PALAVRAS-CHAVE Crianças. Parasitos Intestinais. Exames de Fezes.



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Transcrição:

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( X ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA ENTEROPARASITOSES EM CRIANÇAS DE PONTA GROSSA PR Luciana Alves (luciana._.alves@hotmail.com) Júnior Garcia De Oliveira (juniorgarcia_oliveira@hotmail.com) Priscilla Salles De Brito (priscillabrito@gmail.com) Rivadávia Pinto De Carvalho Júnior (riva@proinlab.com.br) Júlio César Miné (minej@uepg.br) RESUMO As enteroparasitoses constituem um dos principais problemas de saúde pública na população mundial. As crianças são um grupo de alto risco para infecções parasitárias, pois podem entrar em contato com estes desde poucos meses de vida. O projeto de Extensão Universitária Enteroparasitos em Crianças da Região de Ponta Grossa tem como objetivo descrever a presença e a frequência de cada enteroparasito nas crianças, estudantes das instituições atendidas, por meio da realização de Exames Parasitológico de Fezes e terem acesso a um laudo desse exame, além de serem oportunizadas atividades de educação em saúde concernentes à profilaxia das parasitoses junto às crianças atendidas pelo projeto. Em 2013, oito instituições participaram desse projeto e um total de 304 amostras fecais foram analisadas pelos métodos de Hoffmann, Pons e Janner e de Faust e colaboradores. Do total de amostras, 67 apresentaram-se positivas e os parasitos mais frequentes foram Entamoeba coli, Trichuris trichiura, Ascaris lumbricoides e Giardia lamblia. Estudantes da Vila Paraíso apresentaram os maiores percentuais de positividade. Portanto, atividades de educação continuada envolvendo a prevenção das doenças parasitárias devem ocorrer no ambiente escolar, objetivando a diminuição da frequência de enteroparasitos nos estudantes e estes tenham uma melhor qualidade de vida. PALAVRAS-CHAVE Crianças. Parasitos Intestinais. Exames de Fezes. Introdução Parasitismo é uma associação entre duas espécies diferentes de seres vivos, sendo o hospedeiro o prejudicado desta associação, pois este fornece o alimento e o abrigo do qual o parasita necessita, sendo assim, a parasitose é o estado de infecção, e a agressão é prejudicial ao hospedeiro (LODO, et.al, 2010). As enteroparasitoses fazem parte de um dos problemas de saúde pública mais comuns encontrados no mundo, especialmente em regiões tropicais, onde as condições sanitárias e socioeconômicas se tornam propícias para endemias, apresentando índices elevados em países em desenvolvimento, como o Brasil. Dentre outras causas que refletem a alta incidência de parasitoses entéricas, estão os hábitos incorretos de higiene, reflexo da deficiência na educação, saneamento básico e informação da população. A baixa qualidade de vida justificada pela falta de moradia

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 2 adequada, alimentação básica e saneamento básico deficientes, faz com que aumente a possibilidade da existência de uma alta frequência de doenças parasitárias, assim como a existência de infecções por vários parasitos num único hospedeiro (BARRETO, 2006). A infecção por parasitos geram problemas de saúde, sendo estes muitas vezes negligenciados e esquecidos, já que os sintomas clínicos são inespecíficos ou confundidos com os de outras doenças (MERLUGO, et.al, 2010). As enteroparasitoses estão associadas a quadros de diarreia crônica e desnutrição, afetando principalmente as crianças, devido aos hábitos inadequados de higiene, comprometendo seus desenvolvimentos físico e intelectual, principalmente daquelas que frequentam os primeiros períodos escolares (LODO, et.al, 2010). As escolas podem ser consideradas os locais onde muitas crianças passam a maior parte de sua infância e, com isso, fica claro o papel importante que essa instituição tem no desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social. No entanto, tais crianças estão sujeitas a infecções por causa do grande contato com outras crianças e adultos e, frequentemente, apresentam mais problemas gastrintestinais, de pele, doenças infecto-contagiosas e respiratórias (BISCEGLI, 2009). Na cidade de Concórdia SC, mais de 70% das crianças de uma creche municipal estavam parasitadas, sendo Entamoeba coli e Ascaris lumbricoides os parasitos mais frequentes (TEIXEIRA, et al, 2006). Em Iretama PR foi constatada a alta frequência de parasitismo por Giardia lamblia entre as crianças de um Centro de Educação Infantil (MAMUS, et al, 2008). No município de Maria Helena PR houve 16% de positividade nos exames de fezes realizados sendo os parasitos mais frequentemente encontrados a Entamoeba coli, Giardia lamblia, Endolimax nana e Ascaris lumbricoides (SANTOS & MERLINI, 2010). Vasconcelos e colaboradores (2011) destacam que inquéritos coproparasitológicos constituem uma ferramenta fundamental na busca de informações epidemiológicas locais para guiar a condução, o tratamento e prevenção de problemas de infraestrutura para desenvolver programas de profilaxia na comunidade. Objetivos Considerando os distúrbios prejudiciais que os enteroparasitas determinam sobre a saúde das crianças, e a frequência com que as mesmas são parasitadas, o objetivo do presente trabalho é descrever a presença e a frequência de cada enteroparasito nas crianças, estudantes das instituições atendidas pelo projeto de extensão intitulado Enteroparasitos em Crianças da

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 3 Região de Ponta Grossa, além de realizar palestras educativas para estas crianças, explicando a importância dos hábitos de higiene, fornecer os resultados dos exames coproparasitológicos para cada instituição escolar, para que encaminhamentos médicos sejam realizados visando o tratamento adequado de cada criança parasitada. Referencial teórico-metodológico Um total de 304 crianças de ambos os sexos, de idade entre 1 e 13 anos, assistidas pelos CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil), uma Pastoral da Criança e uma Associação de Promoção ao Indivíduo da cidade de Ponta Grossa, no período de março à novembro do ano de 2013, forneceram amostras de fezes para exame coproparasitólogico. Foram realizadas visitas à sete instituições, sendo que em uma mesma visita foram feitas as palestras educativas, entrega de coletores e termo de esclarecimento para conscientizar as mães e professores sobre o referido projeto de extensão. As amostras fecais foram recolhidas semanalmente, encaminhadas ao Laboratório de Parasitologia clínica do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa. As amostras fecais foram analisadas utilizando o método de sedimentação espontânea de Hoffmann, Pons e Janer (HOFFMANN et al, 1934), devido à sua boa abrangência a um grande número de helmintos e protozoários, e o de centrífugo-flutuação em solução de sulfato de zinco de Faust e colaboradores (FAUST et. al. 1939). Os laudos com os respectivos resultados foram recolhidos semanalmente no laboratório e encaminhados às instituições correspondentes para que as atividades de educação em saúde e medidas terapêuticas, para os casos positivos para parasitos patogênicos, pudessem ser tomadas. Resultados Das 304 amostras fecais analisadas, 125 eram de meninos, 171 de meninas e oito vieram sem identificação. Do total, 22,0% dos exames parasitológicos de fezes realizados apresentaram-se positivos. Observou-se que do total de amostras analisadas, 12,5% continham protozoários e 10,8% helmintos, além disso, na maioria das amostras positivas foi observada a presença de ao menos um parasito patogênico. Analisando-se as associações de parasitos numa mesma amostra, o monoparasitismo foi mais frequente, porém a associação mais comumente encontrada está relacionada ao biparasitismo entre Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura. Tais dados estão representados na figura 01.

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 4 Figura 01 Resultado dos Parasitológicos de Fezes; Distribuição dos Parasitos Encontrados Quanto ao Grau de Patogenicidade e Frequência de Associações Parasitárias nos Escolares de Ponta Grossa PR, 2013. Em relação aos parasitos encontrados, os mais frequentes foram: Entamoeba coli (11,5), Trichuris trichiura (6,9%) e Ascaris lumbricoides (4,9%). A relação dos parasitos encontrados está disposta na tabela 01. Da mesma forma, é possível observar na figura 02 a frequência desses parasitos em relação aos exames coproparasitológicos positivos, o que denota uma considerável prevalência de parasitos albergando o organismo de crianças. Tabela 01 Frequência de Enteroparasitos em Escolares de Ponta Grossa PR, 2013. Espécies de Parasitos N de casos Frequência (%) Entamoeba coli 35 11,5 Giardia lamblia 12 3,9 Endolimax nana 7 2,3 Ascaris lumbricoides 15 4,9 Trichuris trichiura 21 6,9 Enterobius vermicularis 3 1,0 Hymenolepis nana 1 0,3 Fonte: Projeto de Extensão - Enteroparasitoses em crianças da região de Ponta Grossa-PR, 2013.

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 5 Figura 02 Frequência de Enteroparasitos em Relação aos Exames Coproparasitológicos Positivos nos Escolares de Ponta Grossa PR, 2013. Das oito instituições atendidas pelo projeto de extensão em 2013, as que se situam no Jardim Paraíso apresentaram o maior número de crianças parasitadas, assim como o maior número de helmintos e protozoários nas amostras e também as maiores ocorrências de associação de parasitos numa mesma amostra fecal correspondendo a 66,0% das amostras positivas, seguido daquela Instituição localizada em Nova Rússia com 15,0%, os estudantes das Instituições que ficam no Jardim Sabará e em Uvaranas tiveram 6,0% de positividade. Com menores frequências de positividade nos Exames Coproparasitológicos estão os estudantes de uma escola localizada no Centro, com 4,5%, seguida das Instituições localizadas no Parque Tarobá e Borsato, ambas com 1,49%. As frequências de crianças parasitadas por local de instituição estão relacionadas na tabela 02. Tabela 02 Frequência de Escolares Parasitados por bairro onde localiza-se a Instituição de Educação Participante do Projeto Enteroparasitos em Crianças da Região de Ponta Grossa PR, 2013. Bairro em que ficam as Instituições de Nº de N de casos Educação amostras positivos Frequência (%) Uvaranas 28 4 14,3 Jardim Paraíso 114 44 38,6 Parque Tarobá 32 1 3,1 Nova Rússia 43 10 23,3 Jardim Sabará 38 4 10,5 Centro 41 3 7,3 Borsato 8 1 12,5 Fonte: Projeto de Extensão - Enteroparasitoses em crianças da região de Ponta Grossa-PR, 2013.

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 6 Considerações Finais Dos parasitos encontrados, os mais prevalentes são Entamoeba coli, Trichuris trichiura e Ascaris lumbricoides e Giardia lamblia, todos indicando que sua presença decorre de condições inadequadas de higiene e saneamento. Ainda, demonstra a importância de adotar medidas preventivas dentro da própria instituição, pois além de ser uma ferramenta eficaz descrita em várias literaturas, é importante lutar pela erradicação tanto dos parasitos patogênicos (prevalentes nas amostras) e daqueles não patogênicos (indicativos de contaminação de água e alimentos por fezes). A instituição que apresentou a maior frequência de exames positivos foi a que se localiza no Jardim Paraíso. Tanto a escola quanto a família devem unir-se para promoção da melhoria da qualidade de vida das crianças, planejando e executando, com apoio de projetos de extensão universitária, por exemplo, atividades de educação em saúde que vislumbrem a profilaxia das doenças parasitárias e melhore a qualidade de vida das crianças. APOIO: Fundação Araucária e PROEX/UEPG Referências BARRETO, G. Juliano. Detecção da incidência de enteroparasitoses nas crianças carentes da cidade de Guaçuí- ES. Revista Brasileira de Análises Clínicas, vol.38(4): 221-223, 2006. BISCEGLI, S. Terezinha, et.al. Estado nutricional e prevalência de enteroparasitoses em crianças matriculadas em creche. Revista Paulista de Pediatria 2009; 27(3): 289-95. HOFFMAN, W. A.; PONS, J. A.; JANER, J. L. The Sedimentation method in schistosomiasis mansoni. Puerto Rico J. Publ. Hlth., v. 9, p. 281-98, 1934. LODO, Mônia, et.al. Prevalência de Enteroparasitas na cidade de Bom Jesus dos Perdões- São Paulo- Brasil. Revista Brasileira Crescimento Desenvolvimento Humano. 2010; 20(3): 769-777. MACHADO, Gabriel de Paula. Um novo método de concentração de ovos e cistos de enteroparasitas humanos. Rev. Médica do Paraná, v. 29, p. 15-18, 1960. MAMUS, C. N. C., et al. Enteroparasitoses em um Centro de Educação Infantil do Município de Iretama/PR. SaBios: Rev. Saúde e Biol., v. 3, n.1, p.39-44, 2008. MERLUGO, Liara, et.al. Ocorrência de enteroparasitoses em crianças atendidas pelo Programa Primeira Infância Melhor (PIM) no município de Uruguaiana-RS. XI Salão de Iniciação científica PUCRS, 2010. SANTOS, A. S.; MERLINI, L. S. Prevalência de enteroparasitoses na população do município de Maria Helena, Paraná Ciência & Saúde Coletiva, 15(3):899-905, 2010. TEIXEIRA, M. L.; FLORES, R. E.; FUENTEFRIA, A. M. Prevalência de Enteroparasitas em Crianças de uma Creche na Cidade de Concórdia, Santa Catarina, Brasil. NewsLab, ed. 78, p. 110-116, 2006. VASCONCELOS, I. A. B.; OLIVEIRA, J. W.; CABRAL, F. R. F.; COUTINHO, H. D. M.; MENEZES, I. R. A. Prevalência de parasitoses intestinais entre crianças de 4-12 anos no Crato, Estado do Ceará: um problema recorrente de saúde pública. Acta Scientiarum. Health Sciences, Maringá, v. 33, n. 1, p.35-41, 2011.