupos de homens pescadores da comunidade, muitas vezes levando meios lúdicos como cartazes, revistas, vídeos, músicas, quiz, dados, jogos, em seus locais de trabalho uma vez por semana, abordando temas pertinentes a sua vivência como as doenças que mais acometem homens, câncer de pele, reumatismo, alcoolismo, tabagismo, atividade física e também temas requisitados pelos mesmos, sendo ainda realizadas práticas físicas como alongamentos. Já com o grupo de mulheres, as atividades de educação em saúde eram realizadas dentro das práticas de atividade física, onde se abordavam vários temas de saúde, como alimentação, hipertensão arterial e a própria prática de atividade física. As práticas de atividade física eram realizadas com o grupo de mulheres rendeiras, duas vezes por semana na quadra de esporte, e englobavam a prática corporal e de exercícios físicos, como caminhadas, circuitos, jogos, dança, quiz, competições, alongamentos, utilizando-se de vários apetrechos lúdicos como música, cartazes, bambolês, garrafas, corda de pular, etc. As ações de visita e ações domiciliares eram realizadas duas vezes por semana, nas residências dos idosos, a partir de demanda da população, e constavam do atendimento domiciliar aos mesmos junto a ações educativas, preventivas e promocionais, num contexto de atenção interdisciplinar da Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, na assistência ao idoso. Após todas as atividades realizadas, diariamente realizavam-se supervisões com os preceptores e estagiários acerca das atividades, pontos positivos, críticas, novos planejamentos, análises e novas propostas, vivência, discussão de casos clínicos, etc. Todas as atividades eram registradas em

diários de campo, planejamento diário e atas, como modo de treino aos processos de gestão, planejamento e administração em saúde coletiva. RESULTADOS E DISCUSSÃO O estágio consiste em ações desenvolvidas no futuro ambiente de trabalho, de caráter educativo, que visa à preparação do acadêmico para o trabalho produtivo dos educandos sob a supervisão de um profissional. O estágio visou proporcionar vivências no âmbito da atenção básica ao idoso, considerando diferentes condições e necessidades sociais, sanitárias e funcionais da população adscrita, de forma que o estagiário pudesse desenvolver atividades nos âmbitos de prevenção, promoção e reabilitação, incluindo o trabalho interdisciplinar e a prática da Educação Popular em Saúde. Patrocinio e Pereira 5 relatam que A educação de idosos no Brasil ocorre em vários contextos, entre eles nas universidades da terceira idade (Unatis), em programas socioeducacionais de instituições públicas e privadas, em salas de alfabetização para adultos e em programas desenvolvidos em unidades básicas de saúde, instituições de saúde e organizações não governamentais. 5, corroborando com o ambiente de educação e ações deste relato. Foi perceptível que prática deste estágio contribuiu para a construção do perfil profissional Fisioterapeuta na gerontologia e nesse novo contexto de uma saúde coletiva em que o Fisioterapeuta vem se inserindo. Foi possível vivenciar como estudante como se dá o processo de integralidade em saúde para idosos e de forma geral e o direcionamento das atividades, de acordo com as demandas da comunidade, e como a Fisioterapia pode atuar nesse ambiente, trazendo o que Felix 6 traz em seus estudos, relatando que devemos repensar as concepções de saúde ensinadas na academia e ao que vem ser o fazer Fisioterapia, bem como a integralidade das ações terapêuticas do Sistema Único de Saúde, da criança ao idoso 6. Pode-se despertar para o estudante, a necessidade da criatividade, o empenho, planejamento, vínculo, cuidado e integralidade e nova perspectiva de em saúde, a saúde coletiva e a atenção com idosos. Percebeu-se que era necessário antes das a intervenções com os grupos, o prévio conhecimento de suas características, anseios e objetivos com a sua participação naquelas atividades. Os instrumentos de trabalho utilizados podem ser usados nesse nível de atenção ao idoso. Quanto ao trabalho interdisciplinar com o idoso, este foi possível através da participação em uma equipe que envolvia estagiários de vários cursos, cada esfera trazendo seu conhecimento e prática, discussões, críticas e avanços, contribuindo a saúde do indivíduo. O estágio permitiu o desenvolver competências e habilidades na atenção à saúde, comunicação, administração e no gerenciamento, tomada de decisões, liderança, preparando os futuros profissionais para atender

as necessidades e características das comunidades, focando na educação, promoção, prevenção e reabilitação da saúde. Quanto ao idoso, foi perceptível notar que através das atividades, das trocas de conhecimento entre estagiário e indivíduo, ações e atendimentos sua capacidade, independência, sociabilidade, interação, saúde física e psicoemocional foi afetada, mostrando diferenças em sua qualidade de vida. Foram formados vínculos, relações de cuidados, aceitação, troca de conhecimento, ressocialização, bem-estar, entre outros, tanto entre os grupos como entre os grupos, os profissionais e os estagiários, trazendo a importância do cuidado em saúde na terceira idade, de forma integral, coletiva e humanizada. CONCLUSÕES Portanto, a vivência no estágio possibilitou uma oportunidade de atuação da Fisioterapia dentro do contexto das políticas de saúde do Sistema Único de Saúde, na saúde coletiva e no processo de envelhecimento humano, conseguindo alcançar os objetivos propostos do componente curricular, sendo de grande importância no ambiente de graduação. Conclui-se que, de contrapartida para o indivíduo idoso que disponibilizou das atividades, as atividades realizadas puderam afetar positivamente sua saúde, trocando conhecimentos e melhorando sua qualidade de vida, podendo estas, serem aplicadas em situações, estágios, vida profissional e acadêmica similares. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Campos ACV, Ferreira EF, Vargas AMD. Determinantes do envelhecimento ativo segundo a qualidade de vida e gênero. Ciênc. saúde coletiva [Internet]. 2015 July [cited 2017 June 03]; 20(7): 2221-2237. Available from: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1413-81232015000702221&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015207.14072014. 2. Ragasson CAP, Almeida DCS, Comparin K, Mischiati MF, Gomes JT. Atribuições do Fisioterapeuta no Programa de Saúde da Família: Reflexões a Partir da Prática Profissional. Cadernos UNISUAM de Pesquisa e Extensão. 2012. v. 2,. 1. 3. Batista PSS, Vasconcelos EM, Costa SFG. Ética nas ações educativas e de cuidado em saúde orientadas pela Educação Popular. Interface (Botucatu) [Internet]. 2014 [cited 2017 June 15]; 18(Suppl 2): 1401-1412. Available from: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1414-32832014000701401&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.0404.

4. Aveiro Mariana Chaves, Aciole Giovanni Gurgel, Driusso Patricia, Oishi Jorge. Perspectivas da participação do fisioterapeuta no Programa Saúde da Família na atenção à saúde do idoso. Ciênc. saúde coletiva [Internet]. 2011 Jan [cited 2017 Sep 17] ; 16(Suppl 1): 1467-1478. Available from: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1413-81232011000700082&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/s1413-81232011000700082. 5. Patrocinio WP, Pereira BPC. EFEITOS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE ATITUDES DE IDOSOS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A EDUCAÇÃO GERONTOLÓGICA. Ver. Trab. Educ. Saúde. Mai/ago 2013. Rio de Janeiro. v. 11 n. 2, p. 375-394. 6. Felix MA. Fisioterapia no Sistema Único de Saúde: Estudo Etnográfico de Representações e Práticas em Saúde em Porto Alegre. UFRGS, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. LUME repositório digital. Acesso em: 17 Set 2017. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/7720.