Influência da taxa de infestação de Limnoperna fortunei na redução da potência de turbinas hidráulicas

Documentos relacionados
Avaliação da perda de carga em grades de tomada d agua com infestação do Limnoperna fortunei

Perda de carga em labirintos sob pressão

A. G. Ferreira Jr, C. B. Martinez, A. P. M. Saliba, R. O. P. Serrano, L. P. Santos, T. R. da Costa.

Centrais e aproveitamentos hidrelétricos

Impacto da Infestação de Condutos Forçados de PCH s pelo Limnoperna fortunei

PANORAMA GERAL DA PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO PAIS

ESTRATÉGIAS DE GESTÃO AMBIENTAL ADOTADAS PELO SETOR ELÉTRICO PARA CONTROLE DO Limnoperna fortunei

TECNOLOGIAS DE PROTEÇÃO DA ICTIOFAUNA EM EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS. A.A.Cesário Porto, E.M. de Faria Viana e C. Barreira Martinez.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA ENGENHARIA AMBIENTAL E CIVIL AULA 4 SISTEMAS ELEVATÓRIOS

Máquinas de Fluxo Prof. Dr. Emílio Carlos Nelli Silva Escola Politécnica da USP Departamento de Engenharia Mecatrônica e Sistemas Mecânicos

Total 04. Pré-requisitos. N o. de Créditos 03

Energias Renováveis: Eólica e Hídrica

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR

Máquinas de Fluxo. Aula 7 Máquinas Motoras: Perdas de Energia

MÁQUINAS HIDRÁULICAS AULA 14 TURBINAS HIDRÁULICAS PROF.: KAIO DUTRA

TURBINAS. Engenharia Elétrica Especializada. Eng. Vlamir Botelho Ferreira 1 INTRODUÇÃO

PEA : Produção de Energia Elétrica. Geração Hidrelétrica

Obter uma nova expressão para o cálculo da vazão que possibilitará especificar o diâmetro interno da tubulação;

I. INTRODUÇÃO. Keywords: Golden Mussel, Embedding, Hydropower

Turbinas Hidráulicas

INTRODUÇÃO ÀS MÁQUINAS HIDRÁULICAS

PEA : Produção de Energia Elétrica. Geração Hidrelétrica

Metodologia para fixação de carcaças de mexilhão dourado na confecção de modelos físicos

Mecânica dos Fluidos para Engenharia Química O estudo de instalações de bombeamento Prof. Ms. Raimundo (Alemão) Ferreira Ignácio

Paulo Moisés Almeida da Costa. As Máquinas Primárias

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS AULA 4 ROTEIRO

Planejamento da Operação de Sistemas Hidrotérmicos. Parte I

TEORIA UNIDIMENSIONAL DAS MÁQUINAS DE FLUÍDO

PROF.: Eng. Tadeu Carvalho Jr. 2 º Semestre, 2017

PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS MECÂNICOS DE UMA USINA HIDRELÉTRICA

Avaliação de Cavitação em Turbinas Hidráulicas por Emissão Acústica

GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA DE ELÉTRICA

Sistemas elétricos de potência. Potencial hidráulico e energia produzida Operação de sistemas elétricos de potência

9º Fórum Nacional Eólico. P ro f. Ed n a rd o Pe re i ra d a Ro c h a

Bombas Hidráulicas. Nelson R. Amanthea. Jun2008

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

UM PANORAMA ATUAL DA MATRIZ ENERGÉTICA DO BRASIL

Soluções Integradas para PCHs. SEMI Industrial Ltda.

O somatório das vazões volumétricas também é igual a zero. PORQUE

5º Seminário de Estratégia Para Conservação de Peixes em Minas Gerais. UHE SÃO MANOEL Rio Teles Pires. Novembro de 2017

Hidrelétrica. Itaipu: MW (potência de geração) * 16,99% da energia consumida no Brasil * Em 2011: MWh.

Primeira aula curso semestral de Mecânica dos Fluidos

Assunto: Eletricidade Público Alvo: EJA Elaboradores: Edimilson, Jasiel e Jaelson. Professor: Luiz Cláudio.

ESTUDOS HIDROLÓGICOS E ENERGÉTICOS. Paulo Antunes da Rocha Bruno van der Meer

BOMBAS. Definições. ALTURA DE SUCÇÃO (H S ) - Desnível geométrico (altura em metros), entre o nível dinâmico da captação e o bocal de sucção da bomba.

Cap. 9 parte 3- Equipamentos Mecânicos Principais

Fórum e Mostra Tecnológica Água e Energia. Vitória, junho de 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - UFPEL CENTRO DE ENGENHARIAS - CENG DISCIPLINA: SISTEMAS URBANOS DE ÁGUA

DE ESTÁGIO 2/3 (segundo de três) Período: de 29/ago/2009 a 16/out/2009. GeoEnergy Engenharia e Serviços Ltda.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

ALGORITMO PARA DETERMINAÇÃO DE GRANDEZAS GEOMÉTRICAS DE UMA TURBINA PELTON

Projeto de uma pá de uma Turbina Kaplan

Cinemática dos Fluidos Definição de Vazão Volumétrica; Vazão em Massa; e Vazão em Peso

Introduzindo hidrologia

Coeficiente do dia de maior consumo (K1)... 1,20 Coeficiente da hora de maior consumo (K2)... 1,50. n =... 1,522 K =... 0,690

Geração de Energia Elétrica - Hidrelétricas. SIE Sistemas de Energia Professora Camila Bastos Eletroeletrônica Módulo 8

Desenvolvimento de Software Para Dimensionamento de Microhidrelétricas com Geradores a Ímãs Permanentes e Potências até 10kW

REATIVAÇÃO DE MINI CENTRAL HIDRELÉTRICA, COMO FONTE RENOVÁVEL DE ENERGIA E USO MULTIDISCIPLINAR EM PARQUES MUNICIPAIS DE LONDRINA-PR.

Sistemas de Potência e Energia

ENERGIA EÓLICA PARA GERAÇÃO DE ELETRICIDADE E A IMPORTÂNCIA DA PREVISÃO

Operação de Turbinas Bulbos

Sumário. Prefácio... Simbologia...

Prof. Luís Fernando Pagotti

TC 022 Introdução à Engenharia

3. TRIÂNGULO DE VELOCIDADES

DIMENSIONAMENTO E MODELAGEM COMPUTACIONAL DAS PÁS DE UMA TURBINA PELTON PARA SER APLICADA A UMA BANCADA DIDÁTICA

Trabalho apresentado no: I Congresso Interamericano de Saúde Ambiental, Porto Alegre (RS), 2004.

PERDA DE CARGA EM CONDUTOS FORÇADOS

Recursos Energéticos e Meio Ambiente. Professor Sandro Donnini Mancini. 8 Motores e Turbinas. Sorocaba, Março de 2016.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TM-364 MÁQUINAS TÉRMICAS I. Máquinas Térmicas I

Bases Conceituais da Energia Q1/2017. Professor: Sergio Brochsztain. (sites.google.com/site/sergiodisciplinasufabc)

Estudo inicial do potencial de geração de energia elétrica na adutora do sistema de abastecimento de água do município de Formiga - MG

ESTUDO DE TURBINAS PARA HIDRELÉTRICA DE RONCADOR BOCAIÚVA DO SUL

CAPÍTULO 1 - GENERALIDADES SOBRE MÁQUINAS DE FLUXO

Principais fontes e combustíveis utilizados na geração de energia elétrica

11º FIIEE Minas Gerais. Inventário do Potencial Hidrelétrico Do País

DIAGNÓSTICO E CONTROLE DO MEXILHÃO-DOURADO, Limnoperna fortunei, EM SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA EM PORTO ALEGRE (RS/BRASIL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO DECIV DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Salto Caxias. COPEL Companhia Paranaense de energia

ESTUDO PARA REVITALIZAÇÃO DA MICRO CENTRAL HIDRELÉTRICA DE RONCADOR

Energia das ondas. Introdução. Universidade Santa Cecília Faculdade de Engenharia Mecânica. Energia das ondas 02/24/2013

SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GRUPO IV GRUPO DE ESTUDO DE ANÁLISE E TÉCNICAS DE SISTEMAS DE POTÊNCIA GAT

Conservação de quantidade de movimento angular: aplicações em turbomáquinas

ESALQ. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo. Prof. Dr. Walter F. Molina Jr Depto de Eng. de Biossistemas 2011

Teoria Geral das Máquinas de Fluxo

Apresentação do Plano de Ação de Combate e Prevenção do Mexilhão. Solteira SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

MÓDULO DIDÁTICO DE ENSAIOS DE TURBINAS DE AÇÃO

Aula 6 Fontes Convencionais Geração Hidráulica

HIDRÁULICA. REVISÃO 1º Bimestre

Sistemas de Energia (SIE)

XXVIII CENTRAIS HIDRELÉTRICAS

Planejamento da Matriz Elétrica Brasileira e a Importância das Questões Ambientais

Início: 2001, com a criação do SGE e automação da RMF

Geração de Energia Elétrica. Aula 3 Centrais Hidrelétricas

INSTITUTO FEDERAL DO PARANA. Campus Campo Largo. Geradores Elétricos Prof. Roberto Sales

ESTIMATIVA DO POTENCIAL DE COMPLEMENTARIDADE HIDRO EÓLICO SOLAR PARA A MATRIZ ELÉTRICA DE MINAS GERAIS

Versão Revisada: Prof. Dr. Mário Oleskovicz. Versão Original: Prof. Tit. Ruy A. C. Altafim MsE Jorge Sebastião Canova

Máquinas de Fluxo Prof. Dr. Emílio Carlos Nelli Silva Escola Politécnica da USP Departamento de Engenharia Mecatrônica e Sistemas Mecânicos

Transcrição:

Influência da taxa de infestação de Limnoperna fortunei na redução da potência de turbinas hidráulicas Code: 05.012 Rico, E. A. M.1; Martinez, C. B. 1; Castro, A.L.P. 1-2; Souza. T.R.D.C. 1; Ribeiro, M.E.C.3 1Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); 1Programa de Pós- Graduação em Engenharia Mecânica, Centro de Pesquisas Hidráulicas, Escola de Engenharia da UFMG. 2Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) 21/11/2017 1

Objetivos Apresentar uma investigação sobre a influência da taxa de infestação do Limnoperna fortunei (LF) no aumento das perdas de carga na caixa espiral de pequenas turbinas hidráulicas do tipo Francis levando em consideração a evolução temporal da mesma. 21/11/2017 2

Introdução Aproveitamentos Hidroelétricos 84% da produção de eletricidade a partir de fontes renováveis Terceiro maior do mundo em potencial hidrelétrico. Brasil, a produção de hidroeletricidade corresponde a uma parte significativa da matriz elétrica, 65% da produção de energia elétrica (2015). O parque gerador Brasileiro Diversos tipos de turbinas Francis e Kaplan. Envelhecimento do sistema hidráulico Aumento da rugosidade superficial Infestação de organismos vivos 21/11/2017 3

Limnoperna fortunei (Mexilhão dourado) Molusco bivalve de água doce; Originário dos rios da China e do Sudoeste da Ásia incluindo Camboja, Indonésia, Coréia, Laos, Tailândia e Vietnã; Primeiro registro de aparição na Argentina em 1991, Japão em 1992, Brasil 1998; Coloniza ambientes lóticos, lênticos e semi-lóticos; Crescimento rápido e alta capacidade reprodutiva 21/11/2017 4

Impactos L. fortunei Altera ecossistemas aquáticos; Obstrui sistemas de captação de água e adutoras, sistemas de resfriamento de usinas hidrelétricas e indústrias; Danifica motores de embarcações; Entupimento ou redução da seção de tubulações; Decomposição de material orgânico; Aumento na corrosão de tubulações, concreto e polímeros, ocasionado pela proliferação de outros agentes biológicos indesejáveis (bactérias,fungos, etc.) 21/11/2017 5

ADAPTADO DE CARVALHO (1982) A caixa espiral é projetada com a finalidade de garantir descargas parciais iguais em todos os canais móveis formados pelas pás do distribuidor. Sua seção vai gradativamente decrescente no sentido do escoamento. 21/11/2017 6

Metodologia O procedimento utilizado para o dimensionamento da caixa espiral. Dados iniciais e cálculos, para a escolha do tipo de turbina. 21/11/2017 7

Divisão seções caixa espiral ψ 8

Relação dos diâmetros e velocidades (Macintyre, 1983) v 2 D = v e Equação da continuidade obtemos; x = v D2 v e De 2 Q = SV = πd2 4 v, 2 D e ou v = v e D D e Se obtém v v e = D D e 1/2 De modo que D D e = x 2/5 9

Resultados e Discussão Com o desenvolvimento da metodologia, anteriormente apresentada, pode-se chegar aos seguintes resultados 21/11/2017 10

A Tabela exemplifica uma parte dos resultados obtidos, dos diâmetros, dos ângulos, das velocidades e das vazões de cada uma das seções da caixa espiral. 21/11/2017 11

Perfil de velocidade para diversas porcentagens de carga, na caixa espiral Faixa arrancamento L.f 21/11/2017 12

Incrustação de Limnoperna fortunei para diversas porcentagens de carga 21/11/2017 13

Conclusões Os resultados obtidos a partir do cálculo das velocidades, na caixa espiral da turbina Francis a plena carga mostram uma variação de 6,00 até 1,85 m/s. Comparando essas velocidades encontradas por (Castro, 2013), pode-se considerar que no final da caixa espiral, ter-se-á uma porção com infestação de Mexilhão dourado (a partir de 358o) já que nessa parte da voluta se tem velocidades menores a 1,70 m/s. Para o caso de cargas maiores (75% de carga) ter-se-á uma situação onde é possível que haja uma infestação parcial da caixa espiral (a partir de 208o). Para infestações menores que 50% tem-se uma infestação completa da caixa espiral. 21/11/2017 14

Agradecimentos Os autores manifestam seus agradecimentos à ANEEL, à CEMIG, à ELETROBRAS- FURNAS, a FAPEMIG ao CNPq, a CAPES à Fundação Gorceix pelo suporte financeiro para a realização desse trabalho. 21/11/2017 15