PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

Documentos relacionados
PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

COMUNICAÇÃO AOS MEMBROS

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

ERRATA. PT Unida na diversidade PT. Parlamento Europeu A8-0395/2017/err01. ao relatório

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

Proposta de DIRETIVA DO CONSELHO

(Atos legislativos) DIRETIVAS

DIRETIVAS. (Texto relevante para efeitos do EEE)

Comissão dos Assuntos Jurídicos COMUNICAÇÃO AOS MEMBROS (0047/2012)

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

PE-CONS 33/15 DGB 3A UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 16 de julho de 2015 (OR. en) 2013/0390 (COD) PE-CONS 33/15 SOC 333 EMPL 208 MAR 67 CODEC 749

BASE JURÍDICA OBJETIVOS REALIZAÇÕES

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

III. (Actos preparatórios) CONSELHO

PE-CONS 40/17 DGE 1 UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 10 de outubro de 2017 (OR. en) 2017/0013 (COD) PE-CONS 40/17 ENV 658 MI 530 CODEC 1166

Proposta de DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

AUTORIDADE EUROPEIA PARA A PROTEÇÃO DE DADOS

DIRETIVAS. Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente o artigo 113. o,

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

DOCUMENTO DE TRABALHO DOS SERVIÇOS DA COMISSÃO RESUMO DA AVALIAÇÃO DE IMPACTO. que acompanha o documento

9467/18 flc/pbp/jv 1 DRI

DESTACAMENTO DE TRABALHADORES NO ÂMBITO DE UMA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Lei n.º 29/2017

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

Proposta de REGULAMENTO DO CONSELHO

PW - Destacamento de trabalhadores - pedido de informações sobre as condições de trabalho

Proposta de DIRETIVA DO CONSELHO

PT Unida na diversidade PT A8-0206/185. Alteração. Marita Ulvskog em nome da Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

Proposta de DIRETIVA DO CONSELHO

PARLAMENTO EUROPEU Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores PROJETO DE PARECER

COMUNICAÇÃO AOS MEMBROS

PROJETO DE SEGUNDO RELATÓRIO

PARLAMENTO EUROPEU. Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais ***II PROJECTO DE RECOMENDAÇÃO PARA SEGUNDA LEITURA

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

DOCUMENTO DE TRABALHO DOS SERVIÇOS DA COMISSÃO RESUMO DA AVALIAÇÃO DE IMPACTO. que acompanha o documento

JUR.4 UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 20 de março de 2019 (OR. en) 2018/0900 (COD) PE-CONS 1/19 JUR 15 COUR 2 INST 4 CODEC 46

DECISÃO (UE) 2018/546 DO BANCO CENTRAL EUROPEU

12743/17 mb/ll/jc 1 DRI

(Atos não legislativos) REGULAMENTOS

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos PROJETO DE PARECER. dirigido à Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia

*** PROJETO DE RECOMENDAÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

(UE) 2018/958 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

PT Unida na diversidade PT. Alteração. Georg Mayer, Marie-Christine Arnautu em nome do Grupo ENF

7566/17 flc/ll/jv 1 DGG 3B

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 45/XIII. Exposição de Motivos

Contributo da CIP. A Proposta de Lei (doravante PL) em referência tem um duplo objetivo.

Orientações EBA/GL/2015/

Proposta de DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

DOCUMENTO DE TRABALHO

ALTERAÇÕES PT Unida na diversidade PT. Parlamento Europeu 2019/0019(COD) Projeto de relatório Marian Harkin, Jean Lambert

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

Juízes interinos do Tribunal da Função Pública da União Europeia ***I

Na versão inglesa, as alterações relativamente ao documento anterior vão assinaladas a negro (texto novo) e riscadas (texto suprimido).

PT Unida na diversidade PT A8-0204/110. Alteração. Karima Delli em nome da Comissão dos Transportes e do Turismo

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

PT Unida na diversidade PT A8-0206/115. Alteração. Marita Ulvskog em nome da Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

LIVRE CIRCULAÇÃO DOS TRABALHADORES

9116/19 JPP/ds JAI.2. Conselho da União Europeia

A8-0323/3. Alteração 3 Claude Moraes em nome da Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos

***I PROJETO DE RELATÓRIO

DOCUMENTO DE TRABALHO

DECRETO N.º 91/XIII. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Artigo 1.

12657/18 SM/JPP/sf ECOMP.2.B

PARLAMENTO EUROPEU Documento de sessão ADENDA. ao relatório

Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

ALTERAÇÕES apresentadas pela Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores

(Texto relevante para efeitos do EEE)

Proposta de diretiva (COM(2016)0596 C8-0381/ /0278(COD))

Conselho da União Europeia Bruxelas, 18 de junho de 2015 (OR. en)

Figura 1: Taxas de emprego por sexo, faixa etária 15-64, 2014

***I PROJETO DE RELATÓRIO

6269/17 cm/jnt/fc 1 DG B 1C

DECISÃO (UE) 2017/935 DO BANCO CENTRAL EUROPEU

IMI REPORT. Número: PW - Destacamento de trabalhadores - pedido de informações sobre as condições de trabalho

UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 30 de abril de 2014 (OR. en) 2012/0061 (COD) PE-CONS 19/14 SOC 52 MI 77 COMPET 49 CODEC 198

PARLAMENTO EUROPEU Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar PROJETO DE PARECER

PT Unida na diversidade PT A8-0206/142. Alteração. Terry Reintke em nome do Grupo Verts/ALE

REGULAMENTOS. (Atos não legislativos)

MEDIDAS DE APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE CONDUTA DOS DEPUTADOS AO PARLAMENTO EUROPEU EM MATÉRIA DE INTERESSES FINANCEIROS E DE CONFLITOS DE INTERESSES

(Atos legislativos) REGULAMENTOS

Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

A8-0167/5 ALTERAÇÕES DO PARLAMENTO EUROPEU * ao projeto do Tribunal de Justiça

PT Unida na diversidade PT A8-0175/89. Alteração. Simona Bonafè, Elena Gentile, Pervenche Berès em nome do Grupo S&D

COMUNICAÇÃO AOS MEMBROS

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

DECLARAÇÃO DE CONFIDENCIALIDADE. Qual é o objetivo da recolha de dados? Qual é a base jurídica do tratamento de dados?

PROJETO DE RELATÓRIO

ANEXO RELATÓRIO DA COMISSÃO. Relatório Anual de 2016 sobre a Subsidiariedade e a Proporcionalidade

Transcrição:

Parlamento Europeu 2014-2019 Comissão dos Assuntos Jurídicos 30.5.2016 PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE Assunto: Parecer fundamentado da Câmara de Deputados da Roménia sobre a proposta de diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho que altera a Diretiva 96/71/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezembro de 1996, relativa ao destacamento de trabalhadores no âmbito de uma prestação de serviços (COM(2016)0128 C8-0114/2016 2016/0070(COD)) Nos termos do artigo 6.º do Protocolo n.º 2 relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade, qualquer parlamento nacional pode, no prazo de oito semanas a contar da data de envio de um projeto de ato legislativo, dirigir aos presidentes do Parlamento Europeu, do Conselho e da Comissão um parecer fundamentado em que exponha as razões pelas quais considera que o projeto em questão não obedece ao princípio da subsidiariedade. A Câmara de Deputados da Roménia procedeu ao envio do parecer fundamentado em anexo sobre a proposta de diretiva em epígrafe. Segundo o Regimento do Parlamento Europeu, a comissão competente em matéria de observância do princípio da subsidiariedade é a Comissão dos Assuntos Jurídicos. NP\1096336.doc PE583.982v01-00 Unida na diversidade

ANEXO PARLAMENTO ROMENO CÂMARA DE DEPUTADOS DECISÃO sobre a adoção do parecer fundamentado sobre a proposta de diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho que altera a Diretiva 96/71/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezembro de 1996, relativa ao destacamento de trabalhadores no âmbito de uma prestação de serviços COM(2016)0128 Nos termos dos artigos 67.º e 148.º da Constituição romena (reeditada), da Lei n.º 373/2013 sobre a cooperação entre o Parlamento e o Governo no que se refere aos assuntos europeus e dos artigos 160.º a 185.º do Regimento da Câmara de Deputados (reeditado), a Câmara de Deputados aprova a presente decisão. Artigo único Tendo em conta o parecer fundamentado n.º 4-C - 19/371, aprovado pela Comissão dos Assuntos Europeus na sua reunião de 5 de abril de 2016, a Câmara de Deputados: 1. Constata que estão reunidas as condições estabelecidas nos Tratados de molde a que a proposta seja objeto de controlo parlamentar da subsidiariedade: trata-se de uma proposta legislativa num domínio em que a União Europeia não tem competência exclusiva, na aceção dos artigos 4.º, n.º 1, e 5.º, n.º 2, do TUE e do artigo 2.º, n.º 6, do TFUE; 2. Constata que as questões transfronteiras são evidentes, o que justifica uma ação a nível da União Europeia no sentido de concretizar os objetivos pretendidos, desde que estes estejam genuinamente de acordo com os valores, os princípios e os tratados da União Europeia, bem como com os principais compromissos políticos assumidos pelos Estados-Membros com vista a alcançar a convergência económica e social em toda a União; 3. Constata a validade e a adequação dos argumentos que provam a insuficiência da ação nacional, mas não daqueles que dizem respeito ao valor acrescentado; 4. Constata que a base jurídica da proposta não corresponde inteiramente ao conteúdo das disposições, uma vez que as alterações se baseiam nos artigos 56.º e 59.º do TFUE, que visam eliminar as restrições à livre prestação de serviços na União Europeia em relação aos nacionais dos Estados-Membros estabelecidos noutro Estado-Membro, enquanto a proposta visa, pelo menos em teoria, a proteção dos trabalhadores; 5. Considera que qualquer alteração às disposições atuais tem de ser conforme com o artigo 56.º do TFUE, pelo que qualquer disposição que impeça ou torne menos atrativas as atividades do prestador de serviços estabelecido num Estado-Membro diferente daquele em que presta os seus serviços deve ser eliminada; observa que o mesmo é válido se as disposições em causa forem aplicáveis de forma não discriminatória tanto aos prestadores de serviços nacionais quanto aos de outros Estados-Membros; PE583.982v01-00 2/6 NP\1096336.doc

6. Recorda as decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia, que reconheceu a proteção dos trabalhadores como imperativa e como um objetivo de interesse geral que pode justificar a imposição de restrições à prestação de serviços, desde que estas constituam um meio adequado e proporcional para atingir objetivos legítimos e não vão além do que é necessário para o efeito; considera, neste contexto, que é necessário, em primeiro lugar, avaliar os efeitos da transposição das disposições da Diretiva 2014/67/UE pelos Estados-Membros da UE, antes de propor qualquer alteração ou aditamento à Diretiva 96/71/CE com base nos resultados obtidos; 7. Recorda que, de acordo com a jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia, se entende por discriminação o tratamento diferenciado dado a pessoas que se encontram em situações comparáveis, quando, neste caso, a situação dos trabalhadores destacados não é similar à dos trabalhadores locais; sublinha que, por esta razão, as diferenças salariais entre trabalhadores destacados e trabalhadores locais não podem ser consideradas discriminação; 8. Recorda que os trabalhadores destacados representam apenas 13 % do total de trabalhadores em situação de mobilidade e que a maioria é destacada de forma legal; observa que os trabalhadores destacados de países com salários abaixo da média da União Europeia constituem apenas 0,3 % do total da população ativa e que os trabalhadores destacados oriundos de países com salários baixos constituem não mais do que 50 % de todos os trabalhadores destacados; manifesta a sua preocupação em relação aos argumentos apresentados pela Comissão no que diz respeito à necessidade de medidas regulamentares e, consequentemente, ao valor acrescentado; 9. Recorda que as atuais disposições da Diretiva 96/71/CE relativas ao salário mínimo já estabelecem um quadro que garante a concorrência leal entre os empregadores que destacam trabalhadores e outros prestadores de serviços no país de acolhimento; considera que as diferenças relativas aos bónus, subsídios, aumentos salariais, entre outros, não são suficientemente significativas para justificar a adoção de medidas regulamentares pela Comissão que resultem numa quebra do valor acrescentado; 10. Observa que, embora a Comissão defenda a sua proposta com base no artigo 31.º da Carta dos Direitos Fundamentais, ao abrigo do qual todos os trabalhadores têm o direito a condições de trabalho saudáveis, seguras e dignas, a uma limitação da duração máxima do trabalho e a períodos de descanso diário e semanal, ignora as disposições do artigo 15.º da Carta, que diz respeito à liberdade de escolha de uma profissão e ao direito ao trabalho; observa que os trabalhadores não têm a possibilidade de exercer os direitos consagrados no artigo 15.º, já que não lhes é permitido aceitar um determinado pagamento pelos serviços prestados; 11. Observa que os artigos 2.º e 5.º do Protocolo (n.º 2) relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade, que exigem que a Comissão consulte as partes NP\1096336.doc 3/6 PE583.982v01-00

interessadas, tenha em conta as dimensões local e regional das medidas recomendadas e fundamente as suas alegações relativas à conformidade com o princípio da subsidiariedade com base em indicadores qualitativos e quantitativos, não estão a ser integralmente respeitados; constata que a própria avaliação de impacto carece de dados estatísticos comparáveis na análise de muitas das propostas, tais como o número de trabalhadores destacados por mais de 24 meses ou as medidas de subcontratação propostas, tendo sido apresentadas apenas estimativas; observa que a avaliação de impacto não revela a existência de um fenómeno generalizado que requeira a ação da União Europeia; manifesta a sua surpresa perante o facto de a Comissão não ter dado resposta aos sucessivos apelos dos parceiros sociais europeus para que fossem consultados antes da aprovação da proposta; nota que, embora o relatório da avaliação de impacto reconheça que a proposta pode ter efeitos negativos, como a perda de contratos de serviços, que afeta os prestadores de países com salários baixos, ou um aumento generalizado do custo dos serviços transfronteiras, não analisa esta questão em profundidade nem examina detalhadamente as implicações financeiras para o mercado interno da UE; nota que a avaliação de impacto não faz referência a custos adicionais relacionados com o transporte, o alojamento, o fornecimento de informações relativas às regras aplicáveis, os serviços de tradução, entre outras despesas dos prestadores de serviços que destacam trabalhadores; constata que, embora o relatório da avaliação de impacto reconheça a intenção de tratar de forma igual os trabalhadores destacados e os trabalhadores nacionais, garantindo que os trabalhadores destacados sejam tratados no Estado-Membro de acolhimento como trabalhadores que exercem o seu direito à livre circulação ao abrigo do artigo 45.º do TFUE, não explica pormenorizadamente a forma como estas mudanças afetam as disposições do Regulamento (UE) n.º 492/2011 relativo à livre circulação dos trabalhadores na União ou da Diretiva 2014/54/UE relativa a medidas destinadas a facilitar o exercício dos direitos conferidos aos trabalhadores no contexto da livre circulação de trabalhadores, nem explica como alcançar a igualdade entre trabalhadores destacados e nacionais, já que os trabalhadores destacados veem muitos dos seus direitos financeiros ser-lhes deliberadamente negados; 12. Constata que, de acordo com as normas em vigor, os Estados-Membros podem tomar as medidas necessárias para garantir que os trabalhadores temporários destacados sejam tratados da mesma forma que os trabalhadores temporários nacionais; regista que, segundo o relatório da avaliação de impacto, até à data, 15 Estados-Membros puseram em prática estas medidas; por conseguinte, considera que a alteração às disposições jurídicas da UE nesta matéria é injustificada e desnecessária; 13. Considera que as novas regras relativas à subcontratação vão ter como consequência a utilização de convenções coletivas que não cumprem os critérios de aplicação universal; pode PE583.982v01-00 4/6 NP\1096336.doc

também ser necessário utilizar as convenções coletivas não universais nos Estados-Membros que já anunciaram a adoção de convenções coletivas universais aplicáveis; assim, considera que a intervenção da UE com o objetivo de alargar o âmbito de aplicação da proposta de diretiva é injustificada e desnecessária; 14. Recorda que, no que diz respeito à aplicação obrigatória das regras gerais de destacamento por intermédio de uma agência de trabalho temporário, os Estados-Membros de acolhimento podem, atualmente, impor às agências de trabalho temporário de outros Estados-Membros as mesmas regras que se aplicam às agências do seu próprio território; considera, portanto, que o efeito da proposta não é claro, podendo esta não ser adequada; 15. Observa que, ao abrigo da Diretiva 96/71/CE, os Estado-Membros podem, atualmente, alargar o âmbito das convenções coletivas ou decisões arbitrais declaradas universais aplicáveis a todos os setores; o relatório da avaliação de impacto indica que apenas quatro Estados-Membros optaram por não pôr em prática esta opção; considera, por conseguinte, necessário impor estas obrigações a nível da UE; 16. Assinala que a substituição da referência ao «ordenado mínimo» por uma referência a uma «remuneração» pode causar incerteza jurídica, já que se trata de um conceito que pode ter várias interpretações e não é claro que a remuneração se refira ao montante a que os trabalhadores têm direito ou ao montante a ser pago por prestadores de serviços de outros Estados-Membros em conformidade as tabelas aplicáveis no país de acolhimento; entende que a primeira interpretação não tem plenamente em conta os resultados da avaliação de impacto e a jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia nesta matéria, enquanto a segunda origina problemas em casos em que a legislação dos países de acolhimento exija que os prestadores de serviços cumpram outros requisitos relativamente aos montantes considerados como remuneração; manifesta preocupação com a possível disparidade entre Estados-Membros, dado que cada um deles seria obrigado a indicar a sua definição jurídica da natureza e da composição dessa remuneração; observa que a base para o cálculo de taxas, impostos e contribuições sociais a serem pagas pelos empregadores que destacam trabalhadores noutros Estados-Membros não é suficientemente clara; 17. Em conclusão, considera que, caso sejam aprovadas pela Comissão, as propostas criarão entraves à liberdade de prestação de serviços e à mobilidade dos trabalhadores; 18. Salienta que os comentários e as reservas expressos no parecer aprovado após uma análise aprofundada complementam o presente parecer fundamentado; 19. Considera que a proposta de diretiva carece de valor acrescentado, não estando, portanto, em conformidade com o princípio da subsidiariedade para fins regulamentares. A presente decisão foi aprovada pela Câmara de Deputados na sua reunião de 13 de abril de 2016 nos termos do artigo 76.º, n.º 2, da Constituição romena (reeditada). NP\1096336.doc 5/6 PE583.982v01-00

O Presidente A Câmara de Deputados Valeriu Ștefan Zgonea Bucareste, 13 de abril de 2016 N.º 38 PE583.982v01-00 6/6 NP\1096336.doc