ESTUDO EXPERIMENTAL DAS CONDIÇÕES DE ESCOAMENTO DE GRÃOS 1

Documentos relacionados
EFEITO DA UMIDADES DE GRÃOS DE SOJA EM SEU ESCOAMENTO NO PROCESSO DE SECAGEM 1 EFFECT OF SOYBEAN MOISTURE ON ITS FLOW IN THE DRYING PROCESS

MÉTODO DOS ELEMENTOS DISCRETOS APLICADO À SIMULAÇÃO DO ESCOAMENTO DE GRÃOS 1

SECAGEM ARTIFICIAL E ARMAZENAMENTO DE GRÃOS DE SOJA: ESTUDO EXPERIMENTAL E SIMULAÇÃO NUMÉRICA 1

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Bolsista PIBIC/CNPq, aluno do curso de graduação de Engenharia Elétrica da UNIJUÍ. 3. Aluno do curso de doutorado em Modelagem Matemática da UNIJUÍ.

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

MODELAGEM COMPUTACIONAL DO ESCOAMENTO DE GRÃOS DE SOJA EM UM SECADOR UTILIZANDO O MÉTODO DOS ELEMENTOS DISCRETOS 1

Estudo dos Efeitos das Propriedades Morfológicas Sobre o Escoamento de Grãos de Aveia

Aluno do Curso de Engenharia Elétrica da UNIJUÍ, 3

COMPARAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE CONTROLE DA TEMPERATURA DE UM SECADOR CONTINUO 1

Projeto de pesquisa realizado no Grupo de Matemática Aplicada e Computacional da UNIJUÍ 2

SIMULAÇÃO NUMÉRICA PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO SISTEMA DE AERAÇÃO EM UM ARMAZÉM GRANELEIRO HORIZONTAL 1

Programa Analítico de Disciplina ENG370 Secagem e Armazenagem de Grãos

CONTROLE DA TEMPERATURA DE SECAGEM ARTIFICIAL DE GRÃOS 1

ESTUDO DA MODELAGEM DINÂMICA DO PÊNDULO SIMPLES 1

Validação do Método dos Elementos Discretos para o escoamento de grãos de soja

CAMPUS DE BOTUCATU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA ENERGIA NA AGRICULTURA PLANO DE ENSINO IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA

Simulação 3D do Fluxo de Ar de um Sistema Real de Armazenagem de Grãos

SECAGEM DAS SEMENTES. Por quê secar as sementes? 22/05/2018 INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO

XVI COBREAP - CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS - IBAPE/AM ART 12 - INSTALAÇÕES E BENS INDUSTRIAIS

Utilização do sabugo de milho como fonte energética no processo de secagem

Aluna do curso de Graduação em Engenharia Civil da UNIJUÍ, bolsista PIBIC/UNIJUÍ, 3

PRÁTICAS DE PÓS COLHEITA PARA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE ALTA QUALIDADE. Prof. Francisco Villela

Construção de um "silo secador

DETERMINAÇÃO DO ÂNGULO DE REPOUSO DE FERTILIZANTES

MODELAGEM MATEMÁTICA E COMPUTACIONAL DO ESCOAMENTO DE GRÃOS DE SOJA UTILIZANDO O MÉTODO DOS ELEMENTOS DISCRETOS

SECAGEM DE GRÃOS. JOÃO DOMINGOS BIAGI Prof. Titular Tecnologia Pós-Colheita, FEAGRI/UNICAMP, Campinas, SP, BR

5 Simulação Numérica e Validação Experimental

Secagem de Grãos de Arroz em Distintas Temperaturas e Utilizando Lenha com Diferentes Teores de Água

Avaliação energética de um secador de grãos do tipo cavalete

Armazenamento Refrigerado de Grãos de Trigo em Unidade Cooperativa do Centro Sul Paranaense

MODELAGEM MATEMÁTICA DO ESCOAMENTO DE GRÃOS DE SOJA EM UM SECADOR COM FLUXO MISTO USANDO O MÉTODO DOS ELEMENTOS DISCRETOS

Avaliação da distribuição de ar do sistema de aeração em armazém graneleiro

AVALIAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS GRÃOS DE MILHO E DE SOJA ARMAZENADOS EM SILOS BAG

Desenvolvimento de uma planilha eletrônica para avaliação energética de secadores de grãos

Soja Armazenada em Silo Bolsa: Avaliação Sanitária

Definição de Secagem. Secagem e Armazenagem de Grãos e Sementes. Importância da Secagem. Aula 05

ANÁLISE EXPERIMENTAL E DE CFD DO ESCOAMENTO DE DIFERENTES MATERIAIS EM TAMBOR ROTATÓRIO COM SUSPENSORES

Pragas de grãos armazenados e formas de controle

SECADORES CEREAIS JOSCIL

SECAGEM DE SEMENTES INTRODUÇÃO. LPV-0638: Produção de Sementes TEOR DE ÁGUA DAS SEMENTES INTRODUÇÃO. - Importância da Água

RESFRIAMENTO ARTIFICIAL

Pâmella de Carvalho Melo¹, Arlindo Modesto Antunes¹, Paulo Henrique Ribeiro Dias Alves², Jéssica Antônia Andrade Alves³, Ivano Alessandro Devilla 4

Efeitos da refrigeração e do tempo de armazenamento na manutenção do peso volumétrico e teor protéico de grãos de soja

MONITORAMENTO DA SECAGEM DE MILHO EM SECADOR INTERMITENTE DE COLUNA DE CAVALETE

Análise das Condições Climáticas para a Secagem de Grãos de Milho Safra Verão com ar Ambiente nos Municípios de Assis Chateaubriand e Palotina

Avaliação energética de um secador de grãos utilizando planilha eletrônica

INFLUÊNCIA DO DIÂMETRO E VELOCIDADE DE ROTAÇÃO NO CARREGAMENTO IDEAL DE TAMBOR ROTATÓRIO COM SUSPENSORES

Secagem e Armazenagem de Grãos e Sementes Aula 06

Modelagem matemática para simulação 3D do escoamento do ar em armazéns graneleiros

Eficiência no Processo de Secagem de Sementes em Cooperativa Agroindustrial na Região do Planalto Paranaense

Efeitos tempo de espera e manejo térmico na seca-aeração

Modelagem e simulação da secagem de grãos de café

CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA DOS FRUTOS DE MAMONA DURANTE A SECAGEM

QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE BERGAMOTAS PONKAN SUBMETIDAS AO EFEITO DE DANOS MECÂNICOS NA SAFRA 2016

ELABORAÇÃO DE MALHAS TRIDIMENSIONAIS PARA APLICAÇÃO DE MÉTODOS NUMÉRICOS 1

APLICAÇÃO DE MODELOS ARX E ARMAX DA TEORIA DE IDENTIFICAÇÃO DE SISTEMAS PARA PREDIÇÃO DO TEMPO DE VIDA DE BATERIAS QUE ALIMENTAM DISPOSITIVOS MÓVEIS 1

ASPECTOS A CONSIDERAR DENTRO DE UMA UBS DE SEMENTES DE FORRAGEIRAS ENG. AGR. DR. EVALDO CERVIERI FILHO VETORSEEDS CONSULTORIA LTDA

Potencial Fisiológico de Sementes de Soja e Milho Armazenadas com Diferentes Graus de Umidade Inicial em Duas Embalagens (1)

Efeito da secagem na qualidade fisiológica de sementes de pinhão-manso

COLÉGIO PREVEST LISTA DE GEOMETRIA ESPACIAL CILINDROS, CONES E ESFERAS PROF. ULISSES MOTTA 1. (Ufpr 2017)

Projeto realizado junto ao Grupo de Automação Industrial e Controle (GAIC) da UNIJUÍ. 2

-Logo após o ponto de maturidade fisiológica dos grãos, teoricamente, a colheita já pode ser realizada;

DIMENSIONAMENTO DE SILO VERTICAL EM SANTA HELENA DE GOIÁS

DETERMINAÇÃO DA CURVA CARACTERÍSTICA DA RELAÇÃO DA ÁREA ILUMINADA APARENTE PELA POTÊNCIA DA LÂMPADA 1

MESTRE MARCENEIRO UMIDADE DA MADEIRA O QUE É MADEIRA SECA?

SECAGEM DE SEMENTES CURIOSIDADE. LPV-0638: Produção de Sementes IMPORTÂNCIA E FUNÇÕES DA ÁGUA PRESENTE EM TODOS OS PROCESSOS DINÂMICOS DA CÉLULA VIVA

Determinação da Quebra Técnica em uma Unidade Armazenadora Estudo de Caso

QUALIDADE DE SEMENTES

Manejo térmico e dinâmica operacional na secagem intermitente de arroz

Secagem e Armazenagem de Grãos e Sementes

Qualidade Física de Grãos de Centeio em Função do Sistema de Secagem e Temperatura de Secagem

4 Análise de Dados. 4.1.Procedimentos

ARMAZENAMENTO DE SEMENTES Silvio Moure Cicero 1. Introdução

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS DE QUINOA. Marianna Dias da Costa 1 ; Ivano Alessandro Devilla 2 RESUMO

Projeto de pesquisa realizado no Grupo de Automação Industrial e Controle (GAIC) da Unijuí. 2

COMPARAÇÃO DE MODELOS FENOMENOLÓGICOS PARA A HIDRATAÇÃO DE GRÃOS DE SOJA

% % 40

Aluno do Curso de Mestrado em Modelagem Matemática da UNIJUÍ, bolsista CNPq, 3

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

em função da umidade e rotação de colheita

Efeito da Pré-limpeza Sobre Qualidade Física e Tecnológica de Grãos de Milho Após Seis Meses de Armazenamento

Comunicado. Técnico. Conservação de sementes de hortaliças na agricultura familiar. Introdução

APLICAÇÃO DO CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSO NA CONSERVAÇÃO DE GRÃOS

Avaliação de Perdas em Unidades Armazenadoras

Efeitos da Temperatura de Secagem e do Tempo de Armazenamento nos Parâmetros de Qualidade Tecnológica dos Grãos de Sorgo Granífero

EFEITO DO TEOR DE UMIDADE DAS SEMENTES DURANTE O ARMAZENAMENTO NA GERMINAÇÃO DE MILHO CRIOULO

Estudo de Caso: Planejamento e Gerenciamento Otimizado de Unidades Armazenadoras. Prof. Luís César da Silva - UFES - CCA

4 Modelo Constitutivo de Drucker-Prager para materiais rochosos

ARROZ. Benefícios proporcionados pela Uniformidade de Secagem

ANÁLISE DE IMAGENS PARA DETERMINAR O HOLDUP EM TAMBORES ROTATÓRIOS COM SUSPENSORES

Quebras de Impureza e Umidade 1

Avaliação energética de um secador de grãos do tipo coluna

Lista 19 - GEOMETRIA ESPACIAL (Cilindros e Cones)

Universidade Federal do Espírito Santo Centro Universitário Norte do Espírito Santo. Laboratório de Ensino de Matemática

DESENVOLVIMENTO DA EQUAÇÃO PREDITIVA GERAL (EPG)

MODELAGEM MATEMÁTICA DO TEMPO DE VIDA DE BATERIAS DE LÍTIO ÍON POLÍMERO PARA DESCARGAS CONSTANTES UTILIZANDO UM MODELO HÍBRIDO 1

Efeitos da Temperatura de Secagem e do Tempo de Armazenamento na Composição Química de Sorgo Granífero

Experimento Correção de P (safra 2010/11 a 2015/16)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

Transcrição:

ESTUDO EXPERIMENTAL DAS CONDIÇÕES DE ESCOAMENTO DE GRÃOS 1 Victor Noster Kürschner 2, Lucas Da Rosa Kieslich 3, Maurício Dos Santos Dessuy 4, Manuel Osório Binelo 5, Ricardo Klain Lorenzoni 6, Eliezer José Balbinot 7 1 Projeto de pesquisa desenvolvido pelo Grupo de Matemática Aplicada e Computacional da UNIJUÍ. 2 Bolsista PIBIC/CNPq, estudante de Engenharia Elétrica na UNIJUÍ - RS. 3 Bolsista PIBIC/CNPq estudante de Engenharia Elétrica na UNIJUÍ - RS. 4 Bolsista PIBIC/UNIJUÍ estudante de Ciências da Computação na UNIJUÍ - RS. 5 Orientador do bolsista e professor no curso de mestrado de Modelagem Matemática na UNIJUÍ - RS 6 Aluno de mestrado em Modelagem Matemática e Bacharel em Sistemas de Informação na UNIJUÍ - RS. 7 Aluno de mestrado em Modelagem Matemática e graduação em Matemática pela URI - RS. INTRODUÇÃO No processo agrícola referente a grãos, dois processos após a colheita são fundamentais: secagem e armazenamento. 1.1 Secagem Antes de armazenar os grãos é necessário realizar sua secagem até um nível de umidade apropriado, pois alguns grãos são colhidos no auge de sua maturação fisiológica, período em que o teor de umidade no grão é elevado. Nestas condições o grão não pode ser armazenado, pois correm grandes riscos de criar fungos e insetos ocasionando sua rápida deterioração. Por isto a secagem correta dos grãos é um passo importante (De Lima, 2014). Esta pesquisa foca em um secador artificial com fluxo misto de ar aquecido mecanicamente que atravessa a massa de grãos. Este tipo de secagem é o mais recomendado apesar de mais caro, pois não depende de condições meteorológicas e é capaz de secar os grãos com mais rapidez prevenindo problemas citados anteriormente. O objetivo é estudar a modelagem do fluxo de grãos a partir de simulações numéricas, dentre algumas técnicas encontrase o Método dos Elementos Discretos (MED). Com o intuito de obter resultados mais detalhados sobre o fluxo de grãos, este trabalho tem o objetivo de analisar as simulações do fluxo de grãos de milho e aveia em um secador com calhas de fluxo misto de ar. 1.2 Armazenamento de grãos A produção de grãos é uma das principais atividades agrícolas do Brasil, sendo estimado 210,5 milhões de toneladas na safra 2015/16. Esse aumento equivale a 1,4% ou 2,8 milhões de toneladas em relação à safra 2014/15 (CONAB, 2015). O processo de armazenagem é a atividade que consiste em guardar e conservar os grãos e garantir sua qualidade, independente do tempo em que seja mantido no silo (BROOKER, 1992). Por este motivo tem se a necessidade do conhecimento das principais características de uma massa de grãos, onde será possível analisar seus principais fatores de risco como a umidade, temperatura e pragas, evitando perdas, que segundo Weber (2005) chega a 10% mesmo quando a massa é armazenada em condições ideais. METODOLOGIA O método matemático utilizado neste trabalho foi o Método dos Elementos Discretos (MED), um método numérico que analisa sistemas não lineares, perfeito para objetos granulares como os analisados nesta pesquisa. Para que pudéssemos comprovar os dados gerados pelas simulações computacionais, foi construído um aparato idêntico ao modelo usado. Estas simulações computacionais são realizadas pelo software Yade. A comprovação dos dados é feito a partir de um vídeo registrando o escoamento no aparato em questão, após isto é utilizado o software Tracker, o qual é possível ter uma precisão do tempo de queda do grão. A partir deste ultimo passo é comparado com a simulação feita no Yade a fim de comprová-la.

Figura 1 - Desenho do aparato e suas medidas. O aparato utilizado é feito de madeira e consiste em nove calhas internas, como descritas na imagem, estas são utilizadas para realizar a mistura do grão enquanto o mesmo escoa, fazendo assim o fluxo de grãos nunca ser o mesmo em contato com as paredes do aparato. Ao total o equipamento tem 1,16 m de comprimento e 0,2 m de largura, nos experimentos analisados foi preenchido de grão até a metade do aparelho utilizado, ou seja, 0,58 m a partir da extremidade inferior do mesmo. Esta medida foi utilizada para reduzir o tempo de simulação no software, sem perder a exatidão dos resultados obtidos. O experimento consiste em mudar a umidade do grão em seu estado natural, ou seco, e realizar o escoamento, a partir de um vídeo gravado ocorrem alterações em seu tempo de queda para cada parâmetro estipulado, como ângulo do aparato sobre a superfície, ângulo da calha interna e o tamanho da abertura pelo qual o grão é escoado. Estes parâmetros são diferentes para cada variedade de grão, principalmente a abertura do aparato, que varia para milho e aveia, estas variações podem ser observadas nos resultados obtidos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos são concretos e focados na umidade em que o grão se encontra na hora do escoamento, sendo o fator mais importante a ser analisado, pois este interfere diretamente no tempo de escoamento juntamente com o ângulo do aparato com a superfície. Os valores obtidos serão demonstrados em tabelas descritas a seguir: 3.1 Milho

Tabela 1 - Parâmetros com milho seco. Tabela 2 - Milho umedecido e com uma pequena variação no ângulo de repouso. Tabela 3 - Milho com maior umidade e pequena variação no ângulo de repouso. As tabelas nos mostram a influência da umidade na variação do tempo de queda, e muitas vezes travando no meio do processo. Quando analisamos o grão mais úmido temos que analisar seu atrito com a superfície, que aumenta gradativamente quanto maior sua umidade. Analisando pela numeração das quedas dos grãos podemos ver que para uma mesma abertura, e uma variação no ângulo de repouso, que pode ser analisado como a diferença de atrito que o grão possui em cada parâmetro de umidade.

A disposição dos grãos em cada escoamento varia cada vez em que é derramado no aparato, isso é um problema, pois a cada queda podem ocorrer mudanças não lineares na forma em que o grão escoa. Por isso é utilizado o Método dos Elementos Discretos (MED) para realizar as análises computacionais, pois se trata de um sistema não linear. Um dos problemas em analisar grãos com formas geométricas que se diferem de uma esfera é a simulação demorada devido à utilização de mais parâmetros para a montagem da forma do grão. 3.2 Aveia Tabela 4 - Parâmetros de aveia úmida com abertura específica. Tabela 5 - Parâmetros de aveia úmida com abertura específica.

Tabela 6 - Parâmetros de aveia úmida com abertura específica. Neste experimento com aveia foi feito para uma mesma umidade duas aberturas do aparato diferentes, como mostrado na tabela 4 e na tabela 5. Ao diminuir a abertura o tempo de escoamento aumenta drasticamente, mesmo que o atrito seja o mesmo. Na tabela 6 temos uma umidade próxima da tabela 5, e mantendo a mesma abertura podemos analisar a variação do tempo de descarga, mais uma vez comprovando um sistema não linear, sendo os padrões de escoamento da massa de grãos ao longo do processo de descarga é diferente a cada preenchimento do aparato. Para a determinação dos ângulos de repouso foi utilizado um instrumento construído no próprio laboratório, feito de madeira com uma das paredes em acrílico transparente, para a visualização do grão. O mecanismo consiste em receber a descarga do grão pela sua extremidade superior, e armazená-lo em seu meio até formar um ataúde, sendo possível extrair o ângulo no qual o mesmo repousou. As medidas do instrumento são: altura de 30 cm, comprimento externo de 33,5 cm, largura interna de 4,75 cm e comprimento interno de 30,5 cm. Seu funcionamento é simples, foi colocado um funil no topo do mesmo, centralizado, a partir do funil é derrubado o grão que conforme aumenta seu volume se dispõem na forma de ataúde, sendo possível a partir de um transferidor medir seu ângulo.

Figura 2 - Instrumento utilizado para retirar o ângulo de repouso dos grãos. CONCLUSÃO Neste trabalho desenvolveu-se o estudo pratico com grãos de milho e aveia em um secador de grãos de fluxo misto, cuja forma do secador foi adaptada a um aparato descrito no artigo, onde é possível realizar simulações reais com os grãos. Os resultados obtidos serão analisados e simulados a partir do Método dos Elementos Discretos (MED) no software Yade, sendo estas simulações utilizadas para a validação dos resultados práticos em busca de um modelo matemático viável para as variedades de grãos adotadas. PALAVRAS-CHAVE: Método dos Elementos Discretos, Milho, Aveia, Escoamento de grãos, Aparato experimental. AGRADECIMENTOS Aos professores coordenadores do projeto, Doutor Oleg Khatchatourian e Doutor Manuel Osório Binelo, pela oportunidade da pesquisa realizada e pela oportunidade de participar no projeto em questão. Aos coautores deste trabalho pelas orientações e auxílios em geral. A todos de uma maneira ou outra contribuíram para a realização deste trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] BROOKER, D, B. BAKKER-ARKEMA, F. W.; HALL, C. W. (1992). Drying and Storage of Grains and Oilseeds. AVI Book, New York. [2] CONAB (2015). Monitoramento agrícola Cultivos de inverno (safra 2015) e de verão (safra 2015/16). Disponível em. Acessado em: 29 de junho, 2016, 18:30:10. [3] DE LIMA, RODOLFO FRANÇA (2014). Modelagem matemática do escoamento de grãos de soja em um secador com fluxo misto usando o método dos elementos discretos. [4] WEBER, E. A. (2005). Excelência em beneficiamento e armazenamento de grãos. Canoas, RS: Editora Salles.