Ocupação do território e Impactos Ambientais o papel dos grandes projetos de eletrificação da Amazônia Marcia Feitosa Garcia 1



Documentos relacionados
Comentários sobre o. Plano Decenal de Expansão. de Energia (PDE )

FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

11 de maio de Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

REGIÃO NORTE: MAIOR REGIÃO BRASILIERA EM EXTENSÃO. 45% do território nacional

O Globo 09/01/2011 Desmatobrás Construção de 61 hidrelétricas provocará desmatamento de 5,3 mil km2, equivalente à área do Grande Rio Liana Melo e

O passo a passo da participação popular Metodologia e diretrizes

ALEXANDRE UHLIG Instituto Acende Brasil. EXPANSÃO DA GERAÇÃO NA ERA PÓS- HIDRELÉTRICA Guia para debates

DISTRIBUIÇÃO DO CAPITAL SOCIAL NO BRASIL: UMA ANÁLISE DOS PADRÕES RECENTES

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

ANAIS DA 66ª REUNIÃO ANUAL DA SBPC - RIO BRANCO, AC - JULHO/2014

Organização da Aula. Política de Desenvolvimento Econômico. Aula 2. Contextualização

Termo de Referência nº Antecedentes

3º. Seminário Nacional de Segurança e Saúde no Setor Elétrico Brasileiro

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

A USINA HIDRELÉTRICA DO ESTREITO-MA: ANÁLISE DE SEUS ESPAÇOS DE INFLUÊNCIA SOB A CONTRIBUIÇÃO DO TRABALHO DE MILTON SANTOS

4. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

11.1. INFORMAÇÕES GERAIS

Termo de Referência INTRODUÇÃO E CONTEXTO

ARTIGO - ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA PROFESSOR: SÉRGIO MENDES. PPA Alterações na Estrutura Programática Parte II

MMX - Controladas e Coligadas

A CRISE ENERGÉTICA NO BRASIL: HISTÓRICO E SITUAÇÃO ATUAL

ORÉADES NÚCLEO DE GEOPROCESSAMENTO RELATÓRIO DE ATIVIDADES

O Mercado de Energias Renováveis e o Aumento da Geração de Energia Eólica no Brasil. Mario Lima Maio 2015

A REINSERÇÃO DE NOVA ESPERANÇA NA REDE URBANA DE MARINGÁ: UMA PROPOSTA DE ESTUDO

BRASIL REGIONALIZAÇÕES. Mapa II

COMISSÃO DA AMAZÔNIA, INTEGRAÇÃO NACIONAL E DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Pesquisa sobre o Perfil dos Empreendedores e das Empresas Sul Mineiras

ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS

Nota Técnica n o 101/2005 SRC/ANEEL. Em 16 de setembro de 2005.

IMPACTO VIRTUOSO DO PÓLO INDUSTRIAL DE MANAUS SOBRE A PROTEÇÃO DA FLORESTA AMAZÔNICA SUFRAMA JUNHO DE 2007

TERMO DE REFERENCIA Nº 04

Estratégias para a implantação do T&V

WALDILÉIA DO SOCORRO CARDOSO PEREIRA

Informação sob embargo até dia 30/11 às 9hs... Cana-de-açúcar avança em áreas prioritárias. para a conservação e uso sustentável do Cerrado

Universidade Federal de Uberlândia PRGRA Pró-Reitoria de Graduação DIRPS Diretoria de Processos Seletivos

RELATÓRIO TÉCNICO GESOL Nº 19/2009

Número 24. Carga horária de trabalho: evolução e principais mudanças no Brasil

SETE SEMANAS PARA O SUCESSO DE UM ESCRITÓRIO - ETAPAS BÁSICAS PARA IMPLANTAÇÃO DO MARKETING JURÍDICO

Amazônia Brasileira e Brasil em Crise

EMENDA AO PLDO/ PL Nº 009/2002-CN ANEXO DE METAS E PRIORIDADES

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Política de Sustentabilidade das empresas Eletrobras

ambientes de topografia mais irregular são mais vulneráveis a qualquer tipo de interferência. Nestes, de acordo com Bastos e Freitas (2002), a

Aula 19 Conteúdo O homem e o meio ambiente. Principais problemas ambientais do mundo.

Exercícios Amazônia. Geografia Professor: Claudio Hansen. Material de apoio do Extensivo

Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: Ciências

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO PROJETO

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Notas sobre o balanço de um ano do PAC

Universidade Federal de Pelotas UFPEL Departamento de Economia - DECON. Economia Ecológica. Professor Rodrigo Nobre Fernandez

Força Total Amazônia Prof a. Rose Rodrigues

Uma Estratégia Produtiva para Defesa da Biodiversidade Amazônica

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2016

GESTÃO AMBIENTAL. Avaliação de Impactos Ambientais ... Camila Regina Eberle

Objetivo 3.2. Melhorar a infra-estrutura de transporte e logística do Estado. As prioridades estaduais, segundo a visão da indústria, estão na

4 O Sistema Eletro-energético Brasileiro

Simpósio Estadual Saneamento Básico e Resíduos Sólidos: Avanços Necessários MPRS

AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL REALIZADA NA PONTE DO RIO SÃO JORGE/PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS

Biodiversidade em Minas Gerais

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE BIBLIOTECAS ESCOLARES NA CIDADE DE GOIÂNIA

Projeto Você pede, eu registro.

RECURSOS HÍDRICOS DISPONÍVEIS NO BRASIL PARA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

PROJETO DE LEI N o 1.847, DE 2003

Desafios e oportunidades associadas ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) 7ª CONSEGURO setembro 2015

Universidade de Brasília Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação Departamento de Ciência da

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO

MANUAL PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS. Junho, 2006 Anglo American Brasil

AUDIÊNCIA PÚBLICA Política Nacional de Resíduos Sólidos Plano Nacional de Resíduos Sólidos

Boletim Goiano de Geografia E-ISSN: Universidade Federal de Goiás Brasil

CEAP CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA COMÉRCIO ELETRÔNICO PROF. CÉLIO CONRADO

PNAD - Segurança Alimentar Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros

Trabalho em Equipe e Educação Permanente para o SUS: A Experiência do CDG-SUS-MT. Fátima Ticianel CDG-SUS/UFMT/ISC-NDS

Atividade de Aprendizagem 1 Aquífero Guarani Eixo(s) temático(s) Tema Conteúdos Usos / objetivos Voltadas para procedimentos e atitudes Competências

Oficina de Apropriação de Resultados. Paebes 2013

---- ibeu ---- ÍNDICE DE BEM-ESTAR URBANO

Apresentação CEI. Perspectivas no mercado de energia fotovoltaica

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Panorama da Avaliação. de Projetos Sociais de ONGs no Brasil

Justificativa da iniciativa

DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL E EMPREGO NAS REGIÕES METROPOLITANAS DE BELO HORIZONTE, GOIÂNIA E RIO DE JANEIRO.

2 O Novo Modelo e os Leilões de Energia

IMPACTOS DO SISTEMA SIMPLES SOBRE A MORTALIDADE DE MICROS E PEQUENAS EMPRESAS: um estudo sobre os empreendimentos no município de Castanhal, PA

ser alcançada através de diferentes tecnologias, sendo as principais listadas abaixo: DSL (Digital Subscriber Line) Transmissão de dados no mesmo

GRUPO X 3 o BIMESTRE PROVA A

componente de avaliação de desempenho para sistemas de informação em recursos humanos do SUS

HISTÓRICO DAS AVALIAÇÕES INSTITUCIONAIS E DOS PROCESSOS DE AVALIAÇÃO DA FACULDADE ATENAS

PROGRAMA ULBRASOL. Palavras-chave: assistência social, extensão, trabalho comunitário.

Unidades de Conservação no âmbito da Lei Estadual /13 e a Mineração. Carlos Leite Santos Tales Peche Socio

Shopping Iguatemi Campinas Reciclagem

UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES

MINISTÉRIO DAS CIDADES Secretaria Nacional de Habitação. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Representação de Apoio ao Desenvolvimento Urbano

Respostas das questões sobre as regiões do Brasil

A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ÂMBITO DA PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO NO BRASIL Régis Henrique dos Reis Silva UFG e UNICAMP regishsilva@bol.com.br 1.

Convenção sobre Diversidade Biológica: O Plano de Ação de São Paulo 2011/2020. São Paulo, 06 de março de GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

ORIENTAÇÕES SOBRE O CONTEÚDO DO PROJETO

EIXO 4 PLANEJAMENTO E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

M ERCADO DE C A R. de captação de investimentos para os países em desenvolvimento.

Mariana Traldi IG/UNICAMP. Palavras-chave: uso do território, território indígena


Transcrição:

Ocupação do território e Impactos Ambientais o papel dos grandes projetos de eletrificação da Amazônia Marcia Feitosa Garcia 1 Resumo Este trabalho tem por meta assinalar o impacto da eletrificação recente da Amazônia, principalmente no que diz respeito à ocupação do território, uma vez que tais projetos serão aqui considerados como vetores de ocupação. É notório que em nome do desenvolvimento econômico houve todo um processo de eletrificação da Amazônia que data desde a formação da SPVEA (1946), que se intensificou com a sua sucessora - a SUDAM, e que causou graves danos ambientais à Amazônia. Atualmente em vista do déficit de energia e no âmbito da formação de novas bases para o desenvolvimento internacional e Infra-estrutura integrada sul-americana, tem-se uma nova fase de planejamento de eletrificação da Amazônia, que vai desde a viabilização de novos corredores de escoamento para a soja - Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira - até a construção de usinas hidrelétricas e linhas de transmissão em áreas ainda não muito ocupadas como, é o caso de projetos constantes do PPA 2004-2007 - Complexo Hidrelétrico Belo Monte e Linha de Transmissão Tucuruí-Manaus. A análise dos últimos PPAs permite entender o comportamento do planejamento do Governo Federal para a Amazônia, com relação a infra-estrutura de energia elétrica. Para o desenvolvimento do tema tomaremos como base para nossa reflexão a relação entre as práticas atuais do planejamento energético para a Amazônia e aquelas realizadas no passado. Para apontarmos os impactos da ocupação do território utilizaremos como estudo de caso a implantação da UHE Balbina (AM) e de seu sistema de transmissão. 1. Introdução Devido às particularidades geo-ecológicas de seu território a Amazônia permaneceu durante séculos como uma fronteira sócio-econômica do nosso país. A partir da década de 1940, adotou-se uma política de ocupação da região com a finalidade de promover o desenvolvimento da região e integrá-la a outras áreas do país. O desenvolvimento da infraestrutura básica (estradas, eletricidade, etc) e o incentivo a entrada de atividades econômicas 1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia: Ordenamento Territorial e Ambiental da Universidade Federal Fluminense. Analista de Nível Superior Geógrafa das Centrais Elétricas Brasileiras - ELETROBRÁS. e-mail: marcia_garcia@eletrobras.com.

(indústrias, exploração mineral, agropecuária) proporcionou nas últimas três décadas uma dinâmica de ocupação intensa na região. Diversos estudos retratam a importância da infra-estrutura de transporte como vetores de ocupação da região, o que se pretende nesta pesquisa e que este trabalho vem contribuir para este objetivo é entender a relação da ocupação do território e seus impactos ambientais com a implementação dos projetos de eletrificação na Amazônia. Num primeiro momento será apresentada a região de estudo e o período a que este trabalho se remete, em seguida será realizado um histórico da ocupação da região, abordando as principais ações de governo relacionadas, sobretudo, a infra-estrutura de eletricidade. Os Planos Plurianuais dos governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva serão apresentados em item específico, com objeto de apresentar as principais ações do Setor Elétrico planejadas para a Amazônia. Tais ações também serão alvo de análise para verificar em que medida o planejamento vem incorporando novas práticas em seu planejamento. No quarto item serão apontados os principais impactos gerados especificamente pela implantação dos sistemas de transmissão. Entende-se que apesar de apontarmos projetos hidrelétricos no item anterior, o foco deste trabalho se restringe aos sistemas de transmissão. No quinto item será iniciada a discussão que relacionará a implantação de linhas de transmissão e a ocupação do território, ressalta-se que por esta pesquisa estar em fase inicial, este item compreende as primeiras abordagens para a compreensão deste fato. No sexto item são apresentadas as considerações finais deste trabalho e no sétimo item a bibliografia. 2. A ocupação recente na Amazônia e as ações relacionadas ao Setor Elétrico A área de estudo e o período abordado Foi tomado como recorte temporal para este trabalho o período iniciado com a implantação do Plano Brasil em Ação - Plano Plurianual 1996-1999 - até o horizonte de planejamento previsto pelo Plano Plurianual 2003-2007 Plano Brasil de Todos.

O recorte espacial a ser utilizado neste trabalho é a Amazônia Legal criada em 1966, e ampliada em 1977, corresponde às áreas ao norte do paralelo 16 S do Estado do Mato Grosso e do paralelo 13 S do estado de Goiás, além da porção do meridiano 44 W do estado do Maranhão. Segundo BECKER (1994:14), esta foi uma outra estratégia de ocupação utilizada pelo governo federal "Superposição de territórios federais sobre os estaduais. A manipulação do território pela apropriação de terras dos Estados foi um elemento fundamental da estratégia do governo federal, que criou por decreto territórios sobre os quais exercia jurisdição absoluta e/ou direito de propriedade. O primeiro grande território criado foi a Amazônia Legal, superposta a região Norte". A opção por trabalhar com este recorte ocorre em virtude do planejamento realizado pelas instâncias governamentais que se faz com tal critério espacial, além disso, esse recorte possibilita uma maior área de observação dos fenômenos socioambientais a que me proponho estudar. A área objeto de estudo é apresentada no mapa abaixo, onde encontram-se plotados alguns dos grandes projetos implantados como: usinas hidrelétricas, linhas de transmissão e estradas.

Resgate histórico Para tratar o tema proposto é necessário fazer um resgate do processo mais recente de ocupação da região de estudo - Amazônia, porém neste momento serão priorizadas as ações que tenham algum rebatimento com o Setor Elétrico. Segundo BECKER (1994:13,14), "é o próprio governo que passa a viabilizar e subsidiar a ocupação das terras à frente da expansão pioneira. Para tanto, numa poderosa estratégia, ele programa e impõe uma malha de duplo controle técnico-político, sobre o espaço pré-existente", e ainda, dentre as estratégias para tal ocupação destaca-se "Implantação de redes de integração espacial. (...) Finalmente, a rede hidrelétrica, que hoje se estende para fornecer energia, o insumo básico à nova fase industrial." O atual processo de ocupação da Amazônia iniciou-se no governo Getúlio Vargas que tinha interesse em promover o desenvolvimento da região e integrá-la a outras áreas do país. Portanto, em 1946 foi criada a Superintendência para a Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA), que teve como principal projeto a construção da Rodovia Bélem- Brasília. Destacase que como no período não houve nenhum outro planejamento para a absorção dos imigrantes, a fixação desta população na região foi espontânea e descontrolada. Esse processo, porém ganhou mais dinamismo a partir da década de 1960, período do governo militar, que fez do desenvolvimento da Amazônia uma de suas prioridades e formulou um projeto de desenvolvimento regional que tinha como objetivo a integração econômica e espacial da Amazônia às demais regiões do país. Visando dinamizar o processo de integração em 1965, o então presidente Castelo Branco anunciou a "Operação Amazônia", um plano de desenvolvimento regional desenvolvido pelo Grupo de Estudos para Reformulação da Política Econômica da Amazônia. Esse plano baseou-se no princípio de pólos de desenvolvimento, no qual alguns setores desfrutavam de incentivos financeiros e fiscais com o objetivo de dinamizar a economia regional e atrair população, enfatizava ainda, o desenvolvimento de infra-estrutura básica (estradas, eletricidade). Neste período destaca-se a criação da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) que substituiu a SPVEA. Em 1968, foi criado o Comitê Organizador dos Estudos Energéticos da Amazônia, vinculado ao Ministério das Minas e Energia, tendo como função supervisionar estudos referentes ao aproveitamento do potencial energético.

Um outro momento onde o Setor Elétrico foi envolvido nos planos de desenvolvimento foi em 1974, no governo Geisel. O II Plano Nacional de Desenvolvimento propôs a criação do programa Pólo Amazônia, que compreendia 15 pólos de desenvolvimento para a região e privilegiava projetos de grande escala, intensivos em capitais e direcionados principalmente para os setores de mineração, extração de madeira, pecuária e produção de energia. O governo Figueiredo continuou a implantação dos Projetos do Pólo Amazônia e no setor de energia destaca-se a implantação das Hidrelétricas de Tucuruí, Balbina e Samuel (grandes projetos questionados até a atualidade pela comunidade nacional e internacional). Segundo CARVALHO (2001:18), o modelo de desenvolvimento da Amazônia durante o regime militar "teve sérias consequências ambientais para a Amazônia e já no final da década de 70 podiam ser detectados alguns impactos negativos deste modelo de ocupação da região. No entanto, o governo brasileiro não teve, então, a preocupação de lidar com tais impactos". O governo seguinte ao regime militar, governo Sarney, refletia inicialmente as mesmas preocupações e ações dos governos anteriores e anunciou para a região o programa Calha Norte. No entanto, a inserção de novos atores nos processos de tomada de decisão fez com que houvesse uma "aparente" alteração na postura governamental que gradativamente passou a incorporar as questões ambientais ao modelo de desenvolvimento. Tal postura foi seguida pelos governos de Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Com relação ao Setor Elétrico no governo Sarney foi criado o Projeto 2010, vinculado ao Ministério das Minas e Energia, que tinha como objetivo a implantação de rede hidrelétrica para estimular o desenvolvimento industrial da região. Ao analisarmos as ações propostas nos mais recentes planos e programas de governo, de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva, verifica-se que a postura de implantação de grandes projetos continua vigorando, inclusive com projetos questionáveis sob o ponto de vista socioambiental do governo anterior sendo repassados para o governo atual, como por exemplo, a UHE Belo Monte.

3. O planejamento e as ações governamentais para eletrificação na Amazônia na última década Nos últimos dez anos, o setor de energia elétrica nacional passou por profundas transformações com relação a sua estrutura, regulação, e a participação de novos agentes. Tais transformações resultam em diferentes tratativas no planejamento e implantação de novos empreendimentos, inclusive no que tange as questões socioambientais. A seguir, serão apresentadas as ações previstas nos últimos planos plurianuais para o Setor Elétrico na Amazônia, com o objetivo de traçar um histórico e analisar as ações governamentais para esta região neste período. O PPA 1996-1999 Chamado de Plano Brasil em Ação foi sistematizado na primeira gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso apontava os seguintes projetos ligados ao Setor Elétrico como principais na Amazônia: UHE Tucuruí II UHE Samuel UHE Lajeado UHE Serra Quebrada Termelétrica - Gás Natural de Urucu Linha detransmissão de Guri (Interligação Brasil-Venezuela) Linha de Transmissão de Tucuruí-Oeste do Pará Destaca-se que havia uma variação de estágio para cada projeto que poderia estar indicado para desenvolvimento de estudos e em estágios mais avançados prevendo a implantação ou término da obra. O PPA 2000-2003 O Plano Avança Brasil foi sistematizado na segunda gestão de Fernando Henrique Cardoso apontava, estes projetos como principais para a Amazônia: Sistema de Transmissão Acre-Rondônia Sistema de Transmissão associado a Tucuruí (Pará e Maranhão)

Duplicação da Interligação Norte/Sul UHE Belo Monte UHE Tucuruí (ampliação) UHE Serra Quebrada UHE Santa Isabel UHE Estreito UHE Tupiratins UHE Lajeado UHE Peixe Angical UHE São Salvador Assim como no PPA anterior, os projetos encontravam-se em diferentes estágios de desenvolvimento. O PPA 2004-2007 No Plano Brasil de Todos, sistematizado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, constam como principais projetos para a Amazônia: UHE Peixe Angical UHE Tucuruí UHE Belo Monte Linha de Transmissão Jaurú (MT) Vilhena (RO) Ji Paraná (RO) Linha de Transmissão Tucuruí Macapá Manaus Linha de Transmissão Norte/sul (3º circuito) Linha de Transmissão Miracema Imperatriz Linha de Transmissão Marabá Açailândia Expansão do Sistema de Transmissão do estado do Pará associado a Tucuruí Interligação Elétrica do Sistema Isolado Acre Rondônia à rede Básica Nacional em Mato Grosso Expansão do Sistema de Transmissão Acre Rondônia Interligação dos Sistemas Isolados ao Sistema Rio Branco (AC) Implantação de Sistema de Transmissão em Manaus, Rondônia, Roraima e Amapá.

Com exceção da Usina de Belo Monte onde está prevista alocação de recursos para o desenvolvimento dos estudos de viabilidade, os demais projetos listados estão previstos para estudo e implantação já no período do PPA. O que mudou? Ao analisarmos os principais projetos do Setor Elétrico, apresentados para a Amazônia na última década é possível apontar pelo menos três aspectos sobre as políticas de planejamento realizadas pelos últimos governos. O primeiro aspecto diz respeito à presença de grandes projetos hidrelétricos, principalmente na bacia do rio Tocantins, que possuem como função principal o abastecimento do Centro-Sul. Cabe destacar que as últimas bacias com grande potencial de aproveitamento no país são as bacias do Tocantins-Araguaia e do Amazonas, uma vez que as bacias das regiões sul e sudeste já foram intensamente exploradas, restando um potencial pequeno se comparado às bacias anteriores. Com relação a estes projetos, ressalta-se que sua implantação vem sendo intensamente questionada pela sociedade civil e comunidade científica. O caso do projeto de Santa Isabel, localizado rio Araguaia, que foi licitado sem licenciamento ambiental e sua concessão pode ser devolvida em virtude do projeto não conseguir obter o licenciamento ambiental. Essa questão vem se estendendo também para os demais projetos previstos para o rio Araguaia. No caso, ainda, do projeto de Belo Monte, no rio Xingu, o longo processo de amadurecimento do projeto vem provar o quanto à sociedade está atenta à implantação de projetos na Amazônia, principalmente a sociedade local que se vê impactada diretamente pela implantação do projeto e que vem questionando que as necessidades de energia não são para abastecimento da região e sim em sua maior parte essa energia é destinada a outras regiões do país. No atual PPA foram destinados recursos para realização de um novo estudo de viabilidade deste projeto. O segundo aspecto a ser ressaltado está relacionado à política de universalização do atendimento de energia do atual governo. Percebe-se que nos planos anteriores o sistema de transmissão principalmente na Amazônia Ocidental, que integra o Sistema Isolado, recebeu poucos investimentos ressaltando-se a interligação Guri, para o abastecimento de Boa Vista, pois empreendimentos como a Linha Norte/Sul, por exemplo, visavam escoar energia para o Centro-Sul do país. No atual PPA, percebe-se que além do escoamento de energia para outras

regiões, há uma tendência de ampliação do sistema de transmissão na Amazônia Ocidental onde se pode destacar a dificuldade de atendimento as comunidades e a crescente escassez de energia gerada pelo aumento da demanda associada ao pequeno aumento da geração. Ganha destaque neste cenário a Linha de Transmissão Tucuruí-Macapá-Manaus que terá como principal função o atendimento de duas grandes capitais da região e que possibilitará, ainda, se implantado o sistema de subtransmissão, o atendimento as comunidades localizadas nas proximidades de seu traçado. Esta linha surge como uma possibilidade de solução para o atendimento da região, uma vez que projetos mais maduros em relação ao planejamento como os gasodutos Coari-Manaus e Urucu-Porto Velho, vêm encontrando dificuldades em sua viabilização. Porém destaca-se que a implantação de um sistema de transmissão na região resolve parcialmente a questão do atendimento, levando energia a algumas comunidades. A questão principal é, até quando estas medidas serão suficientes para garantir o abastecimento de energia? Outras medidas visando a geração devem ser planejadas ou viabilizadas. O terceiro e último aspecto a ser citado trata da dificuldade de viabilização de grandes projetos na Amazônia. Em primeiro lugar deve-se destacar a importância ecológica da região, e o que vem a ser o primeiro grande desafio, manter a integridade dos ecossistemas. Em segundo lugar, dada a sua importância, as atenções das comunidades nacional e internacional estão voltadas para qualquer tipo de intervenção que esta área possa sofrer. E em terceiro lugar as experiências, muitas vezes negativas, de grandes projetos no passado trazem para o presente a eterna dúvida: será que o(s) erro(s) pode(m) se repetir? Não devemos nos esquecer ainda, que na maioria das vezes a qualidade dos estudos ambientais apresentados encontra-se aquém da desejada, o que demanda em mais tempo para a viabilização dos projetos. O que se observa hoje é que os grandes projetos necessitam de um longo período de amadurecimento e que a comunidade vem se envolvendo cada vez mais neste processo, mesmo que seja através de ações judiciais. Destaca-se também que a nítida falta de comunicação entre os diferentes órgãos de governo na realização do planejamento traz para os planos as incertezas quanto à implantação no prazo estipulado dos projetos previstos, acarretando desta forma em atrasos que podem se estender por um longo período comprometendo as demais atividades previstas. No caso do abastecimento de energia isto fica claro quando, hoje aparece a urgência nas providências de atendimento a Manaus, que brevemente poderá sofrer com a falta de energia, uma vez que projetos como, por exemplo, o

gasoduto Coari-Manaus que levaria gás natural até a cidade de Manaus e que propiciaria a implantação de geração térmica a gás garantindo o abastecimento por mais alguns anos, não foi concluído até o momento. 4. A implantação dos sistemas de transmissão e seus impactos ambientais Por serem empreendimentos lineares, as linhas de transmissão possuem uma particularidade na geração de impactos, que normalmente se estendem por uma extensa área, ou seja, elas se diferem de empreendimentos como plantas industriais localizados espacialmente num único ponto. Porém cabe destacar que os sistemas de transmissão são compostos também pelas subestações que também geram impactos ambientais. Os relatórios elaborados pela Comissão de Planejamento da Transmissão da Amazônia CPTA, na década de 1990, apontam como principais impactos relativos às áreas atravessadas pelas linhas, e pela implantação de subestações: Na fase de implantação(obras) Os impactos nesta fase se dão, sobretudo, sobre o uso do solo, pois é necessária a desobstrução da faixa de segurança, às escavações para as fundações das estruturas e a abertura de estradas de acesso. Tais ações podem provocar processos definitivos ou temporários de: erosão dos solos contaminação de cursos d'água destruição ou fragmentação de "habitats" naturais e da vegetação interrupções de tráfego poluição visual e sonora Quando localizadas em áreas densamente povoadas podem resultar em: desapropriações pressão sobre os serviços devido a chegada de trabalhadores remanejamento de populações.

A construção de empreendimentos lineares em áreas com cobertura vegetal íntegra, como é o caso de grande parte da Amazônia, pode gerar o efeito borda, que é ocasionado pela alteração das condições ambientais nas proximidades da faixa desmatada, devido à penetração do vento e dos raios solares, que provoca elevação de temperatura e diminuição da umidade dentro da mata, provocando a morte de muitas espécies. Na fase de operação Na fase de operação, os impactos devem-se à ocupação física nos pontos onde são instaladas as torres e as subestações. E são basicamente definidos, pelas restrições de utilização de uso do solo que não poderá ser usado: para moradia transporte público localização de estabelecimentos comerciais plantio de certos tipos de culturas manutenção de vegetação de grande porte Em áreas florestais os fluxos de animais podem ser interrompidos pela presença da faixa de segurança, que muitas vezes é desmatada completamente, contribuindo para o efeito de borda e representando uma barreira para o fluxo de espécies mais sensíveis. Destaca-se também como impactos da implantação dos sistemas de transmissão: a poluição visual, causada pelas torres e cabos os níveis de ruído emitidos pela linha os efeitos dos campos eletromagnéticos Além disso, existem os riscos decorrentes da operação de subestações como, por exemplo, o vazamento de óleo e outras substâncias. 5. O sistema de transmissão como vetor de ocupação de território O sistema de transmissão foi selecionado como foco do trabalho, uma vez que se trata da implantação de empreendimentos lineares (como as estradas), portanto, eixos considerados facilitadores de penetração/ocupação. Além disso, cabe ressaltar que do ponto de vista

econômico, pode ser considerado como eficaz na garantia de fornecimento de energia oriunda de outras áreas, gerando uma atratividade de novos investimentos, como por exemplo, a implantação de indústrias, caso já bastante conhecido com relação às indústrias eletrointensivas na Amazônia. Ao escrever sobre as características dos sistemas de transmissão e seus impactos PIRES destaca que a abertura de estradas de acesso e da própria faixa pode funcionar como vetor de penetração populacional, tornando acessíveis locais remotos e abrindo novas fronteiras de ocupação antrópica em determinadas áreas. Estudos recentes do Ministério de Meio Ambiente sobre o desmatamento na Amazônia, apontam os projetos de infra-estrutura como potenciais vetores de ocupação do território e atribuem a estes projetos graus de potencialidade. Na fase de estudos de planejamento para implantação de linhas de transmissão, são selecionados corredores, para que em seguida após estudos específicos possa ser selecionada a diretriz ou rota da linha dentro destes espaços. Para o estudo de corredores são levados em consideração aspectos de atração e de restrição como a presença de estradas, tipo relevo, solo e vegetação, hidrografia, densidade demográfica, existência de unidades de conservação e terras indígenas e etc. Na Amazônia vários desses aspectos ganham grande relevância na análise, em virtude de suas condições geo-ecológicas. Portanto, devem ser evitadas, por exemplo, unidades de conservação e áreas de floresta e apontam-se como áreas atrativas aquelas que já possuírem apoio logístico como estradas e portos. Deve-se levar em consideração, que apesar da malha rodoviária ter sido ampliada nas últimas décadas, muitas regiões principalmente no interior da Amazônia ainda não possuem este tipo de infra-estrutura. Portanto, a implantação de linhas de transmissão nessas áreas pode funcionar como um vetor de penetração, uma vez que, são abertas novas áreas para a realização das obras. Essas áreas podem se ocupadas pela população do seu entorno ou até mesmo por parte dos trabalhadores da obra, tendo em vista que grandes projetos funcionam como atrativos de mão-de-obra, e que por muitas vezes parte destes trabalhadores acaba se fixando na região do empreendimento. Outro aspecto a ser observado é a atração de agentes pioneiros para a ocupação de áreas recém abertas. MARGULIS tratando sobre a ocupação da Amazônia afirma que os atores do processo de ocupação dividem-se em dois grupos, para as áreas mais distantes

dirigem-se os agentes pioneiros que possuem uma estratégia especulativa. E nas áreas de fronteira já consolidada encontram-se os agentes mais capitalizados. Diante do novo quadro em que o planejamento governamental indica a continuidade de implantação de projetos de infra-estrutura na Amazônia, inclusive com vários projetos de linhas de transmissão, é necessário apontar que os estudos de viabilidade devem levar em consideração a ocupação desordenada que estes empreendimentos podem causar na região. 6. Considerações finais Nas últimas décadas, as ações relacionadas à eletrificação da Amazônia vêm se intensificando, seja porque a região é vista como exportadora de energia para as demais regiões do país, seja pela valorização da universalização do atendimento de energia, objetivo do atual governo. Com as ações apontadas pelo atual PPA, priorizando a ampliação do sistema de transmissão da região, esta pesquisa adquire importância na medida em que, se comprovada a hipótese de que os sistemas de transmissão são vetores de ocupação na Amazônia, o planejamento das ações para a implantação destes sistemas deverá incorporar medidas que evitem ou minimizem novas ocupações. O sistema de transmissão da UHE Balbina será utilizado como estudo de caso, conforme apontado inicialmente. A coleta de dados e imagens da região antes da chegada do empreendimento poderá revelar se a implantação da usina e de seu sistema de transmissão para atendimento à Manaus, foram vetores do processo de ocupação na região ou se a ocupação foi incentivada por outros processos. Os dados estão sendo coletados e por isso não foi possível a incorporação da análise neste texto. Este trabalho não pretende esgotar a discussão sobre a relação dos sistemas de transmissão e a ocupação do território na Amazônia. Pelo contrário, ele é um levantamento inicial que abre novos rumos para a discussão do tema proposto, com o surgimento de novas questões.

7. Bibliografia: BECKER, Berta K. "Redefinindo a Amazônia: o vetor tecno-ecológico". In Iná Elias de Castro, Paulo César da Costa Gomes, Roberto Lobato Correa (orgs.). Brasil: questões atuais de reorganização do território. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.. Amazônia. São Paulo: Editora Ática., 1994.. Cenários de curto prazo para o desenvolvimento da Amazônia. Cadernos do NAPIAm n 6. Brasília, outubro 1999.. A especificidade do urbano na Amazônia: desafios para políticas. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Coordenação da Amazônia. Programa Piloto para a proteção das Florestas Tropicais Brasileiras. Cadernos n 02 do Núcleo de Apoio as Políticas Integradas para a AMAZONIA NAPIAm-MMA. agosto 1999.. "Revisão das políticas de ocupação da Amazônia: é possível identificar modelos para projetar cenários?". Parcerias Estratégicas, nº 12, 2001. BECKER, Berta K. e EGLER, Claudio A. G. Brasil: uma nova potência regional na economia-mundo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994. CARVALHO, Georgia. "Histórico e Impacto das Políticas Públicas na Amazônia". In BARROS, Ana Cristina (org.). Sustentabilidade e Democracia para as Políticas Públicas na Amazônia. Rio de Janeiro: Projeto Brasil Sustentável e Democrático, FASR/IPAM, 2001. ELETROBRÁS. Plano Nacional de Energia Elétrica 1993/2015. Plano 2015. Rio de Janeiro: ELETROBRÁS, 1995.. Metodologia para avaliação de impactos sócio ambientais das tecnologias de transmissão em estudo na CPTA. Nota técnica GA-002/92. Rio de Janeiro: ELETROBRÁS, 1992.. Impactos Ambientais causados pelas linhas de transmissão. Nota técnica GA- 006/90. Rio de Janeiro: ELETROBRÁS, 1990. MISTÉRIO DO PLANEJAMENTO. Plano Brasil em Ação, PPA 1996-1999. Governo Federal, Brasília, 1996. MISTÉRIO DO PLANEJAMENTO. Plano Avança Brasil, PPA 2000-2003. Governo Federal, Brasília, 2000.

MISTÉRIO DO PLANEJAMENTO. Plano Brasil de Todos, PPA 2004-2007. Governo Federal, Brasília, 2004. GTIB - Grupo de Trabalho de Informações Básicas para o Planejamento da Expansão da Geração. Relatório Anual. 1999. IAG, Grupo de Assessoria Internacional. O PPA 2004-2007 na Amazônia: novas tendências e investimentos em infraestrutura. Relatório da XIX Reunião. Brasília: PP-G7, 2003. MARGULIS, Sergio. Causas do Desmatamento da Amazônia Brasileira. Brasília: Banco Mundial, 2003. NASCIMENTO, Elimar P. e DRUMMOND, José Augusto (orgs.). Amazônia: dinamismo econômico e conservação ambiental. Rio de Janeiro: Garamond, 2003. PASQUIS, Richard (coord.). As Amazônias: um mosaico de visões sobre a região. Brasília: Banco Mundial, 2003. PIRES, Silvia Helena M. A incorporação da avaliação de impactos ambientais ao processo de planejamento de sistemas de transmissão de energia elétrica. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: COPPE,UFRJ. SANTOS, Milton e SILVEIRA, Maria L. O Brasil Território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.