Ayrton Senna Barbosa da SILVA 1, Antônio Rodrigues de Araújo NETO 1, Eros Jofily Fernandes Soares ARAÚJO 1, Danila Barreiro CAMPOS 2

Documentos relacionados
Eros Jofily Fernandes Soares ARAÚJO¹, Ayrton Senna Barbosa da SILVA¹, Antônio Rodrigues de Araújo NETO¹, Danila Barreiro CAMPOS ²

Antônio Rodrigues de Araújo NETO¹, Eros Jofily Fernandes Soares ARAÚJO¹, Ayrton Senna Barbosa da SILVA¹, Danila Barreiro CAMPOS²

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Origem e distribuição antimérica dos nervos obturatórios em caprinos neonatos da raça Saanen*

ORIGENS E DISTRIBUIÇÕES DO NERVO OBTURATÓRIO EM FETOS DE JAVALIS (Sus scrofa scrofa LINNAEU 1758)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA GUSTAVO CAVINATO HERRERA

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO ANTIMÉRICA DOS NERVOS FEMORAIS EM CAPRINOS RECÉM-NATOS DA RAÇA SAANEN

Anais do 38º CBA, p.0374

MORFOLOGIA DO PLEXO LOMBOSACRO DE UM EXEMPLAR DE VEADO CATINGUEIRO (MAZAMA GOUAZOUBIRA, FISCHER, 1814) 1 MORPHOLOGY OF A SPECIMEN OF BROCKET DEER

ASPECTOS ANATÔMICOS E FUNCIONAIS DOS MÚSCULOS MEDIAIS DA COXA DO TAMANDUÁ BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla)

ORIGENS E RAMIFICAÇÕES DO NERVO FEMORAL EM JAVALIS (Sus scrofa scrofa LINNAEUS, 1758)

Origem e distribuição do nervo isquiático em fetos de javalis (Sus scrofa scrofa)

Origens, distribuições e ramificações dos nervos femorais no tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, 1758)

Programa Analítico de Disciplina VET101 Anatomia Veterinária I

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

ASPECTOS ANATÔMICOS DOS NERVOS DA COXA DE TAMANDUÁ- BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla, Linnaeus, 1758)

Topografia do cone medular do cachorro-do-mato-de-orelhas-pequenas (Atelocynus microtis Sclater, 1882): relato de caso

Estudo anatômico do plexo lombossacral de Tamandua tetradactyla

Dyce, Sack e Wensing (2004), em equinos, Ghoshal (1986c), em suínos, Lacerda et al. (2006), em mocós, Ferraz et al. (2006), em fetos de bovinos

Acadêmica do curso de Medicina Veterinária da UNIJUÍ - 3

Topografia do cone medular do cachorro-do-mato (Cerdocyon thous Linnaeus, 1766): relato de caso

Plano de Ensino. Qualificação/link para o Currículo Lattes: Teoria Exercício Laboratório 1-2

Programa Analítico de Disciplina VET102 Anatomia dos Animais Domésticos

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DOS NERVOS ISQUIÁTICOS EM FETOS DE BOVINOS AZEBUADOS

Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Medicina Veterinária

Topografia do cone medular da paca (Agouti paca, Linnaeus )

DESCRIÇÃO DOS TERRITÓRIOS NERVOSOS E MUSCULATURA DO MEMBRO PÉLVICO EM Puma concolor

Características anatômicas do plexo braquial de tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla Linnaeus, 1758)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA. DISTRIBUIÇÃO DOS NERVOS DA COXA DE Cebus libidinosus (Rylands et al.

Universidade Federal do Acre Curso de Medicina Veterinária

ORIGENS E DISTRIBUIÇÕES DOS NERVOS OBTURATÓRIOS EM OVINOS SEM RAÇA DEFINIDA

Descrição anatômica dos músculos da perna de Procyon cancrivorus (Cuvier 1798)

PLANO DE ENSINO Ficha nº 1 (permanente)

Palavras-chave: Animais selvagens, linfonodos, Xenarthra, Myrmecophagidae. Keywords: Wild animals, lymph nodes, Xenarthra, Myrmecophagidae.

Origem e distribuição do nervo femoral do mocó, Kerodon rupestris (Cavidae) 1

Origem e distribuição dos nervos isquiáticos em caprinos da raça Saanen

DESCRIÇÃO ANATÔMICA DO PLEXO BRAQUIAL DE TATU-CANASTRA (Priodontes maximus Kerr, 1792) - ESTUDO DE CASO

Eixos e Planos de Construção do Corpo de Vertebrados

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE ENSINO DEPARTAMENTO CCENS BIOLOGIA. Plano de Ensino

Ramificação e distribuição dos nervos frênicos no músculo diafragma do gato doméstico

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

Programa Analítico de Disciplina VET103 Anatomia Veterinária II

P L A N O D E E N S I N O

Anatomia do nervo isquiático em mocós (Kerodon rupestris WIED, 1820) aplicada a clínica de animais silvestres

IPV.ESA ,5 Volume de Trabalho Total (horas): 132 Total Horas de Contacto: 60 T TP P PL Competências

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DO NERVO RETAL CAUDAL EM EQUINOS SEM RAÇA DEFINIDA ORIGIN AND DISTRIBUTION OF THE CAUDAL RECTAL NERVE IN MIXED BREED HORSES

DISTRIBUIÇÃO DO NERVO FIBULAR COMUM EM FETOS DE EQUINOS (SEM RAÇA DEFINIDA) E DESCRIÇÃO ANATÔMICA DE PONTOS PARA BLOQUEIO ANESTÉSICO

Origem do plexo lombossacral de mocó (Kerondo rupestris)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA PAULO ANTÔNIO MOREIRA SANTOS LEMOS REZENDE

Origem e distribuição dos nervos isquiáticos do preá

Anatomia do músculo abdutor crural caudal do gato doméstico (Felis catus domesticus, Linnaeus 1758)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

Universidade de Brasília. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária. Programa de pós-graduação em Saúde Animal

PLANO DE ENSINO Ensino Superior

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA LÁZARO ANTONIO DOS SANTOS. ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DO PLEXO LOMBOSSACRAL DE JAVALI (Sus scrofa LINNAEUS, 1758)

VARIAÇÃO DO NERVO DIGITAL PALMAR EM EQUINO DA RAÇA CRIOULA: RELATO DE CASO 1. INTRODUÇÃO Ao longo de milhares de anos os animais do gênero Equus,

ASPECTOS MORFOLÓGICOS MACROSCÓPICOS DAS REGIÕES DA MEDULA ESPINHAL EM CÃES (Canis familiaris) E SUA IMPORTÂNCIA PARA OS CURSOS DA ÁREA DE SAÚDE

CURSO: BIOTECNOLOGIA ANO LETIVO: 2010/2 DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA E COMPARATIVA (CÓDIGO )

Estudo anatômico da porção intrapélvica do nervo isquiático em fetos de bovinos azebuados

Dr. Ricardo Anatomia dos membros inferiores junho site recomendado para estudar anatomia KENHUB

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DO NERVO RETAL CAUDAL EM SUÍNOS (Sus scrofa domesticus LINNAEUS, 1758) DA LINHAGEM PEN AR LAN

Curso de Graduação em Medicina

ANATOMOFISIOLOGIA GERAL NERVO TRIGÊMIO

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DO PLEXO BRAQUIAL NO NUTRIA (Myocastor coypus) ORIGIN AND DISTRIBUTION BRACHIAL PLEXUS NUTRIA (Myocastor coypus)

Anatomia Humana. A- Anatomia Geral e do Aparelho Locomotor. B- Anatomia do Aparelho Cardiorespiratório

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DO NERVO AXILAR EM FETOS DE BOVINOS AZEBUADOS ORIGIN AND DISTRIBUTION OF THE AXILLARY NERVE IN ZEBU-CROSSED BOVINE FETUSES

Esqueleto. Axial. Prof. Adj. Dr. Yuri Karaccas de Carvalho Anatomia Descritiva Animal I. Objetivos da Aula. Conhecer a constituição do Esqueleto Axial

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA ORIGEM DO PLEXO BRAQUIAL DE LEÃO (Panthera leo)

MATERIAL E MÉTODOS Utilizaram-se 30 fetos de suínos da raça Hampshire, sendo 10 fêmeas e 20 machos, doados após abortos espontâneos de fêmeas gestante

ANATOMIA DO PLEXO BRAQUIAL DO TAMANDUÁ MIRIM (Tamanduá tetradactyla)

Programa Analítico de Disciplina VET107 Anatomia e Fisiologia Animal

Origem do plexo braquial de mocós (Kerodon rupestris wied, 1820) Origin of brachial plexus of rock cavies (Kerodon. Resumo

Anatomia Comparativa dos nervos do membro pélvico de Cebus libidinosus (Rylands et al. 2000)

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO ANTIMÉRICA DOS NERVOS ISQUIÁTICOS EM CAPRINOS RECÉM-NATOS DA RAÇA SAANEN*

ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0221

SUPRIMENTO ARTERIAL PARA AS GLÂNDULAS ADRENAIS EM OVINOS NATIMORTOS DA RAÇA SANTA INÊS

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

Toxoplasma gondii em Tamanduá Bandeira (Myrmecophaga tridactyla, Linnaeus 1758) da região Noroeste do Estado de São Paulo

Programa Analítico de Disciplina AGR484 Anatomia, Fisiologia e Higiene Animal

Músculos do Quadril e Coxa. Profa. Dra. Cecília H A Gouveia Departamento de Anatomia, ICB, USP

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas

Estrutura e Função dos Nervos Periféricos

MEDULA ESPINAL. Profa. Dra. Tatiane Rondini MEDULA ESPINAL

A n anatomical study of the stomach in Bradypus variegatus Shinz, 1825 (Mammalia, X enarthra)

ROTEIRO DE AULA PRÁTICA - ANATOMIA I

ENFERMAGEM ANATOMIA. SISTEMA NERVOSO Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

ANATOMIA MACROSCÓPICA DA MEDULA ESPINHAL

ANATOMIA HUMANA. Faculdade Anísio Teixeira Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

OSSOS DO MEMBRO INFERIOR

PRIMEIRO REGISTRO DE Amblyomma geayi (ACARI: IXODIDAE) EM PREGUIÇA (Bradypus variegatus) NO ESTADO DO ACRE, AMAZÔNIA OCIDENTAL RELATO DE CASO

NERVOS ESPINHAIS. Relação das Raízes Nervosas com as Vértebras

Sistematização e distribuição da inervação lombar e sacral em Arctocephalus australis

ORGANIZAÇÃO GERAL DO ORGANISMO

PROPOSTA DE EMENTA PARA A DISCIPLINA DE ANATOMIA VETERINÁRIA I DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DA ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.

Origem e distribuição do nervo axilar em tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)

FORMAÇÃO DA VEIA PORTA E DE SUAS TRIBUTÁRIAS EM GATOS SEM RAÇA DEFINIDA (Felis catus Linnaeus, 1758)

MÚSCULOS DO QUADRIL. Glúteo Máximo (Maior) Músculos dos Membros Inferiores. Inervação: Ação: Músculos do Quadril T12 L1 PLEXO LOMBAR.

Controla funções orgânicas e é responsável pela interação do animal com o meio ambiente.

Transcrição:

ORIGEM E DESCRIÇÃO DO NERVO OBTURADOR EM BICHO-PREGUIÇA-DE- GARGANTA-MARROM (BRADYPUS VARIEGATUS, SCHINZ,1825) ORIGIN AND DESCRIPTION OF THE OBTURATOR NERVE IN BROWN- THROATED SLOTH (BRADYPUS VARIEGATUS, SCHINZ,1825) Ayrton Senna Barbosa da SILVA 1, Antônio Rodrigues de Araújo NETO 1, Eros Jofily Fernandes Soares ARAÚJO 1, Danila Barreiro CAMPOS 2 1 Estudante de graduação de Medicina Veterinária, Universidade Federal da Paraíba, sennabarbosa0@gmail.com 2 Professora do Departamento de Ciência Animal, Universidade Federal da Paraíba Resumo Neste artigo objetivou-se descrever a anatomia do nervo obturador do bichopreguiça-de-garganta-marrom, espécie Bradypus variegatus, estudando a origem e descrevendo as suas ramificações, através da dissecação de 3 exemplares oriundos do Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS-IBAMA de Cabedelo) e do Museu Paranaense Emílio Goeldi, que vieram a óbito por causas desconhecidas. O nervo obturador teve origem a partir das raízes ventrais nervosas de L2, L3 e L4, seguindo em direção ao forame obturador, emitindo um ramo em que contribui para a formação do nervo isquiático e depois continuando seu percurso sobre o osso ílio, quando atravessou o forame, emitiu um ramo para o músculo obturador interno e em seguida emitiu ramos para inervar os músculos grácil, obturador externo, adutor, pectíneo e semimembranáceo. Palavras-chave: anatomia, plexo lombar, animal silvestre. Keywords: anatomy, lumbar plexus, wild animal. Introdução Bradypus variegatus, conhecida também como preguiça-de-garganta-marrom, é um mamífero que apresenta o metabolismo extremamente lento chegando a dormir 20 horas por dia, também tem como característica os membros torácicos maiores que os pélvicos e garras compridas. São encontradas na América Central e do Sul (ANGELI e SAKAMOTO, 2014). Poucos são os estudos anatômicos e funcionais desses animais, com isso as descrições de certas estruturas são de suma Anais do 38º CBA, 2017 - p.0203

importância para fornecer subsídios para as práticas anátomo-cirúrgicas e anestésicas em animais silvestres. O sistema nervoso por conveniência e propósitos descritivos é dividido em partes, sendo uma delas por sistema nervoso periférico (SNP), que é composto pelos nervos cranianos e espinhais. Cada nervo espinal se origina da medula espinal, sendo cada um deles formados por uma raiz dorsal e outra raiz ventral, unindo-se no canal vertebral para formação do nervo espinal (KÖNIG e LIEBICH, 2011). O nervo obturador é um ramo curto, originado dos segmentos de L4 L6 na maioria das espécies. Seu trajeto segue junto ao músculo íliopsoas, juntamente com a veia ilíaca externa, passando em seguida pelo forame obturador juntamente com a veia obturatória. O nervo obturador emite os ramos para os músculos grácil, obturador externo, adutor e pectíneo (GETTY, 1989; DYCE et al., 2004; KÖNIG e LIEBICH, 2011). Devido sua proximidade com o ílio, este nervo está sujeito a lesões durante fraturas e partos, quando o feto é grande em relação à cavidade pélvica. O grau da lesão varia de acordo com o peso do animal e o esforço exercido no membro ao se apoiar em solos escorregadios (DYCE et al., 2004; KÖNIG e LIEBICH, 2011). Metodologia Foram analisadas três preguiças, fêmeas, de diferentes tamanhos, pesos e idades, provenientes de Centros de Triagem de Animais Silvestres CETAS-IBAMA de Cabedelo e do Museu Paraense Emilio Goeldi (SISBIO 37715-2), que vieram a óbito por causas desconhecidas. Os animais foram submetidos a aplicação de formol a 10% intravenoso e intramuscular, além de serem preservadas sob imersão em formol. Todos os procedimentos com as carcaças foram realizados no Laboratório de Anatomia Animal do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba Campus II. Inicialmente, o acesso ao nervo obturador foi feito pelo abdômen, sendo dissecado até a localização de sua origem do nervo no plexo lombossacral. Após a localização da origem, foi feito o acesso até a passagem do nervo entre as estruturas, até sua distribuição no membro. Para estudar a distruibuição muscular do nervo no membro pélvico, a pele foi rebatida e os músculos foram dissecados e individualizados. As estruturas foram registradas com auxílio de uma câmera digital Fujifilm 12.0 MP. A nomenclatura utilizada foi referida conforme International Commitee on Veterinary Gross Anatomical Nomenclature (2012). Anais do 38º CBA, 2017 - p.0204

Resultados e Discussão A formação do nervo obturador teve a participação das raízes ventrais nervosas de L2, L3 e L4 nas preguiças avaliadas. Essa origem se diferencia das espécies descritas na literatura não sendo encontrada nenhuma descrição na qual a origem se dê em L2 e termine em L4. Nos animais domésticos, a origem do nervo obturador ocorre a partir de L4 a L6 (GETTY, 1989; DYCE et al., 2004; KÖNIG e LIEBICH, 2011), com exceção dos suínos, que conforme descrito por Getty (1989), apresenta a origem variando de L3 a L6. Em myrmecophaga tridactyla (tamanduás-bandeira) (Cruz et al. 2014) e em tamandua tetradactyla (tamanduás-mirim) (CARDOSO et al., 2013), é descrito a participação de raízes nervosas torácicas para a formação de nervo obturador, bem como a participação de L1, L2 e L3, e em algumas peças a participação de S1. Além disso, foi ressaltada a origem variando de L4-L7 em mocós (LACERDA et al., 2006), de L4-L6 em fetos de suínos (CHAGAS et al., 2006), de L3- L5 em fetos de equinos (SILVA et al., 2007), de L5-L6 em jaguatiricas (LOPES et al., 2012); de L5-L7 em pacas (TONINI et al., 2014) e de L4-S1 em caprinos neonatos da raça Saanen (NASCIMENTO et al., 2013). O nervo obturador nas preguiças segue em direção ao forame obturador, mas logo após sua formação emite um ramo que contribui para a formação do nervo isquiático, continua o percurso sobre o osso ílio, atravessando o forame, e emitindo um ramo para a inervação do músculo obturador interno. Isso corrobora com o descrito por Chagas et al. (2006) em fetos de suínos que observou, em 30% dos casos estudados, que o nervo obturador forneceu um ramo para a formação do nervo isquiático. Chagas et al. (2006) ainda descreve que em todas as peças o nervo obturador emite um ramo para o músculo obturador interno, antes de ultrapassar o forame obturador. Como observado nesse estudo, a passagem do nervo obturador pelo forame, também foi observado e descrito em fetos de equinos por (SILVA et al., 2007), em Arctocephalus australis (lobo-marinho) (CASTRO et al. 2009) e nas espécies domésticas por (GETTY, 1989; DYCE et al., 2004; KÖNIG e LIEBICH, 2011). Após atravessar o forame, o nervo obturador emite ramos para inervar os músculos grácil, obturador externo, adutor, pectíneo e semimembranáceo, assemelhando-se ao relatado por Nascimento et al. (2013) no estudo em caprinos neonatos. Isso também está, em parte, de acordo com o que foi observado em fetos de equinos por Silva et al. (2007), em lobos-marinhos por Castro et al., (2009) e nos animais domésticos (GETTY, 1989; DYCE et al., 2004; KÖNIG e LIEBICH, 2011). Anais do 38º CBA, 2017 - p.0205

Nesses animais o nervo obturador enviou ramos para os músculos pectíneo, grácil, adutor e obturador externo, diferindo apenas na inervação do músculo semimembranáceo, que foi observada nas preguiças investigadas. Já Chagas et al. (2006) na sua descrição, acrescentou à lista os músculos quadrado femoral e sartório, o que não foi observado nas peças estudadas. Conclusão O nervo obturador nas preguiças teve sua origem das raízes ventrais L2, L3 e L4 e, após emitir um ramo que se une ao nervo isquiático, segue junto com o osso ílio, atravessa o forame obturador e ramifica-se para os músculos grácil, obturador externo, adutor, pectíneo e semimembranáceo. Referências ANGELI, T.; SAKAMOTO, S. Preguiça-de-garganta-marrom. Projeto Herpertus [online]. Disponível: https://projetoherpetus.files.wordpress.com/2013/08/ficha18.pdf [Capturado em 19 jan. 2017]. CARDOSO, J. R.; SOUZA, P. R.; CRUZ, V. S.; BENETTI, E. J.; BRITO E SILVA, M. S.; MOREIRA, P. C.; CARDOSO, A. A. L.; MARTINS, A. K.; ABREU, T.; SIMÕES, K.; GUIMARÃES, F. R. Estudo anatômico de plexo lombossacral de Tamandua tetradactyla. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.65, n.6, p.1720-1728, 2013. CASTRO, T. F.; SOUZA, D. A. S.; SILVA FILHO, R. P.; PEREIRA, M. A. M. Sistematização e distribuição da inervação lombar e sacral em Arctocephalus australis. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v.46, n.5, p.404-411, 2009. CRUZ, V. S.; CARDOSO, J. R.; ARAÚJO, L. B. M.; SOUZA, P. R.; BORGES, N. C.; ARAÚJO, E. G. Aspectos anatômicos do plexo lombossacral de Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus, 1758). Bioscience Journal, Umberlândia, v.30, n.1, p.235-244, 2014. DYCE, K. M.; SACK, W. O.; WENSING, C. J. G. Tratado de Anatomia Veterinária. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, 813p. GETTY, R. Sisson/Grossman anatomia dos animais domésticos. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 1986, 2000p. INTERNATIONAL COMMITTEE ON VETERINARY GROSS ANATOMICAL NOMENCLATURE. Nomina anatomica veterinaria. 5. ed. Hannover: Editorial Committee, 2012. 160p. Anais do 38º CBA, 2017 - p.0206

KÖNIG, H. E.; LIEBICH, H. G. Anatomia dos Animais Domésticos Textos e Atlas Colorido. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011, 787p. LACERDA, P. M. O.; MOURA, C. E. B.; MIGLINO, M. A.; OLIVEIRA, M. F.; ALBUQUERQUE, J. F. G. Origem do plexo lombossacral de mocó (Kerondo rupestres). Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v.43, n.5, p.620-628, 2006. LOPES, J. A.; FÉ, L. C. M.; LIMA, A. R.; PEREIRA, L. C.; BRANCO, E. Morfologia de plexo lombossacral da jaguatirica (Leopardus pardalis). Biotemas, Florianópolis, v.25, n.4, p.215-220, 2012. NASCIMENTO, R. M.; ESTRUC, T. M.; ALVES-PEREIRA, J. L.; SCHERER, P. O.; FIGUEIREDO, M. A. Origem e distribuição antimérica dos nervos obturatórios em caprinos neonatos da raça Saanen. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, Niterói, v.20, n.2, p.74-79, 2013. SILVA, F. O. C. E.; MORAES, D. V.; MARTINS, J. D.; DRUMMOND, S. S.; SEVERINO, R. S. Origem e distribuição do nervo obturatório em equinos sem raça definida. Horizonte Científico, v.1, n.7, p.1-9, 2007. TONINI, M. G. O.; SASAHARA, T. H. C.; LEAL, L. M.; MACHADO, M. R. F. Origem e distribuição do plexo lombossacral da paca (Cuniculus paca, Linnaeus 1766). Biotemas, Florianópolis, v.27, n.2, p.215-220, 2014. Anais do 38º CBA, 2017 - p.0207