ANÁLISE DO DESCARTE DOMÉSTICO DE MEDICAMENTOS NO BAIRRO DE SÃO BRÁS NO MUNICÍPIO DE BELÉM PA

Documentos relacionados
I AVALIAÇÃO DO DESCARTE DE MEDICAMENTOS VENCIDOS NO CONJUNTO CIDADE NOVA IV, NO MUNICÍPIO DE ANANINDEUA - PA

PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE OS IMPACTOS AMBIENTAIS PROMOVIDOS PELO DESCARTE INADEQUADO DE FÁRMACOS

Descarte de Medicament os. Responsabilidade compartilhada

ESTUDO SOBRE O DESCARTE DE MEDICAMENTOS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE - SP

DESCARTE DE MEDICAMENTOS REALIZADO PELA POPULAÇÃO DE SANTA HELENA, SC

Descarte de fármacos na baixada santista: Conscientização da população

ANÁLISE QUALITATIVA DA CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL SOBRE COLETA E DISPOSIÇÃO FINAL DE MEDICAMENTOS INSERVÍVEIS EM BELÉM DO PARÁ

CARACTERIZAÇÃO DO DESCARTE DE LÂMPADAS FLUORESCENTES NA CIDADE DE ITABAIANA PB

AVALIAÇÃO DO DESCARTE DE PERFURO CORTANTES POR PACIENTES USUARIOS DE INSULINA ATENDIDOS POR UMA DROGARIA DE VIÇOSA, MG

Eixo Temático: Inovação e Sustentabilidade em Diferentes Setores DESCARTE CORRETO DE MEDICAMENTOS NO MUNICÍPIO DE SÃO GABRIEL (RS)

OPINIÃO PÚBLICA SOBRE O ABANDONO DE CÃES E GATOS EM UM BAIRRO DA CIDADE DE AQUIDAUANA, ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

IBEAS - Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais

AVALIAÇÃO DO DESCARTE DE FÁRMACOS E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS EM UM BAIRRO LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA

FOLDER DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS PARA CRIANÇAS

Avaliação do conhecimento dos usuários de Unidades Básicas de Saúde sobre os riscos ambientais decorrentes do descarte incorreto de medicamentos.

Diagnóstico da situação de lâmpadas fluorescentes domiciliares pósconsumo

DESCARTE E USO DE MEDICAMENTOS DE FORMA RACIONAL

ANÁLISE DO DESCARTE DE PILHAS E BATERIAS ORIUNDAS DE RESÍDUOS DOMICILIARES NA CIDADE DE ITABAIANA PB

DIAGNÓSTICO SOBRE A PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS CONSUMIDORES QUANTO À LOGÍSTICA REVERSA DE RESÍDUOS FÁRMACOS

USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS: DESCARTE CORRETO DE MEDICAMENTOS.

PERCEPÇÃO AMBIENTAL SOBRE O GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS EM MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO

INVESTIGAÇÃO DOS MEDICAMENTOS COMERCIALIZADOS NAS DROGARIAS E A CONDUTA QUANTO A POLÍTICA DE DESCARTE

AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO DESCARTE DE MEDICAMENTOS PELA POPULAÇÃO IDOSA DE UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

DESCARTE RESPONSÁVEL DE MEDICAMENTOS DENTRO DO CONTEXTO DO USO RACIONAL

Risco Ambiental Causado pelo Descarte de Medicamentos. Vencidos ou não Utilizados pela População

IDENTIFICAÇÃO DA PREOCUPAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO DO BAIRRO PLANALTO UNIVERSITÁRIO DE QUIXADÁ CE COM A DESTINAÇÃO DO SEU LIXO RECICLÁVEL

Análise SWOT. Resíduos Sólidos Domiciliares e Comerciais

DIAGNÓSTICO DO GRAU DE CONHECIMENTO E PRÁTICA AMBIENTAL EM CONDOMÍNIO RESIDENCIAL NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE

Carência no armazenamento, gerenciamento e destinação do lixo hospitalar em um Município da região de Maringá-PR

RECICLAGEM DO LIXO ELETRÔNICO: GRAU DE CONHECIMENTO DOS RISCOS AMBIENTAIS EM DIFERENTES PERFIS DE ESTUDANTES

IV Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental

ESTUDO SOBRE A FORMA DO DESCARTE DE MEDICAMENTOS UTILIZADO EM AMBIENTE DOMICILIAR: UMA REVISÃO

Anais do XVII Simpósio de Iniciação Científica FACLEPP UNOESTE 1 RESUMOS DE PROJETOS...2 RESUMOS COM RESULTADOS...5

A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E A PRÁTICA DA SOCIEDADE. UM CONTEXTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CASO RESOLUÇÃO CONAMA 257 e 263.

~ 54 ~ DESCARTE DE MEDICAMENTOS DOMICILIARES E IMPACTO AMBIENTAL: CONSCIENTIZAÇÃO DA POPULAÇÃO NO MUNICÍPIO DE CAÇADOR/SC 1

LEVANTAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS PELOS DOMICÍLIOS LOCALIZADOS NO DISTRITO INDUSTRIAL DO MUNICÍPIO DE CÁCERES

AVALIAÇÃO DO DESCARTE INDEVIDO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE POCINHOS - PB

Luiz Bezerra dos Santos Filho, João Marcos Miragaia Schmiegelow, Fábio Giordano

ESTUDO DO DESCARTE DE MEDICAMENTOS E CONSCIENTIZAÇÃO NO IFSULDEMINAS - CAMPUS MACHADO/MG.

CARACTERIZAÇÃO DO DESCARTE DE RESÍDUOS FARMACÊUTICOS E PERCEPÇÃO AMBIENTAL EM DROGARIAS DA CIDADE DE PARAGOMINAS-PA

Saberes populares e uso de plantas medicinais pelos moradores do Bairro Jardim do Éden na cidade de Confresa-MT

ANALISE DE SANEAMENTO BASICO EM BAIRROS DE CONCEIÇAO DO ARAGUAIA-PA

DESCARTE FINAL DE MEDICAMENTOS: A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE SOBRADINHO, RS. 1

DESCARTE DE MEDICAMENTOS: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

TÍTULO: USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS: ANÁLISE DO DESCARTE DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE POR USUÁRIOS DO MUNICÍPIO DE BARRETOS

DIAGNÓSTICO DA COLETA DE LIXO REALIZADO NOS BAIRROS VILA DA AMIZADE, OLARIA NORTE E SÃO LUIZ I, NO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA PA

Evaluation of knowledge and applicability of legislation involving the disposal of drugs in drugstores in the city of Santos-SP, Brazil

CONSCIÊNCIA SOCIAL DE ADULTOS RESIDENTES NO MUNICIPIO DE SANTA MARIA REFERENTE À RECICLAGEM DE PILHAS E BATERIAS (2011) 1

DESCARTE INADEQUADO DE MEDICAMENTOS: IMPACTOS NEGATIVOS AO MEIO AMBIENTE E À SAÚDE PÚBLICA 1

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

MAPEAMENTO LOGÍSTICO DO PROCESSO DE DESCARTE DE MATERIAIS RECICLÁVEIS NO SETOR SUL DA CIDADE DE BOTUCATU 1 INTRODUÇÃO

Anais do Simpósio de Iniciação Científica FACLEPP UNOESTE 1 RESUMOS DE PROJETOS...2

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DA REDE PÚBLICA DE ENSINO SOBRE O DESCARTE INDEVIDO DE ÓLEO DE COZINHA COM ÊNFASE NA PROBLEMÁTICA AMBIENTAL

CONSCIENTIZAÇÃO E REMOÇÃO: CONTAMINAÇÃO DE FÁRMACOS NO MEIO AMBIENTE

TÍTULO: LOGÍSTICA REVERSA DE APARELHOS DE TELEFONIA MÓVEL CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS

Revista Multidisciplinar do Nordeste Mineiro Unipac ISSN Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni - Dezembro de 2018

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E SEUS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NA CIDADE DE FORTALEZA/CE

Universidade de São Paulo

Estudo do descarte de medicamentos e consciência ambiental no município de Catanduva-SP

PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE MORADORES DE CONDOMÍNIOS VERTICAIS E SUA PARTICIPAÇÃO NOS PROCESSOS DE COLETA SELETIVA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE PB, BRASIL

DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO BÁSICO REALIZADO NOS BAIRROS VILA DA AMIZADE, OLARIA NORTE E SÃO LUIZ I, NO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA - PA

Decreto de Regulamentação da Lei: DECRETO ESTADUAL n DE 03/12/02.

Responsabilidade ambiental

PERFIL DOS MEDICAMENTOS RECOLHIDOS NA I MARATONA DE MEDICAMENTOS VENCIDOS OU EM DESUSO DA FJN

ANÁLISE QUALITATIVA DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE GERADOS NO GRUPO DE EDUCAÇÃO E ESTUDOS ONCOLÓGICOS (GEEON)

Revista Científica Hermes E-ISSN: Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa Brasil

UFSM - Universidade Federal de Santa Maria Semana do Servidor Público 2017 e II Simpósio em Gestão Pública Santa Maria/RS De 28/10 a 01/11/2017

Palavras-chave: Educação Ambiental. Óleos e Gorduras Residuais (OGRs). Quantificação. Descarte.

ESTUDO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA COLETA SELETIVA DOMICILIAR NO MUNICÍPIO DE CURITIBA

Estado do Rio Grande do Norte Câmara Municipal do Natal Gabinete Natália Bonavides

PERCEPÇÃO DOS MORADORES SOBRE A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BAIRRO CARANAZAL, NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM -PA, BRASIL

DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO BÁSICO REALIZADO NOS BAIRROS VILA DA AMIZADE, OLARIA NORTE E SÃO LUIZ I, NO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA PA

LOGÍSTICA REVERSA NO PROJETO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS

IDENTIFICAÇÃO DE INCONFORMIDADES NAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE GUIRICEMA, MG

AÇÕES DO PROJETO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS EM 2011

1 Congresso Químico do Brasil João Pessoa PB

AÇÕES DO PROJETO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS EM 2012

8. Gestão de Resíduos Especiais. Roseane Maria Garcia Lopes de Souza. Há riscos no manejo de resíduos de serviços de saúde?

Orientações sobre o descarte seguro de medicamentos: uma investigação em sala de aula

CAMPANHA PELO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS

Gestão de resíduos de medicamentos e suas embalagens sob a ótica do Acordo Setorial.

CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS EM FORMATO DE GINCANA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: REUTILIZAÇÃO DO ÓLEO DE COZINHA NO AMBIENTE ESCOLAR PARA A PRODUÇÃO DE SABÃO ECOLÓGICO

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS, nos termos do artigo 10 da Constituição Estadual, decreta e eu sanciono

DESCARTE DE MEDICAMENTOS: UM PANORAMA LOCAL

RECEPÇÃO DE CALOUROS COLETA SELETIVA DE RESÍDUOS SÓLIDOS UFES Campus ALEGRE

Discentes do Curso de Ciências Biológicas FAP. Mestre docente da Faculdade de Apucarana RESUMO

ANALISE SITUACIONAL DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICIPIO TERESINA-PI

DIAGNÓSTICO DA DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESTADO DE GOIÁS*

SENSIBILIZAÇÃO SOBRE O DESCARTE DE MEDICAMENTOS RESIDENCIAIS COM ACADÊMICOS DO CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA RESUMO

Audiência publica para a implantação da lei de coleta de óleo de fritura em Anápolis GO

DIAGNÓSTICO DO DESCARTE DE MEDICAMENTOS NAS FARMÁCIAS: ENFOQUE NA LOGÍSTICA REVERSA

PERFIL DOS CONSUMIDORES NA CIDADE DE UBERABA-MG

AVALIAÇÃO DOS CONSULTÓRIOS CLÍNICOS E PARTICULARES DE NITERÓI SOBRE A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO E A MELHORIA DO IMPACTO AMBIENTAL

Título do Trabalho A EMERGÊNCIA DA SOCIOLOGIA AMBIENTAL EXEMPLIFICADA NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO SOB A ÓTICA DA QUESTÃO DO LIXO

CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO CONSUMIDOR DE PRODUTOS ORGÂNICOS EM RIO PARANAÍBA-MG

CONSUMIDOR PILHAS E BATERIAS PORTÁTEIS PÓS-CONSUMO!

DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO BÁSICO RURAL NO MUNICÍPIO DE PORTO DO MANGUE/RN, SEMIÁRIDO BRASILEIRO

RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: CONHECIMENTO DOS AGENTES DE LIMPEZA

Transcrição:

ANÁLISE DO DESCARTE DOMÉSTICO DE MEDICAMENTOS NO BAIRRO DE SÃO BRÁS NO MUNICÍPIO DE BELÉM PA Samara C de Paiva Souza (*), Juliana Belmiro Gonçalves, Mateus Souza Morais * Universidade Federal do Pará; samaracpsouza@gmail.com RESUMO O presente trabalho científico tem por escopo, identificar o nível de informação que a população detém, acerca do destino final de medicamentos vencidos e descartados, em suas residências como uma das causas de contaminação do meio ambiente. Para compreensão e aprofundamento metodológico desta pesquisa, quanto ao destino destes fármacos, realizouse uma pesquisa em 60 residências distintas, através de um questionário estruturado como noves perguntas de caráter fechado acerca do tema. Neste sentido a pesquisa foi direcionada aos moradores do bairro de São Brás, localizado no Município de Belém. Através dos questionários aplicados nos 60 pontos de amostragem, obtiveram-se os seguintes resultados: 47% dos entrevistados descarta no lixo domiciliar, sendo que, esses têm como destino aterros sanitários comuns, não recebendo o tratamento adequado de incineração e assim, contaminando o meio ambiente pelos resíduos químicos que os compõe, enquanto 17% guarda os medicamentos para serem reutilizados e apenas 6 % devolve para unidades de saúde ou a agentes e outros 18% utilizam os medicamentos sem haver sobras. 97% dos entrevistados afirmaram que iriam até um local de ponto de coleta para descarte correto, enquanto o restante de 3% considera que o recolhimento dos fármacos deveria ser feito residencialmente. Os dados obtidos evidenciam que há um nível satisfatório de conscientização sobre as consequências negativas para o meio ambiente quando não ocorre o descarte correto de medicamentos, porém percebeu-se que a maioria não possui informação adequada a respeito das formas corretas de agir neste caso. Ao final se propôs medidas de educação e informação junto à população para que haja uma conscientização do problema. PALAVRAS-CHAVE: Descarte de medicamentos, meio ambiente, educação ambiental, destinação final. ABSTRACT The present scientific work aims to identify the level of information that the population has about the final destination of drugs that have expired and are discarded in their homes as one of the causes of contamination of the environment. In order to understand and deepen the methodological approach of this research, in the fate of these drugs, a research was carried out in 60 different residences, through a questionnaire structured as nine closed-ended questions about the topic. In this sense, the research was directed to the residents of the district of São Brás, located in the city of Belém. Through the questionnaires applied in the 60 sampling points, the following results were obtained: 47% of the interviewees discarded in household trash; waste disposal and thus contaminating the environment with the chemical residues that make them up, while 17% keep the medicines for reuse and only 6% returns to health facilities or another 18% use the medicines without leftovers. 97% of the respondents stated that they would go to a point of collection point for correct disposal, while the remaining 3% considered that the collection of the drugs should be done in a residential setting. The data obtained show that there is a satisfactory level of awareness about the negative consequences for the environment when the correct disposal of drugs does not occur, but it was noticed that most do not have adequate information about the correct ways of acting in this case. At the end, education and information measures were proposed to the population to raise awareness of the problem. KEY WORDS: Disposal of medicines, environment, environmental education, final destination. INTRODUÇÃO O estilo de vida das pessoas, na maior parte das cidades brasileiras pressupõe a geração de uma grande quantidade de resíduos e, manejá-los de uma forma ambientalmente correta, tornou-se um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo poder público, em especial nos locais mais populosos, como é o caso dos grandes centros urbanos (OLIVEIRA, 2014). Os resíduos produzidos causam poluição ambiental provocando um desequilíbrio do ambiente natural. Entre estes resíduos está a preocupação do destino final dos medicamentos não utilizados e/ou vencidos, sendo esse um problema que se insere em um contexto abrangente e complexo. IBEAS - Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 1

O uso de medicamentos é essencial para a manutenção da saúde da população, porém a facilidade de aquisição e o incentivo da mídia geram um uso excessivo e, com isso, o acúmulo nas residências (FERREIRA et al., 2005). Muitos desses medicamentos são utilizados sem considerar prazo de validade ou são descartados de maneira inadequada, gerando um problema ambiental e de saúde pública (BILA; DEZOTTI, 2003). O Brasil é considerado um dos maiores consumidores de medicamentos, sendo que o mercado farmacêutico brasileiro ocupa atualmente o sexto lugar no cenário mundial (OLIVEIRA, 2014), contudo, estudos de Serafin et al. (2007) afirmam que, 20% dos medicamentos adquiridos são descartados na rede de esgotamento sanitário ou no lixo doméstico. Com essa produção de medicamentos crescendo continuamente, em um ritmo superior à capacidade de absorção e degradação da natureza, o descarte inadequado de seus resíduos produz sérias consequências, comprometendo tanto os recursos naturais quanto à qualidade de vida da população atual, como a das gerações futuras, segundo Oliveira (2014). De acordo com o Conselho Regional de Farmácia do Estado do Pará, no ano de 2017, existiam em Belém 438 farmácias em funcionamento. Em Belém, foi estabelecida a lei municipal nº 9.268 de 13 de janeiro de 2017, que dispõe sobre a coleta de medicamentos vencidos ou não utilizados em pontos de venda estabelecidos na cidade, cabendo às indústrias, fabricantes, manipuladoras, importadoras, distribuidoras, hospitais particulares e da rede pública, inclusive os postos de saúde, a responsabilidade de disponibilizar coletores de medicamentos, tendo que desenvolver a logística reversa. Cabe a estes desenvolver ações a fim de disponibilizar informações de cunho educativo sobre o descarte adequado e o uso correto de medicamentos. Segundo Alvarenga / Nicoletti (2010), a legislação existente sobre o descarte de medicamentos se direciona aos estabelecimentos de saúde e não engloba a população em geral o que dificulta o entendimento sobre os impactos decorrentes do descarte doméstico, no qual a população elimina os medicamentos no lixo comum gerando resíduos. A destinação final dos resíduos de origem farmacêutica é um tema relevante para a saúde pública decorrente das diferentes propriedades farmacológicas dos medicamentos que, inevitavelmente, se tornarão resíduos. O consumidor é uma peça chave na solução do problema, mas, para que esse papel seja exercido de forma consciente e absoluta, é necessária a educação juntamente com a consciência ambiental e o acesso à informação ambientalmente correta (VETTORAZZI; VENAZZI, 2008; BUENO et al.,2009). OBJETIVO Tendo em vista a realidade do consumo de medicamentos em nosso país, o panorama de destinação final dos mesmos, as consequências ao meio ambiente e a saúde da população, este trabalho tem como objetivo um estudo no município de Belém, localizado na região norte do país, mais especificamente no bairro de São Brás, localizado no centro urbano, como forma de analisar quantitativamente e qualitativamente o conhecimento da população a respeito do descarte correto e dos problemas causados pela disposição inadequada de medicamentos usados e vencidos em suas residências. Ao final se propôs medidas de educação e informação junto à população para que haja uma conscientização do problema. METODOLOGIA O estudo foi realizado no bairro de São Brás, localizado no centro urbano da zona metropolitana de Belém-PA. O trabalho foi desenvolvido de novembro de 2017 a janeiro de 2018, a partir de estudos, de duas formas distintas. Na primeira etapa foram consultadas diversas referências com a finalidade de um maior esclarecimento sobre o assunto em questão, possibilitando a exposição do mesmo de uma forma clara e objetiva, baseando-se na Resolução CONAMA nº358 de 29 de abril de 2005, na RDC nº306 de 07 de dezembro de 2004 da ANVISA e na Lei Municipal nº 9268 de 13 de janeiro de 2017. Na segunda etapa foi realizado um estudo da conscientização da população residente no bairro de São Brás, sobre o descarte de medicamentos, sendo elaborado um questionário estruturado com nove perguntas de caráter fechado. Um valor de 60 entrevistas foi estipulado e escolhido 6 pontos de amostragem aleatórios, sendo 10 entrevistas em cada ponto. Como critério de seleção para participar da avaliação, estabeleceu-se a idade mínima de 18 anos, e não houve limite de idade superior. Foi considerado apenas as pessoas que tivessem medicamentos em sua residência e que estivessem aptas a responder. A opção de participar ou não surgiu após uma rápida explicação sobre o estudo. Após a coleta, houve a submissão dos dados à análise estatística utilizando o programa Excel 2016 e a partir desses dados foram formuladas propostas de educação e informação junto à população para conscientização da problemática encontrada. 2 IBEAS - Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais

RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a análise dos dados obtidos, surgiu a possibilidade de verificar as características sócio demográficas dos entrevistados. Os gráficos 1 e 2, referem-se, ao sexo e idade dos respondentes que aceitaram participar da pesquisa; Entre os entrevistados houve uma predominância do sexo feminino, sendo 32 mulheres e 28 homens, representando 53% e 47% respectivamente da amostra. Considerando que na população do bairro de São Brás, 56,35% dos habitantes são do sexo feminino (Anuário Estatístico do Município de Belém 2011), nosso trabalho também revelou essa relação conforme apresentado na figura 1: Figura 1: Distribuição dos entrevistados por sexo. Fonte: Autor do Trabalho, 2018. Na figura 2, podemos observar que nenhuma faixa etária foi muito predominante entre os entrevistados, sendo maiores os valores acima de 63 anos de idade representando 31,82 % da amostra e a faixa entre 53 a 62 anos com a mesma porcentagem de 31,82%, seguidos de 22,73 % entre 22 e 32 anos, 9,09 % entre 43 a 52 anos e finalmente 4,55 % entre 33 a 42 anos. A idade média ponderada foi de 50,77 anos, sendo 22 anos a mínima e 72 anos a máxima. Figura 2: Distribuição dos entrevistados por faixa etária. Fonte: Autor do Trabalho, 2018. Com relação, ao grau de instrução dos entrevistados, a maioria apresentava ensino fundamental completo sendo 46,7 %, seguido por ensino médio, 40 % e 13,3 % com ensino superior. Todos os entrevistados, possuíam medicamentos em sua residência, sendo este o principal requisito para participação na pesquisa, e então foram perguntados se verificavam a validade dos mesmos. Do total de entrevistados, 90,32 % afirmam que verificam pelo menos três vezes ao ano a validade dos medicamentos, contra 9,68 % que confirmaram não fazer esta verificação. A verificação da data de fabricação e do prazo de validade é muito importante, porque estes prazos são a garantia de que o produto esteja em condições de consumo, caso armazenado adequadamente, até a data de validade. Além disso, evita o armazenamento de medicamentos vencidos que podem ser responsáveis por possíveis intoxicações ou trocas. IBEAS - Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 3

Na pergunta referente ao descarte das sobras dos medicamentos ou de vencidos, pode-se perceber que 47% dos entrevistados (figura 3) descarta no lixo domiciliar, sendo que, esses têm como destino aterros sanitários comuns, não recebendo o tratamento adequado de incineração e assim, contaminando o meio ambiente pelos resíduos químicos que os compõe. 17% guarda os medicamentos para serem reutilizados, prática que deve ser tomada com ressalvas, uma vez que segundo Alves (2007), recomenda se que após a conclusão de um tratamento, o correto é desprezar todo medicamento que o paciente não utilizar ao término de um ano.12% dos entrevistados relataram que dão a alguém próximo, o que também se mostra indevido, uma vez que estimula a automedicação e o tratamento de doenças diferentes com sintomas semelhantes e apenas 6 % devolve para unidades de saúde ou a agentes e outros 18% utilizam os medicamentos sem haver sobras. Figura 3: De que forma é descartado os medicamentos fora do prazo de validade ou que não servem mais. Fonte: Autor do Trabalho, 2018. Percebe-se na figura 4, que existe a conscientização dos entrevistados, pois a grande maioria (81%) acredita que o descarte de medicamentos pode causar problemas ambientais. Isso nos remete que as pessoas estão preocupadas com o descarte de medicamentos, mas não tem informações concisas de como fazê-lo. Figura 4: Acredita que o descarte de medicamentos pode trazer problemas ambientais. Fonte: Autor do Trabalho, 2018. Caso o entrevistado afirmasse que o descarte de medicamento causava algum problema, perguntava-se em seguida, quais impactos possíveis a serem causados ao meio ambiente ele considerava os mais relevantes, onde podia ser escolhida mais de uma alternativa; 37 % apontou os problemas relacionados à saúde humana, 31 % a contaminação dos corpos d água, enquanto 16 % apontou a contaminação do solo e 16 % outros problemas levantados, como contaminação dos animais e poluição em geral do meio ambiente. 4 IBEAS - Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais

Figura 5: Problemas causados pelo descarte inadequado de medicamentos. Fonte: Autor do Trabalho, 2018. Diante desses resultados acredita-se que as mídias e o mercado influenciam o consumidor a comprar cada vez mais medicamentos, em que esse consumo exagerado auxilia nas sobras de medicamentos e no descarte inadequado. As informações à população sobre o descarte de medicamentos mostram que esse é um assunto ainda distante da realidade e conhecimento da sociedade, uma vez que perguntou -se quanto a informação correta quanto ao descarte e 64 % dos entrevistados nunca foram orientados sobre o assunto. Figura 6: Informação quanto ao descarte de medicamentos. Fonte: Autor do Trabalho, 2018. A nona e última pergunta foi realizada com intuito de avaliar a disposição da população em realizar o correto descarte, havendo assim postos de coleta na região se eles fariam o descarte nesses locais: teve-se que 97% dos entrevistados se dispuseram ir até o local de descarte contra 3% que não fariam esse deslocamento, essa minoria considera que o recolhimento do medicamento deveria ser feito residencialmente assim como coleta do lixo doméstico realizado pela prefeitura (figura 7). IBEAS - Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 5

Figura 7: Informação quanto ao descarte de medicamentos. Fonte: Autor do Trabalho, 2018. CONCLUSÃO A pesquisa mostrou um nível satisfatório de conscientização por parte dos entrevistados sobre as consequências negativas para o meio ambiente quando não se faz um descarte correto de medicamentos vencidos ou que não são mais utilizados, porém, através dos questionários aplicados percebeu-se que, a maioria não possui informação adequada a respeito de qual o melhor meio para desprezar o medicamento vencido em sua residência e por efeito de comodidade estes acabam descartando no lixo domiciliar, que vai parar em aterros sanitários, lixões e redes de coleta de esgotos e drenagem. O acúmulo destes resíduos pode acarretar ao meio ambiente incalculáveis danos. Esse trabalho também evidenciou a necessidade de leis mais especificas e de ações concretas por parte dos gestores, a fim de que se estabeleçam normas e promovam campanhas de conscientização da população, especialmente quanto ao descarte adequado de medicamentos vencidos, proporcionando também estrutura para que esse possa ser realizado de forma adequada, visando uma maior proteção do meio ambiente e da população em geral. Destaca- se a importância de mais pesquisas nesta área e de ações tais como promoção de campanhas de conscientização da população, principalmente quanto ao descarte adequado de medicamentos, fazendo valer a Lei municipal de Belém recentemente instituída, nº 9268 de 13 de janeiro de 2017, que dispõe sobre a coleta de medicamentos vencidos ou não utilizados por pontos de venda de medicamentos instalados no Município de Belém, e que obriga a implantação da logística reversa nestes pontos. Para a mudança desta realidade, é necessária uma ação conjunta entre o poder público, estabelecimentos farmacêuticos e população, além da ampla divulgação em todos os meios de comunicação de informação sobre o tema e da criação de canais de denuncia que ajudem na fiscalização do cumprimento da lei. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ALVARENGA, L.S.V./ NICOLETTI, M.A. Descarte Doméstico de Medicamentos e algumas considerações sobre o Impacto Ambiental. Revista Saúde, 2010. 2. ALVES, Helena Maria. Investigação sobre o descarte de resíduos químicos medicamentosos no município de Uberaba -MG. Ribeirão Preto. 164 f. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental da Universidade de Ribeirão Preto, 2007 Disponível em: <http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/downloads/cenarium_04_14.pd>. Acesso em: 15 jan. 20018. 3. BILA, M.D.; & DEZOTTI, M.; Fármacos no meio ambiente. Quim. Nova, Vol. 26, No. 4, 523-530, 2003. Acesso em 26 de março de 2011. 4. OLIVEIRA, C. E. N. Avaliação dos riscos associados ao descarte inadequado de medicamentos no Brasil. Universidade de Brasília. Brasília. 2014. Disponível em: <http://bdm.unb.br/bitstream/10483/12639/1/2014_carloseduardodonascimentooliveira.pdf >. Acesso em 10 de abril de 2017. 6 IBEAS - Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais