ATAS DAS I JORNADAS LUSÓFONAS DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

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Transcrição:

ATAS DAS I JORNADAS LUSÓFONAS DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA Editores: José Gomes dos Santos Cidália Fonte Rui Ferreira de Figueiredo Alberto Cardoso Gil Gonçalves José Paulo Almeida Sara Baptista IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA 2015

A r t i g o 2 9 Uma Análise Comparativa entre o Método GNSS de PPP e os Métodos Geodésicos Convencionais ARNAUT, Adriana Andrade 1 ; SANTOS, Antonio José Prado Martins 2 & SANTOS, Christian Pereira Lopes dos 3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - Campus Catu (Brasil) Rua Barão de Camaçari, 118, Centro, 48110-000, Catu, Bahia, Brasil Tel: +55 71 36417901; 1 e-mail: adriana.arnaut@catu.ifbaiano.edu.br; 2 e-mail: antonio.prado@catu.ifbaiano.edu.br; 3 e-mail: christian.santos@catu.ifbaiano.edu.br Resumo Este trabalho apresenta comparativos de resultados de coordenadas obtidas por dois métodos de posicionamento GNSS: Posicionamento por Ponto Preciso (PPP) e estático pós- -processado. Os resultados mostram que, a depender da finalidade do levantamento, tanto pontos obtidos pelo método GNSS do PPP com receptores geodésicos (L1/L2), como os obtidos pelo método estático pós-processado em redes topográficas locais com receptores topográficos (L1), podem ser usados na obtenção de pontos de controle para levantamento topográfico convencional. Palavras-chave Rede topográfica, GNSS, Posicionamento, PPP. http://dx.doi.org/10.14195/978-989-26-0983-6_29 449

A Comparative Analysis between GNSS Method GNSS of PPP and Conventional Geodesic Methods Abstract This article presents the results of the comparison between the coordinates yielded by two GNSS positioning methods: Precise Point Positioning (PPP) and static post process. The results show that, depending on the purpose of the surveying, the points yielded by GNSS of PPP methods with geodesic receivers (L1/L2) and the points yielded by the static post process in topographic local network with topographic receivers (L1), can be used in order to yield points of control for a conventional topographic surveying. Keywords Topographic Network, GNSS, Positioning, PPP. 1. Introdução Uma rede ou um conjunto de pontos referenciados geograficamente em um mesmo sistema de referência é de fundamental importância para o desenvolvimento de atividades em diversos campos de trabalho e finalidades, nas áreas de construção civil, meio ambiente, geoprocessamento, mapeamento, levantamento topográfico, dentre outros. Este conjunto de pontos pode ser obtido através de métodos e técnicas de levantamentos que, ao longo do tempo, passaram por diversas evoluções. Desde que foram disponibilizados para uso civil, os sistemas de posicionamento e navegação por satélites vêm contribuindo muito nos levantamentos geodésicos e topográficos, possibilitando de forma mais rápida e precisa a obtenção de coordenadas geodésicas de pontos na superfície terrestre. O presente trabalho foi motivado pelos resultados de levantamentos em atividades de aulas do curso Técnico em Agrimensura, Campus Catu, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano), ao estudar a obtenção de pontos por método de Posicionamento por Ponto Preciso (PPP) e posicionamento estático pós-processado por meio da tecnologia de Sistema de Navegação Global por Satélites (GNSS). Este trabalho tem como objetivo mostrar uma comparação entre coordenadas obtidas pelos métodos de posicionamento em estudo, verificando qual destes apresenta melhor resultado para uso em levantamentos topográficos planimétricos. 450

2. Apresentação do tema O PPP é um método de posicionamento GNSS que requer fundamentalmente o uso de efemérides e correções dos relógios dos satélites, ambos com alta precisão (MONICO, 2007, 314). Para tanto, o ponto deve ser rastreado por um receptor GPS de simples ou dupla frequência durante algumas horas. Já no posicionamento relativo estático, os receptores GPS/ GNSS utilizados devem rastrear, simultaneamente, os satélites visíveis por um período de tempo de 20 minutos até várias horas. Pode-se trabalhar com as observáveis de pseudodistância ou fase da onda portadora, a depender do comprimento da linha base, pois conforme o IBGE (2008, 10, apud MONICO 2000) levantamentos realizados em linhas de base com comprimento inferior a 10 km, cujos receptores estejam estacionados em locais onde não haja ocorrência de obstrução e sob condições ionosféricas favoráveis, 20 minutos são suficientes para se conseguir solução das ambiguidades com receptores de simples frequência. 3. Metodologia utilizada Os levantamentos GNSS do Campus foram realizados conforme especificações técnicas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No rastreio dos pontos visando o processamento através do método PPP, cada ponto foi ocupado por um receptor geodésico (L1/L2), da marca Magellan e modelo PROMARK 500, durante um tempo de rastreio de 3 horas. Os dados foram processados utilizando o serviço PPP do IBGE através do sítio http://www.ppp.ibge.gov.br/ppp.html. Quanto ao rastreio dos pontos pelo método estático pós-processado para implantação da rede geodésica, utilizou-se um receptor geodésico PROMARK 500, instalado em um ponto base identificado como GDS-M-0002, implantado pela Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRAS), e, ao mesmo tempo, outros dois pontos da rede foram ocupados por receptores GPS topográficos (L1), da marca Magellan e modelo PROMARK 3. O rastreio em cada ponto durou em média 30 minutos pelo fato do comprimento da linha base ser menor que 10 km. Buscou-se a permuta dos receptores, ocupando todos os pontos de forma que em cada ponto fossem rastreados os mesmos satélites du- 451

rante o mesmo período de tempo, configurando assim a rede geodésica conforme a Figura 1. Quanto ao processamento e ajustamento dos dados obtidos para a finalidade da rede, utilizou-se o software GNSS Solutions. Para avaliar a qualidade dos pontos PPP e da rede geodésica, buscou-se comparar os resultados de ângulos e distâncias obtidos pelas coordenadas, a partir de formulações da geometria euclidiana e do problema inverso de Puissant, com observações de ângulos e distâncias obtidos por métodos convencionais da topografia. Figura 1 - Rede geodésica do IF Baiano Campus Catu Vista obtida do software GNSS Solutions O método utilizado para obtenção dos ângulos na topografia convencional foi o das direções em posição direta (PD) e posição inversa (PI), por meio de uma Estação Total da marca Ruide modelo RTS821. Para comparar estas observações angulares e lineares medidas pelos equipamentos topográficos com as obtidas pelos métodos GNSS, as coordenadas planas UTM (Universal Transversa de Mercator) no sistema geodésico SIRGAS 2000 foram transformadas para coordenadas topográficas locais utilizando o software DataGeosis Office, versão Demo. 4. Apresentação dos resultados A Tabela 1 apresenta as coordenadas planas UTM e as coordenadas planas topográficas locais (PTL) obtidas a partir dos métodos GNSS. 452

Tabela 1 - Coordenadas planas UTM e PTL MARCO ESTÁTICO PÓS-PROCESSADO PPP DIFERENÇAS E (m) N (m) E(m) N(m) DE(m) DN(m) PTR-M-0002 567994,114 8633870,556 567994,220 8633870,564 0,110 0,010 PTR-M-0001 568186,908 8633676,520 568186,991 8633676,542 0,080 0,020 PTR-M-0006 568032,399 8633383,509 568032,489 8633383,520 0,090 0,010 PTR-M-0005 567834,257 8633253,120 567834,300 8633253,118 0,040 0,002 X(m) Y(m) X(m) Y(m) DX (m) DY (m) PTR-M-0002 150000,000 250000,000 150000,000 250000,000 0,000 0,000 PTR-M-0001 150193,343 249806,319 150193,320 249806,332 0,020 0,010 PTR-M-0006 150039,442 249512,801 150039,427 249512,803 0,020 0,002 PTR-M-0005 149841,507 249381,884 149841,444 249381,873 0,060 0,010 Observações: SGR - SIRGAS 2000; Meridiano Central - 39 W; Fuso UTM - 24; No PTR-M-0002, as diferenças nas coordenadas foram nulas uma vez que foi considerado o plano topográfico tangente a este ponto. Observa-se nas coordenadas PTL uma maior variação em X na ordem de 0,060 m enquanto que em Y a maior diferença foi de 0,010 m. A Tabela 2 apresenta os ângulos e distâncias obtidos matematicamente em função das coordenadas planas UTM e os ângulos e distâncias obtidos pela Estação Total em campo. Tabela 2 - Valores de ângulos e distâncias MÉTODO OBSERVAÇÃO M-0006/M-0001/M-0002 M-0005/M-0006/M-0001 Estático Pósprocessado PPP Estação Total Ângulo 107 22 50 151 09 02 Distância 273,667m 331,419m Ângulo 107 23 03 151 08 41 Distância 273,642m 331,425m Ângulo 107 22 47 151 08 52 Distância 273,628m 331,374m 5. Discussão dos resultados Comparando os dados na Tabela 2 referentes aos três métodos, pode- -se observar que os valores obtidos pelo método de posicionamento GNSS estático pós-processado em rede, aproximaram-se dos resultados 453

obtidos pela Estação Total, principalmente nas observações angulares. Cabe ressaltar que, pela finalidade do equipamento, para os resultados apresentados levando em consideração o método de posicionamento e as características utilizadas, os receptores GPS de uma frequência apresentaram resultados aceitáveis para fins de levantamentos topográficos. Nas distâncias, por exemplo, observa-se que ambos os métodos de posicionamento obtiveram variação máxima na ordem de 0,050 m o que confirma o uso em diversos tipos de trabalhos topográficos. 6. Conclusão É de fundamental importância o georreferenciamento de pontos para uso como base/referência nos levantamentos topográficos. A precisão destes pontos deve atender as normas vigentes no País, bem como à finalidade do trabalho que será executado. Pôde-se observar neste trabalho que as coordenadas PTL de bases curtas obtidos com o método estático pós-processado em rede com receptor GPS de uma frequência atendem consideravelmente aos levantamentos topográficos convencionais e que o mesmo pôde ser observado com as coordenadas PTL obtidas em função do método GNSS do PPP, porém com resultados um pouco menos favoráveis no quesito ângulos. Assim, a depender da finalidade do levantamento, tanto a obtenção de pontos por método GNSS do PPP quanto o uso do método estático pós-processado em redes obtidas com receptores topográficos, pode ser usado para pontos de controle planimétricos na topográfica convencional. Bibliografia Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE (2008) - Recomendações para Levantamentos Relativos Estáticos - GPS. Disponível online no endereço url: ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/geodesia/pdf/recom_gps_internet. pdf (acedido em 13 Janeiro, 2014). MONICO, João Francisco Galera (2007) - Posicionamento pelo GNSS - Descrição, fundamentos e aplicações. Editora UNESP, 2ª ed., São Paulo, 480 p. 454

Série Documentos Imprensa da Universidade de Coimbra Coimbra University Press 2015