Instituição Familiar



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Transcrição:

Instituição Familiar A família é unidade básica da sociedade formada por indivíduos com ancestrais em comum ou ligada por laços afetivos. É um grupo de pessoas de mesmo sangue, ou unidas legalmente (como no casamento e na adoção). O CONCEITO DE FAMÍLIA: O termo família é denominado e conhecido como um grupo de pessoas normalmente ligado por relações de afeto ou parentesco. Segundo a Declaração dos Direitos Humanos, a família é o elemento natural da sociedade e tem direito à proteção da própria sociedade e do Estado. A palavra deriva do latino famulus que significa doméstico, servidores ou escravos. O conceito de família tradicional era que estava composta por um matrimonio e filhos, já sejam naturais ou adotados, mais dependendo de cada sociedade terá uma organização diferente. Sempre as famílias terão relação afetiva e de parentesco. Para definir de forma extensa o conceito de família podemos falar de que é um conjunto de pessoas que moram no mesmo teto que estão organizados e contam com regras e normas para o correto funcionamento dela, além de contar com vínculos afetivos ou consanguíneos. Grupo primário de forte influência na formação do indivíduo, a família é o primeiro corpo social no qual os indivíduos convivem. É um tipo de agrupamento social cuja estrutura varia em alguns aspectos no tempo e no espaço. Essa variação pode se referir ao número e à forma do casamento, ao tipo de família e aos papéis familiares. Monogamia Versus Poligamia Quanto ao número de cônjuges, a família pode ser monogâmica ou poligâmica. A família monogâmica é aquela em que a pessoa tem apenas um cônjuge (ou seja, um homem para uma mulher e vice-versa), quer essa relação seja estabelecida por uma aliança indissolúvel (até a morte), quer se admita o divórcio (como é o caso de nossa sociedade). A lei brasileira permite um novo casamento após o término do casamento anterior. A família poligâmica é aquela em que a pessoa pode ter dois ou mais cônjuges. Ao casamento de uma mulher com dois ou mais homens dá-se o nome de poliandria. Esse tipo de família existe, por exemplo, entre as tribos do Tibete e entre os esquimós. O casamento de um homem com várias mulheres chama-se poliginia. Essa prática pode ser encontrada entre certas tribos africanas, entre os mórmons e entre os povos que seguem a religião muçulmana. Formas de casamento Quanto às formas de casamento, temos a endogamia e a exogamia.

Endogamia quer dizer casamento permitido apenas dentro do mesmo grupo, da mesma tribo. Era uma forma de casamento muito comum nas sociedades primitivas, sendo encontrada ainda hoje no sistema de casta da Índia. Exogamia é o tipo de casamento encontrado na maioria das sociedades modernas; trata-se da união com alguém de fora do grupo, que eventualmente pode ser também de religião, etnia ou classe social diferentes. Essa forma de casamento supõem o enlace heterossexual tradicional, isto é, a relação entre homens e mulheres. Mais recentemente, porém, alguns países passaram a adotar legalmente a união conjugal entre pessoas do mesmo sexo: o casamento homossexual. Tipos básicos de família Podemos classificar a família em tipos básicos: Família conjugal ou nuclear - reúne o marido, a mulher e os filhos; Família consanguínea ou extensa - engloba, além do casal e seus filhos, outros parentes, como avós, netos, genros, noras, primos e sobrinhos. Família monoparental - Quando somente tiver um ascendente, já seja a mãe ou o pai, que pode ser por falecimento do outro, por separação/divórcio ou por ser pai ou mãe solteiro. Família homoparental - Quando os dois ascendentes são do mesmo sexo, sejam homens ou mulheres. Principais funções da família A função sexual e reprodutiva - garante a satisfação dos impulsos sexuais dos cônjuges e perpetua a espécie humana com a geração de filhos; A função econômica - aquela que assegura os meios subsistência e bem-estar de seus integrantes; A função educacional - responsável pela transmissão à criança dos valores e padrões culturais da sociedade; ao cumprir essa função, a família se torna o primeiro agente de socialização do indivíduo. Instituição Escolar Primeiras escolas

A escola, tal como conhecemos hoje, intitulada pelos historiadores da educação como Escola Moderna, começou a se configurar em fins do século XVI e ao longo do século XVII. As teorias da psicologia da aprendizagem, que estabelecem etapas para o desenvolvimento humano, virão muitos anos depois. Escola moderna Mas a escola moderna organiza-se inicialmente com características que já conhecemos bem: A preocupação em separar os alunos em classes seriadas, de acordo com a faixa etária; A divisão sistemática dos programas de acordo com cada série; Os níveis de estudos passam a ter um encadeamento: a escola elementar (ler, escrever e contar), com a escola média ou profissional e os estudos superiores; O tempo para o estudo e para o cumprimento dos programas para uma determinada série também passam a ser preestabelecidos. Não será mais o ritmo de aprendizado do aluno que dirá de quanto tempo ele necessita para aprender, mas sim o ritmo imposto pela instituição. Elementos da prática escolar o registro das aulas, o controle de frequência (chamada), a elaboração de textos simplificados para cada disciplina (livros didáticos). maior rigor disciplinar, com a criação de normas e regimentos de conduta. Enfim, são práticas que têm a função de organizar, disciplinar e controlar, e que hoje nos parecem naturais e quase imutáveis. O Olhar sociológico Um dos principais objetivos do estudo da Sociologia é auxiliá-lo a desnaturalizar os fatos sociais a desconstruir alguns conceitos que, de tão repetidos que foram, parecem ser os únicos verdadeiros. Sociedades sem escolas Existência das sociedades desescolarizadas educação informal.

Florestan Fernandes (1920-1995), importante nome da Sociologia brasileira, estudou os povos Tupinambás, e sua pesquisa nos permite conhecer alguns elementos que caracterizam a educação das sociedades tribais: Três importantes valores perpassam a educação dos tupinambás: a tradição, o valor da ação e o valor do exemplo. Os conhecimentos são acessíveis a todos os membros da sociedade; A transmissão da cultura faz-se cotidianamente, sem a utilização de recursos ou técnicas pedagógicas; Como se tratam de sociedades iletradas, a comunicação dos saberes ocorre oralmente. Aliás, a palavra oral possuía tanto prestígio quanto a linguagem escrita possui em nossa sociedade; A educação não é privilégio das crianças e jovens, uma vez que os membros da comunidade estão continuamente nos papéis de aprendizes e de mestres. Escola disciplinadora Para nos auxiliar na reflexão a respeito da função disciplinadora da escola, podemos recorrer às ideias de um filósofo francês Michel Foucault (1926-1984). Realizou estudos comparativos entre algumas instituições como prisões, conventos, quartéis e escolas, buscando desvelar suas semelhanças no que se refere aos aspectos de organização e controle. Para Foucault, mais importante do que um poder centralizador e visível, são os pequenos poderes que abarcam todo o espaço social, e dos quais não conseguimos escapar, porque estão dispersos. É o espaço físico, o mobiliário, as regras, os olhares vigilantes, as ameaças e as punições agindo sempre no sentido de controlar nossos corpos e nossas consciências, de nos fazermos úteis, dóceis, treinados para a obediência. A escola é criada (como já vimos anteriormente), num contexto de grande valorização da ciência, e de preocupação com a formação de um novo homem, adequado às novas regras e aos novos princípios. Sua função disciplinadora, normatizadora, desde o início é muito clara, quase inerente. Teorias crítico-reprodutivistas Estas teorias partem do princípio de que a escola é uma instituição que, por meio de suas práticas, conhecimentos e valores veiculados, têm contribuído para a reprodução das desigualdades da sociedade de classe em que vivemos.

Pierre Bourdieu (1930-2002) e Jean-Claude Passeron (1930- ) Bourdieu chama isso de violência simbólica, ou seja, o desprezo e a inferiorização da expressão cultural de um grupo por outro mais poderoso econômica ou politicamente, faz com que esse perca sua identidade e suas referências, tornando-se fraco, inseguro e mais sujeito à dominação. Teoria funcionalista Émile Durkheim (1858 1917) é um dos representantes do pensamento conservador. Sua teoria faz a defesa da ordem social dominante, do chamado status quo. A escola, assim como as demais instituições sociais, têm a função de imprimir sobre as novas gerações valores morais e disciplinares que visam à perpetuação da sociedade tal como ela está organizada quanto à ordem e no respeito aos poderes dominantes. Fracasso escolar O conhecimento dessas teorias nos ajuda a compreender o fracasso escolar, este fenômeno que anualmente exclui centenas de jovens da escola. Se formos verificar a origem social destes alunos que não conseguiram concluir seus estudos, verificaremos que pertencem às classes menos favorecidas economicamente, e cujos hábitos culturais estão mais distantes dos padrões oficiais. No entanto, temos que estar atentos ao fato de que as teorias nos ajudam a melhor compreender como e porquê as coisas acontecem de uma determinada forma, mesmo que esta forma esteja desagradando ou prejudicando muita gente, como é o caso da escola, arriscaríamos dizer. Mas nenhuma teoria sociológica consegue dar conta de explicar toda a realidade educacional. Direito a educação Uma nova determinação incorporada à Lei de Diretrizes e Bases de 1996 estipula a obrigatoriedade do ensino dos 4 aos 17 anos, incluindo a pré-escola, o ensino fundamental e o médio. Publicada na edição de sexta-feira (5/4) do Diário Oficial da União, a lei altera a idade que os pais devem matricular seus filhos na escola, dos 6 anos para os 4 anos de idade. Fica estabelecido também que os estados e municípios têm até 2016 para oferecer vagas para crianças nesta faixa etária. O Estado tem a obrigação de oferecer escola e os pais ou responsáveis têm o dever de matricularem e manterem seus filhos menores na escola (Art. 22 e 24 do Estatuto da Criança e do Adolescente.)

Instituição Religiosa O que é religião? O sagrado é uma experiência da presença de uma potência ou de uma força sobrenatural que habita algum ser (...) é a experiência simbólica da diferença entre os seres, da superioridade de alguns sobre outros, superioridade e poder sentidos como espantosos, desejados e temidos. (CHAUÍ, 2000). O termo religião vem do latim religio (re+ligio) que significa, literalmente, religar. A religião se apresenta como a vinculação do homem com as forças que constituem o sagrado. Em suas manifestações mais elaboradas, a religião possui um corpo de narrativas que explicam a origem da vida, das instituições sociais e legitimam o comportamento que as sustenta. Instituições religiosas e ordem social Auguste Comte A filosofia de Comte pressupõe um tratamento das relações sociais que considera a sociedade como um corpo, figura que se encaixa perfeitamente em sua analogia da ciência social com a física (Física Social). Mais precisamente, Comte fale em organismo, um todo integrado e que funciona natural e automaticamente, regido por leis naturais. A rejeição de Comte ao princípio revolucionário está bem expressa no trecho seguinte: (...) revoluções tempestuosas, cuja violência se deve, em grande parte, à ignorância das leis naturais que regulam a marcha da civilização. (COMTE, s/d, p. 158). Para Comte o organismo social de seu tempo se encontrava doente em virtude da desordem provada pela revolução. Segundo José Arthur Gianotti: a revolução fora necessária, pensava Comte, porque as antigas instituições sociais e políticas eram ainda teológicas, não correspondendo, portanto, ao estado de desenvolvimento da época. (GIANOTTI, 1991, p xiii). Mas revolução desarticulou a ordem social com isso provocou a decadência do consensus social que mantém o corpo social unido e permite seu desenvolvimento: A decadência da filosofia teológica e do poder espiritual correspondente deixou a sociedade sem nenhuma disciplina moral. Daí esta série de consequências que assinalo na ordem em que mutuamente se encadeiam: 1 ) a divagação mais completa das inteligências; (...) 2 ) ausência total de moral pública. (COMTE, s/d, p. 188). Deste modo, podemos considerar que Comte considerava que um dos papéis fundamentais das instituições religiosas era manter o consensus social. Uma vez rompido o equilíbrio existente no estado teológico, entretanto, não havia mais como retornar ao passado. Fazia-se necessário então,

fundar uma nova religião, condizente com o estado científico ao qual o desenvolvimento da civilização, segundo o autor, chegara. Isto explica porque Comte dedicou grande parte de sua obra a preparação da religião positivista, uma forma de elogio da humanidade que abolia as figuras metafísicas das religiões tradicionais, mas abraçava rituais e atitudes de reverência típicas de uma postura religiosa. Dois pontos merecem atenção aqui. O primeiro, diz respeito a Comte ter querido explicar a sociedade e seu desenvolvimento na história por meio de leis naturais e objetivas que de algum modo dispensam a ação da subjetividade. Entretanto, ao valorizar a razão e ao desejar criar uma religião positivista, à qual se deve subjetivamente aderir, ele mostra confiar no mesmo voluntarismo individualista que sua obra quer negar. O segundo refere-se ao projeto de uma religião racional ou positiva, com rituais e atitudes que devem ser aceitas com o fim de produzir condutas que propiciem o consensus preconizado por Comte. A própria ideia parece estar contaminada por contradição genética que coloca em suspenso o princípio fundador da razão moderna, a saber, a dúvida metódica de Descartes. Emile Durkheim Durkheim cunhou o termo fato social para referir-se aos conjuntos de costumes, normas e valores de uma sociedade, que têm estatuto próprio, na medida em que há processos e manifestações sociais que a psicologia, a biologia ou a geografia não podem explicar. O aspecto mais importante dos fatos sociais é que eles são fenômenos coletivos, regulam o comportamento dos indivíduos e resultam da interação social. Quando os fatos sociais permanecem durante um longo período de tempo na sociedade, eles se convertem em instituições como o parentesco, a educação, a religião e o Estado. Durkheim sustenta que quando uma instituição social existe porque é necessária, implicitamente postula que, qualquer que seja ela, sua função consiste em manter coesa a sociedade. Em sua obra As formas elementares da vida religiosa Durkheim investiga os mecanismos que mantêm solidariamente coesa a sociedade, apesar dos conflitos que nela surgem. Assim, ele pode adotar a seguinte definição: Uma religião é um sistema solidário de crenças e de práticas relativas a coisas sagradas, isto é, separadas, proibidas, crenças e práticas que reúnem numa mesma comunidade moral, chamada igreja, todos aqueles que a elas aderem. (DURKHEIM, 1996, p. 32) Ao definir a religião como um sistema de crenças do qual se deriva um conjunto de normas e comportamentos obrigatórios para quem a professa e, portanto, como um fenômeno coletivo não individual, Durkheim rechaça a proposta de Tylor de que o animismo é a religião mais antiga e afirma que ser o totemismo a ocupar tal posição. Segundo Durkheim, as sociedades tribais simbolizam sua unidade mediante o totemismo, o qual surge de celebrações e reuniões realizadas pelas sociedades tribais que provocam estados de exaltação coletiva e induzem aos participantes delas a perceber a existência de algo mais, uma força

externa que dá lugar ao sentimento religioso. A ideia de profano proviria das atividades de subsistência dos grupos tribais dispersos, enquanto que o sagrado das forças coletivas, sendo este último um produto de uma intensa interação social que propicia o sentimento algo externo e superior a sociedade mas que com ela se relaciona. Esse algo mais seriam as forças extraordinárias que povoam a simbologia religiosa. Karl Marx Apesar de sua influência, Marx nunca estudou as instituições religiosas em detalhe. Suas ideias a este derivam da influência de outros autores do início do século XIX, como Ludwig Feuerbach, que escreveu A essência do cristianismo entre outras obras. Segundo este autor, a religião consiste em ideias e valores produzidos pelos seres humanos no curso de um desenvolvimento cultural, mas erroneamente projetados em forças divinas e deuses. Como os seres humanos não entendem por completo sua própria história tendem a atribuir a ação de deuses valores e normas criadas socialmente. Assim, a história dos Dez Mandamentos é uma versão mítica da origem de preceitos morais que governam a vida dos crentes judeus e cristãos. Enquanto o homem não entender a natureza dos símbolos religiosos que ele mesmo criou, sustenta Feuerbach, estará condenado a ser prisioneiro de forças históricas que não pode controlar. Já nesse autor aparece o termo alienação para referir-se ao estabelecimento de deuses e forças divinas superiores e distintas dos seres humanos. Uma vez que o homem compreenda que os valores projetados na religião são seus próprios valores, estes serões suscetíveis de realização neste mundo e não se referirão a um outro mundo. Os cristãos creem que, apesar de Deus ser todo-poderoso e pleno de amor, os próprios seres humanos são imperfeitos. Sem dúvida, o potencial de amor e bondade, e o poder de controlar a própria vida, cria Feuerbach, está presente nas instituições sociais humanas e podem frutificar uma vez que se compreenda sua verdadeira natureza. Marx aceita a concepção de a religião representa a auto alienação humana. Muitas vezes se acreditou que Marx deprecia a religião em sua obra. Mas isso está longe da verdade, à religião, escreve, é o coração de um mundo sem coração, um refúgio frente à dureza da realidade cotidiana. Sua opinião que a religião desaparecerá e deve desaparecer em sua forma tradicional, porque os valores positivos encarnados nela podem converter-se em ideais e diretrizes para melhorar a sorte da humanidade nesta terra, não porque esses ideais e valores sejam, em si mesmos, errôneos. Marx afirmou que a religião é o ópio do povo, porque preconiza a felicidade do homem em uma vida no além, ensinando uma aceitação resignada das condições existentes nesta vida. Assim, a atenção se desvia das desigualdades e injustiças para a promessa do que está para além da vida. A religião tem um forte componente ideológico: as crenças e valores religiosos em geral proporcionam justificações das desigualdades de riqueza e poder. Por exemplo, os mansos herdarão a

terra sugere atitudes de humildade e não de resistência frente à opressão. Consequentemente, podemos concluir que Marx percebia as instituições religiosas como a expressão de ideais e valores humanos legítimos e derivados das necessidades humanas reais. Mas, as instituições, ao mistificar esses valores não contribuem para manutenção do status quo. Max Weber Enquanto Durkheim baseava seus argumentos em um número muito reduzido de exemplos, Weber prestou mais atenção ao que ele denominava de as mundiais, ou seja, aquelas que atraíram grande número de crentes e afetaram de maneira decisiva o curso da história global; budismo, hinduísmo, taoísmo, judaísmo e cristianismo. Os escritos de Weber diferem dos de Durkheim porque esses se concentram no nexo entre a religião a mudança social. Contrastam também com os de Marx, pois Weber sustenta que a religião não é necessariamente uma força conservadora; pelo contrário, os movimentos de inspiração religiosa produziram transformações sociais dramáticas em numerosas ocasiões. Assim, o protestantismo em particular o puritanismo foi à fonte da concepção religiosa que se encontra no Ocidente moderno. Os primeiros empresários foram em sua maioria calvinistas. Sua tendência ao êxito, que contribuiu para iniciar o desenvolvimento econômico ocidental, originalmente lhes foi infundida pelo desejo de servira Deus. O êxito material era para eles um signo do favor divino. Analisando as religiões orientais, Weber concluiu que elas constituem barreiras insuperáveis ao desenvolvimento do capitalismo industrial tal como se deu no Ocidente. Isto não significa que as civilizações não ocidentais sejam atrasadas, mas que essas adotaram valores distintos dos que predominaram na Europa. Para exemplificar isso, observe-se que o hinduísmo é o que Weber denomina de uma religião extramundana. Com isso ele quer dizer que os valores mais elevados dessa religião enfatizam a fuga dos trabalhos do mundo material para uma dedicação a um plano superior espiritual. O confucionismo também atuou desviando o esforço de desenvolvimento econômico, tal este é entendido no Ocidente, enfatizando a harmonia com o mundo em de promover sua dominação ativa. Weber considera o cristianismo uma religião de salvação, que implica a crença de que os seres humanos podem ser salvos se adotarem as crenças dessa religião. As noções de pecado e de ser resgatado do pecado pela Graça de Deus são importantes a este respeito. Elas geraram uma tensão uma tensão e um dinamismo emocional essencialmente ausente nas religiões orientais. As religiões de salvação têm um aspecto revolucionário. Enquanto que as religiões orientais cultivam no crente uma atitude de passividade frente à ordem existente, o cristianismo implica uma luta constante contra o pecado e, portanto, pode estimular a rebeldia contra a ordem estabelecida. O Estado

O Estado é a instituição social que tem a exclusividade, o monopólio da violência legítima; e assim é porque a lei lhe confere o direito de recorrer á violência, caso isso seja necessário. O poder e a autoridade centralizam-se de maneira mais clara no Estado. Desse modo, o Estado é uma das agências mais importantes de controle social; o Estado executa suas funções por meio da lei, apoiado em ultima instância no uso da força. O Estado constitui-se de quatro elementos: Território é a base física do Estado, sobre a qual exerce sua jurisdição; população é composta pelos habitantes do território; Governo é o grupo de pessoas colocadas á frente dos órgãos fundamentais do Estado e que seu nome exercem o poder público. Constituição onde está expresso as leis e demais normas de convivência social. (pode ser escrita ou não). Estado, nação e governo Estado é diferente de nação. A nação é um conjunto de pessoas ligadas entre si por vínculos permanentes de idioma, religião, valores. O Estado é, portanto, a nação com um governo. Porém, estado é diferente de governo. Estado é uma instituição social permanente e governo é um elemento transitório do Estado. O Estado pode ter as seguintes formas de governo: - monarquia o governo é exercido por uma só pessoa (o rei ), que herda o poder e o mantém até a morte ou renúncia; - república o poder é exercido por representantes eleitos periodicamente pela população; - ditadura uma só pessoa o ditador impõe a sua vontade e dispõe de poder ilimitado. Funções do Estado Nas sociedades modernas pode-se dizer que cabe ao Estado três finalidades: - garantir a soberania manter a ordem interna e a segurança externa, a integridade territorial e o poder da decisão;

- manter a ordem as leis estabelecem o que deve ou não ser feito, o que pode ser feito, e prescrevem as punições por sua violação. O Estado é a instituição autorizada a decretar, impor, administrar e interpretar as leis na sociedade moderna; -promover o bem-estar social propiciar a população de um Estado a ordem interna e externa, a paz, o respeito as leis, promovendo á justiça, dispor de meios suficientes para atender as necessidades humanas em seus diferentes aspectos: físico, moral, espiritual, psicológico e cultural; manter a ordem social, através de leis existentes ou redigindo novas, que reajustam a própria ordem, quando as condições de mudanças o exigirem. OS TRÊS PODERES DO ESTADO Executivo executar as leis (presidente); Legislativo elabora as leis (parlamento); Judiciário fiscaliza (Tribunais superiores, regionais).