2. Finalidade e Objetivos:

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Transcrição:

Fonseca RMGS; Oliveira RNG. Reflexões e considerações sobre Linhas de Pesquisa realizadas no âmbito dos Seminários Nacionais de Pesquisa em Enfermagem (1979 2011) In: Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 17, 2013 jun 3 5. Anais. Natal: Associação Brasileira de Enfermagem Seção Rio Grande do Norte, 2013 [disponível online] 1. Introdução A pertinência da discussão sobre Linhas de Pesquisa coloca se na perspectiva da importância dada atualmente para o estabelecimento de uma certa direcionalidade para a busca do conhecimento através da pesquisa científica nos espaços tradicionalmente privilegiados para tanto, quais sejam os programas de pósgraduação, as agências reguladoras e financiadoras e os institutos de pesquisa, entre outros. No campo da enfermagem, o que se tem constatado empiricamente é uma variedade enorme de linhas e áreas de pesquisa, bem como a definição clara dos seus conteúdos, muitas vezes conflitantes com as próprias pesquisas que contém. Se diversos são os espaços de produção, mais diversificados ainda se mostra este cenário quando se trata de incluir o que foi produzido nas demandas classificatórias das agencias reguladoras e de fomento, tais como CAPES, CNPq, FAPs etc. Tudo isto leva à necessidade de se discutir a possibilidade de articulação entre estas e o que foi pactuado no âmbito da Associação Brasileira de Enfermagem, enquanto entidade que pautada em princípios éticos e de conformidade com suas finalidades articula se com as demais organizações da enfermagem brasileira com vista ao desenvolvimento político, social e científico das profissões que a compõem. Tem como eixo a defesa e a consolidação do trabalho da enfermagem como prática social, essencial à assistência de saúde e à organização e ao funcionamento dos serviços de saúde e como compromisso propor e defender políticas e programas que visem a melhoria da qualidade de vida da população e acesso universal e equânime aos Serviços de Saúde 1. Com base no exposto, foi proposta esta mesa com a finalidade de trazer a público o que foi construído até o presente momento histórico em termos de linhas de pesquisa por parte do CNPq, CAPES e ABEn visando à articulação entre elas. Entendese que este é o início de uma discussão, o lançamento da idéia da necessidade de rediscussão das linhas e áreas de pesquisa da enfermagem brasileira, com a participação dos seus produtores. Através da CAPES valoriza se a participação dos Programas de Pós graduação e através do CNPq a produção dos grupos de pesquisa. Com isto espera se atingir a maior parte dos pesquisadores em enfermagem do país. 2. Finalidade e Objetivos: Visando ao cumprimento da tarefa, no âmbito do CEPEn foi estabelecida a seguinte questão problema: Quais as discussões, reflexões, considerações e construções a ABEn realizou a respeito de Linhas de Pesquisa no âmbito dos Seminários A65

Nacionais de Pesquisa em Enfermagem, desde o início da sua constituição como evento como foro privilegiado de discussão do conhecimento em enfermagem? Para responder tal questão, realizou se uma pesquisa com os seguintes objetivos: Proceder à recuperação histórica e síntese das discussões havidas no âmbito dos SENPEs acerca de linhas de pesquisa, materializando, neste âmbito, a construção do conhecimento em enfermagem. Vislumbrar caminhos para a construção do conhecimento em enfermagem articulando CAPES, CNPq e ABEn CEPEN. 3. Procedimentos Metodológicos As fontes dos dados empíricos foram os Anais dos 16 Seminários Nacionais de Pesquisa em Enfermagem, realizados de 1979 a 2011, 11 impressos e 5 eletrônicos, consultando se os conteúdo das mesas redondas, oficinas de trabalho e conferências. Nos resumos de trabalhos consultados (nos Anais Eletrônicos os que foram possíveis de serem abertos) não houve conteúdo significativo sobre o tema. Os dados de cada SENPE foram compilados num instrumento contendo tema, eixos e/ou objetivos dos eventos, espaços em que foram abordados os conteúdos referentes a linhas de pesquisa, síntese dos principais aspectos sobre linhas de pesquisa discutidos ou abordados. A análise dos resultados foi feita seguindo se as fases resultantes da periodização da série histórica de 30 anos (1979 2009), feita por Barreira e Baptista 2, abrangendo a realização de 15 Seminários, da seguinte forma: 1ª fase: Fundamentos da Pesquisa em Enfermagem (1979 1987): 1 o, 2 o, 3 o, 4 o SENPE; 2ª fase: Campos de aplicação dos resultados das pesquisas (1988 1996): 5º, 6º, 7º e 8º SENPE; 3ª fase: Crescimento e desenvolvimento da pesquisa de enfermagem (1997 2002): 9º, 10º e 11º SENPE; 4ª fase: Intervenção no campo da enfermagem (2003 2009): 12º,13º, 14º e 15º SENPE. O 16 o SENPE, pelas características apresentadas, foi considerado como integrante desta última fase. Com isto, a periodização abrangeu os 16 Seminários, realizados entre 1979 e 2011. 4. Resultados O SENPE surgiu na conjuntura internacional do processo de cientificização da enfermagem como área do conhecimento e na conjuntura nacional de criação dos cursos de mestrado em enfermagem. Ao longo do tempo o SENPE configurou se como um dos mais significativos eventos da enfermagem brasileira, dando visibilidade à sua produção científica, congregando os pesquisadores de todas as regiões do País, articulando a ABEn com a academia e os serviços, tendo a pesquisa como fio condutor. A66

A seguir será apresentado o estado da arte da abordagem sobre linhas de pesquisa nos SENPE (1979 2011), segundo as fases anteriormente mencionadas 2. 1 a fase Fundamentos da Pesquisa em Enfermagem (1979 1987): do 1 o ao 4 o SENPE 3 6. Esses quatro primeiros Seminários levantaram as dificuldades a serem superadas para o desenvolvimento da pesquisa em enfermagem como: financiamento, preparo do pesquisador, produção cientifica e sua publicação, indefinição de marcos teóricos, dispersão temática e descontinuidade dos projetos, concentração da produção científica nas universidades públicas das regiões sudeste e sul, falta de aproveitamento dos resultados das pesquisas 2. Nesta primeira fase, as Linhas de pesquisa são discutidas enquanto áreas prioritárias para fundamentar a pesquisa em Enfermagem e suas limitações são reflexo do desenvolvimento de pesquisas sem uma definição consistente de linhas e grupos de pesquisa. Em síntese, a discussão sobre linhas de pesquisa no âmbito da primeira fase, que compreende os quatro primeiros SENPE são delineadas a seguir: - Definição das linhas de pesquisa prioritárias, de acordo com a necessidade de construção de um corpo de conhecimentos específicos de enfermagem (pesquisas sobre o papel da enfermagem) entendendo a enfermagem como prática social (inserida socialmente). - As linhas de pesquisa parecem corresponder prioritariamente às necessidades do momento histórico, sendo influenciadas pelas práticas de saúde decorrentes da evolução social do País. - O caminho que vai se delineando nas linhas de pesquisa é a direção da dimensão intelectual do trabalho da enfermagem, cujas teorias são trazidas de outras áreas do conhecimento para a construção de conhecimentos que permitissem apreender os objetos de investigação e intervenção; - As questões sobre linha de pesquisa e marco teórico são ainda bastante polêmicas e não internalizadas suficientemente. A preocupação é a operacionalidade das colocações feitas nos seminário no nível institucional. 2 a fase Campos de aplicação dos resultados das pesquisas (1988 1996): do 5 o ao 8 o SENPE 7 10 No contexto que compreende a segunda fase, linha de pesquisa é definida enquanto eixo para uma perspectiva coletiva de fortalecimento da pesquisa, construção do corpo de conhecimentos e continuidade dos projetos de grupos de pesquisa. Os programas de pós graduação desenvolvem um esforço em prol da formação de Grupos de Pesquisa, com linhas de pesquisa determinadas, de modo que ela tem como marco a estruturação de linhas de pesquisa e núcleos de pesquisa (8 o SENPE, 1995), processo que ocorre especialmente nas universidades, no sentido de formar novos pesquisadores na mesma linha temática e metodológica, produzir novos conhecimentos e propor alternativas para a prática profissional (assistencial, de ensino e pesquisa). A67

Em todos os cursos de graduação a pesquisa vem se organizando de forma grupal em temáticas que já era trabalhadas por pesquisadores, isoladamente. Entretanto, as limitações discutidas nos seminários relacionavam se à falta de financiamento, falta de continuidade dos projetos, preparo inadequado do enfermeiro, pressão por produção em quantidade em detrimento da qualidade e insuficiência de publicações. 3 a fase Crescimento e desenvolvimento da pesquisa de enfermagem (1997 2002): do 9 o ao 11 o SENPE 11 13 Nesta fase, a discussão em torno das linhas de pesquisa é voltada para uma perspectiva conceitual, sendo ressaltada a importância da dimensão teóricometodológica no delineamento das linhas de pesquisa. A preocupação conceitual é analisar e (re)definir as linhas de pesquisa com base na avaliação dos estudos produzidos nas diferentes linhas dos Programas de Pós graduação. A enfermagem já venceu uma primeira etapa, ao incorporar o impacto que as pesquisas têm tido na prática profissional, sendo capaz de ditar os seus caminhos metodológicos e desenhar o traçado das investigações. No 10 o SENPE, é redefinida a direcionalidade temática da produção científica e as linhas de pesquisa. A Oficina de Trabalho sobre Linhas de Pesquisa com documento base: Agrupamento da produção Científica (dissertações e teses) dos programas de pós graduação em enfermagem, no período de 1993 a 1997, (Encontro de Coordenadores de Pós Graduação Stricto Senso 1998) possibilitou esta redefinição. Foi elaborada uma proposta de linhas de pesquisa para ser discutida no âmbito dos programas de pós graduação. À medida que os enfermeiros vinham se titulando, novas experiências surgiam no sentido de formação e consolidação de grupos e linhas de pesquisa e projetos interinstitucionais. Ampliou se o espaço para o desenvolvimento de diferentes abordagens teórico metodológicas, de modo que o enfermeiros pesquisadores tiveram acesso a outras áreas do conhecimento (psicologia, sociologia, antropologia, etc) que forneceram subsídio para o desenvolvimento das pesquisas sob diversas óticas. 3 a fase Intervenção no campo da enfermagem (2003 2011): do 12 o ao 16 o SENPE 14 18 Neste período há um importante incremento no número de Grupos de Pesquisa cadastrados no CNPq, aumento do número de publicações da área e expansão do acesso aos cursos de pós graduação aos enfermeiros de serviços de saúde. Esta Fase é caracterizada pelo aprofundamento teórico no campo interdisciplinar frente à complexidade dos fenômenos. A discussão em torno das linhas de pesquisa passa a ser delineada em uma perspectiva política, na qual a complexidade dos fenômenos da enfermagem exige que a construção do conhecimento constitua um compromisso social, coletivo, para o qual a interdisciplinaridade é uma dimensão fundamental. A enfermagem conta com pesquisadores experientes qualificados para orientação e gestão de projetos de pesquisa. Esta situação resulta de um processo de incentivo à criação de programas de pós graduação e de grupos e linhas de pesquisa. A A68

formação de pesquisadores em enfermagem, no Brasil, sofre determinações de diretrizes educacionais governamentais que conduzem desde a gênese à avaliação dos programas de pós graduação stricto senso. 5 a Fase Rumo à práxis de enfermagem: 17 o SENPE Para o 17 o SENPE, cujo tema central é o clássico e o emergente: desafios da pesquisa em enfermagem, propõe se a partir da trajetória levantada, delinear a discussão em torno da problemática: 1) Questionamento sobre a pertinência do conhecimento produzido (em quantidade e qualidade) para a necessária articulação entre teoria e prática na produção, difusão, consumo e avaliação do conhecimento. 2) Proposição de articulação entre as linhas de pesquisa definidas pela ABEn com as da CAPES e do CNPq 3) Proposição de novas linhas de pesquisa para dar conta das transformações decorrentes de inovações instrumentais, metodológicas e epistemológicas na produção do conhecimento 4) Revisão de critérios para a classificação dos veículos de difusão do conhecimento (para superar as dificuldades trazidas pelo incentivo à quantidade em detrimento da qualidade), articulada à revisão das linhas de pesquisa. 6. Discussão e síntese Na retomada histórica da estruturação da discussão em torno da discussão das linhas de pesquisa em enfermagem durante os SENPE, percebe se que: 1. O quê pesquisar? (que embasa o próprio conceito de linha de pesquisa) constituiu preocupação constante na formulação de praticamente todos as edições dos SENPE, embora com diferentes gradações entre eles e entre as fases nos quais podem ser inseridos. 2. Houve edições que concentraram grande parte das discussões, desde a sua gênese até o momento atual. Ênfase pode ser dada nos SENPE da primeira fase, motivados pelo próprio tema (o quê pesquisar) e o reconhecimento de que a atividade de pesquisa deveria constituir um campo privilegiado do fazer em enfermagem, passando por um período de um aparente desaquecimento (2 a fase), sendo retomadas depois num nível mais profundo de preocupação com a orientação teórico metodológica das investigações e o delineamento de linhas de pesquisa que persistem até o momento (3 a fase) e finalmente o seu incremento numa curva ascendente (4 a fase). 3. Na conjuntura de proposição do 17 o SENPE pode se dizer que o cenário se configura incluindo as conseqüências adversas da produção e difusão quantitativa de estudos sem que necessariamente estejam articulados a uma finalidade práxica. Corrobora isto a política nacional de ciência e tecnologia que, a despeito de inovadora e legitimamente interessada em A69

colocar o Brasil no cenário internacional como produtor de conhecimento, de outra parte, propicia o surgimento de critérios canhestros de avaliação de programas e pesquisadores mas pela quantidade e dispersão de enfoques que pela qualidade e aplicabilidade dos seus produtos decorrentes das pesquisas. 4. Ao propor discutir a ética que deve nortear o processo de conhecimento, pretende se reforçar o resgate dos valores nos quais se baseiam a profissão. 5. Arrisca se a dizer que as preocupações anteriores, exteriorizadas no temário de um evento do porte do SENPE iniciativa esta bastante bem aceita pela comunidade científica presente inauguram uma nova fase na periodização proposta por Barreira e Baptista, intensificando a busca pela práxis na enfermagem, nos seus campos assistencial, educacional, organizacional e investigativo. Em outras palavras, intensifica se com isto a discussão do Para quê pesquisar? 6. Além disso, os resultados desta discussão podem fortalecer a ABEn junto às instancias decisivas da política de ciência e tecnologia do País, fato este que atende suas aspirações éticas e políticas, enquanto importante ator social. 7. Considerações finais Com este trabalho, esperamos contribuir para a discussão das linhas de pesquisa em enfermagem na perspectiva da politicidade da construção, difusão, consumo e avaliação do conhecimento entendendo que as contradições inerentes a este processo, assim como ele, são socialmente determinadas pela organização social da ciência e tecnologia no País. Enquanto sociedade civil privilegiada para o controle social, a Associação Brasileira de Enfermagem tem o desafio de intervir cotidianamente nos órgãos de fomento, de regulação, Academia e Serviços para democratizar o acesso de toda a população aos avanços tecnológicos advindos da aplicação dos conhecimentos produzidos na assistência à saúde da população, na qualidade do cuidado prestado, na qualidade e quantidade de profissionais necessários para tanto, bem como nas condições de trabalho e segurança destes profissionais. Somente assim, estaremos cumprindo o dever cívico de participar da construção de uma sociedade mais justa e equânime. 8. Referências 1. Associação Brasileira de Enfermagem. Estatuto da Associação Brasileira de Enfermagem ABEn. Goiânia, 2005. [online] Disponível em http://www.abennacional.org.br/index.php?path=9 2. Barreira IA; Baptista SS. O seminário bienal do Centro de Estudos e Pesquisas da Associação Brasileira de Enfermagem Cepen/Aben, como foro permanente de discussão (1979 2009). In: Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Rio de Janeiro. Anais do 15 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 2009 jun 8 11; Rio de Janeiro, Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Rio de Janeiro, 2009. [CD A70

3. Associação Brasileira de Enfermagem. Centro de Estudos e Pesquisas de Enfermagem. Relatório do Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 1979 nov 20 22; Ribeirão Preto (SP), Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem, 1979. 4. Associação Brasileira de Enfermagem. Centro de Estudos e Pesquisas de Enfermagem. Relatório do II Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 1981 mar 24 26; Brasília (DF), Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem, 1981 5. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Santa Catarina. Anais do 3 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 1984 abr 3 6; Florianópolis (SC), Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Santa Catarina, 1984. 6. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção São Paulo. Anais do 4 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 1985 set 2 5; São Paulo, Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção São Paulo, 1985. 7. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Minas Gerais. Anais do 5 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 1988 jul 25 29; Belo Horizonte, Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Minas Gerais, 1988 8. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Rio de Janeiro. Anais do 6 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 1991 jul 29 ago 01 Rio de Janeiro, Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Rio de Janeiro, 1991. 9. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Ceará. Anais do 7 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 1994 jun 5 9; Fortaleza (CE), Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Ceará, 1994 10. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Ribeirão Preto. Anais do 8 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 1995 jul 11 13; Ribeirão Preto (SP), Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Ribeirão Preto, 1995. 11. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Espírito Santo. Anais do 9 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 1997 jul 22 25; Vitória (ES), Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Espírito Santo, 1997 12. 1 Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Rio Grande do Sul. Anais do 10 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 1999 mai 24 27; Gramado (RS), Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Rio Grande do Sul, 1999. 13. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Pará. Anais do 11 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 2001 mai 27 30; Belém (PA), Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Pará, 2001. 14. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Bahia. Anais do 12 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 2003 abr 27 30; Porto Seguro (BA), Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Bahia, 2003. A71

15. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Maranhão. Anais do 13 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 2005 jun 14 17; São Luis (MA), Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Maranhão, 2005. 16. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Santa Catarina. Anais do 14 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 2007 mai 29 jun01; Florianópolis (SC), Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Santa Catarina, 2007 17. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Rio de Janeiro. Anais do 15 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 2009 jun 8 11; Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Rio de Janeiro, 2009 18. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Mato Grosso do Sul. Anais do 16 Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 2011 jun 19 22; Campo Grande (MS), Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Seção Mato Grosso do Sul, 201 Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca. Enfermeira. Professora Titular da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Pesquisadora 1D do CNPq. Diretora do Centro de Estudos e Pesquisas da Associação Brasileira de Enfermagem. Coordenadora Nacional do 17 o SENPE. Rebeca Nunes Guedes Oliveira. Enfermeira. Doutora em Ciências. Pós doutoranda do Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo NOTA: o texto completo será submetido à Revista Brasileira de Enfermagem para publicação A72