Wireless Application Protocol (WAP) Este tutorial apresenta os conceitos básicos do WAP, suas características e aplicações.



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Transcrição:

Wireless Application Protocol (WAP) Este tutorial apresenta os conceitos básicos do WAP, suas características e aplicações. Huber Bernal Filho Engenheiro de Teleco (MAUÁ 79), tendo atuado nas áreas de Redes de Dados e Multisserviços, Sistemas Celulares e Sistemas de Supervisão e Controle. Ocupou posições de liderança na Pegasus Telecom (Gerente - Planejamento de Redes), na Compaq (Consultor - Sistemas Antifraude) e na Atech (Coordenador - Projeto Sivam). Atuou também na área de Sistemas de Supervisão e Controle como coordenador de projetos em empresas líderes desse mercado. Tem vasta experiência internacional, tendo trabalhado em projetos de Teleco nos EUA e de Sistemas de Supervisão e Controle na Suécia. Atualmente dedica-se à sua empresa Hyroz Participações, prestando serviços de consultoria, e ao Teleco, promovendo o aprendizado contínuo dos profissionais de Telecomunicações. E-mail: hbernal@teleco.com.br Duração: 20 minutos. Publicado em: 27/09/2004. www.teleco.com.br 1

WAP: O que é O WAP (Wireless Application Protocol) é um conjunto de protocolos de comunicação e um ambiente de suporte para aplicações para terminais móveis (celulares, PDA's, etc.) desenvolvido para permitir o acesso a Internet e a serviços avançados de telefonia independentemente do fabricante ou da tecnologia de rede utilizada. O ambiente WAP provê uma ponte entre os terminais móveis e a Internet ou as redes corporativas, e oferece ainda a possibilidade de fornecer um número ilimitado de serviços móveis de valor agregado a assinantes independentemente da tecnologia de rede ou do tipo terminal móvel. Os assinantes podem acessar através de um dispositivo móvel de pequeno porte a mesma informação que está disponível para um computador desktop convencional. Histórico Várias iniciativas independentes dos fabricantes buscaram o desenvolvimento de um ambiente que propiciasse o acesso ao conteúdo disponível na Internet a partir dos terminais móveis. Alguns sistemas proprietários chegaram a ser oferecidos, porém não estavam completamente alinhados com os padrões e as tecnologias já estabelecidas para a Internet. Esta situação levou a Ericsson, a Motorola, a Nokia e a Unwired Planet (hoje Phone.com/Openwave) a fundar, no verão de 1997, o WAP Fórum com o objetivo inicial de definir um conjunto de especificações para o desenvolvimento de aplicações para redes celulares. As especificações desenvolvidas para a versão WAP 1.0 não tiveram resultados satisfatórios, e a maioria dos fabricantes aguardou a versão WAP 1.1 para disponibilizar terminais celulares com essa tecnologia, sendo que os primeiros terminais chegaram ao mercado em meados de 1999. A versão WAP 1.2.1 foi finalizada em Junho de 2000, e já introduzia novas funcionalidades, tais como a tecnologia PUSH. A versão atual, a WAP 2.0, foi finalizada e disponibilizada em Janeiro de 2002. Atualmente o WAP Fórum faz parte da Open Mobile Alliance (OMA), que conta com mais de 300 associados entre operadoras, fornecedores de terminais e redes celulares, empresas de serviços de tecnologia da informação e provedores de serviços e conteúdos. A tecnologia WAP criou uma grande expectativa para o mercado pela promessa que fez inicialmente de prover meios para se surfar na Internet a partir do terminal móvel, criando a tão sonhada Internet móvel. Entretanto, essa expectativa não foi plenamente atendida, uma vez que as limitações inerentes ao terminal móvel (formato e interfaces) e às redes celulares da época, tornaram a navegação muito lenta e limitada. Veja maiores detalhes sobre a Internet móvel no tutorial do Teleco Aplicações Atuais e Futuras para Internet Móvel. Acesso WAP A tecnologia de acesso WAP baseia-se no modelo Internet, ou seja, os terminais móveis contém um micro navegador incorporado enquanto que o conteúdo e as aplicações ficam hospedados nos servidores. O acesso WAP é feito através da rede celular usando os seguintes elementos funcionais: www.teleco.com.br 2

Terminal Móvel: é um dispositivo móvel (telefone celular, PDA, etc.) que está habilitado para o acesso WAP; Gateway WAP: é o equipamento responsável pela comunicação entre o terminal móvel e o servidor de conteúdo, fazendo a conversão entre os protocolos WAP da rede celular e os protocolos da Internet; Servidor de Conteúdo: é o equipamento que fornece o conteúdo e as aplicações Web, seja na rede pública ou nas redes corporativas, a serem apresentados no terminal móvel. A figura a seguir apresenta o acesso WAP. www.teleco.com.br 3

WAP: Arquitetura O WAP foi desenvolvido desde o princípio para ser independente do tipo de terminal móvel ou da rede de transporte de dados utilizada. Ele deveria atender tanto as interfaces Bluetooth ou as rede GSM e CDMA, como as futuras redes 3G. O WAP não compete com essas tecnologias de transporte de informações, ele é um conjunto de protocolos que roda sobre qualquer tipo de rede celular utilizada. Os principais fatores que nortearam o desenvolvimento do WAP foram: Mercado: os usuários da Internet móvel querem acessar as informações de forma direta e confiável, sem ficar navegando durante longos períodos de tempo. Além disso, o custo do terminal móvel dever ser o menor possível, apesar das funcionalidades e serviços fornecidos. Redes: as redes celulares possuem taxas de bits e períodos de latência distintos daqueles previstos para os protocolos da Internet. Além disso, podem haver períodos de sinal com baixa qualidade e muitos erros de transmissão, ou mesmo ausência de sinal, quando o usuário sai da área de cobertura. Terminais: os terminais geralmente têm recursos de display, memória e processamento mais limitados. Além disso, como os terminais destinam-se ao mercado de massa, não se pretende que os usuários instalem software, devido aos problemas intrínsecos de segurança e da instalação propriamente dita. Todos esses fatores levaram ao desenvolvimento do WAP com características de sistemas Cliente (micro navegadores) - Servidor (aplicações e conteúdos), e com protocolos robustos o suficiente para tolerarem tempos de latência maiores e para permitirem a manutenção e recuperação de seções interrompidas por problemas de sinal da rede celular. O modelo típico do acesso WAP é apresentado na figura a seguir. www.teleco.com.br 4

O conteúdo e as aplicações são colocados num servidor preparado para o WAP, e o usuário acessa esse conteúdo através do micro navegador do terminal móvel. Como a rota entre o terminal e o servidor utiliza 2 tipos diferentes de rede, a comunicação utiliza protocolos diferentes para essas redes. Para o segmento da rota que usa a Internet, os protocolos HTTP/TCP/IP são usados. No limite entre as redes, porém fora da rede celular, o Gateway WAP é instalado para executar a conversão de protocolos. No segmento entre o Gateway e o terminal, utiliza-se o conjunto de protocolos WAP, otimizado para o uso na rede celular, Agentes A parte Cliente do WAP, também conhecida como "User Agent", contém um micro navegador que tem funcionalidades similares aos navegadores dos computadores convencionais, e que realiza o acesso aos servidores. O termo "user agent" (UA) é utilizado para indicar a parte do dispositivo WAP que representa a comunicação do usuário com a rede. De acordo com o projeto do fabricante podem haver vários UA por terminal. O UA solicita objetos ao servidor, sob demanda do usuário, e então os apresenta no display do terminal. Gateway WAP O gateway WAP é, na realidade, um gateway e um proxy num único equipamento. A figura a seguir mostra os seus protocolos internos. As funcionalidades de gateway executadas são: Fazer a conversão e interface entre o conjunto de protocolos WAP da rede celular e o conjunto de protocolos utilizados na Internet. O conjunto de protocolos do lado direito da figura acima, é o mesmo utilizado em qualquer gateway presente na internet. Fazer o "caching" de cabeçalho ("header") dos protocolos. Esta funcionalidade é importante para aumentar a eficiência, pois muitos protocolos usam cabeçalhos similares durante uma seção inteira. As funcionalidades de proxy executadas são: www.teleco.com.br 5

Fazer a codificação de conteúdo para o formato binário e a compilação do WML, e dos scripts WML, os quais são enviados como arquivos texto pelo protocolo HTTP, e como arquivos binários pelo protocolo WSP através da rede celular. Fazer "caching" de conteúdo de forma a diminuir o volume de acessos aos servidores. Realizar a função de DNS ("Domain Name Server") para converter URL's para endereços IP. Fazer a autenticação de usuários, de forma a garantir que apenas os serviços WAP contratados estão sendo acessados. Várias funcionalidades adicionais podem ser incorporadas ao gateway WAP. Uma funcionalidade muito importante é o suporte ao Faturamento ("Billing"). Esta funcionalidade permite a operadora de celular (ou ao provedor que opera o gateway) armazenar e disponibilizar estatísticas e informações de faturamento dos serviços contratados acessados pelos usuários. O gateway WAP pode ser implementado em qualquer tipo de plataforma, desde um simples PC até um servidor de grande porte. Entretanto, para a sua implementação deve-se considerar a capacidade para processar o tráfego atual e futuro, a aderência total ao padrão WAP e os níveis de segurança suportados. Servidores O servidor de conteúdo (ou servidor WAP) pode ser qualquer servidor HTML que entrega páginas web para os computadores convencionais. A alteração principal que deve ser feita nesses servidores é configurar o conteúdo WML (formato das páginas WAP) como sendo do tipo MIME (padrão de formato para transferência de objetos). Desta forma, as páginas ou scripts existentes no servidor podem ser acessadas através dos usuais comandos HTTP das aplicações Web. Em princípio, qualquer conteúdo no formato original HTML poderia ser apresentado no terminal WAP, com algumas limitações na apresentação de objetos mais complexos como figuras e imagens, principalmente as dinâmicas. Entretanto, a disponibilização de conteúdo no formato WML, compatível com o WAP, permite ao usuário desfrutar de uma experiência mais adequada ao uso do terminal móvel. Quando o usuário seleciona qualquer link no terminal, este gera uma solicitação HTTP do tipo GET para o gateway, usando o conjunto de protocolos WAP. O gateway recebe esse comando do terminal e converte para o padrão HTTP/TCP/IP e envia para o servidor através da Internet. O servidor recebe a solicitação e envia o respectivo objeto (uma página WML, por exemplo) para o gateway que, após a conversão de protocolos, envia para o micro navegador cliente do terminal WAP. O comando GET tem apenas o objetivo de solicitar um objeto qualquer para o servidor. Além das páginas estáticas, o servidor também pode executar mini aplicativos e scripts para gerar páginas dinâmicas de conteúdo WAP. Isto significa que, de acordo com os parâmetros selecionados pelo usuário, o conteúdo da página recebida será diferente. Quando o usuário seleciona um funcionalidade dinâmica de uma determinada página no terminal, este gera uma solicitação HTTP do tipo POST com todos os parâmetros selecionados para o gateway, usando o conjunto de protocolos WAP. O gateway recebe esse comando do terminal e converte para o padrão HTTP/TCP/IP e envia para o servidor através da Internet. O servidor recebe a solicitação POST, executa o aplicativo local com os parâmetros informados e gera a página WML com o resultado correspondente. Esse novo objeto é então enviado para o gateway que, após a conversão de protocolos, envia para o micro navegador cliente do terminal WAP. Este processo permite a www.teleco.com.br 6

execução de aplicações e serviços mais complexo no servidor, sem consumir capacidade de processamento do terminal móvel. Além dos servidores de conteúdo, existem também os Servidores de Aplicações de Telefonia (Wireless Telephony Applications - WTA), que destinam-se ao fornecimento de serviços avançados de telefonia, e a integração com os outros serviços do WAP. www.teleco.com.br 7

WAP: Protocolos O WAP usa, sempre que possível, os protocolos desenvolvidos para a Internet. Entretanto, nem sempre esses padrões são adequados às características das redes sem fio dos sistemas celulares. As comunicações HTTP são sempre do tipo comando - resposta, sem a preocupação de manter um controle de estado ou de sessão, devido a boa qualidade das redes que compõem a Internet. Mesmo com a adoção dos "cookies" como forma de manter alguma informação no computador do usuário, esta solução não é a mais adequadas para o terminais móveis. O padrão WAP teve que adequar-se as características das redes sem fio, e implementar o controle de manutenção e recuperação de sessões e ainda a possibilidade de manter informações de sessão do usuário para uso posterior. A figura a seguir mostra o conjunto de protocolos que compõem o WAP. Embora as camadas de menor nível não sejam visíveis para os usuários e desenvolvedores, elas impactam diretamente no desempenho do WAP nas redes celulares. Wireless Application Environment (WAE) O WAE é um ambiente desenvolvido para ser flexível e completo, embora destine-se a apresentação de informações em terminais móveis. Para esse ambiente foi desenvolvida uma linguagem especial e mais moderna denominada Wireless Markup Language (WML). O WML baseia-se no XML (Extensible Markup Language), e possui as seguintes características: www.teleco.com.br 8

Baralho de Cartas: enquanto o objeto HTML mais comum é uma página, o WML usa o conceito de um baralho de cartas ("deck-of-cards"). Quando o usuário solicita um objeto WML ele recebe esse conjunto de cartas e "surfa" nelas no navegador do terminal móvel. Texto e Imagens: tem suporte limitado para layout e frame, sendo mais adequada para a apresentação de textos e imagens no terminal móvel. Aplicações de Servidor: assim como o HTML, é possível escrever scripts e aplicações para executar no servidor para gerar páginas dinâmicas. Imagens: o suporte a imagens ainda é limitado. A conversão dos formatos usuais da Internet para o formato WML é feita no gateway WAP. Eventos, Variáveis e Estados: tem suporte para o tratamento de eventos e timers, e ainda dá suporte a manutenção de variáveis e estados durante sessões ativas independente da qualidade do sinal da rede. Formato Binário: embora o formato das páginas HTML e WML seja texto, o gateway WAP compila o objeto e gera um formato binário para ser enviado para o navegador do terminal móvel. Como complemento para o conjunto de aplicações WAP, desenvolveu-se também o Wireless Telephony Applications (WTA) com o objetivo de fornecer uma interface entre o conteúdo WAP e as funcionalidade normais de um terminal móvel. Como o WTA é possível, por exemplo, acessar uma aplicação do tipo Páginas Amarelas e clicar sobre um link de um número telefônico para que o mesmo seja discado ou armanzenado na agenda telefônica ou SIM card do terminal móvel. Aplicações dessa natureza podem estar disponíveis em servidores públicos ou internos a rede de uma determinada operadora, ou ainda como parte de serviços fornecidos por provedores de conteúdo. Wireless Session Protocol (WSP) O WSP permite ao WAP definir sessões e conexões que considerem o estado da parte cliente do terminal móvel. Desta forma, embora o usuário tenha problemas de sinal no terminal móvel, ou mesmo o desligue temporariamente, ao restabelecer a comunicação a sessão anterior pode ser retomada e a navegação pode ser reiniciada no mesmo ponto. Devido as funcionalidades inerentes do WSP e ao fato de não usar os cookies do HTML, informações pessoais e da sessão que se encontra em andamento podem ser armazenadas até nos SIM cards, de forma mais segura. A existência do WSP facilita o suporte a tecnologia PUSH, onde os servidores enviam de forma espontânea informações solicitadas pelos usuários, com a garantia de que o terminal vai receber a informação independente dos problemas de sinal ou rede existentes. Para atender o seu objetivo o WSP utiliza cabeçalhos mais complexos na troca de mensagens. Devido a característica intrínseca do WAP de transferir informações no formato binário ao invés do formato texto usual da Internet, mesmo os cabeçalhos mais complexos utilizam poucos bytes da mensagem e não interferem no desempenho do protocolo. Ainda a exemplo do protocolo TCP/IP da Internet, o WSP oferece 2 tipos de serviços: orientado a conexão e sem conexão. O serviço orientado a conexão é o mais confiável e garante o envio das mensagens para o destino solicitado. O serviço sem conexão usa a mesma filosofia envie-e-esqueça do UDP do protocolo IP, porém o cabeçalho das mensagens é mais complexo pois deve incluir informação suficiente para que elas sejam corretamente enviadas ao seu destino. www.teleco.com.br 9

Wireless Transaction Protocol (WTP) O WTP foi desenvolvido para ser mais confiável que o UDP, porém menos pesado e complexo que o TCP do protocolo IP. Ele é um protocolo leve para transações que esconde as condições ruins de rede dos protocolos das camadas superiores e do usuário. O WTP é um protocolo orientado a mensagens, ao contrário do HTTP/TCP, que é orientado a pacotes. Ele procura garantir que uma mensagem foi entregue, ou seja, que a transação foi completada, enquanto o HTTP/TCP procura garantir que um conjunto de pacotes foi entregue na ordem correta. Wireless Transport Layer Security (WTLS) O WTLS foi baseado no protocolo Transport Layer Security (TLS), antigo SSL, da Internet. O TLS utiliza algumas das funcionalidades confiáveis do TCP, enquanto o WTLS tem que prover essas funcionalidades internamente. Por outro lado, o WTLS pode operar com o UDP, e o TLS não pode. O WTLS é completamente modular e cabe aos protocolos das camadas superiores definir o tipo de segurança a ser utilizada. Os objetivos principais de seu uso são prover integridade dos dados, privacidade e autenticação na comunicação entre 2 aplicações. Como os demais protocolos do WAP, o WTLS é otimizado para o uso em redes com banda e desempenho limitados, porém ainda assim existem algumas questões que devem ser consideradas e os desenvolvedores devem tomar cuidado quanto ao seu uso excessivo. Uma sessão segura do WAP também utiliza o HTTPS. Ao iniciá-la executa-se um procedimento de definição de nível de segurança entre a aplicação cliente e a aplicação do servidor, a autenticação é realizada, o uso dos dados comprimidos e/ou criptografados é definido e o uso de certificados é negociado. A seguir a sessão é habilitada para a navegação do usuário. O WTLS fornece classes de serviços sem certificados, na aplicação cliente e com certificado no servidor (a mais comum) e com certificado tanto na aplicação cliente como no servidor. Entretanto, especial cuidado deve ser tomado com o certificado, pois o seu tamanho padrão de 1 KB acrescenta uma sobrecarga adicional ao protocolo, especialmente em algumas terminais WAP onde o tamanho padrão máximo do conjunto de cartas ("deck") também é de 1KB. Wireless Datagram Protocol (WDP) A camada de Transporte do WAP está dividida entre o WTP e o WDP. O WDP serve de interface entre qualquer rede de transporte (IS-95, GSM, GPRS, etc.) e as camadas superiores do WAP. Ele serve para esconder as diferenças de estar usando, por exemplo, uma rede GPRS com IP ou o SMS sobre uma rede GSM. Quando essa rede de transporte não usa o protocolo IP, o WDP introduz uma camada de adaptação para as camadas superiores do WAP. Quanto mais avançado for o serviço oferecido pela rede de transporte, menor é a adaptação necessária. Com o objetivo de usar componentes existentes nas recomendações dos protocolos da Internet, o WAP usa o UDP sempre que uma rede de transporte suportar o protocolo IP. O UDP é meramente um protocolo de entrega de pacotes, que não faz o reenvio de pacotes perdidos ou com atraso. No caso do WAP, o WDP é complementado com outras funcionalidades, tais como a retransmissão de pacotes perdidos. www.teleco.com.br 10

O WAP também não controla a segmentação de pacotes inerente ao TCP/IP. No segmento WAP os pacotes têm tamanho fixo, e cabe ao TCP definir o tamanho de fragmentação de pacotes, caso seja necessário, no segmento Internet da rede. Adicionalmente, o WDP controla o número da porta para as aplicações, de forma a permitir que várias aplicações possam ser executadas no mesmo terminal. www.teleco.com.br 11

WAP: Uso e Segurança O WAP foi desenvolvido com o objetivo de prover o acesso aos terminais móveis do vasto conteúdo existente na Internet, e de aproveitar esse modelo para oferecer, de forma rápida, novos serviços aos assinantes das redes celulares. O atendimento deste objetivo, provendo acesso ao conteúdo da Internet através dos terminais móveis foi a maior contribuição do WAP para os assinantes das redes celulares, embora com algumas limitações. O seu uso traz vantagens para todos os segmentos do mercado, como pode-se observar nos parágrafos a seguir: Operadoras Para as operadoras das redes celulares, o WAP possibilita diminuir o "churn", cortar custos, e aumentar a base de assinantes tanto melhorando os serviços existentes, tais como as interfaces com as caixas postais e os sistemas de faturamento ("billing") de pré-pagos, como facilitando a implementação de novos serviços e aplicações de valor agregado, tais como o gerenciamento de contas e o faturamento de serviços sob demanda. As novas aplicações podem ser introduzidas rápida e facilmente sem a necessidade de infraestrutura adicional ou de modificações no terminal móvel. Isto permite que as operadoras se diferenciem de seus concorrentes com serviços de informação novos e personalizados. O WAP é uma ambiente interoperável, permitindo a implantação de soluções "turnkey" fim-a-fim que podem criar vantagens competitivas, buscar a fidelidade do assinante e aumentar a receita. Provedores de Conteúdo As aplicações são escritas em WML, que é um subconjunto do XML (Extensible Markup Language). Usando o mesmo modelo que o Internet, o WAP permite aos provedores de conteúdo usar o WML para prover serviços para os terminais móveis a partir dos serviços existentes, e implementar novos serviços rapidamente. Como o WAP é um padrão aberto e interoperável, os provedores de conteúdo e aplicações passam a ter acesso a um grande número de Clientes potenciais que querem utilizar cada ver mais serviços a partir de seus terminais móveis. Isto representa uma oportunidade significativa de novas receitas. Outra grande vantagem desse modelo, é que mesmo o conteúdo usual de Internet pode ser disponibilizado para os usuários do WAP, sem novos desenvolvimentos, tomando apenas alguns cuidados na elaboração das páginas e demais objetos dinâmicos. Usuários Os usuários do WAP podem beneficiar-se do acesso fácil e seguro à informações relevante da Internet e a serviços tais como mensagens, operações bancárias e entretenimento através de seus terminais móveis. As informações das redes corporativas, tais como acesso as bases de dados e emails, também podem ser acessadas através da tecnologia WAP. Como a maioria dos fabricantes já fornece terminais com o WAP, os usuários já têm liberdade para escolher o modelo e as aplicações mais adequadas para seu uso. Além disso, os usuários podem receber e pedir informações num ambiente controlado, rápido e de custo relativo mais baixo. Para aqueles usuários que demandam cada vez mais funcionalidades e serviços a partir dos terminais móveis, certamente os provedores de conteúdo vão disponibilizar serviços cada www.teleco.com.br 12

vez melhores e mais sofisticados. Com o uso da tecnologia PUSH existente no WAP, serviços como notícias, informações de viagem e previsão climática devem se tornar mais comuns e de acesso generalizado para os usuários. Segurança Alguma considerações sobre segurança podem ser feitas para o ambiente WAP: Terminais: O uso dos micro navegadores nos terminais móveis permite que sejam minimizados os problemas relativos a instalação de software pelos usuários, tanto pela instalação propriamente dita, como pela propagação de vírus. Portanto, o fato do WAP não necessitar de softwares adicionais, permite que a segurança do terminal possa ser eficiente. Entretanto, problemas como os encontrados nos computadores convencionais ao receber mensagens ou arquivos anexados, devem ser considerados com cautela pelos usuários, para evitar essas formas de proliferação de vírus. Gateway WAP: Os gateways WAP são responsáveis pela conversão dos protocolos WAP e da Internet, conforme foi citado anteriormente. Nessa conversão existe um ponto onde toda a informação de um determinado protocolo foi recuperada, e encontra-se no formato original para ser convertida para o outro protocolo. Nesse momento ela encontra-se sem nenhum tipo de criptografia ou compressão e, portanto, suscetível a problemas de segurança. Os fabricantes de gateway têm procurado cada vez mais melhorar esse processamento mantendo a conversão em um único processo, evitando salvar qualquer informação em memória para aumentar o grau de segurança desses equipamentos. Entretanto, este ainda é um ponto vulnerável. De qualquer forma, visto que o ambiente do WAP é similar ao da Internet, o usuário deve ter os mesmos cuidados para seu uso que teria com os serviços acessados pelo seu computador convencional. www.teleco.com.br 13

WAP: Considerações finais O WAP representa um grande esforço de padronização realizado pelos diversos segmentos de mercado interessados na disponibilização de um número cada vez maior de serviços para os terminais móveis. Afinal, o crescimento do número de celulares mostra que cada vez mais se deseja a comunicação aqui e agora, esteja onde estiver. Os serviços de valor agregado são, portanto, consequência lógica desse desejo de comunicação ampla e irrestrita. Mas se o WAP foi desenvolvido para terminais e redes que tinham problemas de banda e de tempos de latência, entre outros, qual é o seu futuro? Existe um esforço de desenvolvimento de uma nova versão do WAP, que está sendo chamada de WAP 3G, Esta versão deve considerar que alguma compatibilidade deve ser mantida com as versões atuais do WAP, assim como os padrões proprietários de algumas operadoras envolvidas no desenvolvimento dessas especificações. Questões como o tipo de linguagem utilizada (WML, HTML, XML, XTML, etc.) ou os problemas adivindos da diversidade de tipos e tamanhos de displays dos terminais e as formas de apresentação das informações tem sido tratadas tanto pelo WAP Fórum como pelo W3C, o consórcio responsável pela padronização dos conteúdos da Internet. Apesar de todo esse esforço, para responder de fato essa questão pode-se refletir sobre os seguintes aspectos do WAP: Conteúdo em dispositivos de pequeno porte: o WAP foi desenvolvido desde o princípio para formatar conteúdo para terminais móveis pequenos e com formatos diversos, Eficiência: quanto maior for a preferência por informações transportadas por pacotes de dados a partir de sites da Internet, maior será a chance dos usuários serem cobrados pelo volume de pacotes transportados. Portanto, será desejável ter o mínimo possível de informação adicional de protocolo para cada bit de informação enviada. Desta forma, o pequeno "overhead" dos protocolos WAP e o formato binário de seu conteúdo contribuem para aumentar a eficiência do transporte de informações. Confiabilidade: as conexões nas redes celulares são passíveis de serem interrompidas devido a buracos de cobertura ou áreas de sombra. As aplicações devem ser robustas para permitirem que esse problemas não interfiram no seu funcionamento. A funcionalidade de manutenção e recuperação de sessões do WAP permitem que as aplicações continuem funcionando, mesmo após longos períodos de interrupção. Integração: para de fato alavançar as funcionalidades da Internet móvel, deve-se considerar a sinergia entre as aplicações de dados e as funcionalidades do telefone do terminal. A integração entre uma informação de número de telefone obtida em um site e o discar a um "clique" é uma particularidade que o ambiente WAP oferece através do WTA. Conclui-se, portanto, que o WAP tem muitos aspectos favoráveis a sua manutenção como tecnologia que pode sobreviver mesmo nas redes 3G, apesar dos problemas que todas as tecnologias em evolução apresentam. O WAP tem vocação natural para atender as aplicações que necessitam de funcionalidades de navegação ou controle de transações. Para outros casos, o download de aplicações JAVA que executam funcionalidades específicas pode ser muito mais vantajoso e eficiente. www.teleco.com.br 14

Referências WAP Fórum WAP Fórum, órgão responsável pelo desenvolvimento de padronização para aplicações compatíveis com a Internet para as Redes Celulares. IETF The Internet Engineering Task Force, órgão responsável pelo desenvolvimento de padronização para a Internet (RFC). www.teleco.com.br 15

WAP: Teste seu entendimento 1. Em que modelo de tecnologia se baseou o WAP? Internet Windows MacIntosh Unix 2. Qual é o conjunto de protocolos que foi desenvolvido para o WAP? WSP, WTP, HDLC, WDP WSP, WTP, X.25, WDP WSP, WTP, WTLS, WDP WSP, WTP, WDM, WDP 3. Qual é o equipamento que faz a conversão de protocolos para o WAP? Servidor WTA Terminal Móvel WAP Servidor WAP Gateway WAP www.teleco.com.br 16