Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

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2 Não foram apresentadas contra alegações. 4 - Colhidos os vistos legais, cabe decidir.

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1.1. Terminou a alegação de recurso com as seguintes conclusões:

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Nas alegações, conclui o seguinte:

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ECLI:PT:TRE:2006:

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Transcrição:

cordão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Processo: 01140/16 Data do Acordão: 25-10-2017 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: PEDRO DELGADO Descritores: Sumário: PRAZO DE IMPUGNAÇÃO CONTAGEM DE PRAZO I - O prazo de três meses fixado na al. e) do nº 1 do artº 102º do CPPT, na redacção que lhe foi dada pela Lei n 66-B/2012, de 31 de Dezembro, conta-se desde o dia da respectiva notificação, e expira, por força do estabelecido na alínea c) do art.º 297º do C. Civil, no dia correspondente do terceiro mês seguinte. II - A regra de cálculo do prazo fixado em semanas, meses ou anos, estabelecido na alínea c) do artº 279 do C. Civil, tem ínsita a que se estabelece na alínea b) do mesmo preceito, não havendo, por isso, que fazer preceder o seu funcionamento da prévia aplicação desta alínea b). Nº Convencional: JSTA000P22434 Nº do Documento: SA22017102501140 Data de Entrada: 12-10-2016 Recorrente: A... Recorrido 1: AUTORIDADE TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA Votação: UNANIMIDADE Aditamento: Texto Integral Texto Integral: Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo 1. Vem A., com os demais sinais dos autos, interpor recurso da decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra "por caducidade do direito de acção", julgou "totalmente improcedente a presente impugnação". Termina as suas alegações de recurso, formulando as seguintes conclusões: «14. Negado provimento ao recurso hierárquico, o prazo para apresentação de impugnação judicial é de três meses nos termos do que dispõe a alínea e) do n.01 do artigo 102. do CPPT. 15. A impugnante foi notificada de decisão que nega provimento ao recurso hierárquico no dia 13 de Dezembro de 2013. 16. Nos termos do que dispõe a alínea b) do artigo 279. do Código Civil, não se inclui o dia em que ocorrer o evento a partir do qual o prazo começa a correr. 17. Donde, tendo a ora recorrente sido notificada no dia 13 de Dezembro de 2013 e iniciando-se o prazo dia 14 de Dezembro de 2013, ocorre o termo do prazo para apresentação de impugnação judicial dia 14 de Março de 2014. 18. Remetida a impugnação judicial ao Tribunal, via postal registado, no

cordão do Supremo Tribunal Administrativo dia 14 de Março de 2014, é a mesma perfeitamente tempestiva. 19. Andou mal a douta decisão, ao entender pela caducidade do direito de acção, na medida em que decorre da própria lei, que na contagem do prazo, não se inclui o dia em que ocorre o evento, preceito que se impunha conhecer face à transcrição feita da alínea c) do artigo 279. do Código Civil.» 2 Não foram apresentadas contra alegações. 3 O Exmº Procurador-Geral Adjunto emitiu parecer que se transcreve, na parte relevante: «( ) Não se me afigura que o recurso deva proceder. Como resulta dos factos provados (ponto 4) a decisão do recurso hierárquico foi notificada à impugnante em 13.12.2013, sendo de 3 meses o prazo para deduzir impugnação judicial, nos termos do disposto no art. 102º, nº 1, al. e) do CPPT. O prazo para deduzir impugnação judicial é um prazo de natureza substantiva, de caducidade, que é contável nos termos do art. 279. do CCivil (art. 20., n.º 1 do CPPT). Tratando-se de um prazo fixado em meses, rege a al. c) do art. 279. do CCivil segundo a qual "(o) prazo fixado em semanas, meses ou anos, a contar de certa data, termina às 24 horas do dia que corresponda, dentro da última semana, mês ou ano, a essa data (...)". Assim, tendo a ora Recorrente sido notificada da decisão do recurso hierárquico em 13.12.2013 e reportando-se a esse facto o início da contagem do prazo para a impugnação judicial, nos termos da al. e), do n.º 1 do art. 102. do CPPT, forçosamente se concluirá, face ao disposto na al. c) do art. 279. do CCivil, que o prazo dos 3 meses para a ora Recorrente deduzir a impugnação judicial terminava às 24 horas do dia 13.03.2013. Ora, tendo a impugnação sido remetida ao tribunal, sob registo postal, em 14.03.2014, a mesma é intempestiva, não funcionando, no caso, a regra da ai. b) do art. 279. do CCivil uma vez que a regra especial da al. c) do preceito, como vem sendo jurisprudência reiterada deste STA, já tem ínsito o que naquela alínea se estabelece, não havendo, por isso, que fazer proceder o seu funcionamento da prévia aplicação da tal alínea (cfr., entre muitos outros, os doutos acórdãos do Pleno do CA de 28.5.92, 10.07.97, 27.06.2001 e de 05.05.2006, in Recs. 026478, 032349, 021638 e 046/04, respectivamente).» 4 Colhidos os vistos legais cumpre apreciar e decidir. 5 O Tribunal Tributário de Lisboa considerou como provado os seguintes factos: 1. A Impugnante apresentou junto da AT pedido de revisão oficiosa da liquidação de IRS referente ao ano de 2004; 2. Do indeferimento do pedido de revisão oficiosa a Impugnante recorreu hierarquicamente; 3. Por despacho de 04 de Novembro de 2013 da Directora de Serviços do IRS, o recurso hierárquico foi indeferido; 4. A decisão do recurso hierárquico foi comunicada à Impugnante por

carta registada com aviso de recepção, que foi por esta assinado em 13 de Dezembro de 2013; 5. A petição inicial da presente impugnação foi enviada para o tribunal sob registo postal datado de 14 de Março de 2014. 6. Do objecto do recurso Da análise do segmento decisório da sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra exarada a fls. 48/51 e dos fundamentos invocados pela Recorrente para pedir a sua alteração, podemos concluir que a questão objecto do presente recurso consiste em saber se incorreu em erro de julgamento a sentença impugnada ao julgar intempestiva a impugnação deduzida pela recorrente, no entendimento de que, face ao disposto nas alíneas b) e c) do art. 279. do CCivil, na contagem do prazo fixado em meses não se inclui o dia em que ocorreu a notificação. A sentença recorrida, tendo em conta que a Fazenda Pública sustentava a caducidade do direito de acção, começou por apreciar tal questão prévia. Considerou o Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra que tendo a decisão do recurso hierárquico sido notificada à Impugnante no dia 13 de Dezembro de 2013, dispunha a mesma do prazo de três meses para impugnar, contados da data da notificação. E que, de acordo com a alínea c) do artigo 279º do Código Civil o prazo fixado em semanas, meses ou anos, a contar de certa data, termina às 24 horas do dia que corresponda, dentro da última semana, mês ou ano, a essa data. Com base nesses pressupostos, concluiu que o prazo para impugnar havia terminado em 13 de Março de 2014, pelo que a petição inicial endereçada ao tribunal em correio registado era intempestiva. Não conformada a recorrente sustenta que a impugnação é tempestiva. A base jurídica da sua argumentação assenta nas seguintes proposições: - pese embora o prazo de três meses se conte a partir da notificação, nos termos do que dispõe a alínea b) do artigo 279. do Código Civil, não se inclui o dia em que ocorrer o evento a partir do qual o prazo começa a correr. - tendo a recorrente sido notificada no dia 13 de Dezembro de 2013, não se incluindo na contagem do prazo o dia em que ocorre o evento, de acordo com a alínea b) do artigo 279. do Código Civil e, iniciandose o prazo dia 14 de Dezembro de 2013, não pode restar qualquer dúvida de que ocorre o seu termo no dia 14 de Março de 2014. Entendemos, porém, que carece de razão legal. Vejamos. A questão central que no presente recurso se coloca é a de saber se na contagem do prazo de impugnação fixado em meses artº 102º, nº 1 do CPPT - se inclui o dia em que ocorreu o evento, no caso a notificação, considerando o disposto nas alíneas b) e c) do art. 279. do CCivil. Antes do mais importa sublinhar que o prazo de impugnação aplicável no caso vertente, por estar em causa impugnação de decisão proferida em recurso hierárquico, é efectivamente, o previsto na alínea e) do nº 1

do artº 102º do CPPT. Decorre daquele normativo, na redacção que lhe foi dada pela Lei n 66-B/2012, de 31 de Dezembro que o prazo de impugnação contenciosa de actos que podem ser objecto de impugnação autónoma é de três meses contados a partir da sua notificação e não o prazo de 90 dias constava no mesmo preceito na redacção anterior. Embora o prazo fixado em meses corresponda sensivelmente a 90 dias, a diferença entre os prazos reside na sua forma de contagem. De acordo com o disposto no n 1 do artigo 20 do CPPT, à contagem dos prazos de impugnação contenciosa aplica-se o disposto no artigo 279 do Código Civil, o qual por sua vez estipula que o prazo fixada em meses, a contar de certa data, termina às 24 horas do dia que corresponda, dentro do último mês, a essa data. Já no prazo fixado em dias os mesmos são contados de forma contínua. Ora, estando em causa um prazo fixado em meses, a regra de cálculo do prazo fixado em semanas, meses ou anos, estabelecido na alínea c) do art. 279 do C. Civil, tem ínsita a que se estabelece na alínea b) do mesmo preceito, não havendo, por isso, que fazer preceder o seu funcionamento da prévia aplicação desta alínea b). De facto, como se sublinhou no Acórdão do Pleno da SCA de 05.05.2006, proferido no recurso 46/04, reiterando jurisprudência constante deste Supremo Tribunal Administrativo, citada pelo Exmº Procurador-Geral Adjunto, tratando-se de um prazo de dias ou de horas, entendeu o legislador (cfr. a referida alínea b) do artigo 279.º citado), para esse efeito, não dever contar-se o dia ou a hora em que ocorre o evento que marca o início do prazo, beneficiando assim (necessariamente) o interessado com a fracção restante da unidade de tempo em que se verificou o mencionado evento. De forma diferente se passam as coisas no caso previsto na alínea c) do mesmo artigo, dos prazos fixados em semanas, meses ou anos em que afixação do termo do prazo no fim do dia que corresponda, dentro da última semana, mês ou ano, a essa data, assegura já por si ao interessado, com o aludido beneficio, a disponibilidade do prazo por inteiro, pois a consideração de dois dias o primeiro e o último com a mesma ordem na semana ou mês oferece, sem mais, a segurança que se pretende alcançar quanto aos outros prazos através da aplicação da norma da alínea b). Cumular a aplicação, no mesmo caso, destas duas regras que tem campos de aplicação distintos e que se orientam pela ideia básica atrás referida, significaria aumentar em um dia os prazos fixados em semanas, meses ou anos, resultado para o qual não se encontra qualquer justificação material e quebraria ostensivamente a coerência do sistema gizado pelo legislador. Assim, tendo a Recorrente sido notificada da decisão do recurso hierárquico em 13.12.2013, forçoso é concluir, face à regra de contagem do prazo aplicável al. c) do art. 279. do CCivil - que o prazo dos 3 meses para deduzir a impugnação judicial terminava às 24 horas do dia 13.03.2013. E, por isso, tendo a impugnação sido remetida ao tribunal, sob registo postal, em 14.03.2014 ponto 5 do probatório - a mesma é intempestiva, como bem decidiu o Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra.

7- Decisão Nestes termos acordam, os juízes da Secção de Contencioso Tributário deste Supremo Tribunal Administrativo em negar provimento ao recurso. Custas pela recorrente. Lisboa, 25 de Outubro de 2017. - Pedro Delgado (relator) Isabel Marques da Silva Ascensão Lopes.