USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS: DESCARTE CORRETO DE MEDICAMENTOS.
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- Lídia Bandeira Neiva
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1 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE (X ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS: DESCARTE CORRETO DE MEDICAMENTOS. SOBRERA, Guilherme Carvalho 1 BAGLIE, Sinvaldo 2 ERUSTES, João Candido 3 RECHETZKI, Lucian de Lara 4 RIPKA, Gustavo de Paula 5 RESUMO o avanço tecnológico industrial vem estimulando cada vez mais a utilização de materiais descartáveis, o que aumenta consideravelmente a produção e quantidade de resíduos sólidos a serem descartados no meio ambiente. Entre os diversos tipos de produtos descartados existem aqueles que potencialmente podem causar danos não somente ao meio ambiente mais também ao ser humano, como os medicamentos vencidos. A atividade desenvolvida neste projeto visa exatamente o descarte de resíduos sólidos e líquidos de medicamentos de acordo com a legislação vigente, contribuindo para prevenção da contaminação do meio ambiente com substâncias químicas nocivas. O material recolhido é adequadamente acondicionado em bombonas plásticas, posteriormente embaladas em sacos brancos leitosos contendo símbolo de substância química classe B e em seguida depositados em local adequado para posterior recolhimento por parte da empresa responsável (Ponta Grossa Ambiental). Por outro lado, os acadêmicos envolvidos nas atividades de descarte têm a oportunidade de relacionar-se mais intimamente com os medicamentos e seus princípios ativos, tornando a aprendizagem em sala de aula mais fácil. Ocorre também a conscientização por parte dos acadêmicos, que notam a imensa quantidade de medicamentos vencidos e sem condições de uso que se encontram nas residências e que podem causar intoxicações acidentais por consumo indevido; além disso, estes medicamentos armazenados e sem possibilidade de uso certamente serão descartados incorretamente, diretamente na rede de esgoto convencional, causando problemas ao ambiente que podem parecer ínfimos, mas que a longo prazo causarão grandes desequilíbrios. PALAVRAS CHAVE resíduos de saúde; meio ambiente; medicamentos vencidos. 1 Acadêmico, bolsista; guilhermesobrera18@hotmail.com. 2 Doutor, coordenador; sinvaldobaglie@uepg.br. 3 Acadêmico, bolsista; joaoerustes@yahoo.com.br. 4 Acadêmico, estagiário; lucian_lara91@hotmail.com. 5 Acadêmico, estagiário; tavinhoripka@hotmail.com.
2 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 2 Introdução Atualmente tem se discutido muito sobre poluição e suas consequências ao meio ambiente devido às alterações ambientais que o mundo tem sofrido. Uma dessas preocupações recentes tem sido a contaminação do meio ambiente por medicamentos. No mundo todo se tem identificado a presença de fármacos, tanto nas águas, como no solo. Essa contaminação resulta do descarte indevido, da excreção de metabólitos, que não são eliminados no processo de tratamento de esgotos. Algumas toneladas de medicamentos são produzidas por ano e aplicadas na medicina humana e veterinária. O Brasil junto com os Estudos Unidos, França e Alemanha constituem os maiores consumidores de medicamentos do mundo. A principal forma de entrada de resíduos de medicamentos no meio ambiente ocorre por meio do lançamento direto na rede de esgotos domésticos, tratados ou não, em cursos de água. No entanto, também devem ser considerados os efluentes de indústrias farmacêuticas e a disposição inadequada de fármacos após a expiração do prazo de validade. Assim, os resíduos de medicamentos seguem para o esgoto bruto, chegam às estações de tratamento de esgotos (ETEs), onde são submetidos a processos de tratamento convencionais, que não são eficientes para a completa remoção de fármacos residuais. Isso ocorre em decorrência dos medicamentos possuírem ação biocida ou estruturas químicas complexas não passíveis de biodegradação, fatos esses comprovados por estudos que evidenciam a presença desse tipo de contaminante em efluente de ETEs. É importante ressaltar que no Brasil há uma maior expectativa de ocorrência de fármaco em águas residuais em decorrência da pobreza de estrutura sanitária de tratamento de esgoto. Dados do IBGE (2008) revelam que apenas 52,2% dos municípios brasileiros têm serviço de coleta de esgoto e 33,5% dos domicílios são atendidos por rede geral de esgoto. O correto descarte dos resíduos sólidos de origem farmacêutica é normatizado pelo Ministério da Saúde e pelo do Meio Ambiente, que devem fornecer instrumentos para que os atores envolvidos em atividades que geram resíduos desta natureza possam dar-lhes a disposição final adequada. No entanto, existem dificuldades a serem superadas. Figura 1 medicamentos arrecadados
3 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 3 Legenda: parte dos medicamentos arrecadados pelos acadêmicos do primeiro ano do curso de Farmácia da UEPG durante a realização das atividades de integração. Figura 2 atividades práticas Objetivos Descartar corretamente os medicamentos vencidos e que não estão em condições de uso, contribuindo com o meio ambiente. Oportunizar ao acadêmico o contato com os mais diferentes tipos de medicamentos e formas farmacêuticas, complementando a formação regular de sala de aula. Realizar campanhas de recolhimento de medicamentos na comunidade, os quais são separados e cadastrados. Evitar contaminação do meio ambiente causada por descarte inadequado de substâncias farmacêuticas; Metodologia Inicialmente, foi realizada uma campanha para arrecadação de medicamentos junto a primeira série do curso de Farmácia da UEPG. Em conjunto a esta iniciativa, diversas campanhas foram desenvolvidas, envolvendo os acadêmicos de todos os outros anos do curso, para que cada um deles atuasse em sua residência e na vizinhança, recolhendo medicamentos fora do prazo de validade ou aqueles danificados por más condições de armazenamento; houve também um trabalho direcionado a comunidade em geral, caracterizado pela coleta de medicamentos sem uso. Todos os medicamentos arrecadados nesta primeira etapa do projeto foram armazenados no laboratório M-22 da UEPG. A próxima tarefa realizada foi a separação dos medicamentos em dois grupos distintos: o primeiro grupo foi composto pelos medicamentos que estavam dentro de seus prazos de validade, bem como se apresentavam fisicamente em condições de serem repassados, ou seja, possuíam identificação que tornava possível saber de que substância se tratava; o segundo grupo foi composto pelos medicamentos que estavam fora de seus prazos de validade ou estavam danificados/sem identificação, o que também inclui formas farmacêuticas líquidas (colírios, soluções e xaropes) que já estavam com a embalagem aberta, os quais não seria possível garantir suas características inicias. Cada unidade de medicamento arrecadado e devidamente separado foi então cadastrado, levando em consideração seu (s) princípio (s) ativo (s), concentração, forma farmacêutica e quantidade. Após esse passo, todos os medicamentos classificados como inadequados para reutilização (vencidos, danificados e/ou sem identificação) foram descartados seguindo o Plano de
4 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 4 Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) onde ocorreu a devida segregação dos medicamentos sólidos, semi-sólidos e líquidos, sendo que eles foram acondicionados em bombonas previamente lavadas. Esse recipientes foram embalados em sacos brancos leitosos contendo símbolo de substância química classe B e em seguida depositados em local adequado para posterior recolhimento por parte da empresa responsável (Ponta Grossa Ambiental). Resultados A etapa de registro dos medicamentos revelou que até abril de 2011, a arrecadação de produtos farmacêuticos vencidos e/ou fora das condições de conservação alcançou um total de 4044 unidades. Esses números mostram a importância que este projeto de extensão possui, uma vez que a maior parte dos medicamentos recolhidos nas residências da comunidade estava sem condições para serem utilizados sem riscos a saúde do paciente. Além de evitar a intoxicação acidental causada pelo consumo indevido destas substâncias, o descarte realizado na UEPG proporciona uma destinação correta aos resíduos sólidos de saúde e a certeza de que esse material não irá contaminar o meio ambiente. Conclusões O gerenciamento dos resíduos sólidos de serviços de saúde está se desenvolvendo em nosso país, tendo evoluído bastante nos últimos anos com a publicação de regulamentos técnicos que versam sobre o tema. Percebem-se avanços na legislação; porém, de forma geral, o gerenciamento de RSS ainda apresenta grandes deficiências nos aspectos de tratamento e disposição final, principalmente concernentes aos resíduos de medica-mentos, em razão de suas características farmacológicas, pois podem se tornar tóxicos ao ambiente e ao homem, o que demonstra a necessidade de mais pesquisas e estudos. Uma interessante solução para o problema seria a adoção dos programas de recolhimento de medicamentos em desuso, para que esses sejam descartados de maneira adequada afim de não causar malefícios ao ambiente. Referências BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n. 358/2005 Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos. Brasília, BUSCH, O. M. S; KOVALICZN, R.A.; DE SANTI, V. Procedimentos para o equacionamento dos R.S.S. no município de Ponta Grossa. Ponta Grossa: UEPG Imprensa Universitária, EICKHOFF, P.; HEINECK, I.; SEIXAS, L. Gerenciamento e destinação final de medicamentos: uma discussão sobre o problema. Revista Brasileira Farmácia, p , FALQUETO, E.; KLIGERMAN, D.; ASSUMPÇÃO, R. Como realizar o correto descarte de resíduos de medicamentos? Fundação Oswaldo Cruz. Rio de janeiro, TAKAYANAGUI, A. M.M. Consciência ecológica e os resíduos de serviços de saúde. Revista latinoamericana de enfermagem. Ribeirão Preto, v. 02, n.01, p jul/dez RODRIGUES, C. R. B. Aspectos legais e ambientais do descarte de resíduos de medicamentos. Universidade Federal Tecnológica do Paraná. Ponta Grossa, 2009.
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