TRANSPORTE SUSTENTÁVEL

Documentos relacionados
LUIZ ANTONIO CORTEZ FERREIRA

Transporte, Energia e Desenvolvimento Urbano: Aspectos Macroeconômicos

Desafios para a Descarbonização dos Transportes no Brasil e o Acordo de Paris

CON O QU Q IS I TA T S EXPECTATIVAS

Lógica do sistema de informação da mobilidade

para uma cidade melhor

PLANO DE MOBILIDADE URBANA DE SÃO PAULO

MSC. CRISTINA BADDINI

Mobilidade Urbana Contemporânea

Mobilidade e Logística na Região Metropolitana de SP (Parte 2) Frederico Bussinger

O TRANSPORTE RODOVIÁRIO TENDÊNCIAS ANTÓNIO MOUSINHO

OS TRILHOS E A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL DAS CIDADES. Como a ANPTrilhos vê esta questão fundamental?

Importância e Oportunidades para o Desenvolvimento da Indústria de Serviços

Daniela Bacchi Bartholomeu CEPEA/ESALQ/USP. Estrutura da apresentação

Mobilidade Urbana. Mobilidade em São Paulo

VII ENCONTRO BIENAL DE LOGÍSTICA E CADEIAS DE VALOR E SUPRIMENTOS MACKENZIE

Principais linhas de orientação política nacional e local sobre transporte de passageiros

COMUNICAÇÕES TÉCNICAS 21º CONGRESSO BRASILEIRO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO SÃO PAULO 28, 29 E 30 DE JUNHO DE 2017

O futuro do transporte rodoviário de passageiros: A visão da ANTROP

Bernardo Hauch Ribeiro de Castro Gerente AI/DEPIP Agosto 2012

Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô. Externalidades no transporte metroferroviário Eduardo A Vasconcellos 14/9/2011 A E A M E S P

O transporte urbano no Brasil

Atuação da ABEGÁS e os Efeitos na Cadeia do GNV

FERROVIAS DE CARGA E O FUTURO DO BRASIL PROPOSTAS DA ANTF PARA O NOVO GOVERNO

Mobilidade Urbana: tendências e desafios Apresentador: Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho Pesquisador do IPEA.

Saulo Pereira Vieira Secretaria dos Transportes Metropolitanos

PLANO SETORIAL DE TRANSPORTES E A LEI DA MOBILIDADE URBANA: desafios e oportunidades. André Luís Ferreira

PERSPECTIVAS DO SETOR SUCROENERGÉTICO BRASILEIRO

Sistema de Informações da Mobilidade Urbana. Relatório Geral Agosto de 2007

USO DO SOLO E ADENSAMENTO AO LONGO DOS CORREDORES DE TRANSPORTE DE BELO HORIZONTE

Ciclo de Seminários para o Enem: Mobilidade Urbana e Nacional

MOBILIDADE URBANA. Prof. Coca Ferraz - USP

LAURENCE CASAGRANDE LOURENÇO

Ministério Transportes

São Paulo 27 DE AGOSTO DE 2009

ARENA ANTP 2019 CONGRESSO BRASILEIRO DE MOBILIDADE URBANA SÃO PAULO 24, 25 E 26 SETEMBRO/2019 COMUNICAÇÕES TÉCNICAS REGULAMENTO

MALHA DE METRÔS E TRENS DE PASSAGEIROS PRECISA CRESCER 80%

RIO: UMA CIDADE MAIS INTEGRADA 1

18ª Semana da Tecnologia Ferroviária AEAMESP PAINEL TRENS REGIONAIS

PRINCIPAIS DADOS. LOGÍSTICA URBANA Restrições aos Caminhões?

RENOVAÇÃO DA FROTA VAGÕES DE CARGA & LOCOMOTIVAS

Sistema de Informações da Mobilidade Urbana. Relatório Geral 2014

Seminário Internacional Frotas e Fretes Verdes

Demonstração Internacional da Plataforma de informações de tráfego e de trânsito

Desafio da Integração do Transporte Público

Eficiência Energética e Emissões Transporte de cargas

Seminário IBRE Infraestrutura no Brasilperspectivas. nas áreas de construção, saneamento, transporte e logística

ALBERTO EPIFANI PAINEL 7 INTEGRAÇÃO E RACIONALIZAÇÃO PARA EFICIÊNCIA E MELHORIA DO TRANSPORTE PÚBLICO

VOCÊ SABE QUAIS SÃO AS MAIORES FONTES DE GASES DE EFEITO ESTUFA NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO?

FINANCIAMENTO DO TPU VIA TAXAÇÃO DOS COMBUSTÍVEIS

A importância do Etanol na Descarbonização do Setor Transportes. André Luís Ferreira Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA)

Transportes Rodoviários Pesados de Passageiros

Multimodalidade e Cadeia de Suprimentos

Interface Energia e Meio Ambiente: Ações da ANP

PORQUE PRIORIZAR PROJETOS

Sistema de Informações da Mobilidade Urbana. Relatório Comparativo Setembro de 2010

RECURSOS E FONTES ALTERNATIVAS PARA O TRANSPORTE PÚBLICO SÔBRE TRILHOS

Mobilidade e Logística na Região Metropolitana de SP (Parte 1) Frederico Bussinger

Diretrizes para elaboração do. Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de Análise de Situação de Saúde

INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE TRANSPORTE

Infraestrutura Econômica e Desenvolvimento: Transportes, Energia e TICs

Sistema de Informações da Mobilidade Urbana. Relatório Comparativo

Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs)

EVENTOS ESPORTIVOS OPORTUNIDADES PARA MELHORAR O TRANSPORTE PÚBLICO. MAN Latin America

Infraestrutura Logística para otimização da cadeia farmacêutica. Frederico Bussinger

Sistema de Informações da Mobilidade Urbana. Relatório Geral 2013

São Paulo Sem Máscara

PROGRAMAÇÃO em: Informações: (51) / (51)

A importância da mudança modal para tirar São Paulo da contramão. Autora: Arqta. Melissa Belato Fortes Co-autora: Arqta. Denise H. S.

Universidade Presbiteriana Mackenzie Escola de Engenharia Depto. de Engenharia Civil 1 0 semestre de Aula 22.

ATUALIDADE S. Prof. Roberto. Um desafio ATUAL.

Energia e Poluição. Preservar o meio ambiente é incompatível com qualidade de vida?

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 12. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua

Sistema de Informações da Mobilidade Urbana da Associação Nacional de Transportes Público - Simob/ANTP. Relatório geral 2016

Carta de compromisso com a mobilidade por bicicletas - candidatos a prefeito

A Regulação da Mobilidade Urbana. Mobilidade Urbana Desafios e Perspectivas para as Cidades Brasileiras Rio de Janeiro, 7 de novembro de 2014

Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental Departamento de Mudanças Climáticas Gerência de Qualidade do Ar. São Paulo Novembro/2010

Sistema de Informações da Mobilidade Urbana. Relatório Comparativo

Curso Gestão Pública e Elaboração de Projetos Sustentáveis. Mobilidade Urbana

X Seminário Nacional Metroferroviário Projetos em implantação

Diego Mateus da Silva Coordenador de Gestão da Demanda por Viagens, ITDP Brasil. Conceitos e Estratégias de Gestão da Demanda por Viagens (GDV)

Fomento ao Transporte de Passageiros sobre Trilhos Desafio a enfrentar na Mobilidade Urbana

INCREMENTO DO TRANSPORTE METROFERROVIÁRIO NA MACROMETRÓPOLE

Política de Transportes e Meio Ambiente

DTEA Transportes, Energia e Ambiente 1

MOBILIDADE - MODOS SUAVES NO CONTEXTO DO PO NORTE DE ABRIL DE2017

Projecto Mobilidade Sustentável PLANO DE MOBILIDADE SUSTENTÁVEL DE MIRANDELA. (3 de Outubro 2007)

Workshop Modelagem e simulação de cenários de longo prazo no setor de energia e emissões de gases de efeito estufa associadas no Brasil 30/01/2017

O papel do modal rodoviário na logística brasileira e o impacto no TRC

As perspectivas da infraestrutura logística no curto, médio e longo prazos. Priscila Santiago Coordenadora de Economia da CNT

Infraestrutura e Logística Reflexos na Competitividade

PROJEÇÕES DA DEMANDA DE ÓLEO DIESEL E DE CICLO OTTO

URBANTEC BRASIL. Smart solutions for better cities. Um produto do WRI Ross Center for Sustainable Cities

AEAMESP 21ª. Avaliação do potencial mercadológico de empreendimentos ferroviários SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA

Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais DIRUR

Panorama do Setor Metroferroviário Brasileiro

Desafogando as grandes cidades brasileira Seminário Transporte Interurbano de Passageiros AD=TREM

A REVOLUÇÃO NAS METRÓPOLES: como prepará-las para serem cidades agradáveis. 66. Fórum de Debates Brasilianas.org Out 2015

PENSANDO A LOGÍSTICA DO ETANOL COMO UM COMBUSTÍVEL NACIONAL. Edição 15/06/2018

Figura 2.1: Espaço viário ocupado por pessoas em ônibus, automóvel e motocicleta. Fonte: Vasconcellos (2008), adaptado.

Transcrição:

Mobilidade Urbana e Meio Ambiente TRANSPORTE SUSTENTÁVEL COSEMA FIESP São Paulo, 27 de junho de 2014 1

Luiz Antonio Cortez Ferreira Arquiteto e Urbanista USP, Especialista em Planejamento de Transportes, Especialista em Gestão Ambiental Coordenador Executivo da ILATS Iniciativa Latino-Americana para o Transporte Sustentável 2

T R A N S P O R T E S U S T E N T Á V E L DESENVOLVIMENTO S U S T E N T Á V E L 3

economia = trocas 4

desenvolvimento econômico = aumento das trocas 5

trocas = transporte 6

desenvolvimento sustentável = 7

O desenvolvimento sustentável somente será possível se os sistemas de transporte forem eficientes, inclusivos e ambientalmente adequados. 8

Poluição do ar e emissões de GEE Poluição sonora Eficiência energética (reduzir a dependência de fontes fósseis) Acidentes de trânsito Custos diretos e indiretos dos transportes 9

Contribuição da ILATS aos planos de governo do setor de mobilidade e transportes 10

oito pontos que não podem faltar no plano de governo de nenhum candidato 11

12

1. Ampliar rapidamente as redes de metrôs e trens metropolitanos; e Ordenar a ocupação territorial através da criação de redes de trens regionais. 13

EUA, 1982 a 2002 250% 200% 150% 235% População: cresceu 22% Uso do automóvel: cresceu 70% 100% 50% 70% Congestionamentos nas vias expressas: cresceram 235% 0% 22% População Uso do Automóvel Congestionamentos nas vias expressas Fonte: Surface Transportation Policy Project (Baseado em dados do Texas Transportation Institute)

Fatores que contribuíram para o crescimento do uso do automóvel nos EUA, 1982 a 2002 Aumento do total de viagens 18% Aumento das distâncias de viagem 35% Redução na ocupação dos veículos 17% Migração para o automóvel 17% Aumento da população 13% Fonte: Surface Transportation Policy Project

O que a sociedade deixa de gastar a cada ano com a existência da rede de metrô reduções/ano 696 milhões de horas em tempo de viagem 290 milhões de km em operação de ônibus 488 milhões de litros de consumo de combustível R$ 7,6 bi 1,449 bilhão de km em operação de autos 938.843 t de emissão de poluentes 14.864 acidentes R$ 54 milhões em custo de manutenção do sistema viário

O que a sociedade deixará de gastar a cada ano com a expansão da rede de metrô Reduções/ano 3,133 bilhões de horas em tempo de viagem 981 milhões de km em operação de ônibus 1,589 bilhão de litros de consumo de combustível R$ 27,2 bi 4,956 bilhões de km em operação de autos 2.898.913 t de emissão de poluentes 50.764 acidentes R$ 167 milhões em custo de manutenção do sistema viário

A rede existente do Metrô de SP provoca impacto positivo de 19,3 bilhões de reais a cada ano no PIB brasileiro. (HADDAD,2013 - FEA-USP) The Underground Economy: Tracking the Wider Impacts of the São Paulo Subway System, coordenado por Eduardo Amaral Haddad, professor titular do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Fonte: http://agencia.fapesp.br/17350 (consultado em 22/11/2013) 20

21

2. Incentivar a mobilidade ativa (caminhar e pedalar) criar programas de incentivo, educação e financiamento da infraestrutura 22

Mudança ao longo do tempo 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% -10% -20% 1990 a 2000 Viagens motivo trabalho a pé -26% 1991 a 2000 +61% Obesidade adultos Obesidade torna-se epidêmica, ao mesmo tempo que diminuem as viagens a pé. A falta de atividade física ameaça a saúde da maioria dos norte-americanos -30% Fontee: Census 2000 Journey to Work and the Behavior Risk Factor Surveillance System, Center For Disease Control and Prevention

24

25

3. Reduzir os acidentes de trânsito em 7,5% ao ano (redução de vítimas fatais e incapacitados permanentemente para o trabalho de 50% até 2025) 27

Vítimas fatais em 2011: Fonte DataSUS = 43 mil Fonte DPVAT = 58 mil (60 mil em 2012) Indenizações por invalidez permanente em 2011: DPVAT = 240 mil (350 mil em 2012) 28

Homens, jovens, em motos faixa etária das maiores vítimas da violência no trânsito: 41% do total de indenizações pagas em 2012 foram para jovens entre 18 e 34 anos de idade. A revista Veja aponta que isso equivale a duas tragédias como a da boate Kiss, em Santa Maria (RS), por semana (fonte: Veja, ed. 2333, 2013) 29

Vítimas fatais em 2011 no Brasil: 43 mil = 22,5 por 100 mil hab. (fonte: DataSUS) Vítimas fatais em 2011 no Japão: 6,6 mil = 5,2 por 100 mil hab. (fonte: Mapa da Violência 2013) Vítimas no terremoto/tsunami de março de 2011: 29 mil mortes 30

3. Reduzir os acidentes de trânsito em 7,5% ao ano profissionalizar a gestão do trânsito: criar cursos de formação de gestores de transporte e trânsito; investir maciçamente em campanhas permanentes de educação; ampliar e melhorar a fiscalização e a legislação; reduzir as velocidades em áreas urbanas; melhorar a segurança: sistema viário e veículos. 31

32

fonte: Folha SP Revista São Paulo, 01 a 07/06/2014

4. Reduzir os limites de ruídos e emissões; melhorar a eficiência caminhões, ônibus e automóveis regulamentação fiscalização / inspeção priorizar frota sob concessão 34

5. Renovar rapidamente a frota caminhões, ônibus e automóveis implantar programa amplo de renovação da frota com sucateamento 36

37

6. Reduzir as emissões de precursores do ozônio emissões evaporativas implantar programa de controle das emissões nas operações de tancagem (reabastecimento) 38

39

7. Promover o crescimento do uso de etanol subsídios cruzados CIDE gasolina ampliação da frota flex adoção ampla do etanol nas frotas de ônibus urbanos/metropolitanos 40

8. Melhorar a eficiência do transporte de cargas racionalização dos sistemas de transporte de carga, particularmente do rodoviário: hoje 34% dos veículos circulam vazios, enquanto na Europa esse índice é de 22-24% (cerca de 70%) e nos USA de 16-18% (quase a metade). (fonte: Política Estadual de Mudanças Climáticas - Comitê Gestor GT Transportes - Relatório Plano Transportes dez/2010) Ampliar a presença e articulação de plataformas logísticas e de centros de distribuição; Corrigir as distorções da legislação tributária sobre o frete. 42

8. Melhorar a eficiência do transporte de cargas Ampliar os investimentos em ferrovias e hidrovias, ampliando sua participação na matriz de transportes; Eliminar gargalos, como a transposição ferroviária da RMSP; Ampliar o transporte dutoviário de derivados de petróleo e álcool. 43

Iniciativa Latino-Americana para o Transporte Sustentável ILATS O que é? A ILATS é uma rede de associações, empresas e cidadãos, unidos na defesa do transporte sustentável e do meio ambiente saudável e equilibrado. É uma associação sem fins lucrativos, em formação, com correspondentes em diversas cidades latino-americanas. 44

Por quê? Criada para unir os esforços e criar sinergias entre as diversas ações de promoção da mobilidade sustentável. Seu foco primeiro é defender o reconhecimento do transporte sustentável como parte essencial do desenvolvimento sustentável. 45

A longo prazo? Tornar-se um centro de referência sobre mobilidade e meio ambiente, promovendo o intercâmbio de conhecimento entre os participantes da rede, profissionais do setor, imprensa e comunidades em geral. Ser reconhecida como uma rede suprapartidária e suprasetorial, voltada à educação ambiental, à educação urbanística e à promoção da mobilidade sustentável. Ser um ponto de convergência para o desenvolvimento de visões estratégicas, para o debate e construção do consenso em torno de planos de longo prazo para as cidades latino-americanas. 46

Novo projeto: publicação intitulada O CUSTO DO INSUSTENTÁVEL v. 2.0 coletânea de artigos assinados, monetizando as externalidades 47

Objetivo: promover o debate e a conscientização em torno do tema da mobilidade sustentável, com abordagem abrangente construída sobre bases técnicas sólidas. 48

luizcortez@ilats.net www.ilats.net ilats@ilats.net mídias sociais: facebook.com/ilats.mobilidade facebook.com/ativasampa twitter.com/ilats_net @ILATS_net 49