Nº 05/2018 08 de junho de 2018 NEWSLETTER SOCIETÁRIO MERCADO DE CAPITAIS 1. REGISTRO EMPRESARIAL DREI ABRE CONSULTA PÚBLICA PARA UNIFORMIZAR AS EXIGÊNCIAS FORMULADAS DURANTE O REGISTRO DE ATOS SOCIETÁRIOS O Departamento de Registro Empresarial e Integração divulgou o Edital de Consulta Pública DREI nº 4/2018, por meio do qual será discutida a minuta de instrução normativa que pretende uniformizar as listas de exigências que passarão a ser utilizadas pelas Juntas Comerciais em todo o país. 2. COMPANHIAS ABERTAS TRF2 REFORMA DECISÃO QUE BENEFICIAVA COMPANHIAS ABERTAS QUANTO À DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE REMUNERAÇÃO DE EXECUTIVOS O Tribunal Regional Federal da 2ª Região reformou decisão que impedia a Comissão de Valores Mobiliários de exigir a divulgação de informações sobre a remuneração dos membros da administração de determinadas companhias abertas, vinculadas ao Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças IBEF Rio de Janeiro. 3. ANALISTA DE VALORES MOBILIÁRIOS CVM EDITA NOVA INSTRUÇÃO PARA REGULAR AS ATIVIDADES DOS ANALISTAS DE VALORES MOBILIÁRIOS A Comissão de Valores Mobiliários editou instrução normativa que altera determinadas regras para o exercício das atividades de analista de valores mobiliários, sejam pessoas físicas ou jurídicas.
1 REGISTRO EMPRESARIAL DREI ABRE CONSULTA PÚBLICA PARA UNIFORMIZAR AS EXIGÊNCIAS FORMULADAS DURANTE O REGISTRO DE ATOS SOCIETÁRIOS O Departamento de Registro Empresarial e Integração ( DREI ), vinculado ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Governo Federal, divulgou, em 03 de maio de 2018, o Edital de Consulta Pública nº 4/2018, para colocar em discussão a minuta de instrução normativa que pretende uniformizar as exigências formuladas durante o processo de registro de atos societários. A minuta de instrução normativa trará, em seus anexos, as listas de exigências que indicarão os vícios sanáveis e insanáveis que estarão sujeitos à formulação de exigências ou ao indeferimento do registro, conforme o caso, para determinados atos societários. Caso a instrução normativa seja editada pelo DREI, as listas deverão ser observadas pelas Juntas Comerciais em todo o país. O DREI é o órgão responsável por estabelecer e consolidar, com exclusividade, as normas e diretrizes gerais do Registro Público de Empresas Mercantis. A edição da referida instrução normativa decorreu da necessidade de tornar o processo de análise dos atos societários pelas Juntas Comerciais mais uniforme, harmônico e impessoal. De fato, algumas exigências formuladas pelas Juntas Comerciais não possuem enquadramento rigoroso às normas legais ou regulamentares aplicáveis, o que dificulta o processo de registro dos atos societários e afeta, sob diversos aspectos, a atividade empresarial. A perspectiva é que essa uniformização traga benefícios para todos os envolvidos no processo de registro (empresas, advogados, despachantes e as próprias Juntas Comerciais). O Freitas Ferraz Capuruço Braichi Riccio Advogados participou da audiência pública realizada no dia 07/06/2018, em Brasília/DF, contribuindo com sugestões e comentários para o aperfeiçoamento do registro empresarial no Brasil. 02
2 COMPANHIAS ABERTAS TRF2 REFORMA DECISÃO QUE BENEFICIAVA COMPANHIAS ABERTAS QUANTO À DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE REMUNERAÇÃO DE EXECUTIVOS O Tribunal Regional Federal da 2ª Região ( TRF2 ) reformou, em julgamento realizado no dia 23/05/2018, a sentença proferida pelo juízo da 5ª Vara Federal do Rio de Janeiro/RJ que impedia a Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ) de exigir de determinadas companhias abertas, vinculadas ao Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças IBEF Rio de Janeiro ( IBEF ), a divulgação de informações relacionadas à remuneração de seus executivos. A exigência decorre da Instrução CVM nº 480, de 07/12/2009 ( ICVM 480 ), que estabelece, dentre outros assuntos, o conteúdo do formulário de referência, documento que precisa ser preenchido e atualizado constantemente pelas companhias emissoras de valores mobiliários registradas na CVM e que é divulgado para o mercado em geral. Especificamente no Anexo 24, subitem 13.11, a CVM exige informações sobre o valor da maior remuneração individual, menor remuneração individual e remuneração média dos membros do conselho de administração, diretoria e conselho fiscal dessas companhias. Os fundamentos para que o juízo da 5ª Vara Federal do Rio de Janeiro/RJ decidisse a favor das companhias vinculadas ao IBEF consistiram, principalmente, em violação da Lei nº 6.404/1976, ofensa ao direito à intimidade e privacidade e possível risco de segurança aos executivos, por terem informações pessoais amplamente divulgadas. O TRF2, por sua vez, reconheceu que a exigência apresentada pela CVM não representaria afronta à Lei nº 6.404/1976, que o direito à intimidade e privacidade poderia ser relativizado em benefício do interesse público e, com relação à segurança dos executivos, que não haveria aumento do risco associado à violência, com base em situação similar vivenciada pelos servidores públicos (que tem sua remuneração amplamente divulgada). Segundo informado pela CVM, foi ressaltado durante o julgamento que as companhias que optam por obter o registro de emissor de valores mobiliários precisam se adequar a regras que exigem um regime informacional de maior transparência, em benefício dos interesses do público investidor. A decisão proferida no âmbito do TRF2 ainda não foi publicada e está sujeita a recurso no âmbito do próprio TRF2 e para instâncias superiores. 03
3 ANALISTA DE VALORES MOBILIÁRIOS CVM EDITA NOVA INSTRUÇÃO PARA REGULAR AS ATIVIDADES DOS ANALISTAS DE VALORES MOBILIÁRIOS A CVM editou, no dia 03 de maio de 2018, a Instrução nº 598 ( ICVM 598 ) que revogou as antigas Instruções CVM nº 483 e 538, de 06/07/2010 e 23/10/2013, respectivamente, trazendo novidades para a regulação da atividade de analista de valores mobiliários e consolidando as regras sobre o tema. Os analistas de valores mobiliários são profissionais ou entidades responsáveis por elaborar e divulgar relatórios de análise sobre valores mobiliários e/ou emissores de valores mobiliários, que possam auxiliar ou influenciar os investidores no processo de tomada de decisão de investimento. Como novidade, destaca-se que os analistas de valores mobiliários constituídos sob a forma de pessoa jurídica agora estarão sujeitos a credenciamento junto a entidade devidamente autorizada pela CVM para exercício da atividade. Ademais, as entidades credenciadoras adquiriram a prerrogativa de determinar a retificação ou a cessação da divulgação de comunicação ou material publicitário que contenha incorreções ou impropriedades e que possa induzir a erro os investidores. O prazo limite para o credenciamento de analistas de valores mobiliários constituídos sob a forma de pessoa jurídica junto a entidades devidamente autorizadas pela CVM é 31/10/2018. 04
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