FISCALIZAÇÃO SUCESSIVA Art.º 72 (Prestação de Contas)

Documentos relacionados
O Parecer do Tribunal de Contas sobre a Conta Geral do Estado no Âmbito da Prestação de Contas

RELATÓRIO V.E.C. Nº 01/2009 2ª S. PROCESSO Nº 768/2008

RELATÓRIO V.E.C. Nº 01/2008 2ª S. PROCESSO Nº 468/2007

ARTIGO 1. O artigo 4 do decreto n 23/01, de 12 de Abril passa a ter a seguinte redacção: Artigo 4. (Direcção dos Serviços de Auditoria e Fiscalização)

IV ASSEMBLEIA GERAL DA ORGANIZAÇÃO DAS ISC DA CPLP AS RECOMENDAÇÕES DAS INSTITUIÇÕES SUPERIORES DE CONTROLO E O ACOMPANHAMENTO DO SEU ACATAMENTO

REGULAMENTO COMISSÃO DE AUDITORIA CAIXA ECONÓMICA MONTEPIO GERAL, CAIXA ECONÓMICA BANCÁRIA, S.A.

Lei nº 75/ Secção II

REGULAMENTO DE TAXAS, LICENÇAS E SERVIÇOS DA JUNTA DE FREGUESIA DE SANTA MARIA DOS OLIVAIS. Preâmbulo

Tribunal de Contas PLANO DE APRESENTAÇÄO

_ CONTAS. VARZIM LAZER - Empresa Municipal de Gestão de Equipamentos Desportivos e de Lazer, E.M. Conta anual 2015 PROCESSO n.º 1383/2015 TRIBUNAL

GABINETE DE REGISTO E INFORMAÇÃO PÚBLICA

INSTRUÇÕES Nº 1/97-2ª S.

A competência legal da Assembleia de Freguesia desdobra-se nas seguintes vertentes: a) Competência de organização interna

_ CONTAS. FESNIMA - Empresa Pública de Animação de Olhão, E.M. Conta anual 2015 PROCESSO n.º 756/2015 TRIBUNAL

REGULAMENTO E TABELA GERAL DE TAXAS DA FREGUESIA DE SANTIAGO DE SESIMBRA CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS. Artigo 1º. Objecto. Artigo 2º.

REGULAMENTO E TABELA GERAL DE TAXAS

REGULAMENTO DO CONSELHO FISCAL

Verificação Interna à Conta de Gerência da Câmara Municipal de Santa Cruz relativa ao ano económico de 2009

Regulamento de Taxas para Inspecção de Ascensores, Monta-Cargas, Escadas Mecânicas e Tapetes Rolantes

Estatutos. Capítulo I Disposições fundamentais. Art.1º (Denominação)

DECRETO N.º 364/XII. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Artigo 1.

Ministério da Ciência e Tecnologia

JUNTA DE FREGUESIA FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO REGULAMENTO E TABELA GERAL DE TAXAS DA FREGUESIA DE FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO

A EXPERIÊNCIA DE MOÇAMBIQUE EM AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS

REGULAMENTO DO CONSELHO FISCAL DO BANCO BIC PORTUGUÊS, S.A. Atualizado a 09 de novembro de 2017

REGULAMENTO MUNICIPAL DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO DE ASCENSORES, MONTA-CARGAS, ESCADAS MECÂNICAS E TAPETES ROLANTES Preâmbulo

Conta da Escola Secundária de Francisco Franco Conta n.º 198/13 RELATÓRIO N. O 1/ 2018 VERIFICAÇÃO INTERNA DE CONTAS PROCESSO N.

PROJETO DE REGULAMENTO DE APOIO A INICIATIVAS EMPRESARIAIS ECONÓMICAS DE INTERESSE MUNICIPAL

Estatutos CISCO - Associação Cultural Juvenil CAPÍTULO PRIMEIRO DA ASSOCIAÇÃO E DOS SEUS FINS. Artigo Primeiro

REGULAMENTO E TABELA DE TAXAS FREGUESIA DE SANTA MARIA

Regulamento Interno da Comissão de Fiscalização da CMVM

SUMOL+COMPAL, SA. REGULAMENTO DO CONSELHO FISCAL 1.º ÂMBITO

Regulamento do Conselho Fiscal GALP ENERGIA, SGPS, S.A.

Tribunal de Contas Secção Regional da Madeira

CAPÍTULO 1. Rádio e Televisão de Portugal, S. A. Artigo 2. Diário da República, J. série N de Fevereiro de Artigo 1.0

REGULAMENTO DO JE JÚRI DE ÉTICA DO ICAP

Autoria JMGA. Estatutos aprovados em Assembleia de Fundadores, 12 de Dezembro de 2001: CAPÍTULO PRIMEIRO. (Da denominação, sede, objecto e fins)

REGULAMENTO E TABELA GERAL DE TAXAS FREGUESIA DE SÃO SEBASTIÃO

ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2019

ESTATUTOS DO CORAL INFANTIL DE SETÚBAL CAPITULO I DENOMINAÇÃO, NATUREZA JURÍDICA E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Verificação Interna à Conta de Gerência da Escola Básica e Secundária Professor Dr. Francisco Freitas Branco relativa ao ano económico de 2010

REGULAMENTO DE PAGAMENTO DE QUOTAS DA ORDEM DOS MÉDICOS VETERINÁRIOS

REGULAMENTO INTERNO DO CONSELHO FISCAL DA PORTUCEL

ORDEM DOS ENGENHEIROS REGULAMENTO DE ISENÇÃO DE QUOTAS

Regulamento do Conselho Fiscal

PROGRAMA DE PÓS-DOUTORAMENTO FLAD/IPRI-UNL

FREGUESIA DE SÃO MAMEDE Concelho de Évora REGULAMENTO DE TABELAS E TAXAS DA FREGUESIA DE SÃO MAMEDE

REGULAMENTO DA COMISSÃO DE AUDITORIA DA PARPÚBLICA, PARTICIPAÇÕES PÚBLICAS, SGPS, SA REGULAMENTO

Lei Orgânica n.º 2/2005 de 10 de Janeiro. Lei de organização e funcionamento da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos

CÂMARA MUNICIPAL DE SEIA. Regulamento da Actividade de Fiscalização de Obras Sujeitas a Licenciamento Municipal

REGULAMENTO E TABELA GERAL DE TAXAS FREGUESIA DO PILAR DA BRETANHA

PROCEDIMENTO DE SELEÇÃO DE REVISOR OFICIAL DE CONTAS PARA A REVISÃO LEGAL DAS CONTAS DA UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO ALTO MINHO, E. P. E.

Regulamento sobre Prestação de Serviço Técnico de Revisão de Rotulagens em Suplementos Alimentares

REGULAMENTO DE TAXAS E LICENÇAS DA FREGUESIA DE GERAZ DO MINHO

RGI - Clube do Pessoal da Siderurgia Nacional

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

REGULAMENTO DA ASSEMBLEIA GERAL DA ASSOCIAÇÃO DISTRITAL DE ATLETISMO DE COIMBRA

Poder Legislativo - Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária

ESTATUTOS DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE FUNDIÇÃO

ACÓRDÃO nº85 /04-1.Jun 1ªS/SS

Regulamento e Tabela Geral de Taxas e Licenças

REGULAMENTO DO COLÉGIO DA ESPECIALIDADE DE IMPOSTOS SOBRE O PATRIMÓNIO

Serviço de Educação e Bolsas REGULAMENTO DE BOLSAS PARA INVESTIGAÇÃO CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS. Artº 1º

TRIBUNAL DE RECURSO. Deliberação n.º 2/2013, de 14 de Março de (Aprovação do Plano Trienal e do Plano Anual de Acção para 2013)

REGULAMENTO DAS TAXAS DA FREGUESIA

REGULAMENTO DO COLÉGIO DA ESPECIALIDADE DE CONTABILIDADE PÚBLICA CAPÍTULO I. Da constituição e objetivos. Artigo 1º

Sistema Fiscal Moçambicano GARANTIAS GERAIS E MEIOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE PAGAMENTO DE DÍVIDAS TRIBUTÁRIAS A PRESTAÇÕES COMPENSAÇÃO DAS DÍVIDAS

REPÚBLICA DE ANGOLA. Lei n.º /09. de de

REGULAMENTO MUNICIPAL INSPECÇÃO DE ASCENSORES, MONTA- CARGAS, ESCADAS MECÂNICAS E TAPETES ROLANTES. Preâmbulo

REGULAMENTO DE UTILIZAÇÃO DO SALÃO POLIVALENTE

REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE APOIO ÀS FREGUESIAS. Preâmbulo. A Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, aprovou o regime jurídico das

Estatutos da Associação Portuguesa de Antropologia

Regulamento para Inspecção de Ascensores, Montacargas, Escadas Mecânicas e Tapetes Rolantes Município de Sobral de Monte Agraço

DIREITO CONSTITUCIONAL

Disposições gerais. Artigo 2. Definições. Para efeitos do presente diploma entende-se por:

ASSEMBLEIA NACIONAL. Deliberação nº8/vi/01 de 31 de Maio da Mesa da Assembleia Nacional. Artº. 1º (Aprovação) Artº. 2º (Entrada em vigor)

A LGT no Orçamento do Estado para Audit Tax Advisory Consulting

Regulamento do Conselho Fiscal

Regulamento e Tabela Geral das Taxas da Freguesia de Vila Nova

Autoridade de Certificação. Processo de Certificação de Despesas

Rui Duarte Morais QUANDO A ADMINISTRAÇÃO FISCAL INCUMPRE QUINTAS-FEIRAS DE DIREITO 7 DE JULHO DE 2011

BNC - BANCO NACIONAL DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO, S.A.

MINISTÉRIOS DA SAÚDE E DO AMBIENTE. Portaria n. 174/97 de 10 de Março

A CONTA GERAL DO ESTADO

O ÂMBITO DO CCP À LUZ DA SUA NOVA REVISÃO

LEI N 92/IV/93 De 15 de Dezembro de 1993

Portaria n.0 994/99, de 5 de Novembro

Programa de Apoio à Economia Local. Lei n.º 43/ Diário da República n.º 166/2012, Série I de Diploma

Estatutos do CEDIPRE

Estabelece o regime contra-ordenacional do Regulamento de Segurança de Barragens aprovado pelo Decreto-Lei n.º 344/2007, de 15 de Outubro

Conselho Geral e de Supervisão REGULAMENTO INTERNO COMISSÃO DE VENCIMENTOS

Prova de Auditoria TCE-SC/2016 comentada.

PARECER JURÍDICO N.º 62 / CCDR-LVT / Validade Válido JURISTA MARTA ALMEIDA TEIXEIRA

Curso Breve sobre a Reforma do Sistema Orçamental Português

1. Objectivo, âmbito e competência

Tribunal de Contas Secção Regional da Madeira

Certificação no Sector da Construção

Transcrição:

FISCALIZAÇÃO SUCESSIVA Art.º 72 (Prestação de Contas) 1. A prestação de contas é feita por períodos anuais, salvo quando, dentro do mesmo ano haja substituição da totalidade dos responsáveis, caso em que deve ser organizada uma conta por cada gerência. 2. Estão também obrigados à prestação de contas, aqueles que, mesmo sem título jurídico adequado, exerçam efectivamente a gestão Art.º73 (prazos) 1. O prazo para a apresentação das contas é de seis meses, a contar do último dia do período a que dizem respeito. 2. A requerimento dos interessados, que invoquem motivos justificados, o Tribunal pode fixar prazo diferente, mas nunca superior a 12 meses. 3. O tribunal pode, excepcionalmente, relevar a falta de cumprimento dos prazos referidos nos números anteriores Art.º74 (Isenção) 1. Estão isentos da prestação de contas os organismos e os serviços cuja despesa anual não exceda a quantia em moeda nacional equivalente a USD 500 000,00 sem

prejuízo da obrigação de documentar, legalmente, as respectivas despesas. 2. A isenção de prestação de contas não prejudica os poderes de fiscalização do Tribunal. Art.º75 (Processo de verificação de contas) 1. Os processos de verificação de contas e de auditoria adoptados pela Direcção dos Serviços técnicos devem constar de normas de auditoria e de procedimentos a aprovar pelo plenário do Tribunal de Contas. 2. A elaboração do relatório e do parecer sobre a prestação de contas, incluindo os dos órgãos de soberania, devem obedecer aos formulários aprovados pelo Tribunal de Contas. Art.º76 (Verificação interna das contas) 1. As contas a que se refere o n.6 do artigo 9.º da presente lei são objecto de verificação interna por parte da Direcção dos Serviços Técnicos e, quando em termos, devem ser certificadas pelo respectivo director. 2. A verificação interna abrange a análise e a conferência da conta, para demonstração numérica das operações realizadas, pois integram o débito e o crédito da gerência, com evidência dos saldos de abertura e de encerramento. 3. Não podem ser objecto de procedimento previsto no número anterior as contas em que tenham sido detectadas irregularidades ou haja suspeita de

irregularidade, bem como aquelas que a 2ª Câmara do tribunal decida mandar submeter a julgamento. 4. Os juízes da 2ªCamara são, obrigatoriamente, notificados da certificação das contas antes da sua efectiva devolução 5. As contas certificadas nos termos do n.1 do presente artigo podem ser chamadas a julgamento no prazo de quatro anos, a contar da data de certificação, mediante deliberação do Tribunal, por iniciativa própria ou a requerimento fundamentado do Ministério Público ou de qualquer interessado. 6. O levantamento das contas que tenham sido objecto de devolução é da responsabilidade dos serviços que as prestam e deve ser feito no prazo que lhe seja assinalado. 7. Quando os resultados das acções de verificação interna evidenciem factos constitutivos de responsabilidade financeira o Tribunal pode determinar a realização de auditoria à respectiva entidade. Art.º n. 77 (Verificação Externa das Contas) A verificação externa das contas deve ser feita com recurso aos métodos e técnica de auditoria decididos, em cada caso, pelo Tribunal e deve concluir pela elaboração e aprovação de um relatório, do qual conste o seguinte: a) A entidade fiscalizada b) Os responsáveis pela representação e gestão financeira das contas c) A demonstração referida no n.º2 do artigo anterior d) O juízo sobre a legalidade das operações examinadas e) A descrição das situações susceptíveis de traduzir eventuais casos de infracções financeiras.

f) A apreciação da economia, da eficiência e da eficácia da gestão financeira g) Os métodos e as técnicas de verificação utilizados h) A opinião dos responsáveis, nos termos previstos no n.º3 do artigo 17º. Da presente lei i) Recomendação para serem supridas as deficiências de gestão, organização e funcionamento dos organismos ou entidades j) Emolumentos e outros encargos devidos pela entidade fiscalizada Art.º n. 78 (Auditorias) 1. O tribunal pode, nos termos do disposto no n.º3 do artigo 9º da presente lei(lei n.º13/10 de 9 de Julho), realizar, a qualquer momento, auditorias a determinados actos, procedimentos ou aspectos da gestão financeira das entidades sujeitas aos seus poderes de controlo financeiro, sem prejuízo do estabelecido no artigo 19º da presente lei. 2. Os processos de auditoria concluem pela elaboração e aprovação de um relatório, ao qual se aplica o disposto nas alíneas a) a g) do artigo anterior. Art.º n. 79 (Fiscalização de subsídios e garantias do Estado) 1. As entidades de direito privado ou do sector cooperativo que recebem subsídios ou garantias do Estado estão, nos termos do n.º4 do artigo 9.º da presente lei, sujeitos aos poderes de fiscalização do Tribunal de Contas. 2. A Fiscalização sucessiva das entidades referidas no número anterior só pode ser exercida mediante decisão do Tribunal ou por solicitação da Assembleia Nacional. 3. Os poderes de fiscalização do Tribunal devem limitar-se à apreciação sobre a forma de utilização desses subsídios e garantias do Estado, sem prejuízo

de outros deveres de natureza financeira ou patrimonial que, por força dessas ajudas, essas entidades estejam, legalmente, obrigadas a cumprir. Art.º n. 80 (Instruções) O Tribunal emite instruções de execução obrigatória sobre a forma como devem ser prestadas as contas e apresentados os documentos que devem acompanha-las. Art.º n. 81 (Diligências complementares) A prestação de contas pela forma que esteja determinada não prejudica a faculdade do Tribunal exigir, de quaisquer entidades, documentos e informações necessárias, bem como requisitar, à Inspecção Nacional de Finanças ou outro organismo público, a realização das diligências que julgue convenientes.