Avaliação de lâminas de irrigação na cultura da mamona em região semiárida

Documentos relacionados
EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA PELA MAMONEIRA SOB DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO*

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

PRODUTIVIDADE DAS CULTIVARES PERNAMBUCANA, BRS PARAGUAÇU E BRS NORDESTINA EM SENHOR DO BONFIM-BA

PARAMETROS DE CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA CULTURA DO PIMENTÃO

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA MAMONEIRA FERTIRRIGADA EM MOSSORÓ RN

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1213

AJUSTE DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO FEIJÃO

Eficiência de uso da água de irrigação em dois sistemas de cultivo de cana-de-açúcar no Submédio São Francisco

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM JUAZEIRO-BA

COMPARAÇÃO ENTRE TRÊS MÉTODOS PARA ESTIMAR A LÂMINA DE IRRIGAÇÃO DO FEIJOEIRO NA REGIÃO DE BAMBUÍ-MG

Potencial hídrico foliar na videira de vinho cultivar Syrah pé franco e enxertada em Paulsen 1103 no período de formação do parreiral em Petrolina, PE

BALANÇO DE ÁGUA NO SOLO EM CULTIVO DE MILHO IRRIGADO

COMPORTAMENTO FISIOLÓGICO DE PLANTAS DE MAMONA CULTIVAR BRS ENERGIA SUBMETIDA A DIFERENTES ESPAÇAMENTOS E LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS DE ESTIMATIVA DE ETc PARA O FEIJÃO- COMUM EM UNAÍ - MG

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA SOB DIFERENTES DENSIDADE DE PLANTAS NO TOCANTINS UNITINS-AGRO

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

CULTIVO DE MAMONA EM SEQUEIRO EM SOLO ALUVIAL DO SEMI-ÁRIDO 1

INFLUÊNCIA DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO E POPULAÇÃO DE PLANTAS EM COMPONENTES DE PRODUÇÃO DA MAMONA CULTIVAR BRS ENERGIA

Eficiência de uso da água de irrigação em dois sistemas de cultivo de cana-de-açúcar de segunda soca no Submédio São Francisco

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1047

MANEJO DE IRRIGAÇÃO COM BASE NO CLIMA NA CULTURA DA MELANCIA NO MUNICÍPIO DE IGUATU-CE

Instituto de Ensino Tecnológico, Centec.

PRODUTIVIDADE DA CULTIVAR BRS ENERGIA EM FUNÇÃO DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO E POPULAÇÕES DE PLANTAS

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM TERESINA PIAUÍ EM MONOCULTIVO E CONSORCIADOS COM FEIJÃO-CAUPI*

DESEMPENHO DE LINHAGENS DE MAMONA EM BAIXA ALTITUDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.

CRESCIMENTO DE FRUTOS DE LIMOEIRO SOB USO DO MOLHAMENTO PARCIAL DO SISTEMA RADICULAR EM CONDIÇÕES SEMI-ÁRIDAS DO NORTE DE MINAS


Produtividade de dois híbridos de sorgo granífero em diferentes épocas de semeadura 1

EFEITOS DE DIFERENTES QUANTIDADES DE ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E DE DENSIDADES POPULACIONAIS NA CULTURA DA MAMONA

TEOR DE ÓLEO E RENDIMENTO DE MAMONA BRS NORDESTINA EM SISTEMA DE OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA RADICULAR DO MAMOEIRO CV. SUNRISE SOLO, SOB DIFERENTES SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Comunicado 95 Técnico

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E TEOR DE ÓLEO DE SEMENTES DAS CULTIVARES: BRS NORDESTINA E BRS PARAGUAÇU SEPARADAS EM CLASSES PELA COR DO TEGUMENTO

PRECIPITAÇÃO PLUVIAL E EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CANA-DE- AÇÚCAR NA REGIÃO DE RIO LARGO-ALAGOAS

CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA COM DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NPK E ÉPOCAS DE PLANTIO. II LIMOEIRO DO NORTE - CE

TAXAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO CAULINAR DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO-SALINO(*)

COMPETIÇÃO DE PLANTAS DANINHAS E ADUBAÇÃO NITROGENADA NO CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis)

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO CULTIVO DO TOMATEIRO IRRIGADO *

FITOMASSA DA MAMONEIRA (Ricinus cumunnis L.) CULTIVAR BRS ENERGIA ADUBADA ORGANICAMENTE

DESBASTE CONTROLADO DOS RAMOS LATERAIS E POPULAÇÃO DE PLANTAS NA CULTURA DA MAMONEIRA

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA PARA O MUNICIPIO DE APODI-RN

UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE IRRISIMPLES NO MANEJO DA IRRIGAÇÃO DO CAFEEIRO CONILON EM PEQUENAS E MÉDIAS PROPRIEDADES NO NORTE DO ESPÍRITO SANTO

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE PORTE BAIXO DE MAMONA (Ricinus communis L.) EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA EM TRÊS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE PATOS-PB

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CV. BRS 149 NORDESTINA ATRAVÉS DA PODA EM DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAIS

SISTEMA RADICULAR ORTOGONAL A FILEIRA DE PLANTAS DE MAMOEIRO CV SUNRISE SOLO SOB IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO

MÉTODOS DE ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA DIÁRIA PARA A REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ, SC

EFEITO DO HERBICIDA TRIFLOXYSULFURON SODIUM NA MAMONEIRA (RICINUS COMMUNIS L.) CULTIVAR BRS NORDESTINA

COEFICIENTE DE CULTIVO (K c ) DO MILHO SAFRINHA PARA A REGIÃO DE DOURADOS MS

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO OPERACIONAL DE UM EQUIPAMENTO PARA DESCASCAMENTO DE MAMONA DA CULTIVAR BRS ENERGIA

Manejo e eficiência de uso da água de irrigação da cultura do abacateiro no Submédio São Francisco

SISTEMA DE PLANTIO E PRODUTIVIDADE DA MAMONEIRA CULTIVADA EM ÁREA DE SEQUEIRO NO MUNICÍPIO DE CASA NOVA-BA

CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA COM DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NPK E ÉPOCAS DE PLANTIO.

Estimativa Da Demanda Hídrica De Reflorestamentos No Norte De Minas Gerais

RESUMO 1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVOS

Estimativa diária da evapotranspiração e do coeficiente de cultivo simples e dual para a cultura da beterraba

AVALIAÇÃO DE UM EQUIPAMENTO MANUAL PARA A SEMEADURA DA MAMONEIRA.

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E BIOMETRIA DE PLÂNTULAS DE MAMONA

DEMANDA HÍDRICA DO CONSÓRCIO MILHO E BRAQUIÁRIA EM MATO GROSSO DO SUL

ANÁLISE DE CRESCIMENTO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO, CULTIVAR BRS 201

ANÁLISE DA IRRIGAÇÃO LOCALIZADA EM ÁREAS CULTIVADAS NA REGIÃO SUL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE MAMONA (Ricinus comunnis L.) EM AGRICULTURA FAMILIAR NO SEMI-ÁRIDO DE PERNAMBUCO.

Teste de Uma Nova Estratégia de Programação de Irrigação na Cultura Milho

CARACTERÍSTICAS FENOLÓGICAS, ACAMAMENTO E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO ARROZ-DE-SEQUEIRO (Oryza sativa L.), CONDUZIDA SOB DIFERENTES REGIMES HÍDRICOS.


XXX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO Eficiência nas cadeias produtivas e o abastecimento global

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

Avaliação da Dinâmica da Água no Solo, Evapotranspiração, Estado Hídrico e Produção da Videira de Vinho Irrigada: Sétimo Ciclo de Produção

VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DO CEARÁ

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA DE PORTE BAIXO AVALIADOS EM RORAIMA 2008

COMPORTAMENTO DE LINHAGENS DE MAMONA (Ricinus communis L.), EM BAIXA ALTITUDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 1

EFEITOS ISOLADOS E CONJUNTOS DA MAMONEIRA (Ricinus communis L.), EM FUNÇÃO DE NITROGÊNIO E TEMPERATURA NOTURNA EM AMBIENTES DIFERENTES

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO/MG

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA NO PERÍODO OUTONO-INVERNO EM ITAOCARA, RJ*

PRODUÇÃO DE FITOMASSA DAS CULTIVARES NORDESTINA E PARAGUAÇU SOB DIFERENTES REGIMES DE ÁGUA NO SOLO

CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE ACESSOS DE MAMONA CULTIVADA SOB IRRIGAÇÃO NO SEMIÁRIDO

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA CULTIVADOS NO SEMI-ÁRIDO BAIANO

BALANÇO DE ÁGUA NO SOLO PARA O MILHO SUBMETIDO A TURNOS DE REGA EM REGIÃO SEMIÁRIDA

BANCO DE DADOS AGROCLIMA

PERFORMANCE DE GENÓTIPOS DE MAMONA AVALIADOS EM CERRADO DE RORAIMA 2008

DÉFICIT HÍDRICO, EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL CULTURA E PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA DA CANA-DE-AÇÚCAR.

Resposta das bananeiras BRS Platina e PA 9401 à irrigação no segundo ciclo nas condições do Norte de Minas

TOLERÂNCIA À SECA EM GENÓTIPOS DE MAMONA*

Classificação de Frutos de Melão Amarelo Goldex Cultivado em Diferentes Coberturas do Solo e Lâminas de Irrigação no Período Chuvoso.

MANEJO DA IRRIGAÇÃO EM CULTURA DE MILHO NO PROJETO JAÍBA, MINAS GERAIS1. Palavras-chave: irrigação, milho, manejo de irrigação, Projeto Jaíba.

GENÓTIPOS DE PORTE MÉDIO DE MAMONA AVALIADOS EM IRECÊ (BA) PARA TEOR DE ÓLEO E PRODUTIVIDADE*

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MAMONA COM E SEM CASCA

VARIAÇÃO NO ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NO SOLO DURANTE O CICLO DE DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO

VARIAÇÃO NO PERCENTUAL DE TEGUMENTO EM RELAÇÃO AO PESO DA SEMENTE DE DEZ GENÓTIPOS DE MAMONEIRA

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1599

Estimativa de coeficientes de cultura (Kc) da fase de florescimento para milho e sorgo no Estado de Minas Gerais

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE CAMPINA GRANDE-PB

CRESCIMENTO FOLIAR DA MAMONEIRA IRRIGADA COM ESGOTO DOMÉSTICO SOB DIFERENTES NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO *

ASSOCIAÇÕES ENTRE OS COMPONENTES DE RENDIMENTO DE MAMONEIRA PARA AMBIENTE DE BAIXAS ALTITUTES

Transcrição:

Avaliação de lâminas de irrigação na cultura da mamona em região semiárida Marcelo Rocha dos Santos 1, Alisson Jhonanthan Ivo Azevedo 2, Jax Emerson Rodrigues Fernandes 2, Breno Rosa Neves 3, Sérgio Luiz Rodrigues Donato 1 e Bismarc Lopes da Silva 3 1 Eng. Agr o, Professor DSc. do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano Campus Guanambi. E-mail: marrochas@yahoo.com.br; sergiodonatoeaf@yahoo.com.br 2 Técnico em Agropecuária. E-mail: alisson-ivo@hotmail.com; jax_riacho@hotmail.com 3 Graduando em Agronomia pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano Campus Guanambi. E-mail: brenocumuru@gmail.com; bismarc.bjl@gmail.com Resumo: Atualmente, é crescente a busca por formas de energia renovável e de menor impactos ambiental, tendo como principal opção o biodiesel. A mamona (Ricinus communis L.) é uma das principais matérias-primas para a derivação desses combustíveis de origem vegetal. Com a escassez de informações na literatura a respeito de irrigação na cultura da mamona em região de semiárido baiano, objetivou-se com este trabalho avaliar diferentes laminas de irrigação no crescimento, número de cacho por planta e produtividade de mamona em região semiárida da Bahia. O trabalho foi desenvolvido numa área experimental do setor de agricultura do Instituto federal de Educação, Ciência e Tecnologia baiano Campus Guanambi. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 04 tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram: T1-100% da ETc, T2 80% da ETc, T3 60% da ETc e T4 40 % da ETc; irrigadas por gotejamento. Concluiu-se que a redução na lâmina de irrigação não ocasionou diferenças na altura da planta, diâmetro do caule e diâmetro da copa para a mamona cultivar Paraguaçu. A programação da irrigação com 80% da ETc seria o mais indicado, com melhor produtividade e eficiência de uso da água. Palavras-chave: biodiesel, recursos hídricos, sustentabilidade 1. INTRODUÇÃO As alterações ocorridas no clima nos últimos anos são consequências de diversos fatores. Dentre eles, podemos citar a emissão de gases nocivos de efeito estufa para atmosfera por diversos mecanismos que utilizam combustíveis de origem fósseis. Como alternativas de redução de impactos ambientais, o mundo contemporâneo está se reorientando para a busca de novas fontes de energia com possibilidade de renovação e que assegurem o desenvolvimento sustentável. Como fonte de energia renovável, podemos citar, o biodiesel que atualmente tem sido objeto de pesquisa por diversas instituições como intuito de gerar informações que possibilitem a tomada de decisões corretas para minimizar problemas que venham causar impactos ambientais. A definição para biodiesel adotada na Lei nº 11.097, de 13 de setembro de 2005, que introduziu o biodiesel na matriz energética brasileira é: Biodiesel: biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil. (NR). A mamona (Ricinus communis L.) é uma das principais matérias-primas vegetais que é utilizada na derivação de óleos vegetais. Esta cultura está incluída no programa nacional de biodiesel, por ser uma fonte de energia renovável, em substituição ao petróleo (BELTRÃO et al., 2009). Apesar de ser uma planta tolerante a seca (CARTAXO et al., 2004), Beltrão e Silva (1999) afirmam que a cultura é exigente em água, necessitando de precipitação entre 600 e 700 mm para obter uma produção acima de 1500 kg ha -1. A definição de lâminas de irrigação, que visa à sustentabilidade produtiva com menor demanda de água, é de fundamental importância, principalmente em regiões semiáridas, onde a demanda de água é elevada e a disponibilidade deste recurso é pequena quando comparada com as demais regiões do país.

De acordo com a nova delimitação (PEREIRA JUNIOR, 2007), o semiárido brasileiro é aquela região cuja precipitação média anual é inferior a 800 mm e índice de aridez de até 0,5 calculado pelo balanço hídrico, no período entre 1961e 1990. Entretanto, em análises de séries de dados, verifica-se que, nos anos mais secos, chove até menos que 200 milímetros (ANA, 2012) nesta região. Carvalho Junior et al. (2010) avaliando lâminas de irrigação na cultura da mamona, verificaram que 75 % da ETo aplicada, correspondeu a mais satisfatória para crescimento e desenvolvimento da mamoneira BRS Energia nas condições edafoclimáticas de Barbalha, CE. A região Nordeste apresenta contribuições favoráveis para o cultivo da mamona, entretanto, o recurso água em muitas localidades se torna fator limitante. Como ainda é escasso na literatura informações sobre irrigação na cultura da mamona, objetivou-se com este trabalho avaliar diferentes lâminas de irrigação no crescimento, número de cacho por planta e produtividade de mamona em região semiárida da Bahia. 2. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido numa área experimental do setor de agricultura do Instituto federal de Educação, Ciência e Tecnologia baiano Campus Guanambi, com latitude de 14º13 30 S, longitude de 42º46 53 W, altitude de 525 m, precipitação média anual de 680 mm e temperatura média anual de 25,6 ºC, em um Latossolo, de textura média. O estudo teve como base o uso de diferentes lâminas de irrigação na cultura da mamona Paraguaçu, desde o plantio em 27 de julho de 2011 à colheita em 15 de novembro de 2011. O espaçamento utilizado foi de 1,5 m entre plantas dentro das fileiras e 2 m entre fileiras, irrigadas por gotejamento com um emissor por planta aplicando uma vazão de 8 L h -1. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 04 tratamentos e quatro repetições, sendo a parcela experimental representada por quatro fileiras com cinco plantas por fileiras. Na parcela experimental foram usadas as três plantas centrais das duas fileiras centrais. Os tratamentos foram: T1-100% da ETc, T2 80% da ETc, T3 60% da ETc e T4 40 % da ETc. As diferenciações das lâminas de irrigação aplicadas pelos gotejadores foram obtidas pela variação no tempo de aplicação das mesmas, através do fechamento dos registros equivalente aos diferentes tratamentos. As irrigações foram realizadas com base na evapotranspiração de referência (ETo) determinada diariamente por meio do método de Penman-Monteith (método-padrão da FAO) (ALLEN et al., 1998), usando dados de uma estação meteorológica automática instalada próximo a área. Os coeficientes da cultura (Kc) utilizados no cálculo da evapotranspiração durante o ciclo da mamona, foram: de 0,35 na fase inicial; 0,75 na fase de crescimento; 1,05 na fase de período intermediário e na fase do período final conforme Doorenbos e Pruitt (1977). A evapotranspiração da cultura para fins de manejo de irrigação nos diferentes tratamentos foi calculada pela equação: ETc = ETo Kc Kl em que, ETc = evapotranspiração da cultura (mm d -1 ); ETo = evapotranspiração de referência (mm d -1 ); Kc = coeficiente de cultura (adimensional); e Kl = coeficiente de localização (adimensional). O tempo de irrigação por dia, utilizado no manejo da irrigação durante o experimento, foi calculado usando a equação recomendada por Goodwin e Boland (2000) com adaptação para irrigação localizada em faixa e acrescida da eficiência da aplicação: ETc Rp E1 E2 Ti q Ea em que, Ti = tempo de irrigação (h d -1 ); Rp = reposição da ETc conforme o tratamento (decimal);

Velocidade do vento (m s -1 ) Precipitação (mm) Temperatura ( o C) Umidade relativa (%) E 1 = espaçamento entre fileiras de mangueira (m); E 2 = espaçamento entre plantas dentro da fileira (m); q = vazão do microaspersor em (L h -1 ); e Ea = eficiência de aplicação (decimal). Nas ocasiões de ocorrência de precipitações, estas foram subtraídas da ETc para obter o tempo de irrigação. Os valores de coeficiente de localização (K l ) foram calculados considerando a área sombreada pela planta ou a área molhada pelo emissor do sistema de irrigação, prevalecendo sempre o maior valor, conforme Bernardo et al. (2006), obtendo valor unitário. As principais variáveis do clima que influenciam diretamente na evapotranspiração de referência e, consequentemente na evapotranspiração da cultura, são verificadas na Figura 1. 33 31 29 27 25 23 21 19 17 15 6 5 4 3 2 1 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120130 C A 95 85 75 65 55 45 35 25 15 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 B D Figura 1 - Temperatura média (A), umidade relativa média (B), Velocidade do vento média (C) e precipitação (D) no local do experimento durante o período de avaliação. Durante o período condução do experimento, foi realizado quinzenalmente avaliação do crescimento como altura da planta, diâmetro do caule, diâmetro da copa nos diferentes tratamentos, efetuando medições diretas com uso de trena e paquímetro. No momento da colheita foi quantificado o número de cacho por planta e, depois de beneficiado foi avaliado a produtividade nos diferentes tratamentos. Por motivos de precipitações elevadas após os 111 dias após o plantio, optou-se por finalizar o processo avaliativo. Pois, as chuvas intensas por períodos prolongados (Figura 1D) possivelmente poderia contribuir para desenvolvimento e produção da cultura não esperado conforme objetivo e metodologia do trabalho. Os dados obtidos de altura da planta, diâmetro do caule, diâmetro da copa, número de cacho por planta e produtividade foram analisados por meio de análise de variância. As médias foram comparadas utilizando-se o teste de Tukey adotando-se um nível de 5 % de probabilidade.

Diâmetro do caule (m) Altura da planta (m) Diâmetro da copa (m) 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os parâmetros: altura da planta, diâmetro do caule e diâmetro da copa da cultura em diferentes determinações no seu desenvolvimento, são verificados na Figura 2. Pelo teste de Tukey (P<0,05) não houve diferenças significativas entre os tratamentos para as médias de altura da planta, diâmetro do caule e diâmetro da copa no desenvolvimento da cultura. 1.60 1.40 1.20 1.00 0.80 0.60 0.40 60 70 80 90 100 110 120 130 T01 T02 T03 T04 A 2.50 2.30 2.10 1.90 1.70 1.50 1.30 1.10 0.90 0.70 0.50 60 70 80 90 100 110 120 130 B T01 T02 T03 T04 0.06 0.05 0.04 0.03 C 0.02 0.01 0.00 60 70 80 90 100 110 120 130 T01 T02 T03 T04 Figura 2 - Altura média da planta (A), diâmetro médio da copa (B) e diâmetro médio do caule da planta (C) em diferentes fases de desenvolvimento da cultura. A produtividade da mamona Paraguaçu foi influenciada pelas diferentes lâminas de irrigação adotadas. Verifica-se na Figura 3 que a lâmina com 80% da ETc proporciona melhor produtividade. Pelo teste de Tukey (P<0,05), não houve diferenças significativas entre as médias de produtividades para os tratamentos 2, 1 e 3, bem com, para os tratamentos 1, 3 e 4. Portanto, o tratamento 2 com maior produtividade diferiu do tratamento 4. Figura 3 - Produtividade de mamona Paraguaçu sob diferentes lâminas de irrigação.

Biscaro et al. (2012), em seu trabalho com diferentes lâminas de irrigação em duas variedade de mamona, ressaltam que o aumento da lâmina de irrigação proporcionou incremento significativo da maioria dos componentes da produção e produtividade da cultura, sendo que as plantas que recebiam 150% da ETc apresentou a maiores produtividades. Os resultados de produtividade encontrados no presente trabalho diferem daqueles encontrado por Biscaro et al. (2012), o que pode estar relacionado fatores inerentes à variedade e condições edafoclimáticas. Estes resultados deste trabalho corroboram com Carvalho Junior et al. (2010), onde, avaliando lâminas de irrigação na cultura da mamona, verificaram que 75 % da ETo aplicada, correspondeu a mais satisfatória lâmina para crescimento e desenvolvimento da mamoneira BRS Energia nas condições edafoclimáticas de Barbalha, CE. Portanto, diverge de Beltrão e Silva (1999), onde, afirmam que a cultura é exigente em água, necessitando de precipitação entre 600 e 700 mm para obter uma produção acima de 1500 kg ha -1. Neste trabalho, com irrigação e precipitação pouco superior a 300 mm obteve uma produtividade de aproximadamente 2450 kg ha -1. Tabela 1 - Produtividade, lâmina bruta aplicada e eficiência de uso da água para a cultura da mamona Paraguaçu Parâmetros Tratamentos 01 02 03 04 Produtividade (kg ha -1 ) 1822,62 2448,55 1818,64 1127,12 Lâmina bruta (mm) 392,41 312,07 231,65 151,48 EUA (kg ha -1 mm -1 ) 4,64 7,85 7,85 7,44 4. CONCLUSÕES A redução na lâmina de irrigação não ocasionou diferenças na altura da planta, diâmetro do caule e diâmetro da copa para a mamona cultivar Paraguaçu. A irrigação na cultura da mamona Paraguaçu pode ser programada com uso de 80% da ETc na região de semiárido baiano. REFERÊNCIAS ANA. Agência Nacional de Águas. Disponível em: http://hidroweb.ana.gov.br/hidroweb.asp?tocite m=1080&tiporeg=7&mostracon=false&criaarq=false&tipoarq=1&seriehist=true>. Acesso em: 11 mar. 2012. ALLEN, R. G., PEREIRA, L. S., RAES, D., SMITH, M. Crop evapotranspiration: guidelines for computing crop water requirements. Rome: FAO, 1998. 300p. (FAO. Irrigation and Dranaige Paper, 56). AZEVEDO, D. M.; LIMA, E. F. (Org.) O agronegócio da mamona no Brasil. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2001. 350 p. BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C.. Manual de Irrigação. 8. ed. Viçosa: Editora UFV, 2006. v. 1. 625 p BELTRÃO, N. E. M.; OLIVEIRA, M. I. P.; AMORIM, M. L. C. M. Opções para a produção de biodiesel no semiárido brasileiro em regime de sequeiro: porque algodão e mamona. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2009. 36 p. (Embrapa Algodão. Documentos, 220).

BELTRÃO, N. E. M.; SOUZA J. G. Estresse hídrico (deficiência e excesso) e seus efeitos no crescimento inicial da mamoneira, cultivar BRS 188 Paraguaçu. Revista de Oleaginosas e Fibrosas, Campina Grande, v.7, n.2/3, p.735-741, maio-dez. 2003. BELTRÃO, N. E. M., SILVA, L. C. Os múltiplos usos do óleo da mamona (Ricinus communis L.) e a sua importância do seu cultivo no brasil. Fibras e óleos. Campina Grande, n.31, 1999. BEZERRA, E. L. Evapotranspiração na cultura da mamoneira. 2004. 63 f. Dissertação (Mestrado em Agricultura Tropical) - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Cuiabá. BISCARO, G.A.; VAZ, M. A. B.; GIACON, G. M.; GOMES, E. P.; DA SILVA, S. B.; MOTOMIYA, A. V. A. Produtividade de duas cultivares de mamona submetidas a diferentes lâminas de irrigação suplementar. Campina Grande, PB : Revista Brasileira de Engenharia agrícola e Ambiental. v.16, n.9, p.925 930, 2012. CARTAXO, W. V.; BELTRÃO, N. E. M.; SILVA, O. R. R. F. SEVERINO, L. S.; SUASSUNA, N. D.; SOARES, J. J. O cultivo da mamoneira no semi-árido brasileiro. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2004. 20p. (Circular Técnica, 77). CARVALHO JÚNIOR, G. S.; PEREIRA, J. R.; QUESADO, F. C.; CASTRO, M. A. N.; SOUZA, D. F.; ABDALA, C. S.; ARAÚJO, W. P.; LIMA, F. V. Comportamento da mamoneira brs energia em diferentes lâminas de irrigação. In. IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB. Anais. p. 1053-1059. João Pessoa, PB. 2010. DOORENBOS, J.; PRUITT, J. O. Crop water requeriment. Rome: FAO, 1977. 144p. (FAO Irrigation and Drainage Paper 24). FREIRE, R. M. M. Ricinoquímica. In: In: AZEVEDO, D. M. P. de; LIMA, E. F. (ed.). O agronegócio da mamona no Brasil. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2001. p. 295-336. GOODWIN, I., BOLAND, A. M. Scheduling deficit irrigation of fruit trees for optimizing water use efficiency In. Deficit Irrigation Practices, Water Reports, n. 22, p. 67-78, 2000. Roma, FAO, 2000. PEREIRA JUNIOR, J. S. Nova delimitação do semi-árido brasileiro. Biblioteca Digital da Câmera dos Deputados. Centro de Documentação e Informação. Brasília, DF. 24 p. 2007. SAVY FILHO, A.; BENZATTO, N.V.; BONDOZ, M.Z. Mamona. In: OLEAGINOSAS NO ESTADO DE SÃO PAULO: ANÁLISE E DIAGNÓSTICO. Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada-CATI, Campinas, 1999, p. 29-39.