ESCOLA SECUNDÁRIA DO MONTE DA CAPARICA Curso de Educação e Formação de Adultos NS Trabalho Individual Área / UFCD

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Transcrição:

1 de 5 Impactos económicos, culturais e sociais dos fluxos migratórios no Portugal Contemporâneo OBJECTIVO: reconhecer a diversidade de políticas de inserção e inclusão multicultural. Critérios de evidência: - Identificar a diversidade de políticas públicas na sociedade. - Relacionar direitos políticos e associativos. - Situar-se face à inclusão da população migrante. Se se analisa com algum rigor a História de Portugal, somos confrontados desde o primeiro instante com a realidade da emigração. Depois da reconquista aos mouros e do estabelecimento físico das fronteiras, os portugueses lançaram-se na expansão marítima. Directamente relacionado com a época dos descobrimentos não deixará de estar presente a necessidade de encontrar novas terras, de solos e subsolos mais férteis, capazes de fornecer alimento a um povo que, confinado ao seu próprio país, teria sérias dificuldades de subsistência. Foi assim que nos estendemos primeiramente pelo continente africano (Marrocos, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné e Bissau e são Tomé e Príncipe), depois pelo asiático (Goa, Macau e Timor e Leste) e finalmente pelo americano (Brasil). Séculos mais tarde, com a perda das ex-colónias, a emigração portuguesa redirecciona-se e estende-se a novos horizontes. E, a partir de então, a Europa Central (França, Bélgica, Luxemburgo, Suíça e Alemanha) e a América do Norte (Canadá e EUA) estabeleceram-se como novos pontos de referência para a emigração portuguesa. Todavia, a partir da última década do século XX, dá-se uma verdadeira inversão nas rotas migratórias. Portugal, país de emigrantes por excelência, estabelece-se

2 de 5 paradoxalmente, como porto privilegiado para a imigração: primeiro das ex-colónias e, depois dos países do Leste Europeu. Ante o fenómeno da emigração e o decréscimo dos postos de trabalho, correlativo ao abrandamento do crescimento económico, europeu e mundial, começou a surgir uma certa instabilidade social, aliada ao preconceito para com o imigrante. Tão injustificável e deplorável, se se atende ao passado histórico do nosso país e ao contributo que os mesmos têm dado ao desenvolvimento económico português. Proposta de trabalho: Após a realização do trabalho após os Fluxos Migratórios e tendo em consideração o que texto que acabámos de ler, e realize a seguinte actividade: 1 Pesquise e reflicta sobre fluxos migratórios no Portugal contemporâneo, atendendo aos seguintes aspectos: - Distinção entre emigração e imigração: A emigração é o acto e o fenómeno espontâneo de deixar o seu local de residência para se estabelecer numa outra região ou nação, sendo portanto, a saída do nosso país. A imigração é o mesmo fenómeno mas visto da perspectiva do lugar de origem, ou seja, é a entrada de pessoas no nosso país. Para o lugar de onde uma pessoa saiu é uma emigrante. No lugar para onde a pessoa vai, será uma imigrante. - Definição de fluxos migratórios: É uma referência genérica ao movimento de entrada (imigração) e saída de pessoas (emigração). - Identificação da década e dos países com maior fluxo migratório: A década com maior fluxo migratório foi a década de 60 do século anterior e os países foram a França, Suíça, Bélgica e Alemanha.

3 de 5 - Impactos económicos, culturais e sociais dos fluxos migratórios em Portugal: Em termos económicos, com a emigração, passa a haver mais mão-de-obra, cobrança de impostos e um maior fomento das actividades económicas. Muitos emigrantes têm por norma enviar as suas poupanças para os países de origem e investir uma parte significativa dessas remessas na construção de uma habitação e na aquisição de propriedades, reflectindo-se este facto positivamente na economia do país de origem. Em termos culturais, a presença de pessoas oriundas das mais diversas proveniências, trouxe uma enorme variedade de manifestações culturais, expressas na música, na arte, na gastronomia, na literatura, no teatro, entre outras, enriquecendo assim o povo dos países para os quais as pessoas se deslocaram. Por fim, em termos sociais, passamos a ter uma sociedade multicultural, enriquecida pelas variadas culturas e perspectivas de vida. Com a presença destes emigrantes há um aumento da população nacional e um consequente rejuvenescimento da mesma. Contudo, a presença de emigrantes pode levantar problemas de índole racista e xenófoba, problemas estes que se podem acentuar com a crise económica e financeira que se vive actualmente. 2 - Redija um texto expondo os principais problemas com que se debatem os imigrantes em Portugal e dê sugestões tendo em vista a sua resolução. Como primeira forma de caracterizar a imigração no nosso país, poderá dizer-se que dos cerca de 140 mil imigrantes, cerca de 130 mil são provenientes de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Embora existam cidadãos de outras origens, eles constituem uma parcela pouco significativa. Em segundo lugar, a situação de qualquer imigrante depende da sua capacidade de integração e de um conjunto de outros factores, nomeadamente do ponto de vista legal, como autorizações de residência ou o facto de terem, ou não, laços familiares mais ou menos fixos. Considerando a situação dos cidadãos dos PALOP, a esmagadora maioria trabalha em sectores onde se manifesta uma grande precariedade no emprego (nomeadamente na construção civil, onde trabalham em regimes de subempreitada), e situações constantes de falta de pagamento de salários ou de acidentes de

4 de 5 trabalho não compensados por falta de um vínculo contratual com a entidade patronal. Muitas vezes, não chegam sequer a saber quem é essa entidade. Podem, quanto muito, identificar a pessoa que lhes paga, mas não sabem estabelecer uma relação entre esta e o dono da obra. Esta precariedade significa, do ponto de vista geral, salários abusivos e nenhumas regalias sociais, onde se verificam, claramente, violações do direito do trabalho. Relativamente à imigração em Portugal estes são os principais problemas com que os imigrantes se deparam. Eu especifiquei, falando dos PALOP, mas este tipo de situações também são frequentes com imigrantes de outras nacionalidades. Para que estas situações não sejam praticadas, seria importante que a entidade patronal pusesse em prática os direitos consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, referentes ao respeito pelos direitos do trabalhador sem qualquer tipo de descriminação racial ou étnica. 3 - Na sua opinião como visiona a integração da população migrante no nosso país? Que tipo de associações/organizações conhece? De uma forma geral, os emigrantes são bem recebidos e integrados na sociedade portuguesa, salvo raras excepções. Tomando, por exemplo, a comunidade de emigrantes oriundas dos cinco PALOP s, bem como os brasileiros e timorenses, têm em comum o facto de falar a mesma língua e ser portadores de laços históricos e culturais centenários, que facilitam a integração dos mesmos, quando comparados com outros emigrantes oriundos de outras partes em que o factor da língua não existe, como por exemplo, a Europa de Leste, russos, moldavos, romenos, ucranianos, entre outros. Assim como os de outras partes da América, como os mexicanos, venezuelanos, uruguais, entre outros, ou os do extremo asiático, como chineses, paquistaneses e indianos, podem ter também alguns problemas de integração devido à incompatibilidade de línguas. Quanto às organizações temos a CNAI (centro nacional de apoio ao emigrante), a ACIME (auto comissariado de integração de minorias étnicas), diversas organizações criadas pelas autarquias locais como a CLAII (centros locais de apoio à integração de imigrantes), a ASSIA (associação de solidariedade social de imigrantes adventistas), e, por fim, temos organizações criadas pela sociedade civil do qual é exemplo maior o Moinho da Juventude, entre outras.

5 de 5 4 - Comente a seguinte afirmação: O Multiculturalismo enriquece a cultura portuguesa, contribui para a educação para a cidadania e alerta para a necessidade de preservação da unidade na diversidade! Com os fluxos migratórios ao longo da história pudemos observar um crescente enriquecimento das populações a nível cultural e social. A circulação de pessoas oriundas dos mais variados e longínquos países permite dar a conhecer imensas culturas, ideias, modelos e perspectivas de vida a outros países. É um enriquecimento constante a nível mundial, pois, dado que todas as culturas são diferentes, podem completar-se umas às outras, permitindo que as pessoas optem por um tipo de vida diferente e que lhes seja mais satisfatório e lucrativo. A diversidade de culturas é importante também para a aquisição de características inclusivas e respeitadoras nas pessoas, excluindo o racismo e o xenofobismo. Isto permite uma maior fluidez no relacionamento com os outros e a aceitação da diferença, encarando-a como uma forma de enriquecimento pessoal e não como uma invasão. Contudo é importante que as pessoas tenham consciência de que a sua própria cultura é importante e necessita de ser preservada. Uma globalização cultural não iria ser produtiva para o desenvolvimento e criação de novas formas de vida, é sim, esta diversidade que enriquece e faz com que haja produção e desenvolvimento. As variadas culturas ajudam no desenvolvimento de um determinado país, pois a cultura não se relaciona apenas com as crenças religiosas, gastronomia, música e arte, esta é a base da identidade de um povo e que define as suas características. A forma como um povo se organiza social, politica e economicamente, advém das suas características como nação, que podem servir de aprendizagem para outros povos. Bom Trabalho!