USO DO SOLO NAS ENCOSTAS AFETADAS POR EROSÃO EM TÚNEIS NO MUNICÍPIO DE CANDÓI - PR.

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Transcrição:

USO DO SOLO NAS ENCOSTAS AFETADAS POR EROSÃO EM TÚNEIS NO MUNICÍPIO DE CANDÓI - PR. Rodrigo Mendes Mathias (PIBIC/CNPq-UNICENTRO), rodrigomathias93@hotmail.com Gisele Pietrobelli (Orientadora), gipietrobelli@hotmail.com Universidade Estadual do Centro-Oeste/Departamento de Geografia, cedeteg/ Guarapuava - PR. Ciências Humanas, Geografia. Palavras-chave: Erosão em túneis, uso do solo, Candói-PR Resumo:) O presente trabalho tem por objetivo identificar as diferentes maneiras de utilização da terra na área de entorno das áreas com formação de túneis no município de Candói-PR. A maneira de utilização do solo nessas áreas tem grande impacto na evolução destes túneis, pois os mesmos tem a capacidade de aumentar ou diminuir o fluxo de maneira a interferir nos processos erosivos internos dos túneis. Desta maneira, observou-se impactos na evolução devido a maneira de utilização do solo nestas áreas. Introdução: Os dutos (pipes) ou túneis são canais que ocorrem no interior do corpo do solo Estas formas de erosão podem se estender de forma contínua ou descontínua pela encosta. Quando a erosão intercepta a superfície formam-se estruturas de abatimento, que são feições de erosão de forma aproximadamente circular e profundidade variável, semelhantes a poços de desabamento. É através da estrutura de abatimento que a erosão em túneis ganha expressão na encosta, pois até o colapso de parte do solo situado acima do teto do túnel, este processo de erosão não é visível no ambiente. O processo de erosão em túneis é condicionado pela ação da água de escoamento subsuperficial. Uma vez que a erosão esteja ocorrendo, alguns indícios na topografia e na cobertura vegetal expressam a dinâmica hidrológica na encosta. Esse processo de erosão surge sob o efeito de água de escoamento superficial e subsuperficial. Os principais mecanismos que atuam na escavação e alargamento de túneis estão associados à origem da água que penetra nos furos ou fendas (DUNNE, 1990). Esta forma de erosão tem sido estudada em diferentes encostas de Guarapuava e municípios próximos (CAMARGO et. al., 2007 e SILVA et. al., 2007, 2010).

O presente trabalho buscou efetuar o levantamento dos tipos de uso do solo e cobertura vegetal em áreas afetadas por erosão em túneis no município de Candói. O trabalho resultou em carta de semidetalhe na qual é identificada a ocorrência de erosão em túneis e feições associadas. Materiais e métodos: Para a realização do trabalho duas abordagens distintas foram feitas: 1. Trabalhos de campo Nesta etapa foram feitos em campo os trabalhos de reconhecimento e caracterização das formas de erosão que ocorrem nas encostas, com a finalidade de identificar em campo o estágio evolutivo da erosão, o nível de desenvolvimento dos túneis e as características hidrológicas da encosta, enfatizando a presença ou não de água de subsuperfície ocorrendo de forma concentrada ou difusa nos túneis. Viu-se necessário realizar identificação em campo dos mecanismos de erosão presentes na encosta, nos túneis e estruturas de abatimento que contribuem para instalação e evolução de dutos, bem como do comportamento hidrológico do sistema sob diferentes condições hídricas, ou seja, em períodos associado à escassez de chuva e a excesso de precipitação Resultados e Discussão: A encosta estudada localiza-se me na porção norte de Candói e será denominada encosta Posto Paraiso. Esse processo de erosão em túneis encontra-se encaixado no eixo de drenagem da encosta, com direção NNW que separa duas amplas encostas com orientação leste-oeste (Figura 1). Nela, o estágio de evolução da erosão é bem diferenciado, pois a montante o túnel se encontra em fase inicial, com diâmetro de até 45 cm e demonstrando alta dinamicidade de mecanismos erosivos; mais a jusante o mesmo túnel encontra-se em estágio mais avançado de erosão. Sob essas condições, as dimensões do duto ultrapassa 2 m de diâmetro e as raízes das arvores atravessam esse espaço vazio. O túnel desta encosta apresenta-se conectado à rede de drenagem, nos períodos mais secos ainda são preservados os fluxos concentrados de água fluindo através deles. Lembramos que o conceito de sistema de erosão conectado a rede de drenagem e não conectado à rede de drenagem baseou-se em Oliveira et al.(1999) O autor propõe classificação de feições erosivas lineares quanto à sua posição em relação a rede de drenagem voçorocas conectadas e ravinas/voçorocas desconectadas expressando diferenças na formação e evolução, bem como, posicionamento em segmentos diferentes das encostas. As feições conectadas à rede de drenagem são alimentadas e têm sua evolução comandada pela ação da água de subsuperfície, ao passo que as desconectadas têm sua evolução, mesmo que temporária, determinada pela ação do fluxo superficial concentrado existente apenas durante as precipitações. Uso do solo e cobertura vegetal Cobertura do Solo e Uso do Solo são conceitos similares, podendo às vezes serem confundidos, contudo não são equivalentes. A Cobertura do Solo abrange os atributos físicos, químicos e biológicos da superfície, por exemplo, campo, floresta, superfícies hídricas, área construída. O Uso do Solo se refere às finalidades da ação

humana sobre determinada cobertura, por exemplo, agricultura, pecuária, área de preservação, recreação, área residencial. Assim, uma única cobertura pode englobar diversos tipos de usos do solo ou múltiplos usos (TURNER e MEYER, 1994). 2.1.Cobertura do solo na encosta Posto Paraíso Neste trabalho será adotada a terminologia Floresta Ombrófila Mista (MAACK, 1948; KLEIN, 1960) para se referir à cobertura vegetal nativa que dominou a região centro sul de Paraná, onde está inserido hoje o município de Candói e que apresenta atualmente remanescentes que ocorrem na área de estudo. Esta vegetação caracteriza o Planalto Meridional do Brasil e se destaca pela presença do pinheirodo-paraná ou Araucaria angustifolia (IBGE, 1992). Figura 1 - Área de estudo com destaque para ponto de afloramento do túnel.(google hearth) Localmente, os remanescentes que ocorrem desta formação encontram-se preservados principalmente em função da umidade do terreno ou devido à declividade da superfície que inviabilizou sua retirada nos períodos de exploração de madeira no centro-sul do Paraná. Uso do solo Dois tipos de uso de solo foram reconhecidos em campo: cultivo de nabo e cultivo de aveia. A agricultura presente nas encostas estudadas é do tipo intensiva. Tratase de monocultura mecanizada de aveia. Outra parcela da encosta é ocupada com cultivo de nabo (Figura 3).

Figura 2; mapa do uso da terra ao entorno do Túnel do Posto Paraíso Conclusões: Duas culturas dominam o uso do solo na encosta. A cobertura por mata ocupa uma área proporcionalmente menor e está concentrada nas depressões do terreno e sobre a rota aproximada do túnel. A mata nativa original era representada pela Floresta Ombrófila Mista Montana. Tendo sido preservada algumas áreas remanescentes após a retirada da imbuia. Conclui-se que a encosta onde ocorre o túnel encontra-se bastante alterada devido à baixa declividade do terreno. Isso facilitou a inserção da agricultura nestas áreas. Por outro lado, no eixo de drenagem da encosta, onde em parte dele se localiza o túnel, ocorre a mata, que teria sido preservada em razão da declividade mais elevada mesmo que em áreas muito restritas, da concentração da umidade no solo por fim, pela presença de estruturas de abatimento originadas da erosão em túneis. Referências: CAMARGO, Gisele ; CAMARGO FILHO, Mauricio ; SILVA, Wellington Barbosa da ; BAZZOTTI, D. M. ; BINDA, A. L.. Processo de erosão em túneis e mecanismos associados: estudo de caso em Guarapuava (PR). In: XII Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, 2007, Natal. XII Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, 2007. v. 1. DUNNE, T. Hydrology, mechanics, and geomorphic implications of erosion by subsurface flow. Groundwater Geomorphology. Geological. Soc. Am. Spec. Pap. 252, 1-28, 1990. Google hearth - https://maps.google.com.br/maps?hl=en&tab=wl acessado em 31/07/2013 as 14:00 horas. MAACK, R. Notas preliminares sobre clima, solos e vegetação do Estado do Paraná. Curitiba, Arquivos IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual técnico da vegetação brasileira, 1948.

OLIVEIRA, M.A.T. de. Erosion disconformities and gully morphology: a three dimensional approach. Catena, n. 16, p. 413-423, 1989. Turner, B. L. II, and W. B. Meyer. Land use and land cover in global environmental change: considerations for study. International Social Science Journal v. 130, p. 669-677, 1991.