De que falamos quando falamos de Televisão Digital Terrestre?



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Transcrição:

De que falamos quando falamos de Televisão Digital Terrestre? Intervenção do Dr. Francisco Pinto Balsemão* 2000 Por: Pedro Miguel Santos Silva Resumo: O autor analisa os desafios e oportunidades que a TV enfrentará num futuro próximo, centrando a sua perspectiva no contexto da indústria audiovisual europeia. Com alguma preocupação, muitas dúvidas, mas com a responsabilidade de quem é o presidente do conselho de administração de uma das três televisões generalistas de Portugal - SIC, o Dr. Francisco Pinto Balsemão inicia a exposição sobre a Televisão Digital Terestre, inserindo-a numa estrutura política, jurídica e económica ao nível da indústria audiovisual europeia. Vantagens do Digital Tecnologia: + Fácil + Simples (código) + Flexível (transmissão por diversas vias) + Barato (em comparação aos actuais sistemas analógicos) A palavra Terrestre remete para uma maneira mais tradicional, directa e mais barata de fazer chegar uma transmissão hertziana especialmente quando comparada ao cabo e ao satélite. A Internet como icon das novas tecnologias altera completamente a maneira de pensar e agir; e como estas estão em constante mudança faz com que as certezas sejam cada vez menores, aumentando os riscos. Mas ainda assim, para o Dr Pinto Balsemão, parece claro que a TV Digital Terrestre é inevitável, tal como concluiu o segundo grupo de trabalho na Conferência sobre Televisão Digital Terrestre (DVB-T) em 2000 - ver anexo. A questão agora é saber com que custos, o que fazer com o que sobra e qual o momento ideal para o Switch off (desligar do sinal analógico)? Parece-lhe claro que o ideal era fazê-lo de um dia para outro, mas é necessário garantir que o mercado de consumo para tal esteja preparado, e para tal, essa passagem terá de ser progressiva e por um período de 5-10 anos. * Presidente do conselho de administração da SIC; Presidente do European Publishers Council; Presidente do Fórum Europeu de Televisão e Cinema (Inst. Europeu dos Media). 1

Durante este período de transição, as actuais televisões hertzianas deverão receber o chamado simulcast, ou seja, uma difusão analógica e digital simultaneamente, o que irá trazer elevados custos podendo inclusive criar perturbações ao nível concorrencial do mercado principalmente se não houver equivalência entre o sector público/privado, ou seja, o sector público não poderia ser o único a beneficiar do pagamento dessas despesas pelo estado. Defende que cada país deverá ajustar à sua população/mercado a solução que mais se adequar mas na sua óptica, esse seria um assunto a discutir numa coordenação à escala europeia dado que também passa por uma decisão política. Nesse sentido, e referindo uma das conclusões da conferência de Birmingham de 1998, deverá encontrar-se uma data comum para o Switch off para que não haja atrasos.» Evolução contínua e acompanhada por todos. Uma medida a tomar seria a criação de uma "massa crítica" de espectadores e de canais digitais a nível Europeu pois esta possibilitaria a obtenção de algumas conclusões preponderantes nomeadamente: custos e características dos equipamentos e tecnologias» Standarts O mercado vai exigir compatibilidade entre set-top-boxes; conteúdos» factor de diferenciação. Define a convergência como a possibilidade de utilização do mesmo conteúdo em diferentes meios e formas, e abrir a possibilidade de combinar, ou até mesmo derivar conteúdos que anteriormente eram fechados. Assim, nos dias que correm, a palavra Telecomunicações foi genericamente substituída pelas Comunicações (mass media + new media como a internet, acrescentando o entretenimento para chegar aos conteúdos). Seria assim importante para o equilibrio do mercado criar tipologias e categorias regulamentadoras. Surgem as dúvidas, quanto aos termos comparativos: TV Cabo TV Satélite TV Terrestre? Canais Temáticos Canais Generalistas? Canais Abertos Canais Fechados? Free TV Pay TV Pay-Per-View? O mesmo conteúdo será diferente em plataformas diferentes? As respostas são difíceis, mas serão delas que irão surgir as decisões a tomar, para que o problema se possa solucionar, e se possibilite o despontar das novas tecnologias ao serviço da TV Terrestre, e o aparecimento da DVB-T (Conferência sobre Televisão Digital Terrestre ), é uma excelente oportunidade para ajudar a dar algumas respostas. 2

Num cenário ideal, o Dr. Pinto Balsemão acaba mesmo por utilizar a imprensa como termo comparativo quanto à sua distribuição que não envolve grandes dificuldades. A questão da liberdade que na imprensa e na internet não tem barreiras, deve também ser um factor que distingue a TV Digital Terrestre da imprensa e internet. Assim, no seu parecer, a internet deveria ser regulada pela tabela da imprensa, em vez de se "reger" pelo modelo de televisão. Os investimentos em TV são elevados e apenas as empresas rentáveis e sólidas têm capacidade para desenvolver conteúdos variados e de qualidade de forma sustentada. Assim, a Revolução Digital deverá dar os primeiros passos aproveitando a indespensável experiência dos operadores televisivos já existentes. Assim e em género de conclusão e numa perspectiva mais pragmática ficam alguns princípios a nível europeu para regular a matéria: São os canais generalistas existentes, os motores da TV Digital Terrestre; É uma questão da indústria audiovisual e não das Telecomunicações; Privilegiar os conteúdos televisivos; Separar as funções de distribuidor e programador (Multiplex); Não limitar o número de canais/programas a difundir em cada Multiplex; Aproveitar redes de distribuição existentes» Reduz cutos; Normas comuns para as set-top-boxes» Vão ser exigidos pelo Mercado; Criação de EPG (Electronic Program Guides) com formatos comuns e informação detalhada. O investimento "poupado" pela passagem do analógico ao digital deverá ser investido no apoio à instalação do DVB-T» Desenvolvimento de uma sociedade de informação sob critérios de justiça social. Deve ser dado a cada País, a possibilidade de desenvolver a sua própria indústria de conteúdos nacionais. Assim, embora seja essencial que existam regras comuns a toda a Europa, dado que há concorrência no espaço europeu e dado que todos os problemas e soluções são comuns, a indústria audiovisual europeia embora tenha como impulsionadora a sua multiplicidade cultural deverá continuar a ser eminentemente Nacional. 3

} Fonte: Anexos Anacom www.icp.pt 4

Conferência sobre Televisão Digital Terrestre (DVB-T) A Televisão está prestes a sofrer a sua revolução mais profunda até à data. Com a passagem da televisão analógica para a digital, o aparelho tradicional de televisão transformar-se-á num portão de entrada para a Sociedade de Informação. Com a convergência dos sectores do audiovisual, das telecomunicações e da informática, novos operadores preparam-se para entrar no negócio e novos modelos reguladores terão que dar resposta ao universo das multiplataformas e dos multicanais. O advento da Televisão Digital Terrestre é particularmente importante dado o acesso da difusão hertziana ao mercado de massas. Mecanismos alternativos de transmissão - cabo, satélite e internet - irão, contudo, concorrer cada vez mais com a difusão terrestre e os canais pagos terão tendência para intensificar a concorrência com os canais hertzianos gratuitos. A Conferência sobre Televisão Digital Terrestre (DVB-T), no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, é organizada pelas autoridades portuguesas responsáveis pelos sectores do audiovisual e das telecomunicações, surgindo num momento crucial para os operadores europeus do serviço de televisão. A Conferência agrupa os principais intervenientes do mercado e as autoridades reguladoras, de modo a avaliar os aspectos de mercado e técnicos associados à introdução da Televisão Digital Terrestre no mercado único. Esta Conferência terá três grupos de trabalho, que abordarão os seguintes temas: os aspectos tecnológicos e de mercado do DVB-T; os cenários alternativos de implementação do sistema; e as iniciativas e a política da União Europeia. As conclusões da Conferência poderão contribuir para a definição de directrizes orientadoras da actuação futura, sobre matérias como o fecho da tecnologia analógica, novos modelos regulamentares e estratégias de aceleração da migração para a televisão digital. Conclusões do Grupo de Trabalho 1 Aspectos Tecnológicos e de Mercado do DVB-T O Grupo de Trabalho 1 foi particularmente feliz por ter tido sete excelentes oradores que cobriram todos os aspectos, não só da tecnologia mas também da introdução no mercado e da comercialização. Tornou-se rapidamente evidente, conforme referido pelo presidente, que a tecnologia não era o cerne do assunto. Foram evidenciadas outras questões sobre diferentes temas que poderão ser considerados mais importantes. São esses temas que serão descritos, sem nenhuma ordem particular de preferência ou importância, mas sim pela ordem em que foram surgindo na discussão. Em primeiro lugar, um elemento-chave que surgiu claramente da maioria das apresentações foi a questão da diversidade de regras, ou seja, não existem dois mercados iguais. 1. Serviço Universal Esta questão é afectada pelo facto de as caixas de descodificação (set-top boxes) não se encontrarem normalizadas. O Serviço Universal é caro. O DVB-T pode auxiliar na redução de custos de distribuição, entre 50% e 70% por canal de televisão, face ao serviço analógico. 2. Recepção (fixa, portátil, móvel) Em alguns casos, a recepção portátil poderá fornecer uma oportunidade única para a introdução do DVB-T. É o caso da Alemanha, onde apenas 10% dos lares dispõem de recepção terrestre (54% por cabo, 36% por satélite). A recepção portátil deverá ser universal sem antena. A recepção portátil é ainda essencial para os novos serviços e para a utilização da Internet, permitindo os tão necessários fluxos de receitas adicionais. 5

3. Utilização do espectro Uma migração longa não conduzirá à utilização mais eficiente do espectro, nem o espectro será acessível de forma equitativa. Está a notar-se, no entanto, o desenvolvimento de um espírito de colaboração entre os radiodifusores públicos e privados. Tradicionalmente, eram os radiodifusores públicos que estavam preparados para considerarem a distribuição terrestre, mas apenas porque controlavam o espectro. A ARD e a ZDF, por exemplo, utilizam actualmente cerca de 80% do espectro. Mas estariam preparadas, sob determinadas condições, para verem este valor descer para 50%. 4. Normas (Caixas de Descodificação e MHP - Plataforma Doméstica Multimédia) A normalização de caixas de descodificação que possam ser utilizadas em qualquer ponto da Europa é considerada essencial. Também essencial é a normalização do interface API, que tem sido bastante lenta no caso do DVB. No entanto, estamos a aproximar-nos de uma norma, através do trabalho sobre o MHP, liderado pela Europa e sobre o qual outros, como o Japão, mostraram interesse. Uma segunda actividade (ATVEF) está a posicionar-se como norma concorrente para o MHP, com todas as consequências que daí podem decorrer. No que respeita às normas, conforme colocado por um dos participantes, "se nos encontrarmos no meio, é importante que aqueles em nosso redor acordem em algo (algumas vezes em qualquer coisa)". Isto é especialmente verdade para a Europa, onde todos podem dizer que se encontram no meio de algo. 5. EPG Ouviu-se falar pouco sobre EPGs. Uma coisa é certa: existe uma grande variedade de sistemas operativos disponíveis (OpenTV, Iconic, etc.), todos eles com necessidades diferentes ao nível do hardware. 6. Preço O preço das caixas de descodificação será com certeza uma questão da maior importância. Vários estudos (Alemanha) mostram que um terço da população está disposta a pagar algo por uma caixa de descodificação para televisão gratuita. Este valor desce para 10% no caso de o seu custo estar entre 125 e 250 Euros, para 1% no caso de se situar entre 250 e 375 Euros e para praticamente zero no caso de ser superior. No Reino Unido o valor mais aceitável encontra-se abaixo dos 70 Euros. A estes dados deve acrescentar-se que são necessárias tantas caixas de descodificação quantos os aparelhos de televisão. Uma forma de contornar esta última questão poderia consistir na introdução de aparelhos de televisão digitais integrados, o que teve já início, e na combinação com a plataforma doméstica multimédia. Actualmente, a diferença entre os aparelhos analógicos e os digitais é de aproximadamente 20%, um valor que se espera venha a baixar rapidamente para os 10%. 7. Calendário para a desactivação do analógico A migração durará vários anos, havendo quem refira mais de 15. Na medida em que os sistemas digitais não se degradam progressivamente, é necessário um planeamento cuidadoso para evitar interferências. Para o efeito, o simulcasting deverá ser reduzido ao mínimo e os transmissores analógicos desligados gradualmente. Provavelmente a cobertura será insuficiente para permitir a recepção portátil. Muito poucos países estabeleceram uma data e talvez seja preferível assim, dadas as perspectivas divergentes acerca da duração do período de transição e sobre o efeito que este poderá ter na qualidade do serviço prestado. A desactivação do analógico é, no entanto, crítica para o arranque do mercado. Poderá, para além disso, ser utilizada de forma positiva para o financiamento do estabelecimento do digital, através da disponibilização de frequências para utilização por outros serviços. É evidente que tudo dependerá do que acontecer entretanto, ou seja, do eventual surgimento de uma qualquer outra tecnologia. 6

Um padrão que se está a tornar evidente em vários mercados e que tem vindo a ser observado com a introdução de outros serviços terrestres é a necessidade, essencial, de colaboração, nos primeiros tempos, entre os radiodifusores públicos e privados, de forma a não fragmentar demasiado cedo um mercado já de si frágil. Por fim, devemos ter em mente que as pessoas não vêem caixas de descodificação. As pessoas vêem conteúdos. Se queremos que os serviços floresçam, apenas o poderemos fazer com a disponibilização de conteúdos interessantes. Conclusões do Grupo de Trabalho 2 Modelos de Implementação e Objectivos de Interesse Público 1. A transição para o digital é inevitável Ninguém se interrogou sobre se seria ou não imperativo apostar na digitalização da difusão terrestre. Há países, incluindo a França, onde, em particular, os adversários da difusão digital terrestre, ou seja, os operadores da TV cabo ou os operadores da TV via satélite, tentam explicar aos decisores políticos que não há razão para pressas, que não há urgência, que não há necessidade de avançar por esse caminho. No entanto, em momento algum, a questão que se colocou não foi a de saber se é preciso avançar por esse caminho, mas sim como. A digitalização é incontornável mas as interrogações e as incertezas ainda persistem. A questão que se coloca é a de saber quais as condições para que a operação tenha êxito tendo em conta as experiências dos países pioneiros. A passagem do modo analógico para o modo digital na difusão da televisão é, em certa medida, uma nova etapa, provavelmente, a última e de importância crucial neste longo processo de aplicação progressiva das tecnologias digitais ao conjunto dos canais audiovisuais. É certo que a rede digital não vai revolucionar a curto prazo toda a paisagem audiovisual. 2. Vantagens da transição para o digital As vantagens que resultam da passagem para o digital interessam simultaneamente aos telespectadores, aos operadores audiovisuais e, ainda, à colectividade nacional ou europeia. Para os telespectadores, a digitalização da difusão terrestre deveria trazer a todos os que não estão ligados à TV cabo ou à TV via satélite, isto é, à maioria dos telespectadores dos países europeus, uma oferta alargada de programas e de serviços, facilmente acessível, em princípio sem modificação das antenas e das recepções, com a única condição de equiparar os receptores ou os descodificadores. Uma outra vantagem é que esta oferta poderá ser desmultiplicada no plano local. Três qualidades complementares trazidas pelo digital são a portabilidade, a mobilidade, mas também a interactividade. Ainda que a interactividade seja favorecida pelo suporte da TV cabo, mesmo assim o digital permite introduzir elementos de interactividade; a televisão digital terrestre surge para os telespectadores como fazendo, de algum modo, parte integral de uma política global, permitindo o acesso do maior número de pessoas à sociedade da informação. É um meio de suprir o afastamento que se produz entre os novos ricos e os novos pobres em relação à sociedade da informação. Para as empresas do audiovisual, a digitalização surgiu como devendo trazer consigo, sobretudo com o fim da difusão analógica, uma forte redução dos custos da difusão em comparação com os custos da rede analógica, mesmo que estejamos conscientes de que o custo da difusão é mais elevado para o digital, do que para o satélite. Também se abriram novos mercados para a produção de equipamentos de recepção e, então, aí, há um mercado enorme para a indústria da electrónica para o grande público. Finalmente, a difusão terrestre deveria, sem dúvida, ser um elemento de uma política de apoio à produção europeia, em particular, no que diz respeito à produção audiovisual europeia de conteúdo europeu. 7

A passagem para o digital torna possível uma gestão mais económica do espectro das frequências, sendo possível utilizar as frequências - uma vez acabado o serviço analógico - quer para aumentar o espectro atribuído à televisão digital, quer para novos usos. 3. As incertezas Apareceu um certo número de elementos de incerteza: a televisão digital vai intervir em complementaridade ou em concorrência frontal com a TV via satélite ou com a TV cabo? É óbvio que a chegada potencial de uma nova oferta digital suplementar representa um risco de desestabilização das economias do mercado da TV via satélite e da TV cabo. O segundo elemento de incerteza baseia-se no ritmo de implantação do sistema digital. Esta questão está relacionada com os preços dos aparelhos receptores, com a atractividade dos novos programas, com a elasticidade do mercado de publicidade e à capacidade do espectro em matéria de cobertura territorial. O terceiro elemento de incerteza é o facto de durante este período de migração poderem ocorrer evoluções técnicas importantes, com consequências importantes para a natureza e para a economia dos serviços de televisão, em particular para o acesso à Internet. Uma nova etapa no modo de consumo, na transformação do modo de consumo, poderá surgir com a passagem do consumo da televisão em frente a um écran de televisão e ao consumo ainda mais individualista, em particular, por parte das gerações mais jovens. Quais serão as consequências destes fenómenos? É o problema mais geral da convergência que caracteriza hoje o desenvolvimento da sociedade da informação que vai permitir o acesso de programas em receptores tão diferentes como o aparelho de televisão, o computador pessoal ou o telefone celular GSM ou, em breve, o UMTS. O que acontecerá ao papel da televisão? Há incertezas e é importante que as tenhamos em consideração. 4. Modelos de Implementação Os debates permitiram concluir que não há um modelo único de implementação da televisão digital. A experiência inglesa é incontestavelmente a mais avançada; o quadro jurídico da digitalização remonta a 1996, o lançamento comercial ocorreu em Novembro de 1998. A particularidade da Inglaterra é que o mundo da televisão digital terrestre, compete directamente apenas com a oferta de televisão por satélite comercializada pela BSkyB, em que a digitalização foi, aliás, acelerada e, em compensação, a "On Digital", o operador comercial de televisão digital de terra foi levada a subvencionar os terminais de recepção, seja sob a forma de recolocar, ou sob a forma de colocar à disposição descodificadores para os assinantes; é a particularidade mais importante do sistema britânico. O outro factor é o importante papel desempenhado pela BBC no desenvolvimento de novos programas. Em oposição ao caso da Inglaterra, existe a experiência sueca, um sistema fundado sobre princípios diferentes, como seja o facto de se atribuir a capacidade por serviço e progressivamente. Não se prevê, à partida em todo o caso, a locação de descodificadores e houve incontestavelmente um insucesso que teve de ser corrigido. Em consequência disto, as autoridades já mudaram de estratégia, tendo pedido à Senda para alugar descodificadores e feito uma nova chamada à candidatura lançada em Julho último para um quarto multiplexo. A Alemanha é um caso totalmente à parte e com uma particularidade: apenas cerca de 10% dos lares recorrem à recepção terrestre da televisão, devido ao desenvolvimento considerável da TV cabo e da TV via satélite que já oferece vinte e cinco programas não-codificados. O ponto de partida da Alemanha é completamente diferente do ponto de partida, por exemplo, da França. Os exemplos da Espanha e da Itália também são ilustrativos da diversidade de situações que existe na Europa. Assim, temos uma profusão de modelos em que cada um deles não se parece com nenhum outro. O documento de trabalho da Conferência lembrava os três grandes cenários, com um modelo 1 completamente centralizado com uma plataforma digital única, um modelo 2, pelo contrário, invertido com uma multiplicação de operadores, em traços largos, por plataformas. O primeiro modelo assentando sobre a ideia da massa crítica maximal para fazer arrancar a operação, o modelo 2, pelo contrário, com base no princípio da concorrência, e entre os dois modelos, um modelo 3 que tenta conciliar concorrência e massa crítica. O modelo 3 é bastante bom, mas é muito difícil classificar cada um dos países dentro destes três modelos. 8

5. Condições do êxito da passagem para a rede digital Em conclusão, as condições de sucesso da operação podem ser sistematizadas da seguinte maneira: Primeira condição - a migração deve ser feita com base na duração, que será mais ou menos longa, mas que quanto mais rápida ela for, sendo progressiva, mais valor terá. Mas é preciso um cenário de transição bem preparado, bem planificado, devendo ser feito com um espírito simultaneamente de complementaridade com os outros suportes para não desencorajar a TV via satélite e a TV cabo e, ao mesmo tempo, permitindo maximizar as hipóteses do novo suporte. Segunda condição - com o alargamento da oferta de programas, a criação de uma massa crítica de telespectadores que aceita a migração para o digital é uma condição essencial para o êxito da operação. O importante é atrair os telespectadores e é o conteúdo que permite fazê-lo. Resta-nos um último paradoxo: se, por um lado, a operação precisa de programas não-codificados, por outro lado, o lançamento da operação não pode ser feito senão através de programas codificados. No que diz respeito aos programas que irão ser colocados à disposição do público, surgiu um acordo geral sobre a necessidade de uma difusão integral e simultânea em rede digital de canais actualmente difundidos em rede analógica, ("simulcast"). O "simulcast" é indispensável para permitir aos telespectadores que fazem o esforço de adquirir um equipamento digital, primeiro, pelo menos, acesso aos seus programas habituais. Mas o "simulcast" vai criar custos adicionais para os difusores actuais. Para além do "simulcast", existe um grande consenso acerca do papel fulcral dos programas. Aqui, a televisão terá a ocasião de mostrar a sua capacidade de flexibilidade na programação da grelha, seja através de programas recusados, através de programas de base recusada, a que chamamos programas descalços. Assim, os programas descalços dos novos canais não-codificados, alguns canais esquemáticos não-codificados, a verdadeira base dos programas não-codificados inclui também a necessidade de arranjar lugar para os programas codificados. A segunda série de condições para o êxito inclui um alargamento dos programas. Terceira condição - a escolha apropriada das condições de atribuição da frequência. Deverão ser atribuídas por serviços ou por multiplexo? Os que consideram que primeiro é preciso criar as condições económicas do êxito - os operadores - dizem que é preciso atribuí-la através de um multiplexo. Os que insistem no pluralismo - as autoridades de regulamentação - dizem que devem ser atribuídas por serviço. Quarta condição - uma planificação detalhada das frequências é muito importante. É preciso verificar como é que isso se faz concretamente e esta planificação das frequências é qualquer coisa de muito complicado, de muito difícil, há que fazê-lo com muito cuidado. E, por fim, é preciso ter uma estratégia razoável no que diz respeito à paragem a prazo da difusão digital. Última questão - haverá um modelo global europeu para esta operação? A diversidade é considerável. Será necessário criar um certo grau de coordenação? E em que domínio? Será necessário prever uma data comum a toda a União Europeia? Não é evidente, se tivermos em conta o estado de avanço desigual dos projectos nos diferentes países. Provavelmente, é a prioridade dada ao conteúdo de que falámos muito, que devia ser um dos maiores domínios de preocupação da União Europeia porque é pelos conteúdos que se afirma a identidade cultural europeia. Mas a convergência não significava uniformidade dos conteúdos, pelo contrário, é a possibilidade de difundir estes conteúdos sobre plataformas diferenciadas. Há, sem dúvida, acordos relativamente aos meios de favorecer esta identidade cultural, mas os acordos sobre os meios não excluem a necessidade de se porem de acordo para tentar reflectir sobre a maneira de implementar este objectivo comum de enriquecimento dos conteúdos europeus. 9

Conclusões do Grupo de Trabalho 3 Iniciativas e Politicas Comunitárias. As conclusões do Grupo de Trabalho 3 podem resumir-se nos seis temas seguintes: 1. Enquadramento Regulamentar a. A actual Directiva da União Europeia 95/47/CE relativa à introdução da Televisão Digital necessita ser revista, principalmente no que diz respeito às questões do acesso e interligação no contexto da convergência. b. Os parâmetros essenciais do enquadramento regulamentar da DVB-T deverão ser definidos a nível nacional, reconhecendo-se que há diferenças significativas de país para país como resultado das diferentes condições de mercado e tradições culturais. c. O representante da Comissão reafirmou a importância do princípio de que a regulação deve limitar-se ao mínimo indispensável para que sejam atingidos os objectivos de política, devendo evitar-se uma regulação excessivamente detalhada que resulta em constrangimentos ao mercado e limitações à inovação. 2. Questões de Concorrência a. O papel das autoridades da concorrência é distinto do que cabe aos organismos de regulação, e deve orientar-se pela aplicação dos princípios gerais da concorrência aplicáveis a todos os sectores da actividade económica. b. Na perspectiva da concorrência, não existe um modelo ideal de implementação do DVB-T, e cada situação tem de ser apreciada numa base de caso a caso e país a país. c. O representante da Comissão salientou que, nesta matéria, o principal objectivo da Comissão é garantir um mercado aberto que permita o aparecimento de novos operadores numa perspectiva multi-plataforma, como melhor forma de defender os interesses do consumidor em aspectos como preço, diversidade e pluralismo. d. As regras da concorrência devem ser aplicadas numa perspectiva de promoção da emergência de um mercado único europeu para o sector do audiovisual. 3. Interoperabilidade a. A interoperabilidade é uma questão chave para garantir a cobertura universal da televisão digital e facilitar à generalidade dos cidadãos o acesso aos novos serviços da sociedade de informação. b. A ausência de uma norma comum para os receptores domésticos é uma barreira importante à penetração da televisão digital. Neste contexto, foi reconhecido como particularmente importante a adopção, a curto prazo, do standard aberto para a Plataforma Multimédia Doméstica (Multimedia Home Platform - MHP). 4. Conteúdos a. Salientada a importância da qualidade e diversidade dos conteúdos audiovisuais como factor chave da penetração da DVB-T. b. É essencial que as autoridades públicas desenvolvam iniciativas para promover a criação de conteúdos digitais se se pretender tirar todo o partido das oportunidades oferecidas pela televisão digital. Neste contexto, foi referido como um bom exemplo o Programa Media Plus promovido pela Comissão Europeia. c. Embora seja geralmente reconhecida a importância dos serviços "pay-tv" para o desenvolvimento inicial da televisão digital terrestre, foram expressas opiniões que consideram os programas de recepção livre como um factor crítico para a rápida penetração da DVB-T. d. Foi reconhecida, por vários intervenientes, a necessidade de impor às plataformas de DVB-T a obrigação de "mustcarry" para os actuais programas analógicos de recepção livre, tanto públicos como privados. 10

e. A Comissão reafirmou a sua posição de que a regulação das redes de transporte, independentemente da tecnologia utilizada, deve ter um quadro distinto da regulação dos conteúdos. 5. Fecho da televisão analógica (switch-off) a. A fixação de uma data única para todos os países europeus para o fecho do analógico não é considerada viável. b. Contudo, foi considerado desejável, na óptica dos operadores, fabricantes e consumidores, que os Governos nacionais definam, previamente, critérios para o "switch-off" do analógico. c. A data do "switch-off" deverá estar dependente da obtenção de certos objectivos, nomeadamente, a cobertura geográfica e níveis de preços. d. Vários participantes exprimiram a opinião que, embora a cobertura geográfica alargada seja uma pré-condição para o "switch-off" do analógico, em alguns países não será razoável exigir uma cobertura do DVB-T igual à da televisão analógica, por tal envolver custos incomportáveis. Nestes casos, a cobertura universal deverá ser entendida numa óptica de complementaridade entre diferentes plataformas. 6. Cooperação Europeia e modelos de implementação a. O modelo de implementação da televisão digital terrestre é, acima de tudo, uma questão nacional visto que a atribuição de frequências é da responsabilidade exclusiva das autoridades nacionais. b. Não há um modelo único europeu para a implementação do DVB-T, dado que as condições locais de cada Estado Membro são diferentes em termos da dimensão do mercado, da disponibilidade de espectro radioeléctrico, dos níveis de penetração do cabo e do satélite, etc. Consequentemente, cabe a cada Estado Membro definir os parâmetros para a transição da televisão analógica para o DVB-T. c. Contudo, as Directivas da União Europeia têm um papel relevante em termos de normalização e regras de acesso e interoperabilidade. d. Foi salientada a importância da cooperação entre Estados Membros, designadamente, na planificação e coordenação do espectro e na troca de informações pertinentes. 11