Categoria Trabalho Acadêmico\Resumo Expandido OCORRÊNCIA DE HORMÔNIOS ESTROGÊNICOS NO AMBIENTE

Documentos relacionados
Micropoluentes Orgânicos em Águas

Profa. Dra. Mary Rosa Rodrigues de Marchi GRESCO Grupo de Estudos em Saúde Ambiental e Compostos Orgânicos Instituto de Química - UNESP

II OZONIZAÇÃO DO PERTURBADOR ENDÓCRINO 17β-ESTRADIOL

APLICAÇÃO DA FOTOCATÁLISE HETEROGÊNEA NA DEGRADAÇÃO DE FÁRMACOS

Contaminantes químicos na água para consumo humano. Prof. Dr. Fábio Kummrow

POLUIÇÃO DAS ÁGUAS ESTUDO DA PRESENÇA DOS HORMÔNIOS FEMININOS(17 ALFA- ETINILESTRADIOL E 17 BETA - ESTRADIOL) EM ÁGUAS DE ABASTECIMENTO

CAPÍTULO. Sousa, Priscila Afonso Rodrigues ¹ *; Coelho, Luciana Melo 1

VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA PARA A DETERMINAÇÃO DE FÁRMACOS POR HPLC VALIDATION OF METHODOLOGY FOR THE DETERMINATION OF DRUGS BY HPLC

Estrógenos no ambiente: ecotoxicidade e técnicas de remoção

SQM Poluentes Químicos e Ecotoxicologia. Disruptores Endócrinos

Contaminantes emergentes em água para consume humano

CHORUME DE ATERRO NÃO É ESGOTO PRECISA DE TRATAMENTO ADEQUADO

VI Fórum de Recursos Hídricos Presença de hormônios na água

DESREGULADORES ENDÓCRINOS EM ÁGUAS DE ABASTECIMENTO. Prof. Dr. Alexandre Lioi Nascentes Eng.º Civil e Sanitarista Departamento de Engenharia UFRRJ

Química Ambiental Aula 5 Química das águas Parte 3b Antonio Pedro Guimarães Departamento de Química

BISFENOL A: DETECÇÃO EM ÁGUA POTÁVEL E EFICIÊNCIA NA REMOÇÃO UTILIZANDO FILTROS COMERCIAIS

PERSPECTIVAS TECNOLÓGICAS E REGULATÓRIAS PARA REÚSO POTÁVEL DIRETO NA BACIA DO ALTO TIETÊ

AVALIAÇÃO DA OCORRÊNCIA DO DESREGULADOR ENDÓCRINO 17Α- ETINILESTRADIOL EM EFLUENTES DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO E POSSÍVEIS REMEDIAÇÕES

Anais do Simpósio de Iniciação Científica FACLEPP UNOESTE 1 RESUMOS DE PROJETOS...2

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CONTAMINANTES EMERGENTES EM UM PAÍS EMERGENTE: ESTUDO DE CASO NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

BIODEGRADAÇÃO DO SURFACTANTE LINEAR ALQUILBENZENO SULFONATO DE SÓDIO UTILIZANDO FUNGOS FILAMENTOSOS

ALTERNATIVES REUSE FOR WASTE OF TREATMENT PLANTS WATER AND SEWAGE: THE BRAZILIAN SITUATION NASCIMENTO, C. M. da S., EL-DEIR, S. G.

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

PALAVRAS-CHAVES: Artemia salina. Toxicidade. Micropoluentes.

Determinação dos desreguladores endócrinos bisfenol-a, β-estradiol, 17αetinilestradiol

feam FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

Qualidade da Água em Rios e Lagos Urbanos

CONCEITOS FUNDAMENTAIS

POLUIÇÃO DIFUSA RESUMO

Manual de protocolos e coletas e análise de efluentes e rejeitos industriais

O REÚSO DA ÁGUA NO CONTEXTO DA ECOLOGIA INDUSTRIAL

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL HIDROLOGIA APLICADA

Graduando em Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM. (2)

Desreguladores endócrinos: efeitos à saúde e remoção em estações de tratamento de esgoto

estas atividades deparam com a presença de amônia nos efluentes industriais e, em conseqüência, nos recursos hídricos. Desta forma, são desenvolvidos

Degradação do Fármaco Cloridrato de Tetraciclina utilizando o processo Fenton.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE PESQUISAS HIDRÁULICAS DEPARTAMENTO DE OBRAS HIDRÁULICAS

Contaminação das águas subterrâneas

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010 Diário Oficial Poder Executivo - Seção I São Paulo, 120 (243) 47 COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

BIODEGRADAÇÃO DO SURFACTANTE LINEAR ALQUILBENZENO SULFONATO DE SÓDIO UTILIZANDO FUNGOS FILAMENTOSOS

Aula 1: Introdução à Química Ambiental

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Soluções e tecnologias na otimização e qualidade no setor de agua e saneamento

Curso de Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária Matriz Curricular válida a partir de 2018_2 *Alterações aprovadas em fase de implementação

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - UFPEL CENTRO DE ENGENHARIAS - CENG DISCIPLINA: SISTEMAS URBANOS DE ÁGUA E ESGOTO

Aula 5: Química das Águas Parte 3b

1.1. Problemas decorrentes da contaminação das águas por agrotóxicos

Do Ambiente ao Gene: Disrupção endócrina em invertebrados marinhos e peixes. CIIMAR CCMAR, Laboratório Associado. L. Filipe C. Castro and M. M.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE PESQUISAS HIDRÁULICAS DEPARTAMENTO DE OBRAS HIDRÁULICAS

2º Congresso Internacional de Tecnologias para o Meio Ambiente. Bento Gonçalves RS, Brasil, 28 a 30 de Abril de 2010

MONITORAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO BENFICA COM VISTAS À SUA PRESERVAÇÃO

Programa Analítico de Disciplina CIV442 Qualidade da Água

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE DESAGUAMENTO DE LODOS DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DESAGUADOS EM BAG S DE MANTA GEOTÊXTIL

Edital AGEVAP Nº 005/2018 Auxílio financeiro para pesquisa científica. Publicação da Hierarquização das Propostas

ESTUDO DE TRATABILIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO DOS MAYRINK, MUNICÍPIO DE PONTE NOVA - MG

Avaliação do Potencial e da Capacidade de Desnitrificação em Sistema Pós-D de Tratamento de Esgoto

Esgoto Doméstico: Sistemas de Tratamento

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE PESQUISAS HIDRÁULICAS

Em todo o mundo existem diversos exemplos de alterações da reprodução em várias populações animais.

A Sua Excelência o Senhor Vereador JUARES CARLOS HOY Presidente da Câmara Municipal de Canoas

Interferentes endócrinos e outros contaminantes ambientais emergentes e seus efeitos na saúde pública. Wilson F. Jardim IQ - UNICAMP

Brenda Gonçalves Piteira Carvalho (AUTOR PRINCIPAL) Universidade Federal do Pará

Amostragem e monitoramento de corpos d água

Ciências do Ambiente

Hsa GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Resíduos Sólidos. PROFa. WANDA R. GÜNTHER Departamento Saúde Ambiental FSP/USP

ESTUDOS DE AVALIAÇÃO DE RISCO POR RESÍDUOS PERIGOSOS NO BAIRRO MANSÕES SANTO ANTÔNIO MUNICÍPIO DE CAMPINAS SÃO PAULO I. INTRODUÇÃO

Eixo Temático ET Gestão Ambiental em Saneamento

AVALIAÇÃO DE ADSORVENTES SÓLIDOS PARA DETERMINAÇÃO DE DESREGULADORES ENDÓCRINOS EM ESGOTOS SANITÁRIOS

VIDA MARINHA. Comunicação química "entre as esponjas / c.;a FUTEBOL. A matemática, entra em campo <G:I. c.;a REVISTA. DIVULGAÇÃO CIENTíFICA DASBPC

MECANISMOS E FONTES DE CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DE NATAL/RN POR NITRATO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS DO RIO PARAGUAÇU E AFLUENTES, BAHIA, BRASIL

Mananciais de Abastecimento. João Karlos Locastro contato:

XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE ANÁLISE E REMOÇÃO DE HORMÔNIOS POR PROCESSO DE CLORAÇÃO E OZONIZAÇÃO NA CIDADE DE SÃO CARLOS

Química das Águas - parte 3

Pressão antropogénica sobre o ciclo da água

Consumo e reúso da água

Gerenciamento e Tratamento de Águas Residuárias - GTAR

SISTEMAS AVANÇADOS PARA O TRATAMENTO E REUSO DE ÁGUAS E EFLUENTES

Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Ambientais

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO EFLUENTE GERADO PELAS ETE DO ESTADO DE PERNAMBUCO EM RELAÇÃO AOS CONTAMINANTES EMERGENTES

POAs Processos Oxidativos Avançados

POLUENTES EMERGENTES. Exemplos, Fontes e Consequências. Isabel Porto, Nícolas Glanzmann, Fernanda Cerqueira

Química das Águas - parte 3b

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE HÍDRICA DAS LAGOAS DE JACAREPAGUÁ E CAMORIM, NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, RJ

Como funcionam os desreguladores endócrinos?

& DESCARTE DE MEDICAMENTOS NA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA ESF ADOLFO GROTH, NO MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO/RS

TÍTULO: VERIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO BIOLÓGICO DE EFLUENTE INDUSTRIAL, UTILIZANDO COMO BIOINDICADOR A PLANÁRIA DUGESIA TIGRINA.

Outubro/2018

Projeto Águas Novas. Alexandre Pontes

COBRANÇA PELO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS

RELAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE PRODUTOS QUÍMICOS E A QUALIDADE DA ÁGUA DISTRIBUÍDA EM DIVERSOS SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA DO PARANÁ

CETREL NO BRASIL CERTIFICADOS

Mesa redonda Qualidade da Água de Reservatórios Fluviais

IV ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS AFLUENTES PAULISTAS E FLUMINENSES DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL

Aluna do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Cerro Largo/RS 3

USO DA MACRÓFITA LEMNA PARA REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA REMANESCENTE DE EFLUENTE TÊXTIL TRATADO POR PROCESSO FISICO-QUÍMICO

Autores: Alex Henrique Veronez - SABESP/UNICAMP Bruno Coraucci Filho - UNICAMP

Transcrição:

Categoria Trabalho Acadêmico\Resumo Expandido Titulo do Trabalho OCORRÊNCIA DE HORMÔNIOS ESTROGÊNICOS NO AMBIENTE Nome do Autor (a) Principal Ana Beatriz Marchini Tenália Nome (s) do Co-autor (a) (s) Tsunao Matsumoto; Letícia de Oliveira Manoel. Nome (s) do Orientador (a) (s) Prof. Dr. Tsunao Matsumoto Instituição ou Empresa Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP/FEIS Instituição (s) de Fomento E-mail de contato anabeatriz_mt@yahoo.com.br Palavras-chave Disruptores endócrinos, Estrógenos. Efluentes. 1 INTRODUÇÃO Os usos múltiplos da água, tais como abastecimento público, industrial e agrícola, requerem qualidade e padrões específicos, ou seja, condições físicas, químicas e biológicas adequadas às respectivas finalidades. Contudo, ao mesmo tempo em que um corpo d água é utilizado para o abastecimento público, pode ser o receptor de efluentes

urbanos e industriais, modificando suas características, justificando assim a necessidade de um tratamento prévio ao lançamento (OTOMO, 2010). Com o passar do tempo, novos contaminantes são gerados ou tem sua periculosidade reconhecida e assim, recebem em um tempo, nem sempre hábil, a atenção dos envolvidos com o saneamento e com a saúde publica (BIANCHETTI, 2008). Nos últimos anos, um grupo específico de compostos químicos tem merecido atenção do meio cientifico, embora alguns pesquisadores já demonstrassem efeitos endócrinos de agentes químicos no passado, o termo Disruptor Endócrino (DE), do inglês endocrine disruptor, começou a ser empregado em 1991 pela zoóloga Theo Colburn, para denominar agentes ou substâncias químicas presentes no meio ambiente, capazes de se acumular no solo e nos sedimentos dos rios, contaminarem a cadeia alimentar, se ligar a receptores endócrinos e promover alterações na síntese, secreção, metabolismo e/ou ação hormonais (FONTENELE et al., 2010). Os DEs podem passar para a rede de esgoto através de urina, fezes de humanos e animais ou pelo lançamento de efluentes industriais de maneira inadequada em corpos d água (SANTOS et al., 2007). Segundo Reis Filho et al. (2006), dentre os DEs, os estrógenos vêm recebendo maior atenção por serem compostos extremamente ativos biologicamente e estarem relacionados à etiologia de vários tipos de cânceres. Os estrógenos naturais 17β - estradiol, estriol, estrona e o sintético 17α-etinilestradiol, desenvolvido para uso médico em terapias de reposição e métodos contraceptivos, são os que despertam maior preocupação, tanto pela potência como pela quantidade continuamente introduzida no ambiente. Estes hormônios possuem a melhor conformação reconhecida pelos receptores, portanto, resultam em respostas máximas, sendo considerados como responsáveis pela maioria dos efeitos disruptores desencadeados pela disposição de efluentes. Os hormônios 17β - estradiol e 17α-etinilestradiol são excretados diariamente, por humanos e animais, no esgoto doméstico. Essas substâncias vêm sendo detectadas em efluentes de estações de tratamento de esgoto e em águas superficiais, devido às plantas de tratamento de esgoto receberem esses estrogênios e apenas eliminá-los parcialmente durante o processo de tratamento, sendo o residual descartado nos corpos receptores (FERREIRA, 2008).

Se as águas do corpo receptor forem captadas para abastecimento humano, a jusante do ponto de lançamento, novas pessoas estarão expostas aos seus efeitos, caso as estações de tratamento de água (ETAs) também não apresentarem remoção eficiente para os hormônios. Ou ainda, se o efluente ou o lodo de uma estação de tratamento de esgotos forem utilizados para irrigação ou piscicultura, novas fontes de exposição estarão configuradas (BIANCHETTI, 2008). 2 OBJETIVO GERAL Este trabalho teve como objetivo realizar revisão de literatura acerca dos níveis de estrógenos presentes em corpos d água e efluentes domésticos. 3 METODOLOGIA A metodologia do trabalho envolve a revisão de literatura a fim de verificar os estudos sobre os níveis de estrógenos naturais e sintéticos presentes em corpos d água. 4 RESULTADO (S) Furuichi et al. (2004) verificaram a presença de alguns perturbadores (entre eles, 4- nonilfenol, 4-tert-octilfenol, bisfenol, etinilestradiol, estrona e 17 β - estradiol) em cinco pontos do rio Tama, no Japão. Apesar de algumas substâncias como o nonilfenol, octilfenol e bisfenol terem sido encontradas em concentrações superiores aos dos hormônios (51,6-147µg/l, 6,9-81,9 µg /l e 8,2-73,9 µg /l, repectivamente), a maior causa de atividade estrogênica no rio Tama foi atribuído à estrona e 17 β - estradiol que sugere o maior potencial de perturbador endócrino desta substância. Na Áustria amostras de água foram coletadas em locais de rotina do controle de qualidade da água perfazendo um total de 27 pontos de medidas em águas superficiais e 59 em águas subterrâneas. Os perturbadores analisados foram: 17 β -estradiol, estriol, estrona, 17 α - etinilestradiol, 4-nonilfenol, 4-nonilfenoletoxilato e produtos de suas degradações, octilfenol e octifenol-etoxilato, além, do bisfenol. Em mais da metade das amostras em águas superficiais o 17 β - estradiol e a estrona puderam ser detectados,

porém, em baixas concentrações, em média, de 0,13 e 0,35 µg /l, respectivamente. Nas amostras de água subterrânea, o 17 β - estradiol foi detectado em 50% das amostras com valor máximo de 0,79 µg/l (BURSCH et al., 2004). Em outro estudo, também relacionado ao Brasil, discutido por Ternes et al. (1999) foram encontrados estrogênios naturais e contraceptivos sintéticos na ETE (Estação de Tratamento de Efluentes) da Penha - Rio de Janeiro. No afluente, o 17 β - estradiol e o estrona foram detectados em concentrações significativas de 21 µg/l e 4 µg/l, respectivamente. Nas estações de tratamento de esgoto da Alemanha, Inglaterra, Holanda e Estados Unidos, as concentrações médias de 17 α - etinilestradiol em efluentes domésticos apresentaram-se na faixa de 1 a 3 µg/l aproximadamente ou abaixo do limite de detecção. Apesar das concentrações serem baixas, elas são de extrema importância para o ambiente aquático, levando em conta que atividades estrogênicas in vitro mostraram que a exposição de peixes a uma concentração de somente 0,1 µg/l de 17 α -etinilestradiol pode provocar feminização de machos de algumas espécies (FERREIRA, 2008). 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nota-se a ocorrência de hormônios estrógenos em corpos d água em diversos países o que é preocupante, em razão dos riscos associados a saúde humana e ambiental, seja esta decorrente da água se destinada ao abastecimento da população ou o comprometimento da biota aquática. Neste contexto, é urgente alertar a opinião pública para os riscos associados à exposição e bioacumulação deste tipo de poluentes e realçar a enorme importância no monitoramento dos sistemas aquáticos, que são os principais veículos de dispersão ambiental. São necessários estudos que avaliem a importância da inclusão do controle de estrogênios como critério para classificação de água potável de maneira a estabelecer limites a este novo parâmetro. O monitoramento destes químicos, assim como o uso de novas tecnologias para o tratamento das águas residuais, é importante para a diminuição da contaminação das

massas de água, assim como da população, já que a água residual tratada poderá ser reutilizada. Além disso, há a necessidade de se desenvolver técnicas práticas e de menor custo, para que este monitoramento possa ser conduzido efetivamente por agências e prestadores de serviços da área de saneamento. REFERÊNCIAS BIANCHETTI, Fábio José. Remoção do agente hormonalmente ativo etinilestradiol por pré-oxidação e coagulação: estudo em escala de bancada. Dissertação (Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hidricos) Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008, 107 p. BURSCH, W. et al. (2004). Endocrine disrupters in the aquatic environment: the Austrian approach. Water Science and Technology, 50(5), 293-300. FERREIRA, Milena Guedes Maniero. Remoção da atividade estrogênica de 17βestradiol e de 17α-etinilestradiol pelos processos de ozonização. Tese (Doutorado em Ciências em Engenharia Química) Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008, 192 p. FONTENELE, Eveline Gadelha Pereira et al. Contaminantes ambientais e os interferentes endócrinos. Arq Bras Endocrinol Metab. 2010; 54/1. FURUICHI, Takuma. et al. Contribution of known endocrine disrupting substances to the estrogenic activity in Tama River water samples from Japan using instrumental analysis and in vitro reporter gene assay. Water Research, 2004, 38(20), 4491-4501. OTOMO, Juliana Ikebe. Desenvolvimento e validação de metodologia analítica para determinação de hormônio considerados disruptores endócrinos nas águas destinadas ao abastecimento público na região do Rio Paraíba do Sul SP. Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), 2010, 186p. REIS FILHO, Ricardo Wagner. Hormônios sexuais estrógenos: contaminantes bioativos. Química Nova, 2006, 29: 817-822. SANTOS, João Henrique Zimnoch et al. Desenvolvimento de metodologia analítica para quantificação de fármacos em meio aquático por extração em fase sólida e HPLC. Revista de Ciências Ambientais, Canoas, 2007, v.1, n.2, p. 19 a 34.

TERNES, Thomas et al. (1999). Polar drug residues in sewage and natural waters in the sate of Rio de Janeiro, Brazil. The Science of the Total Environment, 1999, 225p, 135-141.